31.10.08

Semana produtiva...

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- Finta de Berbatov (Man Utd)
- Passe de Nasri (Arsenal)
- Golo de Jenas (Tottenham)
- 'Solo' de Nedved (Juventus)
- Chapéu de Lampard (Chelsea)
- Livre de Nakamura (Celtic)
- Prodigio de Alexis Sanchez (Udinese)
- Lange (Volemdam)
- Calcanhar de Amoruso (Torino)
- Remate de Senturk (Fenerbahce)
- Bomba de Mareval (Nantes)
- Mais um de Benzema (Lyon)
- Decisão de Mouche (Boca Júniors)
- Salvação de Madson (Vasco da Gama)
- Licata (Monaco)

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30.10.08

Em quem tem valido a pena apostar?

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Responder à pergunta sobre quem fez melhor até agora pode ser um pouco complicado. Mas há um exercício que pode ser quantificado para comparar o inicio de temporada dos 3 grandes, no que respeita ao rendimento verificado, face às expectativas que existiam. Assim, recuperando um exercício feito algures durante a época passada, podemos utilizar as projecções das casas de apostas como medida de expectativas e ver qual seria o resultado caso 1) se apostasse sempre na vitória de cada uma das equipas, ou 2) se apostasse na “não derrota”. O resultado dá, sucintamente, o quanto cada um dos clubes superou ou ficou aquém das expectativas para cada tipo de objectivo.

Porque estamos a falar de uma comparação de expectativas, é importante referir que, pelo estatuto e passado recente que tem, as expectativas para os jogos do Porto são ligeiramente superiores às de Benfica e Sporting, pelo que, perante resultados iguais, o Porto é quem sai mais prejudicado desta avaliação. No caso de Benfica e Sporting, não há diferenças a relevar.

Os resultados são evidentes. O inicio de temporada do Sporting foi, até agora, aquele que mais impressionou as expectativas, sobretudo no que respeita a vitórias. Aqui destaque para os jogos com o Shakhtar, Porto (Supertaça) e Braga que contribuíram decisivamente para esta performance, literalmente rentável, no que respeita a vitórias. Quanto a não perder, o prejuízo é quase nulo e explica-se, obviamente, pelas derrotas frente a FC Porto e Benfica.

O caso do Benfica é o mais irregular, sendo o mais fraco ao nível de vitórias, mas positivo no que respeita ao objectivo de não perder. Claramente, o elevado número de empates ajuda a perceber estes resultados do clube que, entre os 3, tem menos vitórias, mas também mais empates.

Mais regular e particularmente negativo tem sido o Porto. No ano passado era o clube mais rentável da Liga, mas este arranque de época tem ficado aquém do que o que se esperava (nota, novamente, para as tais expectativas mais elevadas em relação aos seus rivais). Até ao jogo frente ao Kiev o registo portista era praticamente nulo, mas os últimos dois resultados caseiros acabaram por prejudicar a classificação portista.


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Bentley!

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29.10.08

Jesus disse...

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Se os jogadores “partiram a loiça” nos 90 minutos frente ao Portsmouth, Jorge Jesus não fez por menos no final. Dirão que é fácil revelar tanta confiança após um resultado tão conseguido. É verdade, mas também o são as afirmações do treinador, independentemente do jogo e do seu resultado. Aqui ficam algumas notas sobre o que disse Jesus:

Problemas estruturais? - Não posso, em primeiro lugar, fazer um retrocesso de algumas semanas, quando o Braga atravessou um mau momento no campeonato. Na altura houve algumas considerações à qualidade colectiva do Braga, pondo em causa aspectos estruturais e não circunstanciais do jogo da equipa. Se eram estruturais onde estão eles agora? (mais uma vez, é o resultadismo de que falei na altura...)

O efeito da sobrecarga de jogos – Partindo do ponto anterior, vou para a questão da repetição de jogos. Há quem não compreenda ou não queira compreender a questão, mas para mim é muito evidente. Uma equipa que joga sucessivamente à Quarta e ao Sábado tem muito menos capacidade de conseguir ser constante, sobretudo se jogar contra equipas que não o fazem. Porquê? O principal motivo é o tempo que existe para recuperar e preparar o jogo seguinte. Em 2 ou 3 dias é difícil trabalhar e corrigir aspectos colectivos e isso nota-se muitas vezes, particularmente no nosso campeonato onde há uma grande disparidade de sobrecarga de jogos entre algumas equipas. Neste aspecto o Braga partiu em desvantagem e esse é o grande motivo das suas dificuldades em alguns jogos do campeonato. Noto a clarividência do treinador para perceber essa limitação que, na minha perspectiva, será o grande obstáculo do Braga na Liga.´

Treinadores ingleses e o futebol português – Mas o ponto mais importante tem que ver com a forma como Jesus se refere a alguns aspectos do futebol inglês, em comparação com o nosso. Ao contrário de muitos que passam a vida a criticar a mentalidade e a qualidade dos profissionais portugueses, com comparações absurdas com campeonatos de realidades e condições completamente diferentes, Jesus não se poupou às criticas. Sobre as limitações tácticas dos treinadores ingleses, já aqui escrevi uma vez, percebendo-se que não posso estar mais de acordo com o que disse o treinador do Braga que, ao contrário dos ditos opinadores, fala do que sabe.
O problema do futebol português não são, como se gosta tanto de vender, os treinadores (nem a sua filosofia), que em alguns casos não ficam a dever em nada ao que há no estrangeiro. O problema é de quem dirige o futebol, de quem o vem arrastando para uma situação de deprimência financeira e lhe retira possibilidade de ter melhores jogadores. Mas a esta responsabilidade não posso deixar de acrescentar uma outra. A de quem tem tido uma voz presente na construção da opinião ao longo dos anos e tem sucessivamente falhado nessa confortável tarefa que é comentar.


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Maradona seleccionador?! Os deuses devem estar loucos!

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28.10.08

Destaques do fim de semana...

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- Pontapé de Gerrard (Liverpool)
- Livre de Richardson (Sunderland)
- Dois golos de Simão (1, 2) e a assistência
- Frango de Leo Franco (Atl.Madrid)
- Trabalho de Amauri (Juventus)
- Golão de Acquafresca (Cagliari)
- Livre de Wendel (Bordéus)
- Bicicleta de Pieroni (Valenciennes)
- Pontapé de Lesage (Le Havre)
- Colocação de Obraniak (Lille)
- Fink (Eintracht Frankfurt) - 3º golo do resumo
- Solo de Ugur Boral (Fenerbahce) - 2º golo do resumo
- Panenka ridicularizado de Milevsky (Dinamo Kiev) - parte final do resumo
- Livres decisivos de Igor Souza (Gil Vicente)

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27.10.08

Benfica - Naval: Da vitória vem o aviso

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Primeiro jogo "normal" – Este era o primeiro jogo normal do Benfica em casa. Quase todos os restantes jogos na Luz serão dentro desta tipologia e por isso tinha uma especial curiosidade em ver como se comportaria a equipa. Tal como foi evidente e reconhecido, a vitória foi mais sofrida do que o desejável e, se o Benfica fez o suficiente para marcar até mais cedo, o que mais preocupa é a incapacidade defensiva da equipa durante praticamente todo o jogo. À primeira o Benfica escapou mas arrisco dizer que é preciso melhorar sob pena de assistirem a alguns embaraços durante esta temporada.

Oscilações – A oscilação do jogo do Benfica foi abordada por Quique no final da partida e sentida por todos ao longo dela. Na realidade penso que, no caso, as oscilações resultam da variação dos próprios momentos emocionais do jogo. Se no inicio o Benfica teve dificuldade em pressionar e sair a jogar, vendo a Naval ser senhora da bola nos primeiros 15 minutos, quando assustou pela primeira vez os figueirenses, conseguiu inverter completamente essa tendência. É altamente relevante o papel do pressing encarnado, sobretudo após perder a bola, forçando o erro adversário e mantendo o jogo junto da área contrária. Quando conseguiu ser forte e agressivo neste particular, o Benfica conseguiu as suas fases de maior domínio, mas, como disse, estes momentos pareceram ser despoletados pelo efeito emocional das primeiras oportunidades. Pelo contrário, nas fases em que o seu jogo se torna menos intenso e constante, o Benfica revela mais dificuldades, sobretudo quando é obrigado a organizar jogo pelos centrais – isso foi evidente particularmente nos tais 15 minutos iniciais.

Controlo defensivo – Um dado que começa a ser recorrente e preocupante é a falta de controlo defensivo do Benfica. Aqui é incontornável falar, novamente, do problema de se definirem poucas linhas defensivas, deixando em dificuldades a última linha defensiva. Quando a equipa se estica no campo, abre um buraco perigoso e muito visível durante o jogo, à frente da defesa e nas costas dos 2 médios centro. Quando a defesa sobe para tentar reduzir esse espaço – e em certas situações torna-se inevitável que o faça – fica vulnerável nas suas costas. O lance de Marcelinho no inicio do jogo não é diferente do de Lucho ou Djaló, em jogos anteriores. É um problema de posicionamente e não de velocidade porque, por muito rápido que fosse um central, nunca poderia apanhar um jogador que sai daquela maneira em direcção à baliza.

