Apesar das gerações de futebolistas talentosos que lhe sucederam, o fenómeno Maradona nunca foi superado pela pátria Argentina, tornando a memória do astro numa espécie de “fantasma” sempre presente... Na Alemanha e quando tudo apontava para mais uma aparição do “fantasma Maradona”, a Argentina de Pekerman apresentou-se colectivamente bem organizada, com um sistema de jogo definido e com princípios de jogo adequados e ajustados às características dos seus intérpretes...
País de sangue latino e muito talento futebolístico, a Argentina depressa se tornou num crónico candidato à conquista de qualquer campeonato do mundo, fruto de sucessivas e abundantes gerações de jogadores de qualidade. Embora a dimensão do país, a sua paixão pelo jogo e a evidente empatia genética existente entre os jogadores argentinos e a bola sempre fosse suficiente para compor selecções fortes, a história do Futebol argentino é particularmente marcada por um jogador: Maradona. “El Pibe” tornou-se num Deus do Futebol argentino ao comandar a selecção à brilhante conquista de 86 e ao heróico segundo lugar no Itália 90. Maradona foi a referencia inevitável das selecções que integrou, sendo não só o centro de cada jogada mas a estrela de todos os momentos, numa hierarquia reconhecida e aceite por todos, quer dentro, quer fora do campo.
Apesar das gerações de futebolistas talentosos que lhe sucederam, o fenómeno Maradona nunca foi superado pela pátria Argentina, tornando a memória do astro numa espécie de “fantasma” sempre presente, sobretudo quando as camisolas alvi-celestes subiam ao relvado. A necessidade que a nação tinha em identificar uma figura que pudesse substituir Diego Armando Maradona em talento e protagonismo tornou-se uma obsessão (a alcunha “novo Maradona” foi desmesuradamente atribuída a jogadores como Ortega, Gallardo, Aimar ou Saviola) que passou para segundo plano questões fundamentais para uma eficiente regeneração da selecção, como a implementação de princípios de jogo colectivos que potenciassem o talento das novas gerações. O “fantasma Maradona” assombrou os colectivos argentinos nos anos que marcaram a viragem do milénio fazendo-os parecer órfãos de uma visão colectiva solidificada e demasiado reféns de desiquilíbrios individuais que nunca surgiam quando os momentos decisivos chegavam.
Na Alemanha e quando tudo apontava para mais uma aparição do “fantasma Maradona”, a Argentina de Pekerman apresentou-se colectivamente bem organizada, com um sistema de jogo definido e com princípios de jogo adequados e ajustados às características dos seus intérpretes, sendo por isso e, aos meus olhos, uma séria candidata ao erguer da “Copa”.
Apesar das gerações de futebolistas talentosos que lhe sucederam, o fenómeno Maradona nunca foi superado pela pátria Argentina, tornando a memória do astro numa espécie de “fantasma” sempre presente, sobretudo quando as camisolas alvi-celestes subiam ao relvado. A necessidade que a nação tinha em identificar uma figura que pudesse substituir Diego Armando Maradona em talento e protagonismo tornou-se uma obsessão (a alcunha “novo Maradona” foi desmesuradamente atribuída a jogadores como Ortega, Gallardo, Aimar ou Saviola) que passou para segundo plano questões fundamentais para uma eficiente regeneração da selecção, como a implementação de princípios de jogo colectivos que potenciassem o talento das novas gerações. O “fantasma Maradona” assombrou os colectivos argentinos nos anos que marcaram a viragem do milénio fazendo-os parecer órfãos de uma visão colectiva solidificada e demasiado reféns de desiquilíbrios individuais que nunca surgiam quando os momentos decisivos chegavam.
Na Alemanha e quando tudo apontava para mais uma aparição do “fantasma Maradona”, a Argentina de Pekerman apresentou-se colectivamente bem organizada, com um sistema de jogo definido e com princípios de jogo adequados e ajustados às características dos seus intérpretes, sendo por isso e, aos meus olhos, uma séria candidata ao erguer da “Copa”.
Princípios de jogo
A Argentina valoriza a posse de bola, não por uma ânsia “naif” de dominar as partidas mas por uma necessidade lógica de as controlar. A percentagem de posse de bola nem sempre define quem tem o controlo real do que se passa nas quatro linhas e no caso da selecção Argentina é frequente não ter a supremacia desta estatística controlando, ainda assim, as operações.
Quando não tem a bola a Argentina procura criar problemas à primeira fase de construção de jogo dos adversários colocando os dois homens da frente, mais o 10 na primeira linha do bloco (normalmente apenas uns metros acima da linha de meio campo) com o objectivo de reduzir linhas de passe e forçar o erro do adversário. O restante bloco, mais preocupado em manter a segurança defensiva do que em fazer uma recuperação rápida da bola, espera os adversários à frente da sua área, com 2 linhas compostas por 4 + 3 homens que pressionam lateralmente com a preocupação de colocar sempre mais homens na zona bola e evitar quaisquer possibilidade de desiquilíbrios individuais (particularmente os 1x1 nas alas).
Com bola, os argentinos procuram essencialmente duas formas de perigar a baliza contrária. Em transição, com a capacidade de desdobramento rápido dos médios em apoio aos avançados, e em ataque organizado, sem bolas pelo ar, fazendo “campo grande” (em largura e profundidade) e criando espaço para que o 10 (Riquelme) receba a bola e “comande” o ataque. Os argentinos são pacientes e podem trocar a bola repetidamente até porque se sentem confortáveis com ela, no entanto a posse de bola pretende a ser objectiva e a procurar roturas na defesa contrária, quer através de diagonais dos homens que partem das alas, quer pelas entradas nas costas de um dos laterais, procurando o desiquilíbrio na linha de fundo.
