30.6.09

Será o inicio da "era germânica" no futebol europeu?

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Sendo a maior potência europeia em termos de títulos a nível sénior, sempre foi de estranhar o pobre registo germânico em termos de camadas jovens. Sem um título internacional em termos de camadas jovens desde 1992, de repente, a Alemanha é, em simultâneo, campeã europeia de sub 17, sub 19 e, agora, sub 21. Uma evolução espantosa e que indica que pode estar a emergir uma capacidade individual muito forte, podendo ser esta uma combinação explosiva com a força competitiva que se reconhece às selecções germânicas e que nos últimos tempos tem sido responsável por importantes resultados colectivos, por ventura bem acima do potencial individual.


Um outro aspecto que creio ser importante referir tem a ver com o campeonato interno. A Bundesliga é um campeonato fantástico mas demasiado virado para dentro. A dimensão do país permite que isso seja suficiente para, por exemplo, ser a Liga com melhor média de assistências, apesar de ter vários jogos jogados ao mesmo tempo. Um dos problemas dos clubes alemães em termos de competitividade externa tem sido, na minha opinião, a menor qualidade da sua formação. Se estes resultados ao nível de formação indicarem também uma melhoria generalizada das futuras gerações, então podemos vir a assistir ao ressurgimento dos alemães, também ao nível de clubes.

Aqui ficam alguns 10 nomes entre as 3 selecções campeãs europeias:
Manuel Neuer (Guarda Redes, Shalke, 23 anos, Sub 21)
Jerome Boateng (Defesa Central, Hamburgo, 20 anos, Sub 21)
Gonzalo Castro (ala esquerdo, Leverkusen, 22 anos, Sub 21)
Mezut Ozil (Médio ofensivo, Werder Bremen, 20 anos, Sub 21)
Timo Gebhart (Médio ofensivo, Estugarda, 20 anos, Sub 19)
Richard Sukuta-Pasu (Avançado, Leverkusen, 18 anos, Sub 19)
Savio Nsereko (Extremo, West Ham, 19 anos, Sub 19)
Christopher Butchmann (Extremo, Liverpool, 17 anos, Sub 17)
Mario Gotze (Médio ofensivo, Dortmund, 16 anos, Sub 17)
Lennart Thy (Avançado, Bremen, 17 anos, Sub 17)



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E Portugal?

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Enquanto os alemães ameaçam conquistar a Europa, Portugal vai dando sinais de poder regressar definitivamente ao passado. Aqui ficam alguns pequenos aspectos por estes dias em destaque no futebol português.


- O mais relevante dos aspectos tem a ver com a revolução que Queiroz protagonizou nos quadros da formação nacional. Rui Bento, Paulo Alves, Hélio e Oceano. Não conheço muito bem quem vão substituir, mas este perfil parece-me completamente desajustado. Para as Selecções jovens fazia sentido nomear sobretudo pessoas com mais conhecimento teórico sobre o treino e o desenvolvimento de jovens e não tanto experiência ao nível sénior. Seria a oportunidade para Queiroz injectar novas ideias na formação, vindas de pessoas que têm vindo a pensar na formação. Ao invés, foram “resgatados” ex-jogadores que, com todo o respeito pelas figuras, ainda por cima não deixaram nada de especialmente recomendável no seu curto trajecto como treinadores.
A “era Queiroz” estava já a ser o flop que se conhece. Parece que faltava esta componente para que todos os recordes fossem batidos...

- Não é hábito falar de arbitragem, mas não posso deixar de assinalar a promoção de Bruno Paixão à 1ª categoria da Uefa...

- Portugal não foi ao Euro sub 21. Muito menos à final. Já bastava isso, não era preciso ter a figura do Presidente da Federação a mascar pastilha elástica enquanto distribuía medalhas ao lado de Platini.




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29.6.09

As contratações de Saviola & Matias Fernandez

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O inicio do fim de semana futebolístico português foi marcado pela confirmação de duas contratações importantes para a época que se aproxima. Primeiro o menos esperado Saviola foi anunciado pelo Benfica, depois os rumores que davam conta do ingresso de Matias Fernandez no Sporting foram também confirmados. São 2 contratações importantes para os dois clubes e para o defeso português e que partilham ainda a garantia de um acréscimo de qualidade para os planteis dos respectivos clubes. Ainda assim, há muito que as distingue...

Saviola – Investimento financeiro, para rendimento desportivo
Há 2 vertentes a ter em conta nesta operação encarnada. O primeiro e para agora mais relevante é o aspecto desportivo. Aí a qualidade de Saviola está para além da suspeita. As suas características são por demais conhecidas e encaixam perfeitamente naquilo que se conhece do modelo de Jesus. A ameaça para o Benfica e para Saviola é a mesma de outros tantos casos idênticos ao seu. A falta de motivação pelo momento da carreira e a própria característica do futebol português, nem sempre tão fácil como de fora parece, serão os pontos que Saviola deverá ser capaz de ultrapassar para poder, do ponto de vista individual, corresponder com o rendimento que muitos dele esperam...
O outro lado da contratação de Saviola tem a ver com uma perspectiva de investimento. Aí, o Benfica reproduziu, um ano mais tarde, aquilo que julgo ter sido uma aposta errada quando pagou caro para ter Aimar. É que Saviola, para além dos 5 milhões que custou será um “peso pesado” na ficha salarial encarnada. O total dos custos com o argentino, ao fim de 3 anos, deverá superar os 10 milhões e isto apenas pode ser um problema se considerarmos que no fim deste ciclo, o valor de mercado do jogador deverá ser praticamente nulo. Tudo o que se pode esperar por isso, é que o rendimento desportivo possa compensar um investimento que, mais do que provavelmente, não terá outro tipo de retorno.
Outras 2 notas sobre a contratação de Saviola. A primeira tem a ver com a contínua capacidade de investimento do Benfica, não batendo esta conduta com o enorme desequilíbrio das suas contas anuais. Confesso a curiosidade por saber durante quanto tempo durará esta capacidade de investimento encarnada. O outro tem a ver com a composição do plantel. A Saviola deverá juntar-se outra contratação de peso para o ataque. Há ainda Nuno Gomes e Cardozo. A tudo isto junta-se uma ideia que de há muito tenho e que tem a ver com o facto de Cardozo, não desfazendo a sua inegável qualidade, voltar a ter um perfil que não se enquadra com o modelo do treinador. A venda do paraguaio poderá, como se percebe, fazer o puzzle encaixar muito mais logicamente.

Matias Fernandez – Uma injecção de entusiasmo
Quando chegou em 2006 à Europa, havia quem projectasse para ele um futuro entre os melhores dos melhores. A adaptação não foi fácil e Matias Fernandez não se impôs no Villareal. O Sporting aparece agora como uma nova oportunidade para um jogador de grande talento e que vai ainda muito a tempo de se afirmar na Europa.
Por tudo isto, digo que Matias Fernandez, pelos valores que se dizem estar envolvidos, podia bem ter entrado numa das “sugestões de mercado” que aqui fui deixando. O Sporting consegue um jogador que tem muito do que lhe falta no seu plantel. Capacidade de explosão, irreverência e, também, uma assinalável eficácia de bola parada. Matias Fernandez é também uma fonte de entusiasmo para os adeptos leoninos que há muito não tinham uma contratação que gerasse tanta expectativa.
O Sporting, para Matias Fernandez, será uma etapa decisiva. Talvez a concorrência de peso, o 4-4-2 clássico desajustado às suas características e a própria dimensão interna do Villareal fossem um choque demasiado grande para um jogador que se afirmou num contexto e num clube de outras características. O Sporting será, nesse aspecto, um clube muito mais de acordo com o perfil de Fernandez, mas isso não é, só por si, garante de sucesso...

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They almost could!

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Não se pode dizer que o Brasil tenha evitado a surpresa. Simplesmente conseguiu evitar que esta passasse para os registos da história. Ainda assim, e apesar da reviravolta, ficou claro como é diferente para este Brasil ter de jogar perante um adversário mais fechado. Quer do ponto de vista ofensivo, quer defensivo.

Para a história do jogo fica também o notável contra ataque que deu origem ao segundo golo americano. Algumas notas sobre o lance...
Primeiro, é inadmissível que uma equipa como o Brasil esteja tão desequilibrada em termos numéricos. Depois, destaque para o enorme mérito norte americano na jogada. Do momento em que recupera a bola ao remate final contam-se apenas 5 toques na bola. Todos indispensáveis. O primeiro é vital porque lança de primeira a transição e obriga o Brasil ao 2x2. O segundo porque dá seguimento à velocidade da jogada e abre o campo de ataque, o terceiro porque não só serve Donovan na zona central mas igualmente impede que Ramires estabilize a sua posição. O quarto porque é uma recepção orientada que tira proveito de tudo o que foi conseguido na jogada para ficar na cara do guarda redes. O quinto é óbvio.

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26.6.09

O enquadramento táctico de Ramires

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A Taça das Confederações pode não ser o torneio mais interessante do calendário futebolístico anual, mas para os adeptos do Benfica em particular tem o condão de servir como uma espécie de introdução áquele que é, até ao momento, o mais sonante reforço para a temporada que se aproxima. Apesar da repetida titularidade do ex-Cruzeiro estar a motivar grande entusiasmo, a verdade é que as suas exibições vêm apenas confirmando aquilo que havia escrito sobre o jogador pouco depois do anúncio da sua contratação. Ou seja, a qualidade é inegável, mas dificilmente Ramires terá no Benfica a possibilidade de jogar na mesma função que vem desempenhando quer no Cruzeiro quer, agora, na Selecção.

