O objectivo não é agoirar, mas se me parece repetitivo voltar a abordar as opções de Queiroz, talvez seja nesta fase mais interessante recordar o último falhanço português em matéria de fases de apuramento.
Olhando para a História da Selecção, é desde logo um bom sinal dizer que estes acontecimentos já se passaram há mais de 10 anos. Portugal vinha da estreia da “geração de ouro” em fases finais de grandes competições ao nível sénior. Em Inglaterra, em 1996, numa experiência algo frustrante por ter terminado com um inesperado chapéu de Poborsky, mas que abriu esperança pela boa prestação de uma equipa talentosa e inexperiente. Tal como hoje, Portugal vinha de uma eliminação nos quartos de final de um Europeu e, tal como hoje, houve uma mudança no comando técnico na transição para o apuramento rumo ao Mundial. O contestado Artur Jorge sucedia a António Oliveira.
As coincidências são muitas nesse trajecto com aquele a que agora assistimos. Nos 3 primeiros jogos ficou logo claro que algo iria correr mal. Empate evitável contra a Arménia (desta vez foi com a Albânia) e derrota contra o, teoricamente, segundo mais forte adversário, na altura Ucrânia, como hoje a Dinamarca. Há mais coincidências. Portugal empatou os 2 jogos com o mais forte rival (Alemanha), tal como agora aconteceu com a Suécia. Se dermos continuidade a esta analogia sob um prima algo pessimista, podemos encaixar este desafio e momento com o empate na altura deixado na Irlanda do Norte. Esperemos que não!
O resto é conhecido de todos. Portugal colocou-se numa situação de tal forma complicada que se viu obrigada a vencer na Alemanha para garantir dependência de si próprio. O “incidente Batta” marcou a história desse jogo e o empate, à partida positivo, acabou por colocar Portugal a necessitar de um milagre no último dia do apuramento. Como a Alemanha bateu a Albania e a Ucrânia venceu na Arménia, de nada valeu a vitória em casa com a Irlanda do Norte. Ficamos sem apuramento e sem Playoff e resignados ao... sofá.
Para ver:
- Recordação do incidente com Marc Batta
- A jogada de João Pinto frente à Alemanha