30.1.12

Feirense - Benfica: opinião e estatística

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- Antes de ir ao jogo propriamente dito, acho interessante comentar a situação da tabela classificativa. O Benfica tinha duas vantagens, que garantiu na primeira metade do campeonato: 2 pontos de avanço e a perspectiva de disputar em casa o jogo que se adivinha com maior potencial decisivo. Quanto à segunda vantagem, não há muito a acrescentar para além do óbvio, mas parece haver mais importância na liderança do que a mera diferença pontual. Ano após ano e de país para país parece verificar-se uma tendência para que as equipas que vão atrás tenham mais dificuldade em reagir às adversidades. Um problema de confiança, seguramente, mas todos sabemos como a confiança pode ser tudo no futebol (e o Benfica de Jesus que o diga!). Não é uma verdade absoluta, obviamente, mas será uma tendência geral, que explica, por exemplo, porque é que 24 dos últimos 30 campeões já lideravam ao fim de apenas 1/3 do campeonato, quando esse não parece ser um período suficientemente longo para que o factor aleatório tenha sido isolado. Seja como for, esta jornada tivemos um passo potencialmente decisivo para a definição do campeonato, onde a reacção à adversidade dos dois primeiros foi totalmente distinta. Neste mesmo sentido, o Feirense poderá vir a ser uma equipa chave na corrida ao título, não tanto por este jogo, mas pelo facto de ter sido inesperadamente frente a este adversário que o Porto perdeu a sua vantagem na fase inicial da prova.

- A perspectiva de um jogo algo diferente do habitual, confirmou-se. O Feirense forçou o Benfica a disputar um jogo de futebol muito verticalizado e pouco tempo para pensar. A resposta do Benfica foi sempre boa, mas demorou até que a equipa conseguisse realmente dominar o jogo. Acabou por fazê-lo com a evolução do tempo, havendo também a coincidência de isso ter acontecido após a passagem de Rodrigo para uma zona mais central, com Witsel a ocupar uma posição mais descaída para a direita, sobretudo em situação defensiva. Esta organização criou alguns problemas de controlo a Maxi (frequentemente o ajustamento posicional de Witsel não chegava a tempo de bloquear o corredor), mas a verdade é que o Benfica pareceu ganhar com a mudança, sobretudo pela maior presença de Rodrigo em zona central e pela amplitude de acção de Witsel, que libertou Aimar. Já contra o Marítimo, o Benfica se dera bem com a alteração, e embora não seja liquido que tal tenha sempre um efeito positivo (nomeadamente, porque aumenta o risco de perda em posse), a verdade é que tem tido precisamente esse efeito.

- Recentemente, destaquei o papel importante da abordagem do Benfica ao mercado, com muito investimento, mas com apostas muito certeiras. Hoje, e neste jogo em particular, quero realçar outro ponto importante na construção do plantel e nas opções do treinador. É que, provavelmente como poucos, Jesus sabe bem que jogadores quer para a sua equipa. Por exemplo, a estatura é essencial em pelo menos 4 unidades da sua equipa. O guarda redes, os centrais e o pivot são sempre altos nas equipas de Jesus, e quando não são passam a ser (no caso da dispensa de Quim, por exemplo, parece ter sido decisivo). Do mesmo modo, um dos avançados tem tendencialmente essa característica, sendo que para esta posição o treinador confia naquilo que o faz ganhar, os golos. Por isso, Cardozo é discutível para quase todos, mas não para Jesus. Estas prioridades do treinador conferem ao Benfica uma grande adaptabilidade, nomeadamente sendo capaz de responder de forma muito forte num jogo com estas características. Obviamente, não quer isto dizer que todos os treinadores e todas as equipas devam repetir a fórmula (mais uma vez a importância da especificidade...), mas parece-me indiscutível a utilidade de se saber o que se quer, fazendo convergir as características individuais para os objectivos colectivos. Ainda no capítulo individual, destaque para Rodrigo, Cardozo (grande jogo, de utilidade cirúrgica para aquilo que foi o jogo) e Artur. O guarda redes merece aqui uma referência especial, porque não foi pelo que Artur defendeu que foi importante, mas pelas suas reposições, nomeadamente com os pés. Esse é outro ponto onde o Benfica evoluiu nesta época, e duvido que de agora em diante Jesus passe também a não dispensar um bom jogo de pés nos seus guarda redes...