Enquadramento táctico actual
O Brasil de Dunga vem alinhando com uma estrutura bastante popular no Brasil e que também é usada por Adilson Batista no Cruzeiro. Ou seja, uma espécie de 4-2-2-2, com uma dupla de médios defensivos e outra mais ofensiva que aparecem em zonas mais centrais e deixam os corredores para os laterais. Ramires, como já aqui havia dito, há muito deixou de ser um médio defensivo e tem-se destacado numa função muito particular. Permanece sempre próximo dos avançados, joga simples, mas tem muitas dificuldades em ser solução para a construção, oferecendo muito poucas linhas de passe e podendo passar longos períodos sem participar no jogo. O seu papel ganha especial realce em transição, onde aí sim se destaca pela forma rápida como conduz a bola e aparece a desequilibrar perto das zonas de finalização. No Cruzeiro esta função não levanta qualquer problema, primeiro porque há Wagner que assume imenso o jogo em construção, depois e mais importante, porque em quase todos as partidas o jogo acaba por dar a Ramires os tais momentos de transição em que sobressai. No Benfica, no entanto, não será assim...


No Benfica, uns metros atrás?
A grande vantagem de Ramires reside nas suas características. Tem grande capacidade de luta e uma resistência invulgar, tem humildade e tem também a particularidade de jogar quase sempre simples, embora não seja particularmente criativo. Pode até adaptar-se a qualquer posição do meio campo, mas creio que a sua falta de criatividade em construção dificilmente fará dele um 10, e também não me parece provável que possa ser a melhor solução para actuar como ala no losango de Jesus. Parece-me, portanto, que o mais provável é que Ramires recue uns bons metros no campo em relação ao que acontece hoje e que, com Jesus, venha a ser o médio mais recuado do losango. A confirmar...

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Atenção! O Montpellier subiu!

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25.6.09

A substituição de Del Bosque: 2 questões...

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A diferença entre a qualidade de Espanha e Estados Unidos não se discute, mas as competições a eliminar têm esta característica de tornar tudo mais imprevisível e totalmente dependente da inspiração que se possa, ou não, ter num só jogo. Entre os vários momentos do jogo, houve 1 que me pareceu particularmente importante e que julgo ser merecedor de reflexão. A Espanha entrara bem na segunda parte e a sua pressão era intensa, com algumas situações a serem criadas. O tempo, no entanto, ia passando com o 1-0 desfavorável a permanecer. Del Bosque resolveu mexer ao minuto 68, retirando Fabregas, particularmente activo nos últimos minutos, e colocando Cazorla, com o propósito de abrir mais o jogo ofensivo espanhol. 2 perguntas sobre esta opção:

O treinador em desvantagem tem sempre de mexer?
Se eu fosse treinador e a minha equipa estivesse a ganhar mas a passar por dificuldades eu, mais do que mexer na minha própria equipa, provavelmente, gostaria de mexer no adversário. Fosse por onde fosse. É algo que é muito comum ver, mas acho que o ‘timing’ da substituição foi totalmente errado por parte de Del Bosque. Não só cortou o momento positivo da equipa como ainda mexeu numa das pedras que havia estado nos últimos lances ofensivos. Não digo que tenha sido só por isso, mas a verdade é que a partir daí, a Espanha não mais foi a mesma.


Para atacar melhor é preciso ter uma estrutura mais larga?
Foi uma substituição aparentemente lógica. Colocar um ala no lugar de um médio mais interior, abrindo o “xadrez” de Del Bosque. Qualquer adepto afirma com convicção que essa é a opção certa para se atacar melhor. O problema é que futebol não é xadrez e se é necessário que a equipa que ataca use a maior área possível de campo, também é verdade que dispor as “peças” desde logo com um posicionamento muito largo, afasta também os jogadores, diminuindo as soluções de passe e facilitando a tarefa de quem defende. Ou seja, a estrutura por si só não garante nada e o ideal é ter mobilidade para poder ser mais imprevisível.
No caso, a Espanha estava a conseguir alguns desequilíbrios com o aparecimento de Sérgio Ramos, no espaço libertado pelos movimentos interiores de Fabregas. Com Cazorla isso deixou de acontecer.

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Os alongamentos do "aluno" Robinho

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24.6.09

A visão de Cigarini, um raro ponto positivo do Euro sub 21

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O Euro sub 21 prossegue sem grandes motivos de interesse. A excepção parece ser a Suécia, talvez por jogar em casa, mas a motivação não parece ser a maior por parte dos intervenientes e têm sido bem mais as desilusões do que as exibições a motivar grande entusiasmo. Numa Itália onde todos esperam muito do génio de nomes como Balotelli ou Giovinco, há um nome que me tem agradado por demais. Luca Gigarini.

Acabado de completar 23 anos, Cigarini é visto por muitos como o “novo Pirlo”. De facto, e sem querer entrar em paralelismos, o aspecto que julgo poder tornar Cigarini num médio de eleição é o passe, quer pela precisão, quer pela notável rapidez com que lê os movimentos dos jogadores mais avançados. No imediato fica a sugestão para acompanhar de perto o número 21 nas meias finais do Euro, mas na próxima época poderá, ao que tudo indica, ser seguido no Nápoles, destino mais do que provável, depois de ter representado a Atalanta em 2008.


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Entre Langkamp e Grafite, o melhor do ano na Bundesliga

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23.6.09

Revisão 08/09: Cesc Fabregas

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Este espantoso vídeo retrata aquilo que muitos apelidam ter sido uma “má época” de Cesc Fabregas. Foi, de facto, uma temporada marcada por impedimentos devido a lesões e uma presença menos assídua nos relvados. Mas daí a usar o termo “má”, vai uma grande diferença. Aliás isso “mau” é um adjectivo que não combina mesmo nada com a qualidade de Fabregas. Há vários clubes que parecem ter muito dinheiro disponível e, se calhar, este talento de 22 anos valerá bem mais a pena do que muitos dos mais badalados goleadores da actualidade. Digo eu...


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Sugestão de mercado: Carlos Alberto

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Ficou com o seu nome precocemente ligado à história do futebol português, mais particularmente do Porto, depois de ter sido o “joker” de Mourinho na triunfante campanha da Champions League em 2004. Quando marcou aquele golo que abriu a caminho à vitória portista na final de 2004, Carlos Alberto tinha apenas 19 anos. O seu talento era inegável aos olhos de toda a Europa e parecia certo que ali estava uma figura para andar durante muito tempo entre os mais prestigiados palcos europeus. A irreverência do talento tinha, no entanto, um lado negativo e o seu carácter acabou por impedir que tivesse um crescimento coindicente com o talento. Vinculado ao Werder Bremen e com o empréstimo ao Vasco da Gama a terminar, a pergunta que se coloca é se este será o ‘timing’ certo para dar uma nova oportunidade ao talento.

Depois do Porto, Carlos Alberto brilhou ainda no Corinthians, onde foi campeão em 2005. A sua dependência da inspiração individual determinou que permanecesse irregular e foi um desses momentos baixos que ditou o conflicto com Emerson Leão, abrindo as portas da saída do Corinthians. Depois de uma passagem pelo Fluminense foi contratado pelo Werder Bremen, mas a aposta foi um total falhanço, com o jogador a ter muitas lesões e não se afirmar no futebol alemão. Carlos Alberto terá tido aí o seu ponto mais baixo. Seguiram-se depois empréstimos a clubes brasileiros onde não evitou novos conflitos pessoais, mas onde também foi parecendo progressivamente mais maduros. Foi assim no Botafogo e sobretudo mais recentemente no Vasco da Gama. Actualmente é capitão de equipa e dá toda a ideia de ser um jogador bem mais maduro, apesar de ter ainda 24 anos.

Para além do risco dos recorrentes problemas pessoais por que foi passando, Carlos Alberto tem ainda a particularidade de ser um jogador, mais do que brasileiro, tipicamente carioca. Ou seja, defende e trabalha pouco em campo, limitando-se quase exclusivamente a guardar-se para os momentos ofensivos.

Estes são os riscos de uma aposta num valor de inegável potencial e que parece poder ter agora maior maturidade. O Vasco tem como prioridade renovar o empréstimo do jogador e o Bremen dificilmente impedirá tal destino. A não ser, claro, que apareça um intruso europeu...




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22.6.09

Dunga, Muricy e os treinadores brasileiros

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Uma das coisas mais curiosas no futebol é a avaliação e comparação das correntes de pensamento espalhadas pelo mundo. Traduzindo de forma mais simples, o perfil do “treinador-tipo” em cada país ou zona do globo. Já aqui falei da paragem no tempo dos ingleses, da pouca capacidade táctica de uma corrente de treinadores espanhóis e também já venho repetindo há algum tempo elogios à evolução dos treinadores portugueses nos últimos anos. Hoje falo da avaliação que faço sobre o caso específico do futebol brasileiro, da sua cultura e de 2 casos que estão por estes dias na ordem do dia.
A cultura
A forma mais fácil de descrever o que se passa no Brasil (e na América do Sul em geral) a um adepto português, é fazer um apelo à memória e lembrar o que acontecia até há alguns anos atrás. Ou seja, o treinador é invariavelmente sacrificado quando a frustração se apodera dos adeptos, seja com quem for, quando for. Os exemplos mais claros desta gestão emotiva da figura do treinador no passado recente são os despedimentos de Celso Roth no Grémio (agora lidera o brasileirão com o Atlético Mineiro) e Muricy Ramalho no São Paulo (só o tri campeão brasileiro em título). Actualmente é frequente vermos equipas com 3 treinadores numa época e é normal que metade dos clubes troquem pelo menos 1 vez de técnico durante a época.

