25.6.09

A substituição de Del Bosque: 2 questões...

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A diferença entre a qualidade de Espanha e Estados Unidos não se discute, mas as competições a eliminar têm esta característica de tornar tudo mais imprevisível e totalmente dependente da inspiração que se possa, ou não, ter num só jogo. Entre os vários momentos do jogo, houve 1 que me pareceu particularmente importante e que julgo ser merecedor de reflexão. A Espanha entrara bem na segunda parte e a sua pressão era intensa, com algumas situações a serem criadas. O tempo, no entanto, ia passando com o 1-0 desfavorável a permanecer. Del Bosque resolveu mexer ao minuto 68, retirando Fabregas, particularmente activo nos últimos minutos, e colocando Cazorla, com o propósito de abrir mais o jogo ofensivo espanhol. 2 perguntas sobre esta opção:

O treinador em desvantagem tem sempre de mexer?
Se eu fosse treinador e a minha equipa estivesse a ganhar mas a passar por dificuldades eu, mais do que mexer na minha própria equipa, provavelmente, gostaria de mexer no adversário. Fosse por onde fosse. É algo que é muito comum ver, mas acho que o ‘timing’ da substituição foi totalmente errado por parte de Del Bosque. Não só cortou o momento positivo da equipa como ainda mexeu numa das pedras que havia estado nos últimos lances ofensivos. Não digo que tenha sido só por isso, mas a verdade é que a partir daí, a Espanha não mais foi a mesma.


Para atacar melhor é preciso ter uma estrutura mais larga?
Foi uma substituição aparentemente lógica. Colocar um ala no lugar de um médio mais interior, abrindo o “xadrez” de Del Bosque. Qualquer adepto afirma com convicção que essa é a opção certa para se atacar melhor. O problema é que futebol não é xadrez e se é necessário que a equipa que ataca use a maior área possível de campo, também é verdade que dispor as “peças” desde logo com um posicionamento muito largo, afasta também os jogadores, diminuindo as soluções de passe e facilitando a tarefa de quem defende. Ou seja, a estrutura por si só não garante nada e o ideal é ter mobilidade para poder ser mais imprevisível.
No caso, a Espanha estava a conseguir alguns desequilíbrios com o aparecimento de Sérgio Ramos, no espaço libertado pelos movimentos interiores de Fabregas. Com Cazorla isso deixou de acontecer.

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