É óbvio que Outubro não é o ‘timing’ ideal para um processo eleitoral de um clube. Todos o reconhecem e não é a simples antecipação dessa data que merece contestação. O problema é que um processo eleitoral deve servir também para se debater o momento interno do clube, para se discutirem alternativas e escolher rumos.
O que tenta fazer Vieira com esta tomada de decisão é, manifestamente, ir contra todos estes propósitos positivos que um processo eleitoral pode e deve ter. Se o objectivo era meramente conseguir uma data mais feliz para os interesses do clube, Vieira devia tê-lo decidido pelo menos 1 mês antes. Não foi isso que foi feito, e não será por acaso. Vieira optou por tentar trabalhar este desfecho fora das atenções de todos com um objectivo estratégico que visa retirar margem de manobra à oposição que é assim apanhada de surpresa e que seguramente terá menos margem de manobra para se constituir como alternativa ao actual Presidente.
Não se trata aqui de fazer uma avaliação do mandato de Vieira à frente do clube da Luz, mas a verdade é que este é um golpe baixo de alguém que deveria, em primeiro lugar, zelar pelos interesses dos sócios e não limitar-se a definir a melhor estratégia para chegar ao poder. É uma constatação óbvia e nem é preciso falar da mais do que evidente tentativa de retirar Veiga da jogada. Curiosamente, quem mais poderá tirar partido deste acto egoísta é o próprio ex-empresário, restando saber se terá a astúcia para o fazer...
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