O perfil
O Brasil sofre, a meu ver, de um mal muito parecido com o aquele que afectou a Inglaterra. Ou seja, aceita com muito pouca facilidade receber novas influências ou aprender com o que acontece fora do seu país. É, por isso, um futebol demasiado virado para si mesmo e sem evolução em diversos pontos. Sistemas de 3 defesas, actualmente praticamente extintos ao mais alto nível do futebol Europeu e referências de marcação muito centradas no homem são evidências de uma evolução de pensamento autónoma e nada de acordo com aquilo que se vai fazendo na Europa. Muito dificilmente recomendaria algum treinador brasileiro, por exemplo, a um clube português e acho que seria muito interessante que o futebol brasileiro passasse a ter outras referências, de outras escolas.


Muricy Ramalho e o São Paulo
Depois de perder o campeonato Paulista para o Corinthians, de ter tido um inicio de época frouxo no brasileirão e de ter sido eliminado da Libertadores nos quartos de final, Muricy foi agora despedido do comando técnico do São Paulo. Para trás fica um ‘tri’ de campeão brasileiro, um feito inédito e que, arrisco eu, muito dificilmente será repetido. Os efeitos desta decisão são obviamente imprevisíveis e, se é certo que o São Paulo tem um dos melhores planteis do futebol brasileiro, também me parece claro que a partir de agora o seu favoritismo para a revalidação do título é bem menor.
Curiosamente, o substituto será Ricardo Gomes, um brasileiro, sim, mas com uma escola europeia. Será interessante verificar qual o impacto de Ricardo no campeão em título. Uma coisa é certa, o tempo de preparação é nulo e a tolerância, como sempre, muito pouca.

Dunga e a Selecção brasileira
O volume de criticas ao seleccionador chegou a atingir um nível absolutamente impensável para qualquer país europeu. Jogos em que se ouve a palavra “burro” repetida exaustivamente por milhares e durante 1 hora de jogo e intervenções de ‘opinion makers’ com uma agressividade mais próprias de uma descomprometida conversa de café, chegaram a ser algo comum.
A verdade é que Dunga parece estar a preparar uma Selecção verdadeiramente candidata a vencer o campeonato do mundo. Ter tanto por onde escolher em qualidade e quantidade é capaz mesmo de ser (por absurdo que pareça) o maior problema de um seleccionador brasileiro. Consiliar craques e montar uma super equipa ofensiva foi um objectivo praticamente nunca conseguido e as ‘canarinhas’ que triunfaram mais recentemente (1994 e 2002) foram caracterizadas mais pela objectividade e capacidade de luta do que por um perfil de jogo muito vistoso e ofensivo. A Selecção de Dunga não deslumbra nem um pouco e percebe-se as suas limitações ofensivas quando defronta equipas mais fechadas. Mas tem o mérito de ter ‘ordem’ e de saber o que quer de cada jogo. O talento é depois suficiente para desequilibrar e sempre que o adversário permite que as transições tenham espaço, então as cavalgadas de Robinho, Fabiano e Kaká podem mesmo ser mortíferas.


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Sugestão de mercado: Juan Pablo Pino

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Talvez seja apenas teimosia minha, mas depois de o ter amplamente destacado no inicio de 2007, continuo a achar que se trata de um talento raro do futebol mundial. O colombiano Juan Pablo Pino tem agora 22 anos, e depois de ter sido apresentado no Mónaco no inicio de 2007 demorou uma eternidade até que alguém lhe desse realmente uma oportunidade. Chegou mesmo a ser cedido ao Charleroi para poder abrir mais uma vaga de extra comunitário no clube francês. Entretanto, regressou e começou a ter oportunidades. O resultado é que Pino é hoje olhado como um dos mais promissores valores do Mónaco. Ainda assim, pode dizer-se que a fraca prestação monegasca na época e o facto de não ser opção principal na sua selecção constituem ainda entraves a uma super valorização. Diria que se o timing para o assegurar já foi melhor, não me parece ainda tarde demais.

As qualidades de Pino são verdadeiramente invulgares. Extraordinariamente explosivo e sem qualquer receio de partir para o um contra um, onde ganha muitas vezes vantagem, tem também uma meia distância assinalável, sendo capaz de fazer golos de longa distância, com os 2 pés. É evidente que o encaixe das suas potencialidades individuais nos interesses colectivos permanece como o grande desafio de Pino, tal como o era em 2007, mas pelos jogos que vi esta temporada do Mónaco, creio que tem tudo para o conseguir, especialmente se for bem orientado.

O preço de Pino pode ser, naturalmente, o maior entrave. Há 1 ano, estou certo, não custaria muito mais de 2 milhões de euros, mas hoje há mais quem veja nele um potencial raro, sendo que se sabe da dificuldade que é o mercado francês. Ainda assim, não me parece nada certo que o Mónaco não fique convencido por valores a rondar os 5 milhões de euros...


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19.6.09

47 golos para lembrar da Liga 08/09

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Jornada 30 - Saleiro (Academica) vs. Guimarães
Jornada 30 - Saleiro (Academica) vs. Guimarães
Jornada 30 - Felipe Basto (Benfica) vs. Belenenses
Jornada 30 - Silas (Belenenses) vs. Benfica
Jornada 30 - Nene (Nacional) vs. Sporting
Jornada 29 - Olberdam (Maritimo) vs. Sporting
Jornada 29 - Hugo Leal (Trofense) vs. Porto
Jornada 29 - Lisandro (Porto) vs. Trofense
Jornada 28 - Renteria (Braga) vs. Belenenses

Jornada 27 - Nuno A. Coelho (Estrela) vs. Leixões
Jornada 26 - Marcelo Goianira (Estrela) vs. Sporting
Jornada 26 - Lisandro (Porto) vs. Setubal
Jornada 25 - Vitor Junior (Maritimo) vs. Belenenses
Jornada 24 - Andre Pinto (Paços) vs. Leixões
Jornada 22 - Zé Pedro (Belenenses) vs. Estrela
Jornada 21 - Djalma (Maritimo) vs. Rio Ave
Jornada 19 - Liedson (Sporting) vs. Benfica
Jornada 19 - Licá (Academica) vs. Maritimo
Jornada 18 - Di Maria (Benfica) vs. Paços
Jornada 18 - Fabio Coentrão (Rio Ave) vs. Porto
Jornada 17 - Chumbinho (Leixões) vs. Trofense
Jornada 16 - Andre Marques (Setubal) vs. Guimarães
Jornada 15 - Nene (Nacional) vs. Sporting
Jornada 15 - Rodriguez (Porto) vs. Braga
Jornada 15 - Cristiano (Paços) vs. Trofense
Jornada 14 - Sougou (Academica) vs. Naval
Jornada 13 - Rodriguez (Porto) vs. Nacional
Jornada 12 - Marcelo (Belenenses) vs. Trofense
Jornada 11 - Suazo (Benfica) vs. Maritimo
Jornada 10 - Suazo (Benfica) vs. Setubal
Jornada 9 - Hulk (Porto) vs. Estrela
Jornada 8 - Paulo Sousa (Paços) vs. Naval
Jornada 7 - Suazo (Benfica) vs. Guimarães
Jornada 6 - Braga (Leixões) vs. Porto
Jornada 6 - Lisandro (Porto) vs. Leixões
Jornada 5 - Bruno Alves (Porto) vs. Sporting
Jornada 4 - Reyes (Benfica) vs. Sporting
Jornada 4 - Braga (Leixões) vs. Belenenses
Jornada 4 - Djalma (Maritimo) vs. Academica
Jornada 3 - Jorge Ribeiro (Benfica) vs. Paços
Jornada 2 - William (Paços) vs. Belenenses
Jornada 2 - Zé Manel (Leixões) vs. Trofense
Jornada 2 - Garcês (Academica) vs. Rio Ave
Jornada 1 - Bruno Amaro (Nacional) vs. Leixões
Jornada 1 - Bruno Amaro (Nacional) vs. Leixões
Jornada 1 - Djalo (Sporting) vs. Trofense
Jornada 1 - Hulk (Porto) vs. Belenenses


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18.6.09

Pela verdade desportiva... mas sem "novas tecnologias"!

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Para quem, como eu, acompanha com regularidade os canais temáticos de notícias, o assunto das “novas tecnologias” já tem o mesmo efeito daqueles agoniantes anuncios publicitários que apelam quase irresistivelmente a uma mudança de canal. Para que fique claro, sou favorável à introdução de todos os meios que auxiliem a decidir melhor e não concordo minimamente com os argumentos de que os erros devem fazer parte do jogo. É verdade que fazem, mas no que respeita à arbitragem, quanto menos, melhor. A questão é que toda a gente já percebeu que a FIFA, a médio prazo, não irá mais longe do que a bola com o ‘chip’, sendo absurdo estarmos a ser permanentemente bombardeados com o assunto como se isso fosse influenciar seja o que for.
Sobre o assunto da arbitragem, deixo 3 ideias para discussão. Não são muito maturadas, mas em “estado bruto” parecem-me o caminho certo e mais prático para realmente poder melhorar o jogo. O único aspecto que penso que não “atacam” é o do fora de jogo. Aqui ficam...