Avançados – Torna-se evidente que há um “bom problema” para Quique. Suazo e Nuno Gomes estão num bom momento mas é Cardozo quem resolve. O paraguaio é, aliás, um luxo deste plantel. Quique definiu um modelo em que, claramente as características de Cardozo não são potencializadas – é um avançado mais fixo e menos móvel do que o aconselhável – mas a verdade é que o paraguaio é um jogador de grande qualidade e que parece ser mesmo capaz de discutir um lugar apesar do tal desajuste de perfil. O problema só deixará de ser “bom” se Cardozo reagir mal ao banco de suplentes, onde provavelmente acabará por iniciar a maioria dos jogos. Um caso a merecer a atenção do treinador.

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Paços - Sporting: Inconstante

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Sporting – Para explicar os 2 pontos deixados em Paços, apontaria 2 motivos. O primeiro, a incapacidade para o Sporting manter maior consistência exibicional, variando a qualidade dos seus momentos. Segundo, o facto de não ter aproveitado da melhor maneira o ascendente conseguido na sua melhor fase.
Distinguiria o jogo em 4 fases. A primeira, menos interessante e mais dividida, nos primeiros 25 minutos. Depois veio a melhor fase iniciada no impacto emocional que teve o seu primeiro remate mais perigoso, por Izmailov. Aí o Sporting foi esclarecido com bola, e pressionante quando a perdia, mantendo o jogo em permanência junto da área do Paços, numa fase que teve o intervalo pelo meio (e a alteração de Romagnoli por Pereirinha) e durou até aos 60 minutos. Foi, novamente, o efeito emocional de uma jogada que marcou nova viragem no jogo. Uma descida do Paços abriu nova fase, com o Sporting a perder capacidade dominadora, não conseguindo fazer o melhor uso da posse de bola e permitindo que o Paços colocasse mesmo em perigo o empate. Nos últimos 10 minutos, manteve-se a menor clarividência ofensiva do Sporting, com um jogo mais directo, mas com o Paços mais baixo e encolhido, na ânsia de segurar o precioso ponto.
Nota finalmente para o papel positivo de Postiga e Liedson, apesar da ineficácia ofensiva. No caso de Postiga, ficou ainda a ideia de que Paulo Bento tem uma nova solução para poder usar nas costas dos avançados, nas fases de maior aventureirismo ofensivo.

Paços – Uma nota para o Paços que vinha apresentando um registo defensivo preocupante. Frente ao Sporting a prestação foi francamente melhor e só isso permitiu que conseguisse manter o nulo. É crucial que Paulo Sérgio consiga manter esta evolução defensiva até porque, seja para que equipa for, a segurança defensiva é o ponto de partida fundamental para que se consiga triunfar numa prova de regularidade.

Rochemback – Desde a pré temporada que tenho vindo a falar da integração de Rochemback. O jogador aparece agora a jogar na posição 6 do losango mas, francamente, parece-me um desperdício para as suas capacidades. Neste particular há mais uma daquelas ideias que se difundem como se fossem verdades absolutas mas que estão desprovidas de fundamento – a de que Rochemback tem de jogar no meio. Um recuo até à sua primeira passagem pelo Sporting leva-nos a um protagonismo assumido como interior num meio campo em losango e não como 6. Aliás, penso que Rochemback deve ser utilizado nessa posição mas ao lado de um 6 que não pretenda ser o dono da primeira fase de construção (como é o caso de Veloso). Nesta linha de raciocínio sou mais partidário da opção que Paulo Bento adoptou no inicio de temporada, com Moutinho a 6 e Rochemback a interior. Com Veloso, será outra questão...

Mau futebol – Termino por falar no chavão do momento, o “mau futebol”. Paulo Bento afirmou que está na moda dizer que o Sporting joga “mau futebol” e eu digo que está mesmo. O que existe realmente e se sente muito claramente é um desgaste de um público que gosta da mudança e que se farta facilmente dos protagonistas e das suas ideias. Não tem havido um futebol vistoso nos últimos jogos, é verdade, mas isso não é sinónimo de “mau futebol” e quem não percebe essa diferença, na minha opinião, não revela grande conhecimento sobre este jogo.

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Porto - Leixões: Crise total

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Qualidade? – 2-3 e um jogo emocionante e imprevisível. Estamos de acordo. Um bom espectáculo? Claro, pela emoção. Um bom jogo? De forma nenhuma! O improvável Porto – Leixões foi um jogo de equívocos e erros do campeão nacional e de um aproveitamento, meritório sim, mas sem o brilhantismo que tanto se gosta tanto de fazer passar. O Leixões chegou ao 0-2 em 3 oportunidades, sem que nenhuma delas resultasse de uma jogada de bola corrida e apenas na fase final da partida fez chegar com maior assiduidade as suas jogadas à área contrária. De resto, pode dizer-se sim, que foi guerreiro, concentrado e inspirado – sobretudo Braga, com aquele golão que fica na história do Leixões.

Desastre táctico! – Tenho sempre aqui deixado uma opinião bem diferente daquelas que teimam em apontar o dedo a Jesualdo sempre que um resultado adverso acontece. Desta vez, porém, só posso ser critico em relação às opções do “professor”, em particular no que respeita à surpreendente nova estrutura apresentada – 4-4-2 clássico. Não consigo entender, nem a mudança, nem o seu timing. Primeiro, pelo que sempre defendi aqui. Ou seja, que o Porto tem modelo bem definido e com resultados mais do que evidentes, devendo resolver a sucessão de algumas individualidades com uma evolução que mantenha o que existe de positivo e não esquecendo tudo o que foi feito. Depois, porque se Jesualdo sempre afirmou que acreditava nos seus “processos” e que a equipa precisava de evoluir para os desempenhar com uma qualidade mais consistente, então porque é que resolveu abdicar deles na ressaca de um momento negativo? Que confiança transmite para os jogadores ver o seu treinador duvidar de uma ideia de jogo que ele próprio tenta transmitir aos seus jogadores?
Com a sua linha de 4 no meio campo, o Porto perdeu os papeis referência de Lucho (sobretudo este) e Meireles e perdendo também capacidade a ordem e organização que os jogadores reconhecem no momento de sair com bola e pressionar. O resultado foi uma equipa sem capacidade para criar e pressionar, e que facilitou de sobremaneira a tarefa defensiva ao Leixões. O Porto limitou-se a viver dos rasgos individuais dos seus jogadores (e da acção de Lisandro) e da energia trazida pelos momentos emocionais do jogo. É verdade que para explicar a derrota tem de se falar na forma como foram consentidos os 2 primeiros golos e da desconcentração que neles existiu. É igualmente verdade que sem essas desconcentrações, o Porto poderia muito provavelmente ter vencido o jogo mas esta critica à alteração táctica realizada – que teve um efeito enorme na qualidade de jogo portista – não está dependente do resultado do jogo.

Há agora a curiosidade para ver o que vai fazer Jesualdo no próximo jogo. Mas, digo-o, como já o havia dito, 4-4-2 parece-me um erro. Se o Porto mudar a sua estrutura passará por um processo de transformação bem mais longo e arriscado do que se tentar evoluir dentro do modelo anterior.

José Mota – Vencer no campo dos 3 grandes não é para todos. O inicio de temporada que está a fazer também não. Não sou – tal como muitos – um grande apreciador do modelo de jogo de José Mota, mas há duas coisas que quero realçar. Primeiro que há um enorme mérito na forma como tem, ao longo dos anos, construído os seus planteis, particularmente com a contratação de jogadores desconhecidos que se tornam repentinamente revelações do campeonato (Braga é o caso actual). Segundo, e mais importante, dizer que o trabalho e qualidade de um treinador não se mede apenas pelo qualidade do seu modelo de jogo. Neste aspecto, os resultados de trabalhos de longo prazo são como o algodão... não enganam!
Golos:

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24.10.08

Hertha - Benfica: Foi bom, o ponto

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Bom resultado – Neste modelo de grupos, um empate fora é, quase sempre, um bom resultado. Isto porque 5 a 6 pontos costumam ser suficientes para garantir o apuramento, ficando assim por garantir 4 a 5 pontos, com 2 jogos em casa. Não desfazendo este raciocínio mais calculista, há que dizer que este foi um jogo em que se esperaria outra capacidade do Benfica, sobretudo depois de se ter conseguido adiantar no marcador. Esse é, portanto, o lado negativo deste “bom resultado”. Frente a um adversário com um futebol interessante mas sem grande poderio, esperava-se que o Benfica soubesse gerir melhor um jogo que até lhe correu bem. Isso não aconteceu e a verdade é que o empate acaba por ser mesmo um bom resultado para as incidências do jogo.

