Enquadramento táctico actual
O Brasil de Dunga vem alinhando com uma estrutura bastante popular no Brasil e que também é usada por Adilson Batista no Cruzeiro. Ou seja, uma espécie de 4-2-2-2, com uma dupla de médios defensivos e outra mais ofensiva que aparecem em zonas mais centrais e deixam os corredores para os laterais. Ramires, como já aqui havia dito, há muito deixou de ser um médio defensivo e tem-se destacado numa função muito particular. Permanece sempre próximo dos avançados, joga simples, mas tem muitas dificuldades em ser solução para a construção, oferecendo muito poucas linhas de passe e podendo passar longos períodos sem participar no jogo. O seu papel ganha especial realce em transição, onde aí sim se destaca pela forma rápida como conduz a bola e aparece a desequilibrar perto das zonas de finalização. No Cruzeiro esta função não levanta qualquer problema, primeiro porque há Wagner que assume imenso o jogo em construção, depois e mais importante, porque em quase todos as partidas o jogo acaba por dar a Ramires os tais momentos de transição em que sobressai. No Benfica, no entanto, não será assim...
No Benfica, uns metros atrás?
A grande vantagem de Ramires reside nas suas características. Tem grande capacidade de luta e uma resistência invulgar, tem humildade e tem também a particularidade de jogar quase sempre simples, embora não seja particularmente criativo. Pode até adaptar-se a qualquer posição do meio campo, mas creio que a sua falta de criatividade em construção dificilmente fará dele um 10, e também não me parece provável que possa ser a melhor solução para actuar como ala no losango de Jesus. Parece-me, portanto, que o mais provável é que Ramires recue uns bons metros no campo em relação ao que acontece hoje e que, com Jesus, venha a ser o médio mais recuado do losango. A confirmar...
Ler tudo»