- Nota, finalmente, para algumas dinâmicas colectivas do Benfica. Na saída em construção, o Feirense tentou forçar o pontapé longo de Artur, mas o guarda redes forçou até ao limite a saída em posse, normalmente por Garay, e muitas vezes com um passe praticamente paralelo à linha final. A opção pelo argentino é intencional, porque é o jogador com maior qualidade de passe nos elementos mais recuados, e mesmo que a saída curta do guarda redes não tenha tido como consequência constante a progressão em apoio (várias vezes não teve), sempre que o Benfica tentou a construção longa conseguiu criar muitas dificuldades de controlo ao Feirense, tendo Cardozo um papel essencial como referência para o jogo directo. Outra dinâmica em evidência e que causou dificuldades ao Feirense, aconteceu em situações de progressão mais apoiada, com a bola a ter como destino quase constante o corredor oposto àquele onde a jogada havia começado. Aqui, o Benfica aproveita a mobilidade de Aimar e a boa abertura da sua estrutura para provocar dificuldades de controlo ao bloco adversário.
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24.1.12

O que valem os treinadores? (e o caso de Domingos no Sporting)

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A utilidade do treinador para o adepto...
Provavelmente, não haverá figura mais interessante de analisar do que a do treinador, particularmente no papel que representa para os adeptos. Diria que é uma figura especialmente útil para a relação que os adeptos mantêm com o jogo, ajudando-os a conseguir extrair alguma recompensa emocional de um fenómeno a que se entregam apaixonadamente mas que tantas vezes não os recompensa de forma correspondente. O adepto "clubista", que precisa de acreditar no potencial infinito das suas cores, tem no treinador a oportunidade de manter essa crença: afinal, pode ser sempre apenas por culpa daquele personagem que melhor patamar não foi atingido pelo seu clube. O adepto "especialista", por seu lado, pode manter a sua crença na sua própria sabedoria: julgar as decisões do treinador depois do jogo, oferece-nos sempre a possibilidade de pensar que se fossemos nós a decidir, teríamos feito diferente, e forçosamente melhor.

Esta descrição, tal e qual está feita, pode parecer pouco abonatória para todos nós, mas entendo-a como sendo tão normal como útil para a própria dinâmica do fenómeno. Afinal, os adeptos precisam de se sentir bem consigo próprios e com as suas crenças, e o futebol precisa, mais do que tudo, dos seus adeptos. No meio de tudo isto, não creio que os treinadores (pelo menos os dos principais escalões) fiquem a perder, porque todo este frenesim em seu redor dá-lhes importância e isso reflecte-se também nas recompensas, materiais e não só, que acabam por receber...


Que efeito podemos, realmente, esperar de um treinador?
Na sombra de todo este misticismo que existe em torno da figura do treinador, sobra a pergunta: Afinal, qual a real importância da figura para o sucesso das equipas? Não é uma questão propriamente fácil de responder, e eu próprio tenho vindo a alterar a minha visão à medida que vou constatando certas situações e reflectindo continuadamente sobre ela. Aqui fica um pouco do que hoje é a minha visão...

A questão sobre o treinador e a sua importância é levantada no livro "Soccernomics" (que li na sequência da discussão de há alguns dias), embora centrada no contexto britânico, onde a problemática é bem mais suave do que nos países latinos. O que o argumento desse livro advoga e que eu tenho de corroborar, é que a influência do treinador, podendo ser decisiva, está longe o ser, como regra.

Podemos precisar? Felizmente, creio que sim. Há cerca de 1 ano analisei o desempenho dos diferentes treinadores na liga portuguesa ao longo de 10 anos, comparando os pontos conseguidos em relação à expectativa pontual que realisticamente existia em cada jogo. Entre os treinadores com mais de 100 jogos, apenas 4 tiveram um aproveitamento superior a +10% do que a expectativa global. Sendo este um nível que já se pode considerar muito acima da média, +10% pode fazer a diferença numa determinada zona da tabela, mas não é, seguramente, suficiente para que se considere expectável que um treinador possa fazer milagres por si só. A isto há que acrescentar ainda a possibilidade do efeito inverso, ou seja, o efeito que um clube pode ter na potenciação do desempenho de um treinador. O caso do Porto, por exemplo, é elucidativo, porque se tem sido decisivo para o clube saber escolher os respectivos treinadores, também terá seguramente sido favorável para os próprios as condições que encontraram no clube. Os exemplos de Robson, Mourinho, Fernando Santos ou Jesualdo Ferreira são claros a este nível, porque todos eles trabalharam noutros "grandes", mas só no Porto tiveram sucesso. Ou seja, podemos estimar +10% como expectativa de um desempenho acima da média de um treinador (na verdade, bastante acima da média, se considerarmos que em 10 anos apenas 4 treinadores o conseguiram ao fim de 100 jogos), mas não podemos nunca dissociar o papel das condições do próprio clube para que este patamar seja atingido.

O que pode diferenciar os treinadores?
Talvez o ponto mais marcante da conclusão anterior seja a escassez de treinadores que efectivamente conseguem superar as expectativas de forma continuada. São raros em Portugal, mas não tenho evidência de que o sejam menos noutros locais, tendo em conta análises semelhantes que já fiz sobre outros países. A pergunta seguinte, é: o que pode diferenciar os treinadores?