Apenas tempo útil – O tema pode ser introduzido com uma pergunta. Se o futebol fosse inventado hoje, como seria contabilizado o tempo? Não tenho dúvida que não teríamos 90 minutos corridos, mas sim um tempo útil com paragens do cronómetro. Tecnicamente, não há discussão possível. Faz-se em praticamente todos os desportos e a um nível bem mais amador do que as distritais do futebol e bastaria criar uma mesa, com cronómetro e um responsável, como acontece em tantos outros desportos. Esta medida simples acabaria, só, com todas as formas de anti-jogo ilícitas mas praticadas jogo após jogo. No futsal há anti-jogo? Claro que não!

Revisão do critério para o penalti – Uma vez disseram-me: e se não houvesse penalti? Se as faltas dentro da grande área fossem apenas faltas? Nunca tinha pensado nisso antes, mas de facto acho que a alteração seria mais benéfica do que prejudicial. Ainda assim, acho a medida demasiado radical, mas é um facto que grande parte das discussões de arbitragem residem em torno de faltas hipoteticamente cometidas em zonas laterais ou sem grande probabilidade de terem sido decisivas para impedir um golo. A questão é que 1 golo pode definir um jogo ou mesmo uma época e o penalti é demasiado importante, condicionando também o comportamento dos jogadores dentro da área, tornando-o pouco desportivo e demasiado em função do árbitro e das suas decisões. Nem me vou dar ao trabalho de concretizar a ideia, basta dizer que creio que seria totalmente benéfico rever o critério que actualmente existe para a marcação de grandes penalidades.

Árbitros jogadores – É uma questão de formação. O que mais me choca na arbitragem não são as decisões dos árbitros, mas os comentários daqueles que os foram no passado. Chocam-me porque revelam uma total ignorância sobre o que sentem os jogadores. Ora, o que define um bom árbitro não é saber as regras, isso qualquer pode saber, mas sim a interpretação das acções e, em particular, dos comportamentos dos jogadores. Quando ouço alguns comentários e penso na experiência que tive como jogador (ainda que a um nível longe de profissional), tenho a certeza de que nunca jogaram realmente o jogo e que não fazem ideia do que pensam ou sentem os jogadores quando em competição. A minha proposta passa por exigir que os árbitros em formação tenham sido praticantes durante um tempo mínimo, não sendo obviamente relevante o nível da competitivo, desde que ele exista.


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Sugestão de mercado: Sebastian Coates

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Há algumas semanas avancei como hipótese de termos o Nacional de Montevidéu como uma das surpresas da Copa Libertadores e há algum tempo que venho alertando para uma óptima geração de jogadores uruguaios a despontar. Pois bem, o Palmeiras é a mais recente vitima dos uruguaios, que já estão nas meias finais da mais importante competição de clubes do continente Sul Americano. Já tenho falado aqui de Lodeiro, mas há mais jogadores muito novos a aparecer neste clube. Um deles é o “patrão” da defesa e tem... 18 anos! Como qualquer aposta de futuro, teria algum risco, mas Sebastian Coates, não sendo um jogador feito, é seguramente um dos mais promissores defesas centrais da sua geração.

Para começar, importa referir que a afirmação precoce de Sebastian Coates passa muito pela sua invulgar estampa física. A importância do físico nos centrais é, de resto, um dos motivos que explicam ser tão raro um defesa central ser figura de proa numa idade tão tenra. Mas os quase 2 metros (1,96m) de Coates estão longe de ser o motivo de tanto entusiasmo em torno do jogador. É que Coates revela personalidade e uma leitura do jogo perfeitamente invulgar para a idade, permitindo-lhe antecipar muito bem os tempos de abordagem às jogadas, tornando-o quase sempre num jogador decisivo defensivamente e muito para além do jogo aéreo. A sua agilidade, para um jogador tão alto, é também assinalável. A Coates será agora importante aprender e assimilar conceitos tácticos mais próximos do que acontece na Europa, já que no Uruguai e na América do Sul a forma colectiva de defender é manifestamente diferente. Se essa evolução for boa, não tem como Coates não se tornar num dos mais fortes defesas centrais do futebol mundial.

O Nacional tem apenas 70% dos direitos de Coates que é hoje um jogador muito bem cotado, mas cujos 30% foram transaccionados, há 6 meses, por... 180 mil dólares! O mercado uruguaio é muito acessível, mas o problema é que o tempo deverá inflaccionar substancialmente o preço do jogador. A final da Libertadores é agora bastante provável e há ainda o Mundial de sub 20, onde, arrisco eu, tem grandes hipóteses de brilhar...



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17.6.09

Marcus Berg, o primeiro vencedor do Euro sub 21

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O Euro sub 21 começou sem grandes motivos de interesse. As grandes equipas, com talentos inegáveis, têm-se apresentado a um ritmo baixo e também não têm sido muitas as surpresas em termos individuais. Há muito ainda para jogar mas, claramente, para já o jogo que mais entusiasmou foi o que colocou frente a frente a selecção da casa, a Suécia, à Bielorrússia. Nessa partida emergiu também um nome, já grande candidato a melhor goleador da prova devido ao hat-trick conseguido, mas cuja qualidade vai muito para além dos golos marcados. Marcus Berg.

Berg é um goleador de 22 anos que deu nas vistas no Groningen da Holanda, marcando muitos golos e confirmando os indícios que já revelara quando fora contratado em 2007 ao Gotemburgo. Esse, aliás, terá sido um momento aparentemente iluminado para os responsáveis do clube holandês, que gastaram perto de 3 milhões de euros na jovem promessa. Agora, e particularmente depois desta estreia no Euro, Berg deverá sair mas por valores próximos dos 20 milhões.

O perfil de Berg fica completamente descrito pelo jogo que fez nesta estreia no Euro Sub21. Responsável principal na reviravolta, Berg mostrou a sua inteligência, quer na forma como se movimenta, quer nos timings de execução. Para que seja um jogador realmente temível importa, claro, a qualidade técnica. Aí, Berg tem a característica de muitos dos mais eficazes ponta de lança da história. Ou seja, a sua técnica é excelente mas apresenta-se totalmente ao serviço da eficácia. Os dribles são objectivos e apenas pontuais e os pormenores vêem-se sobretudo na forma como executa muitas vezes de primeira, quer assistindo, quer finalizando.

Vale a pena continuar Berg, até porque é provável que depressa constitua uma temível dupla com Ibrahimovic na selecção sueca...



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Sugestão de mercado: Maxi Moralez

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Recuemos 2 anos no tempo. Verão de 2007, jogava-se no Canadá o Mundial de sub 20, um torneio amplamente dominado pela Selecção Argentina, com a sua equipa de “baixinhos”. Sem Messi e agora liderada por “Kun” Aguero, a Argentina tinha ainda mais alguns pequenos “pibes” como Lautaro Acosta, Pablo Piatti, Damien Escudero, Mauro Zarate ou Maxi Moralez. Precisamente este último foi o principal destaque da equipa, logo a seguir a Aguero. Moralez foi o segundo melhor jogador do Mundial e o terceiro goleador da prova. O percurso de Moralez foi semelhante ao de Zarate, hoje estrela da Lazio. Optou por rumar a um campeonato onde abundam os dolares, no caso a Rússia. Hoje, Moralez está de regresso à Argentina a tentar levar o Velez à conquista do Clausura 2009, mas os seus dotes mantêm-se intactos e perfila-se, pelo menos aparentemente, como uma excelente oportunidade para este mercado.


Produto da famosa escola de formação do Racing, Moralez é um 10 de centro de gravidade baixo e grande habilidade técnica. Grande capacidade para sair do drible, visão e uma notável meia distância justificam não só uma excepcional capacidade de criação mas também uma frequência goleadora assinalável.

Do ponto de vista financeiro, Moralez tem a vantagem de ser ainda muito jovem (22 anos), mas não ser um nome do momento. Ou seja, hoje há outros jogadores mais jovens no futebol argentino, como Defederico, Pastore, Formica, Blanco ou Salvio que são mais atractivos para os nomes mais poderosos. Isto faz prever que o preço de Moralez seja hoje inferior. Aliás, ao que consta, o seu passe foi comprado ao FK Moscovo, em Janeiro, por 4 milhões de dólares.


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Gustaf Svensson!

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16.6.09

A vez de Jesus

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Há um ano assumi a discordância com o perfil escolhido pelo Benfica quando apontou para Quique Flores. Um ano mais tarde, o Benfica virou-se para Jorge Jesus, que tem, na minha opinião, características muito mais de acordo com aquilo que, não apenas o Benfica mas qualquer grande português, deve privilegiar na escolha do responsável técnico para o seu futebol. Também já aqui escrevi o que representava não continuar com Quique Flores que era, há um ano atrás, um “projecto” de 2 anos. Jesus tem qualidade e perfil para singrar no Benfica, mas também outros já o tiveram e por culpa da política do próprio clube não o conseguiram. Esse é o grande problema que Jesus terá pela frente.


Recordo quando, pouco depois de ter escolhido Quique, Rui Costa afirmou que o grande motivo pela opção por um estrangeiro tinha a ver com as condições de estabilidade externa, muito mais fáceis de criar com alguém vindo de fora. Tinha razão e a prova disso foi o prolongado estado de graça de Quique Flores e a forma como, exageradamente, foi elogiado nos primeiros meses da sua passagem por Portugal. A minha concordância com o argumento de Rui Costa é, de resto, tão grande que estou convencido de que Jesus não terá, nem de perto, nem de longe, tamanho tempo de estado de graça no Benfica.