Estratégia – O Hertha, como a maioria das equipas alemãs, é uma formação que se sente bem melhor a atacar do que a defender, criando muitas dificuldades no último terço de terreno onde faz chegar muitas unidades, mas sendo vulnerável defensivamente, particularmente pelos desequilíbrios provocados por essa “sede” ofensiva. Quique, sempre dentro do seu 4-4-2 clássico, terá entendido que a transição ofensiva seria a melhor forma de trazer um bom resultado da Alemanha e, para tal, colocou 2 extremos velozes capazes de dar largura e profundidade ao ataque, ao mesmo tempo que definiu uma zona de pressão alta, na expectativa de explorar algumas lacunas germânicas na saída de bola.
Se é verdade que o Benfica conseguiu o seu golo em transição, explorando a profundidade, tal como era estrategicamente pretendido por Quique, é também bom dizer-se que foram raros os momentos em que o Benfica o conseguiu fazer. Encontro 2 motivos para esta escassez. O primeiro tem a ver com a pouca capacidade do pressing encarnado para criar problemas ao primeiro momento de construção germânico. O segundo com alguma deficiência na saída em transição, com o primeiro passe a não lateralizar de imediato o jogo, um comportamento sistematizado pelo seu treinador.
Sem controlo – Há um dado estatístico que me parece sintomático neste inicio de época. Em 5 jogos oficiais, fora da Luz, o Benfica nunca ficou sem sofrer golos (9 golos sofridos). Este é um dado que encontra reflexo no que se tem visto no campo, e Berlim não foi excepção. É que o Benfica vem revelando uma grande incapacidade para controlar os seus jogos, particularmente nos momentos em que é fundamental fazê-lo por estar com resultado favorável (nos 5 jogos, tem 1 vitória, mas só num não esteve a ganhar). Um motivo que tem sido apontado por quase todos é a incapacidade para a equipa gerir melhor a posse de bola. É um facto que o Benfica revela essa incapacidade, mas parece-me redutor falar em individualidades quando é o próprio modelo que não privilegia a capacidade de ser forte em posse. Em construcção o Benfica não consegue criar apoios e linhas de passe que consigam envolver o adversário e isso resulta nas perdas de bola que se assistiram no final da primeira parte, numa incapacidade que já venho identificando desde a pré temporada.
Se o Benfica não consegue controlar pela posse, teria de fazê-lo pela eficácia da sua organização defensiva. Mas isso também não vem sucedendo (ontem, tal como em Matosinhos). A equipa parece demasiado dependente da eficácia da primeira fase do seu pressing e quando esta não funciona o meio campo revela francas dificuldades em impedir que o jogo chegue até à sua zona mais recuada. Aqui, tem de ser dito, o facto de se jogar com uma estrutura que tem apenas 1 linha de meio campo não ajuda, mas parece-me que pode e deve ser feito mais para contornar esta dificuldade evidente.
Substituições – Como é hábito, no final do jogo, conhecido o resultado, são feitas as criticas às decisões que foram tomadas durante a partida. Volto a bater na mesma tecla, é profundamente limitativo avaliar-se um treinador pelas substituições e os jogos não se ganham ou perdem apenas pelas substituições. Mas vamos a elas...
A entrada de Suazo fez todo o sentido, pelas razões estratégicas que apontei. É um jogador que, ao contrário de Cardozo, dá profundidade ofensiva e era isso que Quique pretendia. Fica por saber porque é que não jogou de inicio (provavelmente limitações físicas). Apesar de estar a ganhar, Quique pareceu mais disposto a dar outra força à sua transição, num momento em que se sabia que o Hertha iria correr mais riscos. A entrada de Martins tem esse propósito, dar mais qualidade à saída em transição. Entre Katsouranis e Binya (partindo do princípio que não havia problemas físicos), Quique terá optado por manter a combatividade do segundo. Pessoalmente acho questionável a decisão (sobretudo optar-se por Binya em vez de Katsouranis) mas também tenho dúvidas se terá sido por isso que o Benfica deixou fugir 2 pontos. É que, tal como escrevi antes, a incapacidade de controlar o jogo pela posse é um mal estrutural e não fruto da incapacidade de um outro jogador.
De uma coisa estou certo. Se o Benfica tivesse feito o segundo todos elogiariam a sagacidade do treinador e, se tivesse tirado um extremo para colocar Martins e tivesse empatado, no final, seria criticado por ter sido defensivo. Era certinho...

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Taça Uefa

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- O livre de Luis Aguiar (Braga)
- Outro, do talento Alan Dzagoev (CSKA Moscovo)
- Kuranyi e Altintop (Schalke), 2 bons golos - 2º e 3º do resumo
- A argolada de Gomes (Tottenham)
- Bomba de Balaban (Dinamo Zagreb) - 4º golo do resumo
- A inspiração de Lamine Diarra (Partizan) - 2º golo do resumo

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23.10.08

Shakhtar - Sporting: Maturidade e felicidade

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Melhor o resultado – Este foi, não bom, mas um excelente resultado para o Sporting. A exibição, essa, como todos viram, teve momentos de oscilação, com manifestas e, até certo ponto compreensíveis, dificuldades em se impor em jogo. Houve certos aspectos – mais abaixo detalhados – que explicam estas dificuldades, mas há também que realçar a entrega e competência dos jogadores que, perante um adversário que tentou sempre manter uma atitude forte no jogo (jogava muito da sua época), souberam viver e sobreviver às dificuldades que sentiram, não perdendo a lucidez que lhes permitiu esperar pelo momento certo para chegar à vitória. Diria que foi uma vitória feliz, mas também fruto de uma grande dose de maturidade.

Shakhtar – Tal como ontem o referi sobre o Dinamo, repito-o para este Shakhtar. Para se analisar a exibição do Sporting tem de se compreender primeiro o que fez este Shakhtar. Ao contrário dos seus rivais internos, o Shakhtar é uma equipa que não é bem organizada, não defende bem e é susceptível ao erro. No entanto, e tal como descrevi anteriormente, o Shakhtar procura um futebol baseado num forte pressing (mesmo que não muito bem organizado) e numa atitude muito ofensiva quando ganha a bola, nomeadamente pela forma como adianta os seus laterais e como mantém sempre a intenção de atacar a profundidade em transição. A isto há que juntar a intenção de Lucescu em recorrer a um jogo mais directo, juntando Brandão a Moreno na frente, em vez de manter o 4-2-3-1 que vinha sendo utilizado na Champions. Todas estas características condicionaram a qualidade do jogo (particularmente no primeiro tempo) e a própria postura do Sporting, claramente pouco habituado a este perfil de jogo. Curiosamente, o Shakhtar foi mais perigoso no inicio do segundo tempo, quando passou a apostar mais numa lateralização do seu jogo, em vez da tal abordagem mais directa aos avançados.

As dificuldades – Na análise individual aos jogadores do Sporting, facilmente se encontrarão melhores notas dadas aos centrais, em contra ponto com os médios. Esta constatação resulta das próprias características do jogo que teve um grande espaço entre sectores, provocando maior desgaste aos médios e dificultando a sua tarefa em controlar o jogo. Por outro lado, o jogo directo do Shakhtar solicitou muito mais a intervenção dos centrais, com a bola a ser directamente jogada para a sua zona de acção e saltando o meio campo. Este foi o perfil de jogo procurado pelo Shakhtar e que, mesmo se não trouxe grande qualidade, perturbou a estratégia do Sporting. Mas porque é que o Sporting o permitiu? A meu ver a resposta prende-se com algum receio no posicionamento da sua linha mais recuada. Com os avançados a pressionar mais alto era necessário que a linha defensiva do Sporting se mantivesse alta. Ora, com os avançados do Shakhtar a ameaçar a profundidade, parece-me que os defesas do Sporting não tiveram confiança suficiente para encurtar o campo, recuando e abrindo o tal fosso no meio campo. Aqui é importante referir alguma pouca capacidade de recuperação de alguns jogadores que não se sentem tão confortáveis em jogar alto – Polga será o caso mais evidente.
Mas também com bola o Sporting não esteve tão bem como certamente Paulo Bento pretenderia. Primeiro há que falar no pressing do Shakhtar, sempre muito intenso sobre o jogador que recebia a bola. Depois, importa falar de alguma falta de discernimento na decisão de passe dos jogadores do Sporting. Na primeira fase de construção, nem sempre a decisão privilegiou uma saída em maior segurança, o que era importante para manter melhor controlo sobre os ritmos do jogo – as melhores fases neste capítulo foram os últimos 15 minutos de cada parte. Na segundo momento, raramente se viram as jogadas de envolvência que a equipa normalmente utiliza para chegar com perigo à área contrária. Aqui terá havido uma menor concentração (e, porque não dize-lo, tranquilidade) do que seria desejável.

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O calcanhar de Derlei

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22.10.08

Porto - D.Kiev - Sem capacidade para inverter a sorte!