A primeira conclusão que me parece simples de retirar, é que ao contrário do que denunciam quase sempre os debates entre adeptos, a diferença não se faz pela concepção de jogo ou pelas metodologias utilizadas. Ou seja, pode fazer-se, mas é improvável que essa vantagem possa perdurar muito no tempo. O raciocínio é simples: num tempo onde a informação circula a grande velocidade e em que podemos ver continuadamente qualquer equipa em qualquer parte do mundo, se aparecer um treinador com imenso sucesso pelo simples facto de ter introduzido ideias melhores do que as dos seus pares, facilmente essas ideias serão identificadas, copiadas e, logo, anulada a diferenciação. O mesmo se aplica, embora com maior dificuldade de réplica, às metodologias já que métodos inovadores tendem a ser abordados e debatidos no meio, sendo, no limite, um segredo identificável por aqueles que em determinado momento trabalharam com um treinador de sucesso, e que depois passam a liderar eles próprios equipas técnicas, podendo reproduzir as mesmas metodologias e, logo, reduzindo ou anulando a diferenciação.

Três casos que considero ser paradigmáticos de como este tipo de factores não podem ser diferenciadores durante muito tempo num contexto tão competitivo como o futebol actual:
(1) Mourinho. Foi estudado intensivamente no universo do futebol português, primeiro, e mundial, depois. Falou-se de métodos de treino, de ideias e estratégias de jogo, de perfil de comunicação, etc etc. No entanto, e apesar de tudo isto, o sucesso do treinador continua com o tempo e nunca foi reproduzido por ninguém. Porquê? Provavelmente, porque o sucesso do treinador tem a ver com a natureza do próprio e esse será o factor verdadeiramente diferenciador, por não ser replicável.
(2) Barcelona. As ideias de jogo do Barça, o "tiki-taka", são adorados em todo mundo. Todos os adeptos admiram e estudam a forma como jogam, mas nenhum foi capaz de a reproduzir em parte nenhuma do mundo. Porquê? Provavelmente, porque o sucesso do seu modelo de jogo tem uma contextualização especifica e foi potenciada por uma formação de excelência e orientada para essa mesma ideia de jogo. Ou seja, o Barça, no seu estilo e qualidade, não será irreplicável, mas para consegui-lo provavelmente é preciso bem mais do que a simples implementação de uma ideia de jogo. Por isso, o Barça permanece uma equipa fortíssima e diferenciada de todas as outras, apesar de todos desejarem jogar da mesma forma.
(3) Oakland Athletics. Volto ao caso do filme/livro "Moneyball", onde uma abordagem de avaliação de jogadores distinta do convencional marcou a diferença num contexto de enorme exigência e competitividade. O ponto sobre os Oakland A's difere dos dois anteriores, porque o sucesso desta equipa apenas pôde perdurar enquanto as restantes equipas não adoptaram, elas próprias, a mesma metodologia. Ou seja, o método apenas foi diferenciador temporariamente.

Ou seja, "porque é que alguns treinadores se diferenciam positivamente dos outros?" é uma pergunta tão difícil de responder como o "porque é que Mourinho tem um sucesso tão continuado e os outros não?". Constata-se, mas não se saberá materializar exactamente a razão...

Estes factores que, por serem transmissíveis, podem não ser "positivamente diferenciadores" num meio de informação quase perfeita como é o futebol de mais alto nível, mas serão seguramente "negativamente diferenciadores", sendo esse o motivo pelo qual alguns treinadores se vêem ultrapassados após vários anos de sucesso. Recorrendo de novo a um exemplo positivo, temos o caso de Alex Ferguson, que conseguiu manter-se no topo do futebol graças a uma constante adaptação a métodos e ideias conforme foram surgindo no jogo. Assim, mantendo-se actualizado, aquilo que o diferenciou positivamente nos anos 80 continuou a fazê-lo 20 anos mais tarde. A este nível, já agora, parece-me importante o papel da equipa técnica como um todo, devendo esta ser heterogénea na sua composição e possivelmente pouco estática ao longo dos anos, para permitir diferentes visões e abordagens aos mais variados aspectos. Por exemplo, parece-me favorável que um treinador que seja ex-jogador seja suportado por uma equipa com uma componente de formação mais académica, e vice versa...

Finalizando, a minha conclusão é que, os factores que classifiquei de "não positivamente diferenciadores" são necessários mas não suficientes para um sucesso diferenciador no tempo, sendo que a característica complementar que garante a diferenciação de um treinador será provavelmente a sua capacidade de liderança, que tem muito a ver com a natureza do próprio e não é replicável de pessoa para pessoa.

Domingos e o Sporting
Não fosse o futebol tão emocional e o treinador um personagem com a receptividade que descrevi inicialmente, e penso que o volume das recentes criticas ao treinador não faria sequer sentido discutir, assim como a inclusão deste capítulo no texto. Não que pense que Domingos não tenha cometido erros, ou que não discorde de algumas das suas opções. Aliás, discordei bem cedo na temporada. O que me parece descabido é a relação de causalidade entre essas discordâncias e as dificuldades que sente nesta altura o Sporting.

Domingos faz parte dos 4 treinadores que abordei anteriormente e o seu trajecto até ao Sporting não é apenas bom, mas excepcional, encontrando pouco paralelo aonde quer que seja, e não precisando sequer da final da Liga Europa para chegar a esta conclusão. 6 meses difíceis não seriam em qualquer circunstância suficientes para colocar 5 anos de sucesso em causa mas, logicamente, só haveria uma conclusão possível a retirar quando a junção de um treinador de sucesso a um clube com dificuldades não resulta: é que as dificuldades do clube são muitas e não que o treinador, afinal, não presta. Mais uma vez, só a irracionalidade tão própria do futebol pode sugerir que a lógica contrária surja como primeira hipótese para o problema.