Mas o problema do Benfica continua a ser o de parecer não ter confiança no seu próprio critério. Escolhe treinadores atrás de treinadores e com a mesma convicção que os elege, rapidamente desconfia desse mesmo acto. Nem seria preciso dizê-lo porque todos o sabemos, à luz do nosso próprio dia-a-dia. Quando dominamos um assunto, a nossa convicção não se desfaz ao primeiro revés, mas quando estamos apenas a “adivinhar”, rapidamente trocamos a nossa própria convicção. O que parece é que o Benfica está apenas a tentar “adivinhar” um treinador de sucesso e se esse objectivo não for imediatamente evidente, então rapidamente Jesus, como Quique, acabará por ser olhado com grande desconfiança.

Duas notas finais e importantes sobre esta escolha:
- Finalmente podemos enquadrar as contratações e opções de mercado num modelo de jogo.
- Com uma direcção demissionária e a poucas semanas de eleições, a contratação de um treinador é mais um acto de manifesto desrespeito pela democracia interna do Benfica. Algo que não só não fica nada bem ao grande clube em pleno século XXI e que, sobretudo, não o beneficia em nada...


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Sugestão de mercado: Bernardo

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Esta talvez seja a sugestão mais dispendiosa de todas aquelas que aqui já deixei. Talvez. Um investimento, no entanto, não tem como condicionante obrigatória, para ser bom, ter um preço acessível. O caso que merece, na minha opinião, grande atenção e um eventual esforço financeiro é Bernardo. Curiosamente aquele que se perfila como o grande beneficiário da vaga deixada por Ramires no Cruzeiro. Bernardo completou há menos de 1 mês 19 anos e tem como importante particularidade o facto de ser um prodígio não só dentro como fora do relvado. Não sei se é por ser, já, pai de 2 filhos, mas Bernardo junta dentro do campo ao inegável talento, uma ainda mais incomum maturidade.

Bernardo foi revelação na última Copa São Paulo de Futebol Júnior e nem sequer foi convocado para o Sul Americano sub 20 em Janeiro por ser de uma geração mais nova do que aquela que participou nesse torneio. Rapidamente se projectou o salto para a equipa principal o que, diga-se, não é fácil. A afirmação de Bernardo lembra em muito João Moutinho quando apareceu na primeira equipa do Sporting. Pela posição, pelas características como jogador e pela personalidade demonstrada. Não são jogadores iguais e o futebol onde surgiram também é diferente, mas esta talvez seja a melhor analogia que encontro para quem não conhece o jogador. Creio, aliás, que Bernardo possa crescer ainda mais rapidamente do que Moutinho.

Uma das vantagens em adquirir Bernardo nesta fase é que o “garoto” ainda não tem rótulo de “craque” no Brasil. O “timing” para um investimento pode ser, por tudo isto, único.




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Keirrison e outros bons momentos...

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- Os golos de Rossi (primeiro e segundo)
- A inspiração de
Kaká.
- Já agora, na segunda divisão do Brasil,
Adoniran.

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15.6.09

O modelo portista e a "não surpresa" do negócio Cissokho

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O Porto tem um modelo de gestão de risco. Gasta muito. Bem acima do que qualquer gestor sensato aconselharia para o nível de receitas garantidas que consegue. Boas jogadas de mercado sempre existiram na “era Pinto da Costa”, mas esta estratégia tão dependente do “jogo” das mais valia vem sendo mais declarada desde a ressaca das conquistas europeias de Mourinho. Através dela o Porto garante, não só o equilíbrio das suas contas, mas também um nível de investimento muito elevado, a milhas do Sporting e suficiente para bater o Benfica em várias contratações e sem que isso implique prejuízos avultados no final do ano. É por isso também que o Porto se mantém na “pole position” para cada campeonato que se inicia. Para além de uma gestão competente do ponto de vista desportivo, tem também a maior capacidade de investimento e, por via disso, normalmente o melhor plantel.


Para que tudo isto funcione é preciso, naturalmente, que o Porto faça bons negócios e o modelo poderá sofrer um grande abalo se em anos consecutivos tal não acontecer. É por isso que é fundamental que os jogadores brilhem fora do país, seja nas suas selecções, seja nas competições europeias. Se tal for garantido, haverá sempre a certeza de que grandes negócios acontecerão Verão após Verão. Negócios que nos deixariam boquiabertos, não fosse a frequência com que acontecem.

E assim chegamos ao mais recente caso, Cissokho. 15 milhões por um jogador que fez meia época no clube e ao mais alto nível é algo verdadeiramente invulgar e, não fosse o passado recente, surpreendente. No Porto espera-se ainda ver sair Bruno Alves e/ou Lisandro por preços muitíssimo elevados. Se fosse noutro clube diria que era impossível vender um central de 28 anos ou um avançado a 1 ano de findar o seu contrato por 10 milhões de euros. Como é no Porto, não duvido de nada. Espero pela “não surpresa”...


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A surpresa chilena no Toulon 2009

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Ano ímpar significa que não temos Europeu ou Mundial, mas antes um foco mais centrado nas competições jovens. O Mundial sub 20 será a mais interessantes das provas, começando um pouco mais lá para diante e hoje começa um Euro sub21 cheio de caras já muito conhecidas nos mais importantes palcos do futebol mundial. Antes de tudo isto, como espécie de aperitivo, o anual e tradicional torneio de Toulon que, este ano, teve o condão de reunir algumas equipas que ficarão de fora dessas 2 montras estivais. Chile, França, Argentina e Portugal e Holanda são presenças assíduas nos mais importantes torneios de sub 20 e sub 21, mas que este ano vão ficar de fora. A sua participação em Toulon foi, por isso uma oportunidade única para ver algumas figuras em ascensão no futebol destes países.
Merecedor de particular destaque esteve, algo surpreendentemente, o Chile que acabou por ser o vencedor desta prova. Aqui fica um olhar pessoal sobre alguns destaques individuais, centrados precisamente na equipa chilena...

Antes de destacar algumas individualidades da equipa campeã, deixo uma nota para algumas individualidades que, sem qualquer dúvida, se mostraram a um nível muito elevado. Na Holanda, nomes como Sarpong (Ajax) ou Erik Pieters (PSV) são já consagrados no seu país, mas foi Diego Biseswar (Feyenoord) quem mais destacou como elemento de qualidade acima da média. Numa Argentina muito (demasiado) jovem, Banega (Valencia) impôs-se como patrão e com uma qualidade absolutamente fantástica. Buonanotte (River) também foi figura de evidente destaque, não sendo também propriamente uma revelação do torneio. Finalmente, na Selecção francesa impressionou o poderio fisico. Havia vários nomes a destacar, pois qualidade não falta. Sem surpresa, Sakho (PSG), Obertan (Bordéus) e N’Gog (Liverpool) não passaram despercebidos...

Relativamente à equipa do Chile, aqui ficam os meus destaques, deixando a nota de que, ao contrário das equipas mais poderosas desta prova, todos estes jogadores são praticamente desconhecidos no mercado europeu e têm um preço muito baixo:

Cristopher Toselli (Guarda Redes, 20 anos, U.Catolica) – Foi sem dúvida um dos destaques da equipa vencedora, fazendo várias intervenções decisivas desde o primeiro jogo, contra Portugal. As minhas reticências sobre este jogador têm muito a ver com a altura que será provavelmente um obstáculo à sua ascensão até os mais altos patamares do futebol mundial.

Eugenio Mena (ala esquerdo, 20 anos, Santiago Wanderes) – Para mim é um nome a rever porque não tenho nem referências, nem conhecimento próprio deste jogador para além deste torneio. Jogou como, diria, falso defesa esquerdo, e foi absolutamente notável a qualidade técnica que demonstrou.

Eduardo Vargas (Extremo, 19 anos, Cobreloa) – Um dos destaques da equipa, pelos golos que marcou, quase todos eles fruto de diagonais a aparecer na cara do guarda redes. A questão será saber como se adaptará a um futebol diferente e a defesas que não dão tanto espaço nas suas costas.

Gerson Martinez (Avançado, 19 anos, San Luis) – Numa função semelhante à de Vargas, também surgiu como um dos goleadores, sempre com desmarcações na cara do guarda redes. Gostei bastante da sua qualidade técnica. Um nome a acompanhar.

Cristobal Jorquera (Médio ofensivo, 21 anos, Colo Colo) – Valdivia definiu como o seu sucessor no futebol chileno. Jorquera é um 10 criativo, muito forte tecnicamente e que revelou essas características com alguns passes e pormenores notáveis durante a prova.

Marcos Medel (Médio ofensivo, 19 anos, Audax Italiano) – Começou como suplente frente a Portugal, mas mal entrou fez sentir a qualidade técnica do seu futebol. O seu “perfume” ficou bem claro nos restantes jogos e sendo tão jovem é claramente merecedor de um olhar bem atento de quem deseja fazer bons negócios no futebol.


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12.6.09

O lado positivo do negócio Ronaldo...

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É uma transferência com impacto à escala mundial. Um tema incontornável, que não deixa nada igual daqui para a frente. O investimento milionário de Florentino Perez na contratação de Cristiano Ronaldo tem inúmeros pontos negativos. A começar pelo sinal que dá ao mundo do que é o futebol, mais do que um jogo e uma paixão, o futebol é um negócio, que se rege pelo dinheiro e não por todos os valores e ambições que o tornaram no fenómeno que é hoje. Para mim esta nunca será a realidade, mas é a conclusão que se pode tirar desta operação.
Mas será que o "negócio-Ronaldo" em particular e o "efeito-Florentino", em geral, não trazem nada de positivo para o futebol? Certamente que sim!