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O Dínamo – Tinha deixado aqui o aviso para a qualidade deste Dínamo, muito diferente daquele que se apresentou o ano passado na Champions. Era, e ainda é, o principal adversário do FC Porto ao apuramento e será sempre uma formação muito complicada para qualquer adversário. Repetiram a proposta de jogo apresentada na Turquia, sem grande intenção de dar profundidade ao seu jogo ofensivo mas com a virtude de serem muito organizados e concentrados defensivamente e, depois, de terem uma muito boa capacidade para fazer da posse de bola uma arma de controlo do jogo e do adversário. Foram felizes na vitória que conseguiram mas, diga-se, o jogo decorreu precisamente como eles planeavam. Para se analisar o jogo tem de se ter em conta as dificuldades que o Dínamo criou defensivamente e, ao mesmo tempo, perguntar se os jogadores do Porto estavam conscientes de que teriam um adversário tão forte pela frente. Os adeptos certamente não estariam...

Entrada – Jesualdo falou, antes do jogo, de como a equipa sente que os seus processos de jogo são uma vantagem quando interpretados com a devida concentração e empenho. É um facto. Nomeadamente no que diz respeito ao pressing que é hoje, depois da perda de qualidade individual do plantel, a grande arma do futebol colectivo portista que está em grande medida dependente dos seus efeitos. Provocar o erro ao Dínamo não é fácil – não são uma equipa que erra facilmente em posse, ao contrário do que se pudesse pensar – mas o Porto tinha capacidade para fazer melhor do que aquilo que aconteceu nos primeiros minutos. Poucas vezes conseguiu transições perigosas e as suas iniciativas de maior perigo foram provocadas pela outra característica diferenciadora do ataque portista. A mobilidade. O facto de Lisandro (o melhor do Porto, na minha opinião) aparecer em zonas exteriores atrai as marcações para fora da zona de área, arrastando os centrais para zonas em que não estão tão confortáveis. O papel de Lucho (ainda abaixo do seu melhor) é depois fundamental ao aparecer em zonas de finalização e foi assim que o Porto quase chegou à vantagem. Não o conseguiu e também não conseguiu repetir muitas iniciativas que provocassem desequilíbrios, acabando depois por sofrer um golo que condicionou decisivamente uma partida já de si complicada. Sobre a bomba de Aliev pode dizer-se que Nuno foi ou não mal batido, o que sei é que devia estar prevenido para aquele pé direito. Não é novidade nem sequer é raro. Veja-se o seu livre mais famoso, ou aquele que marcou... no passado fim de semana!!

Fragilidades individuais – Apesar de pensar que a entrada do Porto poderia ter sido mais concentrada e agressiva do que foi, a sensação com que se ficou do jogo é que o Porto, de facto, deu o que tinha para ultrapassar aquela muralha ucraniana. Este sentimento leva a um outro, o de impotência. A verdade é que as saídas de Quaresma e Bosingwa retiraram grande parte da capacidade desequilibradora a este Porto que fica, assim, mais dependente de um Rodriguez desinspirado ou de um Mariano que, claramente, não pode mais como desequilibrador. A perda de qualidade do plantel começa a ser cada vez mais evidente, com maior peso a ser colocado sobre os ombros de Lisandro e Lucho, em termos individuais, ou da interpretação perfeita das acções colectivas. O Porto tem perdido várias unidades influentes nos últimos anos e, se os reforços não são capazes de dar uma resposta imediata ao mesmo nível dos que sairam, então não se pode esperar a manutenção de uma capacidade competitiva que vem sendo excelente nos últimos anos.

Situação – Esta fase de grupos está a meio e todos os cenários são possíveis. Para chegar aos oitavos, parece-me que o Porto precisa de fazer no mínimo, ou 6 pontos - ganhando na Ucrânia neste caso – , ou 7 pontos – em caso de empate na Ucrânia. Outra coisa que é evidente é que nem o apuramento para a Uefa é nesta altura um dado minimamente adquirido. Jogar com o Arsenal em casa na última jornada pode ser mesmo – tal como se havia antecipado – uma grande vantagem. De todo o modo esta será uma época, já se percebeu, de reconstrução colectiva para o Porto e muito do que se passará, quer internamente, quer externamente, vai depender da resposta que a equipa for dando ao longo do tempo.

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Os melhores de uma jornada histórica!

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21.10.08

Shakhtar Donetsk: Crise e qualidade

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Campeão por 3 vezes nos últimos 4 anos, esta é a grande potência do futebol recente na Ucrânia. O Shakhtar vive, no entanto, a seu momento mais débil dos últimos 10 anos com um inicio de época horrível (está em 8º a 13 pontos do Dinamo Kiev) e inexplicável para o valor individual do plantel. Esta crise de resultados tornou claro que o reinado de Mircea Lucescu está a chegar ao fim, estando anunciado o seu abandono assim que a equipa saia da Champions League. A crise do Shakhtar deve, no entanto, ser olhada com alguma desconfiança. Por dois motivos essenciais. Primeiro porque por detrás deste insucesso recente não está nenhuma perda de qualidade individual da equipa. Pelo contrário, o Shakhtar continua a reforçar-se com os milhões do seu dono, o magnata Rinat Akhmetov, tendo um plante de luxo, com uma aposta particularmente direccionada para o mercado brasileiro de onde importa qualidade e potencial, proporcionando um “salto” que desvia muitos jogadores de grande qualidade de uma rota mais mediática. O segundo motivo é a própria prestação europeia. Ao contrário do seu passado recente, onde os falhanços externos contrastaram com as conquistas internas, este ano o Shakhtar tem estado bastante bem na Europa, vencendo e dominando o jogo com o Basileia e ficando a poucos minutos de conseguir uma vitória com o Barcelona.
Em termos de jogo, destaque para o contraste entre a qualidade individual e alguma anarquia colectiva, o que explica o mau inicio de temporada. Outra nota vai para a facilidade com que Lucescu altera o sistema – contra o Sporting e com as ausências de Luiz Adriano e Ilsinho é ainda incerto se Lucescu irá ou não alterar este 4-2-3-1.

Sistema táctico e opções
Em termos de sistema táctico, a novidade de Lucescu para esta temporada foi o 4-2-3-1, depois de nos últimos anos ter adoptado sistemas com 2 avançados (a diferença está no posicionamento de Brandão que passou a jogar sobre a esquerda em vez de estar fixo como avançado). A verdade é que Lucescu tem experimentado outros sistemas nos últimos jogos e frente ao Sporting poderá apresentar novidades como forma de contornar as ausências de Luiz Adriano e Ilsinho. Um 4-4-2 ou mesmo um 3-5-2, com Srna a médio, são as hipóteses.
Em termos de individualidades há um leque impressionante, com jogadores muito cotados (e caros) a nem sequer entrar nos eleitos de Lucescu para a maioria dos jogos – casos de Willian (ex-Corinthians) e Marcelo Moreno (ex-Cruzeiro).
Na baliza, o titular é o internacional Andriy Pyatov (24 anos).
Na defesa, Darijo Srna, o capitão, joga na lateral direita (mas poderá subir no terreno com a lesão de Ilsinho), Shevchuk (29 anos) na esquerda e Chyhrynskyi (21 anos) e Ischenko (25 anos) formam a dupla de centrais. Entre as alternativas destaque para o internacional ucraniano Kucher para o centro e o internacional romeno Rat para a esquerda.
No meio campo, o checo Tomas Hubschman (27 anos) tem sido a revelação aparecendo numa posição diferente da que ocupava anteriormente (central) ao lado de Fernandinho (23 anos). Para este sector há ainda as alternativas do internacional polaco Mariusz Lewandowski (29 anos) ou do sérvio Igor Duljaj (28 anos). Mais à frente Ilsinho (22 anos) , Jadson (24 anos) e Brandão (28 anos) têm sido os mais utilizados. Aqui, Fernandinho pode actuar no lugar de Jadson e há ainda que contar com Willian (20 anos) recentemente contratado ao Corinthians.
Na frente o lugar tem sido de Luiz Adriano (21 anos) mas a sua lesão abre a oportunidade para os cotados Oleks Gladky (21 anos) – melhor marcador da liga ucraniana em 2007 – e Seleznyov (23 anos). Sem tantas oportunidades está para já o boliviano Marcelo Moreno (21 anos). A expectativa criada em seu redor, no entanto, deixa antever futuras oportunidades.

Como defende?
É provável que a estratégia do Shakhtar passe por uma postura muito pressionante e perturbadora para a construção adversária, tentando forçar o erro para sair depois em transições perigosas. Esta pressão tem duas faces. A primeira é a tal dificuldade que cria à construção adversária, a segunda é exposição que provoca na sua zona mais recuada, visto ser uma pressão feita com referências individuais e com muito pouco controlo posicional. Neste Shakhtar há igualmente algum excessivo adiantamento dos laterais – muitas vezes em simultâneo – o que expõe a equipa em transição.
Claramente, se for evitada a tal pressão do Shakhtar há muito por onde aproveitar uma evidente desorganização defensiva dos ucranianos...