De todo o modo, e apesar da irracionalidade "per se" do raciocínio anterior, o mais interessante é ir à especificidade do caso. Em particular, há dois pontos que são, para mim, avassaladores na relativização das responsabilidades de Domingos no momento actual da equipa. O primeiro é a composição heterogénia da sua equipa técnica: muito mais provável do que os problemas diagnosticados (a meu ver, muitas vezes correctamente) pelos adeptos não serem percepcionados por quem está dentro, é que os pormenores dos problemas não sejam percepcionados por quem está de fora.
O segundo ponto é mais relevante, e tem a ver com as condições que o próprio teve nestes primeiros meses. A equipa sentiu dificuldades iniciais, mas assim que conseguiu estabilizar apresentou um rendimento bastante elevado e praticamente nivelado com o dos rivais. A regressão que aconteceu nos últimos dois meses tem uma explicação fundamental, que para mim é óbvia, e que está relacionada com as lesões a que o plantel tem vindo a ser sujeito, em jogadores que inicialmente se pensavam ser nucleares. Uma equipa, mesmo que individualmente medíocre, pode ser colectivamente potenciada se tiver fiabilidade, mas se não a tiver, o seu total será inevitavelmente muito próximo da soma das suas partes (se as partes estão sempre a mudar, que hipóteses há para a evolução do todo?!)...
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Olhanense - Sporting: estatística

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Dada a descaracterização da equipa do Sporting devido às inúmeras mexidas, a análise ao jogo, sendo centrada precisamente no Sporting, seria sempre pouco relevante em termos de continuidade e sempre demasiado centrado num contexto circunstancial. Assim sendo, proponho outra reflexão mais abrangente (que escreverei no post seguinte), em relação à importância dos treinadores, partindo do actual caso do Sporting e de Domingos. Sobre o jogo, e para quem tiver curiosidade, fica o relatório estatístico...

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23.1.12

Porto - Guimarães: Estatística e opinião

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- Permanecem as dúvidas sobre o aproveitamento do jogo portista no último terço. Comecei por levantar a questão nos primeiros jogos em que Vitor Pereira alterou algumas dinâmicas do seu meio campo, e, confesso, ainda não tenho uma resposta convicta para o problema. Em particular, porque é que o Porto consegue chegar tantas vezes em boas condições ao último terço, mas não consegue traduzir essa capacidade numa proximidade mais clara com o golo? Neste jogo, onde tal voltou a suceder, fica a ideia de que há uma excessiva tendência para tentar cruzamentos largos ou finalizar de zonas exteriores. O facto é que se não dá para colocar em causa a justiça da vitória portista, é também importante ressalvar o papel da eficácia na obtenção dos 3 pontos, até porque não houve muito mais oportunidades do que aquelas que foram convertidas...

- As facilidades de progressão do Porto viram-se praticamente desde o inicio do jogo e estão ligadas à forma como as equipas se apresentaram perante o inicio de construção portista. Por um lado, sem surpresa, o Vitória não abdicou de subir a sua equipa e tentar condicionar o adversário em todo o campo. Por outro, o Porto não abdicou de sair a jogar, apesar da presença do adversário. Como o Porto o fez sempre bem e o Vitória não teve capacidade para contrariar essa virtude, o jogo correu rapidamente até ao último terço ofensivo azul e branco. Em destaque aqui, a rapidez de reposição de Helton, a boa circulação lateral, invertendo o lado de saída antes de progredir, e a presença dos médios (frequentemente, Defour e Moutinho em simultâneo) junto do corredor eleito para a progressão. A maior critica terá talvez a ver com a quase absoluta preferência pelo corredor esquerdo. E talvez aqui, na escolha do corredor esquerdo e na propensão de Álvaro Pereira para cruzar, esteja parte da explicação em relação às dificuldades de objectividade no último terço.

- De resto, e ainda no Porto, confirma-se a importância da especificidade de certos elementos nas características que o jogo assume. Em particular, sem Hulk a referência ofensiva volta a ter um papel muito discreto em termos de envolvência no jogo ofensivo (repito que não é um critica a Kléber...). Depois, com Defour não há tantas finalizações, mas uma presença muito mais assertiva e dinâmica do que quando apareceu Belluschi no seu lugar (é também certo que, apesar disto, Defour não foi a solução para uma maior capacidade de desequilíbrio no último terço). James, com grande liberdade para não se fixar num flanco e intervir em fases mais precoces do jogo (apesar de ter sido decisivo, não me pareceu especialmente inspirado). Finalmente, o caso mais óbvio, que reside no contraste entre Álvaro Pereira e Maicon. O ponto talvez mais interessante desta sucessão de características individuais tem a ver com a importância da componente individual na dinâmica colectiva, ganhando o jogo da equipa características muito diferentes em função de quem interpreta cada uma das funções...