Interesse competitivo: Se até hoje parecia claro que as duas principais ligas do mundo eram fortemente dominadas por 2 super poderes, agora há mais expectativa e incerteza quanto ao equilíbrio de forças.

- Em Inglaterra, sem Ronaldo, o United perde a sua principal unidade. Será esta a oportunidade de Chelsea, Arsenal e Liverpool para finalmente quebrar uma hegemonia que apenas Mourinho conseguiu contrariar? Muito provavelmente.

- Em Espanha, o Barcelona pode ter ganho um adversário mais à altura do seu poderio. Talvez e não com a maior das probabilidades. É que ao Real faltará, venha ainda quem vier, fazer uma equipa das estrelas que está a juntar e, não menos importante, o próprio “Barça” ganhará nova motivação para se reafirmar internamente. Nem será preciso recorrer a vídeos!

- Na Europa, a balança do poder também será abalada. Florentino mexeu com o mercado. “Roubou” Ronaldo e Kaká a United e Milan e estes terão agora de tratar de substituir estas peças, seja com soluções internas, seja com o recurso ao mercado. São, para já, 3 crónicos candidatos à vitória na Champions que vêem a sua estrutura abalada. A incerteza é forçosamente maior.

Ronaldo: Depois da Bola de Ouro em 2008, Ronaldo parecia ter como principal ambição esta transferência. É uma ambição pouco lógica para quem ganha tanto dinheiro e este poderá ser um presente envenenado para Ronaldo, que tem ainda muitos anos de carreira pela frente. É um desafio enorme à capacidade de motivação do jogador. Ronaldo será sempre um grande craque dos tempos actuais, mas a barreira, para quem chegou tão alto tão cedo, deveria chegar à elite dos melhores de todos os tempos e não à elite dos mais bem pagos... E agora, Ronaldo?!

Real Madrid: Duvido que alguém, não madrilista, passe a simpatizar mais com os “merengues” com o ressurgir desta versão capitalista. Não conheço nenhum herói que se faça valer pelo capital para atingir os seus fins, e, por outro lado, há vários vilões com essa característica. O Real passará a ser cada vez mais uma equipa a abater, criando mais emoção e mais sentimento em seu redor.

Um “fundo” a crise do futebol: Como combate à crise, governos injectaram investimento. Por o dinheiro a circular é fundamental para relançar a economia. No futebol também é assim e a economia da indústria tem a ganhar com tanto dinheiro injectado no mercado. Se os milhões pagos pelo Real forem reinvestidos pelos clubes que os receberam, haverá mais liquidez nos clubes e, pode dizer-se, o efeito de Florentino será em muito semelhante ao dos fundos que os governos investiram na economia global.

Pelligrini: Treinar o Real é, em qualquer circunstância, um motivo de pressão. Desta vez, porém, Pelligrini já deve estar a suar antes mesmo do primeiro treino. O peso sobre os seus ombros é enorme e é em torno do ex-treinador do Villareal que girará agora grande parte do sucesso deste plano de milhões. Uma coisa é contratar craques, outra é construir uma super equipa. Confesso desde já que não estou a antever facilidades. Pelo próprio atraso do Real em relação à concorrência e pelo perfil do técnico escolhido - em particular, alguma limitação táctica que, pelo menos até agora, tem transparecido...


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Sugestão de mercado: Diego Tardelli

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Foi um dos destaques do inicio de temporada no Brasil. Ao serviço do Atlético Mineiro, e nos campeonatos estaduais, Tardelli foi um dos mais regulares goleadores do país. Este dado deve ser olhado com alguma cautela, pois o campeonato Mineiro é um dos mais desequilibrados estaduais do futebol brasileiro. Ainda assim poderá ser suficiente para relançar no mercado um jogador que tem valor e potencial bem acima dos valores por que foi transaccionado para o clube de Belo Horizonte. O interesse de Tardelli passa muito pelo preço que este poderá ter, tendo um potencial que me parece inegável, desde que devidamente enquadrado.

Começando por traçar o perfil. Tardelli foi formado no São Paulo e esteve na Selecção brasileira no Mundial de sub-20, em 2005, tendo completado há pouco tempo 24 anos. Desde esse tempo para cá, Tardelli dificuldades para se impor em Flamengo, PSV e São Paulo, com diversos motivos a poderem ser apontados para o sucedido. Trata-se de um avançado móvel, que gosta de trabalhar as jogadas fora da área, onde é forte no 1x1, mas que também tem boa capacidade de finalização na área. O ideal é integrar um ataque de 2 avançados que promova a mobilidade. O seu ponto fraco é alguma dificuldade para se impor no jogo aéreo.

O Flamengo vendeu 50% do passe ao Atlético Mineiro por menos de 1 milhão de euros. Resta saber o que pede agora o “Galo” mineiro...


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10.6.09

Segue a saga Queiroziana...

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Acho que é a primeira vez desde que escrevo neste espaço que sou tantas vezes e tão repetidamente critico em relação a um personagem. Primeiro, porque é raro ter uma opinião sucessivamente negativa sobre as decisões de seja quem for, depois porque nos casos em que tal isso acontece os protagonistas dificilmente ocupam cargos dignos de análises repetidas neste espaço. De facto, lamento voltar a ser maioritariamente critico em relação às apreciações sobre as decisões de Queiroz antes deste último jogo de preparação da temporada, mas efectivamente, não pode ser de outra maneira...


Trocar prioridades e perder oportunidades
Novo jogo de preparação, uma raridade ao nível de Selecções, como é sabido por todos e amplamente reforçado pelo próprio Queiroz. Novamente, no entanto, o foco do seleccionador passa por testar soluções individuais em vez de procurar reunir aqueles com quem mais conta para os jogos decisivos que há ainda pela frente e com eles trabalhar e rotinar processos de jogo que, notoriamente, não têm a qualidade desejada.

Queiroz vai distribuir prémios, simpáticos sem dúvida, a jogadores que têm trabalhado bem mas cuja qualidade, mais do que seguramente, nunca os irá permitir ser opção para os encontros que realmente contam na Selecção. Que Queiroz analise e avalie todos os jogadores durante o tempo em que estão ao nível de clubes – e hoje há mais do que elementos suficientes para uma avaliação detalhada – parece-me bem. Obviamente. O problema é ter que “queimar” treinos e jogos para “castings” individuais, quando há tanto para trabalhar no plano colectivo.

As opções individuais, da baliza aos avançados
Partindo para as discussões sobre escolhas individuais, confesso que é neste momento de todo imperceptível qual é o critério de Queiroz. Começou por anúnciar que só seriam opção os que jogassem nos clubes e nas respectivas posições. A verdade é que adaptou Duda, manteve Deco quando não é opção no Chelsea há várias semanas e não deu oportunidades a outros jogadores de qualidade inegável mas que também não vêm sendo utilizados nos seus clubes. Os destaques mais recentes são as opções para a baliza e para avançados.

Na baliza o caso chega mesmo a ser anedótico. Primeiro, deve ser quase único uma convocatória para tão pouco tempo de trabalho e tão poucos jogos em que estejam presentes 4 guarda redes. O verdadeiro “non-sense” da situação acontece quando Queiroz afirma que não há dúvidas sobre quem é o titular da baliza, acrescentando a esta incoerência óbvia um tom de indignação misturado com insultos à inteligência de quem questiona a situação.

Na frente de ataque, para além do caso de desajuste táctico de Hugo Almeida ao perfil de jogo da Selecção, há ainda o caso de Edinho. O ex-Setúbal teve uma utilização não superior a Nuno Gomes e a Postiga, mas no AEK de Atenas. Se juntarmos as diferenças de qualidade e, sobretudo, perfil entre Edinho e os outros 2, então fica totalmente imperceptível a razão desta escolha.



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Sugestão de mercado: Alex Silva

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As sugestões que tenho vindo a fazer não têm como único critério a qualidade. Os melhores todos sabemos quem são e, por serem tão óbvios, são também inacessíveis do ponto de vista financeiro. O caso de Alex Silva era até há bem pouco tempo um desses casos. O ex-central do São Paulo e irmão do Luisão há alguns anos a esta parte visto como um dos melhores centrais do futebol brasileiro, sendo igualmente jovem e, por isso, muito caro. Depois das Olimpíadas de Pequim, onde esteve a representar o Brasil, Alex Silva mudou-se para Hamburgo, por 13 milhões de euros. Após uma primeira época complicada no futebol europeu, o futuro de Alex parece agora não ser totalmente certo, podendo abrir-se uma oportunidade para poder “caçar” um valor jovem e indiscutível, a um preço em conta...

Para quem não conhece, Alex Silva é um central que tem, em termos de atributos técnicos e físicos, tudo o que é preciso para ser um fora de série. De estatura elevada e mais ágil do que o seu irmão Luisão, Alex Silva tem também óptimos recursos técnicos. Aliás, essa qualidade levou a que Martin Jol o tivesse colocado por diversas vezes à frente da defesa. Esta adaptação terá possivelmente, e em conjunto com as dificuldades de adaptação e as lesões, contribuindo para uma estreia pouco fulgurante no futebol europeu. A Alex poderá faltar alguma adaptação e enquadramento, mas será sem dúvida um excelente valor, ainda com 24 anos.