Como ataca?
Com bola esta equipa não é uma equipa previsível, podendo optar por um jogo mais directo , tirando partido da estatura dos seus dianteiros (nota para Brandão), ou por um jogo mais apoiado, onde conta com a integração dos laterais e com uma grande mobilidade e qualidade dos médios. Há, no entanto, nestes movimentos ofensivos um excesso de dependência das qualidades individuais e uma menor qualidade das rotinas colectivas – nota para a pouca mobilidade dos avançados em ataque organizado, dando-se muito à marcação. Saliência, para além dos criativos brasileiros, para Chyhrynskyi, um central com grande vocação para ser preponderante na organização ofensiva, particularmente nos lançamentos longos.
A qualidade individual dos jogadores do Shakhtar por contraponto com alguma menor capacidade colectiva, faz com que seja em transição que esta equipa seja mais perigosa, precisamente por usufruir de mais espaço. Outro aspecto a ter em conta é a facilidade com que os médios recorrem à meia distância.

Treinador
Mircea Lucescu (63 anos) – Este veterano romeno está a chegar ao final da sua passagem pelo Shakhtar, iniciada em 2004. Lucescu ficará sempre ligado ao sucesso interno a que conseguiu ligar o Shakhtar, mas tem como grande falhanço as repetidas prestações europeias, aquém do que era pretendido com tanto investimento.

5 estrelas
Darijo Srna (defesa direito, 26 anos) – Quem o vê jogar percebe facilmente o talento que está escondido na Ucrania. Srna é daqueles que poderia jogar em qualquer liga do mundo e, provavelmente, em qualquer clube. Este croata faz de médio na selecção, mas Lucescu tem-no visto quase sempre como lateral, dando-lhe no entanto grande vocação ofensiva.

Dmytro Chyhrynskyi (defesa central, 21 anos) – Destacou-se no Euro sub 21 de 2006 e é hoje uma figura emergente no Shakhtar e na selecção ucraniana. Alto e forte fisicamente é vitima de uma defensiva muitas vezes desorganizada e errática, mas destaca-se quando a equipa ganha a bola, assumindo um papel interventivo na construção.

Fernandinho (médio centro, 23 anos) – Já está no Shakhtar desde 2005 e a Europa pouco conhece deste jogador de grande qualidade. Pode jogar mais recuado ou como 10 e destaca-se pela sobriedade e competência com que se apresenta, tanto a atacar como a defender. Há que realçar, claro, a capacidade goleadora deste médio aparentemente discreto. Um pé direito “bomba” e uma boa capacidade aérea nos lances de bola parada explicam um número considerável de golos. Foi o melhor jogador da liga ucraniana do ano passado.

Jadson (médio centro, 24 anos) – Baixo e muito forte tecnicamente é o coordenador ofensivo da equipa. Tem um pé direito muito preciso e isso faz com que a equipa o procure com bola, sendo ele também o marcador de livres e cantos do Shakhtar.

Brandão (médio ofensivo, 27 anos) – Já está no Shakhtar desde 2002. Apesar de vir jogando adaptado sobre a esquerda, Brandão é claramente um avançado, juntando-se ao centro do ataque sempre que a equipa ganha a bola. Tem uma amplitude de virtudes que fazem dele um jogador forte para diversas soluções. Nesta equipa do Shakhtar, no entanto, torna-se particularmente mais notado quando a equipa recorre a uma abordagem mais directa ao jogo.


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Veron!

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20.10.08

Notas do fim de semana

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- Desta vez o futebol não parou. O que assistimos, no entanto, foi a uma jornada de Taça sem qualquer interesse competitivo para os principais clubes nacionais. Os clubes portugueses continuam ou a não ver ou não querer ver o que lhes está a acontecer e a oferecer às principais ligas europeias – que é objectivamente o produto concorrente – oportunidades para ganhar quota de mercado. São erros que a longo prazo terão um efeito muito visível.

- O campeonato recomeça na próxima semana na 6ªjornada. Faltam 10 (dois terços) para terminar a primeira volta mas grande parte do interesse já foi jogado. Todos os clássicos, entre os grandes, um Braga – Sporting e, até, o mais interessante dos jogos entre não grandes. Os jogos que faltam despertam o interesse de muito pouca gente – isso vê-se sobretudo pelas audiências televisivas – e, no plano desportivo, vão reencaminhar o campeonato para o seu ritmo habitual. Tal como no ponto anterior, este facto denota um modelo competitivo desajustado às necessidades do futebol português e os seus efeitos, neste caso, até já se sentem e bem nas finanças dos clubes. Mas vai piorar.

- Não vou entrar em análises detalhadas sobre a Taça – pelo tal desinteresse competitivo – mas há um ponto que não quero deixar de ressalvar. O Benfica esteve à beira de uma eliminação histórica (apenas superada pelo feito do Gondomar) e se tal tivesse acontecido, Quique Flores não se poderia queixar muito da displicência dos seus jogadores. Ele próprio foi o primeiro a revelá-la quando, espantosamente, afirmou ter “poucas informações” sobre o Penafiel. O Penafiel joga em Portugal, jogou há uma semana para o campeonato quando a Liga estava parada e o Benfica é um clube profissional com gente dedicada à tarefa de recolher “informações”. Nem sequer estamos num caso de aperto de calendário, mesmo não sendo este um jogo de grau de dificuldade elevado, havia tempo suficiente para, em 2 semanas, ter mais do que “poucas informações” sobre o adversário. É uma falta de respeito e de... profissionalismo.

- Do futebol internacional há, claro, vários destaques a fazer. Entre todos, chamo a atenção para o final de época emocionante que vive o Brasileirão. Ontem o líder, Grémio, perdeu e entre Palmeiras e São Paulo jogou-se um derbi louco com influência na luta pelo título. Vale a pena acompanhar as próximas semanas e, para quem não viu, fica o resumo.


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Não há 2 sem 3!

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18.10.08

Dinamo Kiev: Alerta ao Dragão

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Internamente não sofre golos desde o inicio de Agosto (7 jogos), liderando o campeonato ucraniano com uma diferença de 13 pontos ao fim de 10 jogos para o mais forte concorrente ao título, o Shakhtar. Na Europa, venceu fora e em casa o Spartak e empatou frente ao Arsenal em casa e fora frente ao Fenerbahce. Os números são claros e quem vê esta equipa jogar não tem dúvidas: é preciso ter muitas cautelas com este Dinamo, um candidato real à qualificação no grupo do Porto.
De facto, não há um leque impressionante de estrelas neste Dinamo, mas a equipa apresenta-se muito sólida, bem organizada e com um leque de jogadores de muito boa qualidade, ao ponto de fazer esquecer as ausências por lesão de jogadores que, à partida, seriam titulares. Gusev – médio internacional Ucraniano – está de fora desde o inicio da temporada e Yussuf – médio nigeriano – e Milevsky – principal figura da equipa – têm estado ausentes da equipa. O Dinamo muda de sistema, adapta-se, mas mantém-se organizado e não se recente nos resultados. Para quem viu esta equipa frente ao Sporting, há um grande contraste entre o perfil de jogo, mais emotivo e menos organizado de então, e mais equilibrado e organizado de hoje.
Claramente, o Porto deve olhar com cautelas redobradas este duplo duelo que, a meu ver, definirá o apuramento.

Sistema táctico e opções
A primeira dúvida de Jesualdo é simples e importante. Com que sistema se apresentará o Dinamo? É que o Dinamo de inicio de época jogava em 4-1-3-2, com Milevsky e Bangoura a formarem dupla de ataque. Este sistema manteve-se internamente com a lesão de Milevsky, mas na Europa, Semin apresentou o 4-2-3-1 com Bangoura como única referência ofensiva. O problema é que Milevsky regressou e dificilmente ficará de fora. As hipóteses são o regresso a um 4-1-3-2 mais ofensivo ou manutenção do 4-2-3-1 com a adaptação de Milevsky à esquerda ou Bangoura à direita – não creio que deixem de jogar.
Na baliza, a revelação é Bohush (24 anos) que relegou o histórico Shovkovky para o banco.
Na defesa, 3 jogadores têm lugar assegurado. O brasileiro Betão (24 anos) à direita, o senegalês Pape Diakhaté (24 anos) no meio a formar dupla com Taras Mikhalik (24 anos), internacional ucraniano. Na esquerda, o marroquino El Kaddouri (27 anos) costuma levar a melhor sobre o internacional ucraniano Nesmachniy (29 anos).
No meio campo há várias opções e várias foram usadas. Ognjen Vukojevic é peça indispensável, seja como médio mais defensivo ou com maior liberdade. O nigeriano Ayila Yussuf (23 anos) foi outra solução usada como médio mais defensivo mas as constantes lesões têm-no afastado das opções. O romeno Ghioane (27 anos) é quem vem surgindo ao lado de Vukojevic no 4-2-3-1. Na posição 10, o camisa 8, invariavelmente. Oleks Aliev (23 anos). Nas alas, a ausência de Oleg Gusev (25 anos) tem aberto o lugar ao sérvio Milos Ninkovic (23 anos) utilizado recorrentemente, seja à direita ou à esquerda. El Kaddouri também foi solução para a ala esquerda, mas Ninkovic é quem vem jogando nessa posição, com o finlandês Roman Eremenko (21 anos) a actuar na direita.
Na frente a dupla formada por Bangoura (23 anos) e Milevsky (23 anos) começou por revelar-se em bom plano, mas com a lesão deste último outras opções começaram a ser utilizadas (como alternativa a Bangoura na Europa e como sua parelha na liga ucraniana). O experiente Shatskikh (30 anos) do Uzbequistão e os jovens ucranianos Kravets (19 anos) e Zozulya (18 anos) são os outros nomes a ter em conta, embora a sua utilização seja pouco provável, pelo menos durante um largo período.