- Em relação ao Vitória, creio que o principal problema esteve na tal dificuldade em manter o jogo adversário mais longe da baliza e em potenciar mais recuperações em zonas adiantadas do terreno. Não era fácil, claro. De resto, e um pouco na sequência daquilo que escrevi no ponto anterior, é curioso verificar como algumas especificidades do jogo vimaranense se mantêm desde Manuel Machado, apesar das diferenças que se esperavam na abordagem de Rui Vitória. A equipa mantém um grande foco em Edgar, que é uma referência muito forte para as primeiras bolas, e mantém também uma grande tendência para procurar colocar rapidamente a bola nas zonas de finalização, o que muitas vezes resulta em previsibilidade, mas que pode também resultar em dificuldades de controlo na zona mais essencial, para o adversário. E foi isso que aconteceu nas principais situações ofensivas do Vitória, com vários elementos a juntarem-se rapidamente à zona de finalização, provocando superioridade sobre Rolando e Otamendi. Seja como for, e por vários motivos, a expectativa é que o Vitória faça uma segunda volta em crescendo, acabando com uma pontuação semelhante à dos 2 anos anteriores. Veremos...
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19.1.12

Real Madrid - Barcelona: O mais desequilibrado desde o 5-0?

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O resultado permite sempre exacerbar méritos de vencedores e deméritos de vencidos, e quase sempre isso que acontece, mas na minha opinião há uma diferença significativa de caso para caso. Desde logo, por exemplo, do recente 1-3 para este. Desta vez, realmente, creio que houve uma diferença contínua de qualidade na afirmação das respectivas propostas de jogo. O mais desequilibrado desde o 5-0? Para mim, e se tivermos em conta a globalidade dos 90 minutos, sim.

Sem me querer alongar muito, o que penso que prejudicou o Real, neste mais do que em outros casos, foi a incapacidade de conseguir extrair qualidade nos momentos em que teve bola. Não quantidade porque essa não se discute, mas qualidade. Se a tentasse ganhar mais à frente, como fez em alguns jogos da série do ano passado, faria sentido a verticalização como regra. E, olhando à composição do onze, Mourinho preparou mesmo a equipa para verticalizar. Assim, recuperando mais baixo, era importante ter mais critério e capacidade para oscilar entre a verticalização e a opção de levar o jogo até ao meio campo contrário, sem risco constante de perda. Podia não criar sempre perigo, mas obrigaria o Barça a baixar mais vezes, podendo depois defender a partir da reacção à perda, entrando mais vezes naquele que é, afinal, o seu jogo habitual. Mas, continua a dúvida, não sobre a qualidade do Barça com bola, mas sobre o porquê das outras equipas conseguirem jogar tão pouco. Particularmente, estranha ver uma equipa com a qualidade do Real Madrid (não me sobram dúvidas de que se o Barça de Guardiola é o melhor de sempre, o Real de Mourinho não fica muito atrás na hierarquia da História) tremer tanto com a bola nos pés. O mérito do Barça é enorme, mas explicará tudo? Ou haverá um constrangimento emocional? Seja como for, não estou convencido de que não seja possível fazer mais...

Do lado do Barça, a grande novidade para estes clássicos, reside em Alexis. No ano anterior também vimos Pedro ou Villa por dentro, mas com o chileno há um baile constante com os centrais no limite do fora de jogo. Sempre que a construção liberta um jogador de frente para ele, Alexis ameaça, e muitas vezes vai mesmo. É, no fundo, a resposta estratégica de Guardiola ao previsível sufoco "entrelinhas" e à obsessão com Messi.

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17.1.12

Lances do Braga-Sporting

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Aqui ficam alguns lances do jogo de Domingo, com a minha leitura em relação a eles. Apenas acrescentar os seguintes comentários...

- É interessante o papel desestabilizador de Salino. Não directamente, mas aquilo que as suas acções acabaram por provocar em termos de dificuldades de controlo do espaço "entrelinhas" por parte do duplo pivot. Mérito do Braga, porque não é evidente que se criem este tipo de desequilíbrios a partir de uma vantagem criada pelo lateral. Demérito, a meu ver, especialmente de Insua, que não pareceu ter a devida intensidade na reacção a alguns lances na sua zona...

- No primeiro golo, tudo se parece resumir a um problema de comunicação no final da jogada, mas há muito mais para contar. Começando no pontapé de Patrício, mais do que provavelmente um equívoco do guarda redes, já que tudo indicava que a bola fosse lançada para a esquerda, onde já se concentrava a generalidade dos jogadores, e em especial Ribas, que era a referência do Sporting para este tipo de bolas (já agora, Patrício esteve bastante irregular neste tipo de reposições ao longo do jogo). Depois, o excesso de distanciamento de Rodriguez, que baixa demasiado perante a ameaça de Lima no ataque à profundidade. Esta distância acaba por dificultar a recuperação dos restantes defensores, em particular Onyewu, que parte de uma posição mais atrasada. Depois, finalmente, alguma estranheza no que acontece à resposta ao cruzamento: há uma troca posicional correcta de João Pereira, perante a dificuldade de Onyewu em recuperar a tempo de se posicionar na frente do lance. O que devia acontecer era que os dois jogadores não terminassem na mesma linha, não sendo perceptível o porquê de Onyewu não ter ajustado o seu movimento para uma zona um pouco mais atrasada do que João Pereira. O posicionamento final dos dois jogadores não é o desejável, mas o que aconteceu entre os dois, só eles poderão saber...