A dúvida sobre o futuro de Alex Silva tem sido levantada nos tempos mais recentes no Brasil, com o Fluminense supostamente interessado em adquirir o jogador, por empréstimo. O próprio Alex afirmou que pretendia regressar ao futebol brasileiro. Uma das coisas mais difíceis de compreender, pelo menos para mim, nestas coisas de mercado é como é que clubes brasileiros, com orçamentos manifestamente inferiores aos europeus conseguem o concurso de certos jogadores. Uma das explicações será, forçosamente, a vontade dos próprios jogadores, mas aqui Portugal poderá ter uma vantagem grande já que é um país culturalmente muito próximo do Brasil e, em termos de futebol, com a vantagem de estar presente nas competições europeias de clubes. Resta, pois, estar atento às oportunidades e fazer valer os trunfos quando se tal se proporcionar...

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9.6.09

A demissão egocêntrica

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No mesmo dia em que se confirmou o mais do que anunciado divórcio entre o Benfica e Quique Flores, chegou a notícia de uma outra demissão. Não fossem os rumores que já corriam na imprensa, até se podia imaginar ser este um acto de solidariedade com o treinador espanhol, afinal, aposta forte desta direcção há um ano atrás. A realidade, porém, é que a demissão em bloco da direcção encarnada não passa de um mero golpe de estratégia política, tal como foi confirmado pelo próprio Manuel Vilarinho, poucas horas depois de ter aceite o pedido de Luis Filipe Vieira. A pergunta que fica, obviamente, é até que ponto os interesses dos sócios e do próprio clube foram esquecidos pelo agora demissionário Presidente nesta sua manobra pelo poder?

É óbvio que Outubro não é o ‘timing’ ideal para um processo eleitoral de um clube. Todos o reconhecem e não é a simples antecipação dessa data que merece contestação. O problema é que um processo eleitoral deve servir também para se debater o momento interno do clube, para se discutirem alternativas e escolher rumos.

O que tenta fazer Vieira com esta tomada de decisão é, manifestamente, ir contra todos estes propósitos positivos que um processo eleitoral pode e deve ter. Se o objectivo era meramente conseguir uma data mais feliz para os interesses do clube, Vieira devia tê-lo decidido pelo menos 1 mês antes. Não foi isso que foi feito, e não será por acaso. Vieira optou por tentar trabalhar este desfecho fora das atenções de todos com um objectivo estratégico que visa retirar margem de manobra à oposição que é assim apanhada de surpresa e que seguramente terá menos margem de manobra para se constituir como alternativa ao actual Presidente.


Não se trata aqui de fazer uma avaliação do mandato de Vieira à frente do clube da Luz, mas a verdade é que este é um golpe baixo de alguém que deveria, em primeiro lugar, zelar pelos interesses dos sócios e não limitar-se a definir a melhor estratégia para chegar ao poder. É uma constatação óbvia e nem é preciso falar da mais do que evidente tentativa de retirar Veiga da jogada. Curiosamente, quem mais poderá tirar partido deste acto egoísta é o próprio ex-empresário, restando saber se terá a astúcia para o fazer...


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Sugestão de mercado: Madson

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Este será um dos médios em maior ascensão no futebol brasileiro. Madson é um canhoto de 24 anos que se destacou na segunda metade do Brasileirão 2008 num Vasco da Gama em queda rumo à segunda divisão. As suas exibições, no entanto, valeram o interesse do Santos que, neste inicio de temporada, não podia estar mais satisfeito com o rendimento do jogador.

Madson é um baixinho (menos de 1,60m) explosivo e extremamente combativo que tem muita facilidade em desequilibrar no último terço, seja pela capacidade técnica, seja pela veia goleadora e boa capacidade de definição do seu pé esquerdo.
Pode jogar como extremo, num 4-3-3, mas penso que terá mais utilidade como médio interior num 4-4-2 losango ou ala num 4-4-2 clássico. Naturalmente que a sua adaptação ao futebol europeu não seria imediata, mas não tenho dúvidas que tem tudo para o conseguir. Em particular, Madson tem essa particularidade de ser um jogador muito trabalhador e que não se limita a esperar pela bola.

O momento para a aquisição deste jogador pode ser bom ou mau, consoante a disponibilidade do Santos, mas se Madson é hoje um elemento fundamental do “Peixe”, também é verdade que não tem ainda a reputação de outros jogadores e, por isso, poderá estar ainda longe de ser um jogador caro para o potencial que se lhe reconhece..


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8.6.09

Albânia - Portugal: Mesmo a ganhar, o desespero contínua!

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Um pequeno milagre saiu da cabeça de Bruno Alves e resgatou Portugal de mais um resultado embaraçoso nesta desastrosa fase de apuramento. Dizer-se que este era um jogo de “tudo ou nada” é errado. Errado porque com a vitória Portugal não está minimamente do perto do “tudo” e porque mesmo que não tivesse ganho, não ficaria ainda, definitivamente, com “nada”. Tudo porque, minutos antes em lugar bem distante, a Dinamarca dava um passo que, esse sim, a coloca com praticamente “tudo” no que respeita ao primeiro lugar.

Enfim, esta foi uma vitória que, embora importante, teve o condão de voltar a evidenciar os problemas de uma Selecção que tem um rendimento muito aquém do que era possível e exigível. Algo que não pode continuar a ser negligenciado com uma fuga para a frente porque, mesmo que Portugal afirme a sua maior valia e se consiga apurar, com esta filosofia acabará, seguramente, por nunca encontrar o melhor rendimento...


Determinação individual e incapacidade colectiva
Há pessoas que teimam em levar os problemas do rendimento da Selecção para uma questão de atitude individual. Pode (e terá seguramente acontecido no passado) ser o caso de um jogo ou outro, mas não é esse o problema de fundo. Estes jogadores são quem mais ganha com a participação numa fase final de um Mundial e são eles os maiores interessados em garantir o apuramento. Isso foi bastante visível neste jogo, onde se sentiu sempre uma grande vontade individual dos jogadores, mas em que também ficou por demais evidente a dificuldade de Portugal levar a melhor sobre uma Albânia que manteve uma estratégia de jogo muito defensiva, mas completamente legitima, e que com ela conseguiu sempre ser mais forte do ponto de vista colectivo, acabando por, com o tempo, neutralizar a tal vontade individual e afastar Portugal do golo.

Os problemas...
Em contraste com a determinação, houve do ponto de vista individual uma normal e absolutamente compreensível ansiedade que aumentou com o tempo. Para além deste problema circunstancial e psicológico, Portugal teve outros, colectivos, tácticos e, esses sim, mais graves.

Em primeiro lugar, falar das opções de Queiroz. É óbvio que Pepe no meio campo foi prejudicial, não colhendo sequer o argumento da estatura para um jogo em que o domínio territorial era um dado adquirido. Pepe fazia, naturalmente todo o sentido como central, neste jogo mais do que nunca, por ser um jogador muito rápido a recuperar e por Portugal ser obrigado a jogar com espaço nas costas. Ainda assim, se a ideia for fazer desta uma estrutura permanente, então não posso ser muito critico, já que entendo que é importante voltar a uma aposta mais contínua. Questionável é ainda a utilização de Hugo Almeida, mantendo a ideia que não tem o perfil ideal para o jogo da Selecção, que retira mobilidade ao ataque, que não potencia o melhor de Cristiano Ronaldo e que há outras soluções mais válidas que estão a ser negligenciadas por Queiroz. O caso mais disparatado, no entanto, é Boa Morte. Só Queiroz poderá explicar o que pretendia com Boa Morte, mas a sua utilização neste jogo em particular tinha tudo para correr mal. Boa Morte é um jogador que se distingue dos outros extremos portugueses pela maior capacidade de choque e combatividade, e por uma maior verticalidade ofensiva. Num jogo em que o espaço seria, mais do que previsivelmente, encurtado pelos albaneses, que sentido faz a sua utilização?!

Se as opções não facilitaram a tarefa e se o momento de Deco também não ajuda uma equipa que se movimenta muito em função da capacidade criativa do “mágico”, há outros princípios que não foram respeitados e que merecem uma critica feroz. O que ficou sempre notório no jogo foi que a Albânia conseguiu sempre ter superioridade numérica nas diversas zonas onde a bola entrou. Portugal não pode estar dependente, por muito talentosos e criativos que sejam os seus jogadores, de situações de 1x2 ou 1x3 em pouco espaço. Foi quase sempre assim durante o jogo, destacando-se os momentos em que a bola entrou nas zonas laterais e onde houve sempre poucas soluções criadas ao portador da bola.

Nota para os golos. No primeiro, Bosingwa consegue levar a melhor num 1x1 e só consegue algum espaço para o fazer porque Ronaldo acabou por atrair os adversários para compensar um possível drible, acabando por libertar depois no lateral. No golo da Albânia, aconteceu precisamente o que Portugal nunca conseguiu no ataque. Ou seja, 2x2 na ala com muito espaço entre os jogadores nessa zona e os restantes defensores. A Albânia aproveitou, criou a situação de cruzamento e depois tirou partido da pouca aptidão de Duda no jogo aéreo, quando até tinha um posicionamento correcto, ganhando a frente do lance. Finalmente, no golo decisivo, nota para a mais do que reconhecida capacidade aérea de Bruno Alves. É um jogador praticamente imbatível quando tem tempo para ler a trajectória da bola, impondo-se pela estatura, tempo e capacidade de impulsão. Não é, no entanto, tão forte em cruzamentos tensos, por não ser particularmente rápido e ágil a reagir. O facto do cruzamento ter sido largo foi, por isso, fundamental.