Como defende?
É muito organizada esta equipa que se mantém quase sempre equilibrada em transição, preferindo recuar as suas linhas para actuar num bloco médio-baixo muito denso e difícil de ultrapassar. O pressing raramente é muito agressivo sobre a primeira fase de construção adversária, preferindo actuar em zonas mais recuadas ou em momentos de maior dificuldade circunstancial do adversário.
Nota para o papel notável de Vukojevic na cobertura de espaços no meio campo e para alguma exposição ao risco de El Kaddouri, um lateral mais orientado para as investidas ofensivas.
Quando joga em 4-2-3-1 este bloco é mais óbvio. Em 4-1-3-2, requere que Bangoura feche sobre a direita ou que Milevsky ajude sobre a meia esquerda.
A melhor maneira de surpreender este Dinamo, parece-me, é provocando o erro. Mas já lá vamos...

Como ataca?
Em posse é uma equipa que gosta de ter a bola no pé, sendo muito forte nas trocas de bola, especialmente no seu segundo momento ofensivo. Aliev actua como elemento central no jogo, gostando de participar na construção e sendo uma ameaça pela expontaneadade e acerto com que remata. A dinâmica das alas não é simétrica. Betão é mais posicional, enquanto que El Kaddouri gosta de subir no flanco, criando desequilíbrios. A compensação surge com o movimento de Ghioane (quando joga em 4-2-3-1) ou Bangoura (em 4-1-3-2) que se aproximam da ala. Nota para o bom toque de bola mas pouca profundidade de Ninkovic e para as diagonais de Eremenko, que gosta de aparecer no centro. No ataque, Milevsky é um pivot temível dentro da área ou nas imediações desta, enquanto que Bangoura, não sendo tão inteligente, é igualmente perigoso pela capacidade técnica e velocidade do seu futebol.
Devo, no entanto, realçar algumas dificuldades do primeiro momento de construção do Dinamo. O pontapé longo é uma solução muito pouco sistematizada (curiosamente Bolush até tem um pontapé muito forte) e a opção é sair em construção. No entanto, a equipa por vezes torna-se algo lenta sobretudo quando não consegue servir Vukijevic e passar a bola rapidamente para o seu meio campo ofensivo. Se for pressionado o Dinamo normalmente sente dificuldades.

Treinador
Yuri Semin (61 anos)
– Este russo tem um trabalho muito respeitável no futebol soviético. A sua história está ligada ao Lokomotiv de Moscovo, onde trabalhou 19 anos, transformando a equipa numa formação de sucesso antes de sair para ser seleccionador russo. Falhado o apuramento para o mundial de 2006 (às custas de Portugal), Semin teve passagem pelo Dinamo de Moscovo e como Presidente (!) do ‘Loko’. O crescimento do futebol do Dinamo tem, claramente, a sua chancela.

5 estrelas
Taras Mikhalik (defesa central, 24 anos)
– A capacidade defensiva do Dinamo tem sido uma nota de destaque. Sendo um dos esteios desse sector, Mikhalik tem visto a sua eficácia e sobriedade recompensadas. Não só parece ter ganho um lugar na Selecção ucraniana com, agora, se fala do interesse do Milan.

Ognjen Vukojevic (médio central, 24 anos) – Este croata já havia sido uma revelação no seu país, ganhando a alcunha de “Gattuso croata” e merecendo um lugar nos eleitos para o Euro, onde foi suplente de Niko Kovac. A sua projecção mereceu a cobiça de vários clubes, levando o Dinamo a melhor por 8 milhões de Euros. É de facto um excelente jogador, seguro no passe e muito combativo e inteligente sem bola. A estas características junta uma boa capacidade para surgir a criar desequilíbrios na área ou de meia distância. É, sem dúvida, o parceiro de futuro de Modric na selecção croata e um nome a acompanhar.

Oleks Aliev (médio ofensivo, 23 anos) – Em 2006 foi uma das revelações do Euro sub21, mas o seu futebol pareceu estagnar, falhando na afirmação no Dinamo. Este ano, no entanto, tudo tem sido diferente. Aposta forte de Semin, Aliev tem conseguido tornar o seu futebol em algo mais do simples talento. É verdade que há momentos em que tem ainda dificuldade em entrar no jogo, mas é um jogador tecnicamente temível e com uma notável capacidade de meia distância.

Ismael Bangoura (avançado, 23 anos) – Este guineense é um jogador a ter muita atenção. Vem jogando muitas vezes sozinho na frente (onde faz uso da sua velocidade), mas o seu futebol ganha claramente quando tem Milevsky como jogador mais fixo no meio. A liberdade para ser mais móvel e cair sobre a ala (normalmente direita) permite-lhe tirar maior partido das suas características, particularmente da boa capacidade técnica e explosão.

Artem Milevsky (avançado, 23 anos) – Jogador fino e de enorme capacidade técnica (diria que é um jogador “tipo Bergkamp”). Apesar de ser alto, gosta de ter a bola no pé e, se possível nas imediações da área. A sua presença é uma ameaça porque é muito difícil de parar devido à forma como esconde a bola dos adversários, combinando depois com quem surge no apoio. Embora não seja veloz é um jogador com muito boa mobilidade. O seu regresso de lesão é uma má notícia para os adversários.


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Levou 8

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17.10.08

Ainda sobre o inicio de Queiroz...

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A herança de Scolari – Houve quem lançasse a questão “o que deixará Scolari?” antes mesmo deste sair. A mais evidente das respostas está no fenómeno que se está a viver, agravado pela rapidez com que surgiram os maus resultados. Scolari, pelo tempo que esteve à frente da Selecção, pela força do seu carácter e, claro, pelos resultados que obteve, tinha tudo para se tornar num fantasma para o seu sucessor. Essa é a face mais evidente – e inevitável – da “herança de Scolari”, mas também a menos útil...
Scolari tem um trajecto repleto de êxitos à frente da selecções. É factual. O que não é factual mas está muito próximo disso é a constatação que este sucesso não surge pela excelência das suas competências técnico-tácticas, como todos os seus críticos fazem questão de salientar. O que fez o sucesso de Scolari foi a forma como ele constrói e gere os seus grupos. Essas práticas, que são diferentes de outros seleccionadores que tivemos no passado, deveriam ter servido para que aprendêssemos alguma coisa com elas e não para as ignorarmos ou, em certos casos – pasme-se! – as criticarmos. Esta é a segunda face da “herança” que, ao contrário da primeira, só está ao alcance daqueles que tiverem a inteligência de a perceber.
Perante estas duas faces da “herança Scolari”, Queiroz escolheu despertar o fantasma da primeira e desprezar os méritos da segunda e isso ficou claro, logo, no seu discurso de abertura. “A Selecção não pode ser uma casa com lugares marcados” foi a frase forte do discurso de abertura e que, na altura, foi semente para uma colheita de aplausos. A verdade é que essa foi uma forma duplamente infeliz de virar a página na Selecção. Primeiro porque deixava uma critica implícita e desnecessária aos métodos de Scolari, estabelecendo desde logo uma comparação com o passado. Segundo porque, em vez de retirar o que de bom Scolari fez neste campo, ignorou-o, anunciando um simples (e na minha opinião triste) regresso ao que se fazia anteriormente. (estou particularmente à vontade para fazer esta critica agora, porque escrevi a mesmíssima coisa, na altura).

Construcção de uma equipa – Queiroz queixa-se agora da falta de tempo para construir uma equipa, que não esteja dependente de A ou B. Esse era, e é, o grande desafio de Queiroz nesta nova fase da Selecção. Fazer valer as suas competências técnico-tácticas (onde é mais forte do que todos os seus antecessores) para melhorar o modelo de jogo da Selecção. A verdade é que ainda pouco ou nada se viu em termos de evolução desse aspecto. Portugal joga no mesmo 4-3-3, com os mesmos princípios e as mesmas referências de jogo e, claro, com Ronaldo na mesma função que tinha antes.
É verdade que Queiroz não teve tempo para fazer muito e é também um facto que o leque de jogadores disponíveis tem sido inconstante, com as principais figuras a não estarem presentes em simultâneo em nenhuma ocasião. Mas parece-me que Queiroz acaba por ser vitima das suas próprias opções. Para se formar uma equipa é preciso treinar e é preciso treinar com um grupo de jogadores o mais fixo possível. A filosofia anunciada do “joga quem estiver melhor” é completamente contraditória com esta ideia. Se Queiroz sabia que teria pouco tempo para treinar, porque não levou desde o inicio jogadores que, objectivamente, iriam fazer parte dos seus planos mais tarde ou mais cedo como são os casos de Quaresma ou Miguel?
Para mim é claro. Se uma equipa é mais do que um simples conjunto de jogadores, não pode ir apenas quem “estiver melhor” em cada momento. Têm de ir, sim, aqueles com que o treinador conta.