- Finalmente, o segundo golo bracarense tem a génese num erro em posse de Rodriguez, que expõe a linha defensiva do Sporting. Não há qualquer possibilidade de inviabilizar Lima no fora de jogo, pelo que depois se torna uma aparente questão de velocidade entre Lima e João Pereira. No entanto, perante um passe que é feito na linha divisória do campo e com esta exposição nas costas da defesa, o lance seria muito facilmente evitado por Rui Patrício. Aliás, a bola só é tocada por Lima já dentro da área do Sporting, o que diz bem da oportunidade que Patrício perdeu para inviabilizar o lance. Assim, e como o "sprint" se pode prolongar durante tantos metros, ficamos a saber que Lima é mais veloz do que João Pereira...

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16.1.12

Benfica - Setúbal: opinião e estatística

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- Talvez mais importante do que a liderança - que não é um pormenor num campeonato onde se perdem tão poucos pontos - seja mesmo a naturalidade com que o Benfica chega a esta posição no virar do campeonato. Não é novo que o Benfica de Jesus se apresente especialmente forte nesta altura do ano, mas esse dado aliado à liderança oferece bons motivos para que os seus adeptos estejam optimistas em relação à situação em que se encontram. Não parece fácil, pelo menos para já, que o momento se inverta. Enquanto esperamos pelos próximos capítulos, convém fazer justiça ao planeamento da época encarnada. A mim próprio me surgiram reticências com o volume de contratações, mas a verdade é que o Benfica se reforçou muito bem em praticamente todos os sectores, retirando muito melhor partido do mercado do que qualquer dos seus rivais. Aliás, salvo raras excepções e apesar da excessiva volumetria, o Benfica tem evoluído muito positivamente nas abordagens que faz ao mercado...

- Ao nível dos aspectos colectivos de jogo, quero realçar dois aspectos: transição ataque-defesa e organização ofensiva. Começando pelo último, o Benfica parece ter estrategicamente tentado evoluir na sua construção no último ano. Privilegia uma circulação baixa mais larga, pelo afastamento dos centrais e recuo do pivot, e trabalha também de forma muito mais intencional a utilização do guarda redes como apoio. Artur é também reforço neste plano do jogo. A sua construção baixa, larga, permite-lhe normalmente ganhar enquadramento para entrar pelos corredores laterais, que é por onde consegue melhores resultados. Aqui, é curioso notar que os alas, e apesar do adiantamento dos laterais, nem sempre flectem para dentro, sendo os avançados quem oferecem soluções de apoio sobre um corredor central que, com o recuo do pivot, fica carente de soluções oferecidas pela dinâmica dos restantes jogadores. Isto tem alguns riscos, nomeadamente relacionados com o perfil de decisão de alguns jogadores, mas para o campeonato português, o Benfica tem-se mostrado com uma qualidade demolidora e muito dificilmente contrariável para a generalidade das equipas (diria que a excepcção são mesmo os "grandes" e o Braga).

- Sobre a transição ataque-defesa, há por definição uma ligação com o momento anterior, ou seja com o que a equipa faz com bola, em organização. E este momento foi muitas vezes posto em causa no anterior, mas, como escrevi na altura, o Benfica sempre foi uma equipa muito forte na resposta em transição, nomeadamente porque Jesus define muito bem a estrutura de equilíbrio quando a equipa entra no último terço. O problema esteve - e pontualmente ainda está - na zona onde a equipa perde a bola. Esse continua a ser, a meu ver, a principal vulnerabilidade desta equipa e se ela melhorou tem sobretudo a ver com o que escrevi no ponto anterior, ou seja, com a crescente preocupação que a equipa denota no seu momento de organização ofensiva, nomeadamente na construção baixa. Mas quando perde a bola onde pretende perder, o Benfica é realmente muitíssimo competente, e essa é outra das forças do seu jogo...

- Individualmente, nota de destaque para Witsel. Fez, a meu ver, uma primeira parte praticamente perfeita, com grande presença no jogo da equipa, com enorme certeza nas suas acções, e com a ligação directa com um golo da equipa para o campeonato. Já aqui me referi ao facto de Witsel não estar a ser completamente potenciado do ponto de vista individual, nomeadamente pelo excessiva exigência no momento de construção e pelo afastamento permanente de zonas mais ofensivas. Este ponto, porém, merece um enquadramento colectivo, porque se o Benfica melhorou muito em termos de segurança em posse, ganhando sobriedade e consistência, muito o deve a Witsel. A sua capacidade para ter bola é excepcional, é óbvio e não é preciso escrever muito sobre isso, mas é sobretudo contrastante com o perfil da generalidade dos restantes elementos da equipa, fortemente propensos à verticalização e aceleração constantes do jogo. É interessante este balanço entre potencialização do rendimento individual e minimização dos riscos colectivos. Provavelmente a melhor solução depende do contexto e não é generalizável a todas as situações...