“São Bruno Alves”... de novo!
O que dizer do momento deste jogador?! Foi considerado por muitos o melhor do campeonato e, se em termos técnicos tal eleição pode ser muito questionável, a verdade é que o seu impacto como líder foi enorme ao longo da época. Destaquei aqui a sua “palestra” para os adeptos no final do jogo da Figueira da Foz como o momento da época portista e, agora na Selecção, volta a ser decisivo no campo mas também fora dele. Saiu abraçado a Queiroz e se devia ser o treinador a ter a capacidade para motivar as “tropas” nos momentos difíceis, talvez Bruno Alves tenha conseguido aqui mais um momento marcante e uma prova do seu crescimento como líder...


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Sugestão de mercado: Nicolás Lodeiro

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Para quem vem acompanhando este blog ao longo desta época, esta (primeira de algumas que irei fazer) sugestão não será novidade. Nicolás Lodeiro foi uma das revelações do último torneio Sul Americano de Sub 20. De lá para cá, Lodeiro confirmou em absoluto as indicações deixadas, mas ao serviço do Nacional de Montevideo, sendo inclusive, uma das figuras da equipa na excelente carreira que vem fazendo na Copa Libertadores.

Lodeiro é um médio de baixa estatura, forte tecnicamente e com uma excelente leitura dos espaços, o que justifica a sua capacidade goleadora.
Isso e a excelente capacidade para definir, com o seu pé esquerdo a ser uma arma até para a meia distância. Actualmente vem jogando como ala esquerdo num 4-4-2 clássico onde aparece muito sobre a zona central e junto dos avançados. A sua evolução deverá ser como interior ou 10. Outro aspecto a destacar é a capacidade de trabalho e sacrifício defensivo, o que é importante para alguém que pretende afirmar-se no contexto do futebol europeu.

Quanto pode custar Lodeiro? Não tenho a certeza, mas seguramente muitíssimo mais do que há 6 meses e provavelmente substancialmente menos do que dentro de 2 meses. É que Lodeiro irá participar no Mundial de sub 20, onde ele e a sua selecção têm fortes hipóteses de fazer figura. Creio que valores a rondar os 2-3 milhões de euros serão muito bons para o futebol uruguaio nesta altura e, se tal for o caso, este parece-me um jogador merecedor desse investimento, dada a idade, 20 anos, e o potencial que se lhe reconhece.




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5.6.09

Selecção: Recordar a última caminhada para o... sofá!

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A situação chegou a um ponto em que até fazer contas é nesta altura absolutamente inútil. Sabe-se que a qualificação está muito difícil, mas que é ainda possível. O problema é que a distância é ainda tanta que são variadíssimos os cenários possíveis e igualmente prováveis. Uma coisa é certa, nesta altura Portugal tem de ganhar todos os seus jogos. Não pode falhar mais e, nesse aspecto, toda a pressão está do lado de Portugal, começando já na Albânia.

O objectivo não é agoirar, mas se me parece repetitivo voltar a abordar as opções de Queiroz, talvez seja nesta fase mais interessante recordar o último falhanço português em matéria de fases de apuramento.


Olhando para a História da Selecção, é desde logo um bom sinal dizer que estes acontecimentos já se passaram há mais de 10 anos. Portugal vinha da estreia da “geração de ouro” em fases finais de grandes competições ao nível sénior. Em Inglaterra, em 1996, numa experiência algo frustrante por ter terminado com um inesperado chapéu de Poborsky, mas que abriu esperança pela boa prestação de uma equipa talentosa e inexperiente. Tal como hoje, Portugal vinha de uma eliminação nos quartos de final de um Europeu e, tal como hoje, houve uma mudança no comando técnico na transição para o apuramento rumo ao Mundial. O contestado Artur Jorge sucedia a António Oliveira.

As coincidências são muitas nesse trajecto com aquele a que agora assistimos. Nos 3 primeiros jogos ficou logo claro que algo iria correr mal. Empate evitável contra a Arménia (desta vez foi com a Albânia) e derrota contra o, teoricamente, segundo mais forte adversário, na altura Ucrânia, como hoje a Dinamarca. Há mais coincidências. Portugal empatou os 2 jogos com o mais forte rival (Alemanha), tal como agora aconteceu com a Suécia. Se dermos continuidade a esta analogia sob um prima algo pessimista, podemos encaixar este desafio e momento com o empate na altura deixado na Irlanda do Norte. Esperemos que não!

O resto é conhecido de todos. Portugal colocou-se numa situação de tal forma complicada que se viu obrigada a vencer na Alemanha para garantir dependência de si próprio. O “incidente Batta” marcou a história desse jogo e o empate, à partida positivo, acabou por colocar Portugal a necessitar de um milagre no último dia do apuramento. Como a Alemanha bateu a Albania e a Ucrânia venceu na Arménia, de nada valeu a vitória em casa com a Irlanda do Norte. Ficamos sem apuramento e sem Playoff e resignados ao... sofá.

Para ver:
-
Recordação do incidente com Marc Batta
- A jogada de João Pinto frente à Alemanha


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Showboat!

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4.6.09

Eleições Sporting: O perfil de liderança dos candidatos

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Um processo eleitoral pressupõe ideias e ideais, equipas e projectos. Tudo isto é importante, mas de pouco ou nada servirá se o líder não estiver à altura do desafio. A avaliação do carácter e capacidade de liderança dos candidatos é, por isso, o mais importante dos exercícios que, neste caso, os sócios do Sporting terão pela frente quando forem decidir em quem votar. Nesse aspecto proponho um exercício de “colagem” do perfil que cada um dos candidatos deixou nas várias entrevistas dadas publicamente aos estilos definidos pelo grande “guru” da inteligência emocional, Daniel Goleman, no livro “Os novos líderes, a inteligência emocional nas organizações”.


José Eduardo Bettencourt, o líder “relacional” – Diz Goleman que o “líder relacional” se caracteriza pela importância que dá às relações com as pessoas da sua equipa e, em particular, às emoções. Este tipo de liderança consegue normalmente resultados positivos pela confiança e cumplicidade criadas entre os membros da equipa e parece aproveitar os momentos positivos para gerar laços de união, úteis quando a pressão aumenta.
Bettencourt apresenta várias características que se enquadram neste tipo de liderança. A exigência de ter na sua equipa elementos com os quais tem bom relacionamento, a valorização e descrição das suas próprias emoções no processo de decisão e, num outro tempo, a facilidade com que se relacionou com os adeptos em momentos de maior emoção justificam o encaixe neste perfil.
Goleman define este tipo de líderes como um dos mais eficazes, mas alerta também para a necessidade de não se refugiar demasiado no relacionamento e que isso pode fazer perder o ênfase nos objectivos práticos da equipa. Muitos dos mais eficazes líderes têm por base um estilo relacional, mas conseguem complementá-lo nos momentos próprios com uma abordagem mais “visionária”, ou seja, definindo rumos, objectivos e avaliando objectivamente o desempenho dos membros da sua equipa. O desafio de Bettencourt está, por isso, identificado e passa por dar ao seu perfil “relacional”, uma complementaridade “visionária”....

Paulo Pereira Cristovão, o líder “dirigista” – Este não é o melhor dos balanços da performance do candidato. Segundo Goleman, o líder "dirigista” é caracterizado pela forma como gosta de impor as suas ideias aos seus subordinados, sem que seja para ele uma preocupação que essas ideias sejam aceites ou compreendidas, apenas que sejam executadas. Em vez de delegar, este tipo de líder gosta de ser o centro de todas as decisões. Este é um tipo de liderança que pode ter utilidade, ainda que normalmente apenas no curto prazo, em situações de crise profunda ou, no caso do futebol, pontualmente em situações de grande “stress”, por exemplo durante os jogos. Não deixa de ser uma curiosidade que Cristovão tenha no seu discurso tentado passar uma visão de um Sporting em estado de crise total, como que enquadrando a situação ao seu perfil.
Os indícios do estilo “dirigista” de Cristovão são mais do que evidentes. Tomar decisões sobre os jogadores que farão parte do plantel (concretamente Stojkovic) ou impor estilos de jogo que ele pensa serem os melhores (diz que o Sporting tem de jogar com extremos) são decisões que não devem passar pelo Presidente mas sim pelo treinador. Depois, há no seu discurso uma intenção de impor regras rígidas e sem paralelo aos jogadores. Ouviu-se falar, por exemplo, num horário de trabalho para os jogadores, algo que não só não deverá ser aceite de bom grado por parte dos jogadores, como é totalmente desadequado da realidade do mundo do futebol. E aqui passo para o ponto seguinte...
Se o estilo “dirigista” não é aconselhável sobretudo para um Presidente, muito menos o será se, como é o caso, este não domina as áreas onde insiste em intervir, como é o caso do futebol. A escolha de Eriksson, com um perfil desfasado do momento do próprio Sporting, é sintomático, assim como o é a forma como parece não compreender a realidade dos profissionais de futebol, completamente distinta de um empregado de uma empresa convencional. Juntar “dirigismo” a falta de conhecimento técnico pode ser uma combinação explosiva, com resultados desastrosos. Cabe a Cristovão ter a capacidade de corrigir e não confirmar os indícios que tem deixado neste aspecto em particular.


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