Do que não é responsável – Se lhe aponto as responsabilidades dos pontos anteriores, discordo da excessiva responsabilização que, como sempre, cai sobre o treinador na hora dos maus resultados. Entre outras coisas: (1) Não me parece que as opções técnico tácticas de Queiroz expliquem os 7 pontos perdidos. Aliás, creio que, sem ter estado dentro do que é exigível, Portugal foi excessivamente penalizado nos jogos que fez.(2) Portugal com Queiroz não está, obviamente, condenado ao insucesso. O trabalho faz-se e mede-se a prazo e qualquer tipo de julgamentos radicais não fazem, nesta altura, qualquer sentido. (3) Alguém resolveu vender a ideia de um novo “projecto Queiroz” aquando da sua chegada. Um Seleccionador tem a grande responsabilidade de obter resultados desportivos e não de traçare implementar estratégias de fundo. Queiroz assinou um contrato de 4 anos e, que se saiba, foi “apenas” para ser Seleccionador. Se alguém se iludiu neste aspecto, não é a Queiroz que deve pedir contas...


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Quem disse que houve falta de golos?

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- Mais um de Gerrard (Inglaterra)
- A lembrar o Euro, Arshavin (Rússia)
- Uma boa forma de decidir um jogo, Per Trochowski (Alemanha)
- A troca de pés de Iniesta (Espanha)
- A transição de Vucinic (Montenegro)
- Van Bommel (Holanda), de primeira
- A bomba de Super Mário, Balotelli (Itália sub21). Já agora o segundo.
- Por falar em bombas, Aaron Ramsey (Gales sub21)
- Em linha recta, Thierry Henry (França)
- Não foi num interncional mas também merece. Bajram Sadrijaj (Dortmund)

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16.10.08

Portugal - Albânia: O que virá a seguir?

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O que não explica o mau resultado – Como sempre nestas ocasiões chovem criticas, todas elas com um fim comum, colocar em causa as opções do treinador para o jogo. Como sempre, também, estas são criticas que surgem em função do que se passou no jogo e que têm como epicentro a escolha de um jogador A em vez de um jogador B, ou a substituição que pecou por chegar demasiado tarde ou não ser suficientemente ofensiva. Mas será que Portugal deixou de ganhar à Albânia por causa do jogador A ou B? Ou será que para atingir essa vitória Portugal está dependente de uma substituição certa no timing certo? Claro que não. Mas é mais fácil assim, assim como é mais fácil criticar as opções de Queiroz depois de conhecido o resultado, assim como foi fácil elogiar o discurso e primeiras escolhas do seleccionador quando tudo correu bem frente a Malta. Infelizmente, nada disto é construtivo, nem explica seja o que for...

O que ajuda a explicar – Para quem viu o jogo é fácil detectar aonde, temporalmente, é que Portugal falhou. A primeira parte, pois claro. Entre as opções iniciais tenho alguma dificuldade em perceber a opção por Danny como extremo (será que é aí que Queiroz vê nele uma mais valia para esta Selecção?) ou mesmo a repentina titularidade de Manuel Fernandes (não pela falta de qualidade, mas pela forma como, de repente, surge a titular). Mas, como referi anteriormente, nada disto me parece fundamental para explicar, quer o resultado, quer a parca produção nesse período inicial do jogo.
Atacar frente a uma equipa motivada, concentrada e orientada para uma ocupação eficaz dos espaços defensivos, pode ser uma tarefa um pouco mais complicada do que parece se tal acontecer permanentemente em ataque organizado e, claro, não houver um rasgo de inspiração que desequilibre o jogo. É por isso que se torna fundamental neste tipo de jogos começar a atacar, defendendo. Ou seja, ser agressivo e organizado no momento da perda de bola, pressionando o adversário e impedindo-o de pensar, jogar e respirar na partida. Este foi, na minha opinião, o principal defeito da exibição portuguesa, que permitiu, durante grande parte dos 45 minutos iniciais, que os albaneses pudessem jogar e respirar com bola e defender mais facilmente sem ela, porque raramente eram apanhados em situações de desorganização.
Outro ponto que quero salientar é a previsibilidade do ataque português. Hugo Almeida foi um jogador completamente ausente da criação ofensiva, mantendo-se fixo na frente e sendo uma referência fácil de marcação para os centrais. Francamente, tenho dificuldade em encontrar no futebol moderno uma equipa que jogue com um 9 apenas para responder a cruzamentos... Mais uma vez, o perfil de um outro jogador alternativo poderia ajudar a esconder esta lacuna, mas o principal ponto devem ser os princípios colectivos e não as soluções individuais.
Falta, claro, falar de um aspecto altamente relevante para este empate: a eficácia. Portugal ficou – e ficaria mesmo que tivesse feito 1 ou mais golos na segunda parte – aquém das expectativas, mas é uma verdade que criou situações suficientes para ter ganho o jogo.

Apuramento – As contas estão a ficar cada vez mais complicadas, é certo, mas parece-me precoce passar a ideia de um cenário catastrófico. Primeiro porque esta é uma corrida com muito ainda por jogar e, segundo, porque não há forçosamente apenas 1 lugar que dá acesso ao apuramento. Um dos mais graves problemas que que Queiroz tem em mãos é a gestão da ansiedade do grupo – incluindo o próprio. Portugal, para chegar ao primeiro lugar, está agora obrigado, ou a fazer uma campanha perfeita, ou a depender do falhanço de terceiros. Naturalmente esta é uma situação de grande pressão com tanto para jogar e parece-me que será benéfico passar para os jogadores a ideia de que há uma “rede” por trás do objectivo do primeiro lugar e que Portugal não joga, a partir de agora, o tudo ou nada em cada um dos jogos. Se Queiroz gosta de ser racional na análise dos vários aspectos do jogo, é fundamental que o seja também na gestão emocional do seu grupo.

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A inspiração de Krasic!

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15.10.08

Parece que foi ontem...

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O canal + espanhol relembrou há dias este jogo e não posso deixar de o referenciar. Um dos jogos mais incríveis que me lembro ver, com a “remontada” do Barcelona de Robson perante o Atlético de Antic – campeão em título. Eram os tempos da “liga das estrelas” (embora este jogo tenha sido para a Taça) no ano em que, provavelmente, se geraram mais expectativas em torno do campeonato espanhol. O motivo é simples: foi nesta época que se iniciaram os efeitos do acordão Bosman, com as equipas a poderem jogar com jogadores comunitários sem qualquer restrição . O Barcelona não foi campeão – foi o Real de Capello nesse ano de 96/97 – mas, passados estes anos, para quem viu, aquela foi, mais do que qualquer outra coisa, a época da explosão do “fenómeno”, Ronaldo.

Os Portugueses
Mas, à margem de Pantic (4 golos!), Kiko, Caminero, De la Peña, Guardiola, Ronaldo ou Stoichkov, há 3 figuras que nos são familiares e nos saltam à vista quando revemos estas imagens (há uma outra, mas não aparece no vídeo)... Figo marcou o melhor dos golos da noite e preparava-se, ainda, para se tornar num dos grandes jogadores do seu tempo. Couto vivia uma experiência estranha que confirmou que a velocidade da Liga Espanhola de então não era a mais aconselhável para as suas características – por isso regressou rapidamente ao Calcio. Mas é Baía que mais me faz pensar quando vejo jogos do passado. Se me perguntassem quem foi o melhor guarda redes português de sempre responderia com o seu nome, por vários motivos. Ao rever os seus jogos, no entanto, reforço igualmente a convicção de que nem ele foi de facto excepcional a uma escala mundial e que, na baliza, reside um posto onde o futebol português tem uma dificuldade histórica em atingir a excelência... apesar dos mitos que se criam!


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Top 5

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14.10.08

O sofisma da“normalidade” dos resultados de Scolari

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Construir uma opinião em torno de um sentimento preconcebido é algo muito comum, particularmente no futebol. O caso de Scolari foi, neste aspecto, um exemplo extremo, resultando em leituras antagónicas do seu trabalho, não porque a análise final fosse susceptível de uma grande subjectividade mas porque esta foi feita por pessoas com sentimentos que, desde o inicio, tinham orientações opostas em relação ao ex-seleccionador. O papel mais complicado ficou reservado, claramente, para aqueles que nunca “foram à bola” com o “Sargentão”. Perante os resultados sem paralelo da Selecção sob a sua liderança, foi necessário recorrer a alguma criatividade para encontrar argumentos que compusessem o sofisma da “normalidade” dos resultados de Scolari à frente da Selecção. Esta era, afinal, a única forma de se manter a ideia inicialmente formada sobre o seleccionador.