- Finalmente, sobre o Vitória de Setúbal, que não conheço com enorme pormenor, há algumas unidades de qualidade nesta equipa, mas eu discordo das virtudes oferecidas por alguns elementos, tantas vezes elogiadas. Penso que Pitbull tem, de facto, uma capacidade de desequilíbrio acima da média da liga, ainda que seja um jogador especial. Que João Silva é um jogador que merece acompanhamento, não se devendo contabilizar o seu número de golos de forma absoluta, mas sim tendo em conta a capacidade ofensiva da equipa onde está (se não jogar, ou jogar pouco, porém, ficaremos na mesma...). Que Jorge Gonçalves está a fazer uma época notável e, apesar de não ser extremo para altos voos, é um dos casos interessantes desta liga, pela sua competitividade e intensidade (sabiam que é o jogador que mais faltas sofre no campeonato? Não é por acaso...)
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12.1.12

Moneyball: que percurso do basebol ao futebol?

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Aqui fica um link para um artigo que escrevi sobre o assunto no Letra 1...

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10.1.12

Sporting - Porto: estatística

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9.1.12

Sporting - Porto: opinião

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- Ficou a zeros e, não sendo um jogo mal jogado, foi um jogo que ficou um pouco aquém das expectativas. Pelo menos para as minhas. O equilíbrio foi a nota dominante, tanto no empate, como na proximidade no número de oportunidades, como em termos de domínio e presença territorial. O Sporting mais em organização, o Porto mais em transição, mas sempre com pouca diferença.

- Alguma estranheza, sobretudo do lado do Porto. Optou por uma abordagem pouco pressionante sobre a primeira fase de construção, permitindo que o Sporting, sobretudo por Polga, chegasse facilmente até à linha média antes de ter de definir o primeiro passe. Ora, é certo que Polga não é um jogador que se sinta muito confortável na condução em posse, mas é também certo que é um jogador forte na definição do passe, e o Sporting tirou partido disso na primeira parte, ligando facilmente o seu jogo pelo corredor esquerdo. Há aqui outro pormenor que me parece importante: permitir que Polga progredisse tanto espaço sem oposição obrigou o bloco portista a ir baixando no terreno, o que dificultou depois a presença pressionante no destinatário do primeiro passe do central.


- Outro detalhe sobre o jogo portista tem a ver com alguma tendência excessiva para verticalizar no momento da recuperação e, sobretudo, com a dificuldade de encontrar qualquer ligação útil à excepção de Hulk. Vitor Pereira reajustou o meio campo, dando outra característica à segunda parte, mas voltei a ficar com a sensação da maior utilidade de Defour no meio campo, sobretudo pela simplicidade do seu jogo e pela utilidade dos seus movimentos sem bola. Isto, claro, sem retirar daqui uma dose excessiva de conclusões, porque por muito tentador que seja fazê-lo, raramente o que vemos como resultado de substituições ou alterações dentro de um jogo tem um grande nível de relevância conclusiva.

- 3 notas individuais do lado do Porto: (1) Hulk no meio continua a dar sinais notáveis no que respeita à mobilidade e utilidade do seu jogo. Muito mais útil e consequente do que nas alas, onde tem muito mais tendência para para forçar o drible, e incomparavelmente mais útil do que qualquer 9 do nosso futebol. Por exemplo, comparando Hulk com Wolfswinkel, neste jogo, Hulk completou 28 passes contra apenas 9 do holandês, foi o terceiro mais interveniente em termos de posse ofensiva na sua equipa, enquanto Wolfswinkel foi o que menos interveio entre os titulares do Sporting (para contextualizar, é normal que o ponta de lança seja o menos interventivo, o que não é normal é a utilidade que Hulk acrescenta a partir dessa posição). Que não haja grande complementaridade com os seus movimentos, estou de acordo, mas isso não tem nada que ver com qualquer desajuste ou subrendimento do 12 nesta posição, pelo contrário. (2) Djalma, um pouco na continuação do que escrevi sobre Hulk, não parece poder fazer muita falta ao Porto. Aliás, será uma oportunidade para tentar integrar outro jogador que ofereça mais à equipa em termos ofensivos. É um jogador capaz tecnicamente, muito forte fisicamente e com excelente capacidade de trabalho (até se pode imaginar uma tentativa de adaptação a lateral), mas a sua produtividade neste período em que foi titular foi manifestamente insuficiente para as exigências do Porto. (3) Otamendi... impressionante a sua capacidade de antecipar e intervir no espaço. O Sporting sentiu-se tentado a forçar o duelo entre Wolfswinkel e o argentino, mas Otamendi dominou completamente o avançado do Sporting. Continuo a ver como um erro enorme que se forcem duelos com Otamendi em vez de Rolando, seja no ar ou pelo chão. O problema do central argentino, por outro lado, é que continua a revelar uma enorme propensão para o erro, constituindo-se assim como a perfeita antítese do seu colega de sector.

