15.6.09

O modelo portista e a "não surpresa" do negócio Cissokho

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O Porto tem um modelo de gestão de risco. Gasta muito. Bem acima do que qualquer gestor sensato aconselharia para o nível de receitas garantidas que consegue. Boas jogadas de mercado sempre existiram na “era Pinto da Costa”, mas esta estratégia tão dependente do “jogo” das mais valia vem sendo mais declarada desde a ressaca das conquistas europeias de Mourinho. Através dela o Porto garante, não só o equilíbrio das suas contas, mas também um nível de investimento muito elevado, a milhas do Sporting e suficiente para bater o Benfica em várias contratações e sem que isso implique prejuízos avultados no final do ano. É por isso também que o Porto se mantém na “pole position” para cada campeonato que se inicia. Para além de uma gestão competente do ponto de vista desportivo, tem também a maior capacidade de investimento e, por via disso, normalmente o melhor plantel.


Para que tudo isto funcione é preciso, naturalmente, que o Porto faça bons negócios e o modelo poderá sofrer um grande abalo se em anos consecutivos tal não acontecer. É por isso que é fundamental que os jogadores brilhem fora do país, seja nas suas selecções, seja nas competições europeias. Se tal for garantido, haverá sempre a certeza de que grandes negócios acontecerão Verão após Verão. Negócios que nos deixariam boquiabertos, não fosse a frequência com que acontecem.

E assim chegamos ao mais recente caso, Cissokho. 15 milhões por um jogador que fez meia época no clube e ao mais alto nível é algo verdadeiramente invulgar e, não fosse o passado recente, surpreendente. No Porto espera-se ainda ver sair Bruno Alves e/ou Lisandro por preços muitíssimo elevados. Se fosse noutro clube diria que era impossível vender um central de 28 anos ou um avançado a 1 ano de findar o seu contrato por 10 milhões de euros. Como é no Porto, não duvido de nada. Espero pela “não surpresa”...


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