A Argentina valoriza a posse de bola, não por uma ânsia “naif” de dominar as partidas mas por uma necessidade lógica de as controlar. A percentagem de posse de bola nem sempre define quem tem o controlo real do que se passa nas quatro linhas e no caso da selecção Argentina é frequente não ter a supremacia desta estatística controlando, ainda assim, as operações.
Quando não tem a bola a Argentina procura criar problemas à primeira fase de construção de jogo dos adversários colocando os dois homens da frente, mais o 10 na primeira linha do bloco (normalmente apenas uns metros acima da linha de meio campo) com o objectivo de reduzir linhas de passe e forçar o erro do adversário. O restante bloco, mais preocupado em manter a segurança defensiva do que em fazer uma recuperação rápida da bola, espera os adversários à frente da sua área, com 2 linhas compostas por 4 + 3 homens que pressionam lateralmente com a preocupação de colocar sempre mais homens na zona bola e evitar quaisquer possibilidade de desiquilíbrios individuais (particularmente os 1x1 nas alas).
Com bola, os argentinos procuram essencialmente duas formas de perigar a baliza contrária. Em transição, com a capacidade de desdobramento rápido dos médios em apoio aos avançados, e em ataque organizado, sem bolas pelo ar, fazendo “campo grande” (em largura e profundidade) e criando espaço para que o 10 (Riquelme) receba a bola e “comande” o ataque. Os argentinos são pacientes e podem trocar a bola repetidamente até porque se sentem confortáveis com ela, no entanto a posse de bola pretende a ser objectiva e a procurar roturas na defesa contrária, quer através de diagonais dos homens que partem das alas, quer pelas entradas nas costas de um dos laterais, procurando o desiquilíbrio na linha de fundo.
Sistema de jogo
Individualidades
- Abbondanzieri é o guarda-redes, quase incógnito para quem “vive” essencialmente o futebol europeu... um potencial ponto fraco.
- Scaloni e Sorin, nas laterais, são dinâmicos a atacar e rápidos a recuperar posições. A debelidade que ambos sentem no 1x1 pode ser um problema, mas é amplamente disfarçada pela movimentação zonal do bloco. Sorin é um exemplo quase único pela diversidade de movimentos ofensivos que protagoniza!
- Também os centrais, Heinze e Ayala beneficiam da boa cobertura lateral desta selecção. São centrais que jogam de “dentes cerrados”, fortes no posicionamento e no desarme, mas sem grande estatura...
- Mascherano é o “trinco”. A dureza, própria dos genes argentinos e o grande sentido posicional são as suas características.
- Cambiasso e Maxi marcam os equilíbrios e desiquilíbrios da equipa. São a principal força do “motor” Argentino. Exemplares no cumprimento das suas funções tácticas, têm excelente sentido de desmarcação e as suas movimentações já resultaram em vários golos.
- Riquelme é um 10 nato, o “timoneiro”. Encanta pela forma “à Zidane” como trata a bola e pelos passes que consegue. Tem como pontos fracos alguma “sonolência” defensiva e alguns momentos em que “absorve” a posse de bola impedindo uma circulação mais dinâmica da mesma.
- Na frente, Crespo é um matador nato e Saviola um jogador fortissimo em espaços curtos, capaz de furar sozinho as defesas. A Saviola faltará naturalidade nas diagonais que lhe são pedidas, já que não é essa a sua função de origem.
- No banco, Pekerman tem alternativas de sobra em todas as posições. Destacam-se Tevez e Messi os jogadores “da moda” desta selecção tal o virtuosismo que sai dos pés dos dois jovens. São alternativas habituais para o ataque e concedem sobretudo mais mobilidade ao ataque.
- Scaloni e Sorin, nas laterais, são dinâmicos a atacar e rápidos a recuperar posições. A debelidade que ambos sentem no 1x1 pode ser um problema, mas é amplamente disfarçada pela movimentação zonal do bloco. Sorin é um exemplo quase único pela diversidade de movimentos ofensivos que protagoniza!
- Também os centrais, Heinze e Ayala beneficiam da boa cobertura lateral desta selecção. São centrais que jogam de “dentes cerrados”, fortes no posicionamento e no desarme, mas sem grande estatura...
- Mascherano é o “trinco”. A dureza, própria dos genes argentinos e o grande sentido posicional são as suas características.
- Cambiasso e Maxi marcam os equilíbrios e desiquilíbrios da equipa. São a principal força do “motor” Argentino. Exemplares no cumprimento das suas funções tácticas, têm excelente sentido de desmarcação e as suas movimentações já resultaram em vários golos.
- Riquelme é um 10 nato, o “timoneiro”. Encanta pela forma “à Zidane” como trata a bola e pelos passes que consegue. Tem como pontos fracos alguma “sonolência” defensiva e alguns momentos em que “absorve” a posse de bola impedindo uma circulação mais dinâmica da mesma.
- Na frente, Crespo é um matador nato e Saviola um jogador fortissimo em espaços curtos, capaz de furar sozinho as defesas. A Saviola faltará naturalidade nas diagonais que lhe são pedidas, já que não é essa a sua função de origem.
- No banco, Pekerman tem alternativas de sobra em todas as posições. Destacam-se Tevez e Messi os jogadores “da moda” desta selecção tal o virtuosismo que sai dos pés dos dois jovens. São alternativas habituais para o ataque e concedem sobretudo mais mobilidade ao ataque.
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