- Quanto ao Sporting, fica difícil exigir-se muito mais. Quem vê o talento de Matias e Izmailov a emergir do banco e para um pivot remendado terá de pensar que esta não é nem pode ser a equipa que o Sporting idealizou para a sua época. Ainda assim, o Sporting, tal como na Luz, voltou a dividir o jogo por completo, estando até mais perto de o ganhar, se contarmos as oportunidades claras de golo. Como expliquei acima, creio que o Porto não teve a melhor abordagem ao jogo e que o Sporting acabou por beneficiar disso, mas, ainda assim, ficou a sensação de que poderia ter feito mais...

- Há um nome que me parece incontornável neste jogo, que é Wolfswinkel. Não tanto pelas oportunidades claras que não converteu (pode acontecer a todos), mas pelas jogadas que não foi capaz de dar melhor sequência e que poderiam ter terminado em mais oportunidades. Não posso deixar de pensar que há uma ligação entre a falta de golos e os restantes capítulos do jogo do holandês, que já viram melhores dias. É que um avançado vive de golos e, regra geral, o seu momento a esse nível transfere-se também para a confiança com que interpreta as restantes situações de jogo. O que escrevi sobre Wolfswinkel e Bojinov quando chegaram ao Sporting, escreveria hoje de novo, praticamente sem qualquer alteração. Ou seja, não creio que as suas características foram muito bem percepcionadas aquando das respectivas aquisições. Nomeadamente, Wolfswinkel não é um jogador forte nos duelos dentro da área (muito longe disso) e Bojinov não é um jogador móvel ou versátil como se disse que era (naturalmente, desconheço se internamente era esta a ideia que se tinha, mas para cá para fora foi a ideia que passou). Talvez venha a partilhar mais ideias sobre as movimentações dos avançados em situação de cruzamento, porque me parece um tema interessante de analisar, tal a diversidade de casos que existem...

- Sobre as lesões, que tanto afectam a qualidade e estabilidade deste Sporting, há que referir que se devem distinguir situações. Uma coisa, são casos como o de Rinaudo, outra são as situações de Rodriguez, Matias, Izmailov e Jeffren. Todos estes jogadores tinham um histórico de lesões que não garantia qualquer confiança em relação à fiabilidade da sua disponibilidade ao longo da época. Para ser campeão em Portugal, nos dias que correm, é preciso fazer uma prova praticamente imaculada e, nesse sentido, é fundamental que não se cometam alguns erros de planeamento como os que foram cometidos. Se o Sporting tem motivos para estar esperançado com a evolução da sua equipa, o próximo passo só poderá ser dado se não se repetirem certos lapsos perfeitamente previsíveis na formulação do plantel (e escrevo "previsíveis", porque os enunciei a todos na pré época, tanto a aposta em Postiga como referência concretizadora, como a volatilidade da disponibilidade física de alguns elementos nucleares).

- Um último ponto sobre Renato Neto e a opção para pivot. Não foi um jogo mau, mas também não foi suficiente para que se possa imaginar estar ali uma grande solução para o lugar. Excelente capacidade física e boa presença posicional garantiram um bom jogo do ponto de vista defensivo, mas em posse nem se apresentou como solução, nem revelou a consistência exigível para o lugar. Foi uma estreia, porém. Não deixa de ser difícil de compreender para quem está de fora que André Santos tenha baixado tanto na consideração de Domingos, isto se nos lembrarmos que chegou a tirar o lugar a Rinaudo no inicio de temporada. Isto, para quem vê de fora, repito...
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1.1.12

Planos para 2012...

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Aproveito o primeiro dia de 2012 para partilhar a minha intenção para o próximo ano, em particular para a temporada que se iniciará em Agosto. A ideia que tenho é de abandonar o acompanhamento mais pormenorizado do futebol português, e dos 3 "grandes" em particular, passando a centrar o ciclo de análises prioritárias nas principais equipas europeias. O motivo é simples e tem a ver com a necessidade de mudança, de procurar contextos de análise diversos e distintos, para assim poder contactar novas situações e novas dúvidas. A consequência desta mudança deverá também implicar uma alteração de comunicação, passando a escrever em inglês, uma vez que passará a ser matéria de interesse potencialmente mais abrangente. Sendo assim, fará sentido suspender o Jogo Directo e iniciar um novo blogue, e é isso que tenciono fazer.

Na verdade, a ideia já está definida há vários meses, mas como já tinha iniciado a análise desta temporada, faria sentido em termos metodológicos leva-la até ao final, procedendo à mudança apenas a partir do próximo Verão. Este blogue já leva quase 6 anos e tem sido para mim, pessoalmente, uma experiência fantástica, sobretudo na busca por um entendimento progressivamente mais completo do jogo e da sua complexidade. É nesse sentido que surge esta intenção, não de mudar, mas de continuar através da mudança, algo que sempre marcou o percurso deste blogue. Como todas as anteriores alterações, sei que haverá quem não a aprecie, neste caso em particular pela inevitável ligação clubística. Ainda assim, espero poder não desiludir muita gente...

Entretanto... Um Bom Ano para Todos!

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