A era Scolari passou mas para os seus críticos de longa data estes são tempos importantes. É que embora Scolari já não seja o responsável pela Selecção, fica claro que o que acontecer no futuro imediato pode valorizar ou desvalorizar implicitamente o trabalho do ex-seleccionador. Neste aspecto o inicio da era Queiroz foi tudo menos positivo para esta facção e, agora, assistimos a novos argumentos que ansiosamente desculpabilizam o inicio tremido da qualificação para o Mundial. Entre todos os que ouvi nos últimos dias, destaco o da responsabilização de Scolari por um calendário pretensamente adverso, mas há uma outra tese que se torna particularmente curiosa. Diz-se agora que Portugal, afinal, não é assim tão superior a formações como a Suécia e Dinamarca e que estas, até, têm um historial mais relevante do que o nosso. Claro que isto não interessa nada quando, os mesmos, classificam de “obrigação” uma final de um Euro (para alguns mesmo um falhanço!) e uma meia final de um Mundial, tendo uma equipa com tanto talento. Lá se foi o sofisma...

Alguns pontos
Para mim, há várias coisas que são claras. A primeira é que os resultados do trabalho de Scolari são, goste-se ou não da figura, inquestionáveis e, infelizmente, dificilmente igualáveis. A segunda é que o perfil de Queiroz é claramente diferente do de Scolari, sendo melhor nuns aspectos mas ficando a dever notoriamente noutros, o que é normal. A terceira é que o trabalho de Queiroz não se mede por 2 jogos a doer. O quarto e último ponto que quero deixar é para a qualidade da Selecção e dos seus adversários. Portugal é hoje uma das Selecções mais fortes do mundo em termos de individualidades e não é comparável a qualquer das suas concorrentes no apuramento. Isto não “obriga” Portugal a vencer todos os jogos mas dá-lhe a responsabilidade de se apurar directamente. Ainda sobre esta questão, quero discordar de alguma sobre valorização da Suécia. À excepção de Ibrahimovic, a Suécia é uma Selecção sem grande nível e mesmo inferior (em qualidade individual) a adversários recentes como a Rússia, Sérvia ou Turquia.

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Do melhor que se viu...

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- O golão de Katsouranis (Grécia)
- No Brasil, o melhor foi de Castillo (Atl.Mineiro)
- Ronald Garcia (Bolivia)
- Carlo Costly (Honduras)
- Para salvar Domenech, Gourcuff (França)
- Ricardo Fuller (Jamaica) a derrotar Eriksson
- O feito da semana: Chris Iwelumo (Escócia)

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13.10.08

Suécia - Portugal - Entre o bom e o mau

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Razoável– Bom ou mau são apreciações relativas que dependem das circunstâncias. É verdade que empatar na Suécia, ou melhor em casa a um adversário directo para o apuramento, é, à partida, um bom resultado, mas, neste caso, “bom” parece-me uma classificação excessiva. Primeiro, porque o empate apenas dá boas condições a Portugal para vencer no confronto directo com a Suécia, mas não representa forçosamente a recuperação do terreno perdido para a Dinamarca. Depois porque, muito objectivamente, Portugal é superior a esta Suécia. É claro que o factor casa tem um peso relevante, sobretudo em confrontos internacionais, e que a diferença de valores não é tão grande ao ponto de se tornar “obrigatória” a vitória. A apreciação que faço, no entanto, leva-me a concluir que Portugal apenas poderia ter trazido um resultado realmente “bom” da Suécia se tivesse feito também um “bom” jogo para as suas potencialidades. O que aconteceu foi apenas “razoável” e essa é também a classificação que deve ser dada a este resultado.

As estratégias – Em relação às antevisões que havia feito, houve apenas 1 diferença nas duas equipas. A presença de Hugo Almeida. A Suécia confirmou a mudança de sistema, com o regresso ao 4-4-2, mas a manutenção dos princípios, particularmente a anunciada intenção de ter sempre os avançados como referência prioritária para o seu jogo ofensivo, recorrendo muitas vezes mesmo a uma abordagem directa. Portugal, por seu lado, apresentou-se com Meira estrategicamente utilizado à frente da defesa, mas com Hugo Almeida a fazer de 9. Se no caso de Meira, julgo tratar-se de uma leitura inteligente de Queiroz que teve efeitos positivos na partida, a presença de Hugo Almeida não me parece ter sido tão benéfica. Este era um jogo em que Portugal poderia – como se verificou – usar a transição como principal arma ofensiva. Portugal utilizou Ronaldo muitas vezes como referência para esse momento, sobretudo sobre o corredor central, e creio que um jogador como Hugo Almeida, pelas suas características, não terá sido a melhor solução para este jogo. Um elemento com a mobilidade de Danny teria sido, parece-me, mais útil e teria dado outra imprevisibilidade ao ataque. São leituras que já havia aqui deixado antes do jogo e que saem reforçadas depois deste.

O bom – Deste jogo, na sua globalidade, destacaria dois aspectos em que Portugal esteve particularmente bem. O primeiro deriva da tal leitura correctamente feita por Queiroz ao colocar Meira à frente da defesa. Portugal não “secou” o ataque sueco mas conseguiu neutralizar a tal intenção de fazer dos avançados uma referência para a construção. Apenas no final, com o remate de Ibrahimovic, os suecos tiraram partido dessa sua solução ofensiva, tendo Meira (juntamente com os centrais) tido um papel preponderante nesse aspecto. Este tipo de solução é usualmente sujeita a algum preconceito por parte de adeptos e critica (se tivesse perdido, sei bem o que se diria...), mas este é um bom exemplo de como a sua utilização em certas circunstâncias pode ser benéfica.
O outro aspecto são as bolas paradas. Depois de ter sido eliminada do Euro e punida pela Dinamarca em lances de bola parada, Portugal passou num teste dificílimo nesta matéria. Os suecos usufruíram de diversos cantos, livres e mesmo lançamentos, onde são particularmente fortes. Portugal respondeu, finalmente, ao nível da qualidade que se lhe reconhece noutros aspectos do jogo. Aqui creio que a inclusão de Meira e Almeida terá sido importante (embora me pareça excessivo optar por avançado por este motivo em particular). Um bom sinal para podermos finalmente exorcizar este fantasma que vem assombrando a Selecção.

O mau – Controlando a zona que os suecos privilegiam para as suas acções ofensivas, Portugal tinha tudo para arrancar uma grande exibição. Mas não fez, sobretudo no primeiro tempo. Aponto, essencialmente 2 aspectos para o sucedido.
O primeiro, em termos defensivos. Portugal não fez uma boa pressão durante grande parte do jogo, nomeadamente na primeira parte. Os suecos saíam invariavelmente a jogar pelos centrais que iam trocando bolas entre si, num movimento previsível e que dava todas as condições para ser mais apertado. Não o foi e muitas vezes os suecos foram conseguindo ter a bola demasiado tempo, empurrando Portugal para zonas demasiado apertadas. Com Portugal a proteger bem o corredor central, foi pelas alas que se construíram as melhores ocasiões suecas, algo que facilmente poderia ter sido evitado porque não é esse o ponto forte do jogo sueco.
O segundo aspecto diz respeito à posse de bola. No primeiro tempo chegou a ser constrangedora a lentidão com que Portugal organizava o seu jogo, demorando muito a soltar a bola e dando oportunidade a que os suecos – sem fazer um pressing muito agressivo – conseguissem reduzir progressivamente as linhas de passe. A esta lentidão acresce ainda alguma desinspiração de alguns jogadores ao nível do passe, cometendo erros que permitiam à Suécia recuperar precocemente a bola. Este foi um problema que condicionou muito a exibição da primeira parte e que melhorou substancialmente na segunda onde, também, houve uma crescente perda de qualidade e concentração da Suécia, resultando nuns segundos 45 minutos bem mais conseguidos por parte dos portugueses.

Individualidades – Faço 4 destaques para além da já referenciada importância de Meira. Quim teve uma exibição positiva num jogo muito complicado para as suas características. Pepe foi, mais uma vez, excelente (terá ganho praticamente todos os duelos com Ibrahimovic). Meireles fez, provavelmente, o pior jogo que me lembro nele, com um número de passes errados anormal em si. Ronaldo regressou com uma exibição muito boa (pareceu mais maduro), embora em termos defensivos tenha sido muitas vezes um dos responsáveis pela tal menor capacidade do pressing.

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Robinho!!

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10.10.08

Suécia - Portugal: Esperam-se novidades

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Afinal... – Queiroz chegou prometendo mudanças em vários aspectos. Mudar metodologias e mesmo capacidade de definição de estratégia táctica era para mim essencial nesta fase, sendo estes aspectos em que se poderia ganhar em relação a Scolari. Mas Queiroz foi mais longe. À chegada ousou beliscar (ou mais do que isso) aquele que é reconhecidamente o ponto forte de Scolari, a gestão do grupo. Obviamente que não entro em criticas precoces em relação ao trabalho global de Queiroz, mas há algo que não posso deixar de notar. Queiroz referiu que, a partir de agora, seriam chamados os que estivessem melhor. Ora, se assim é porque ficou de fora Postiga quando vem jogando à frente de Yannick no Sporting, ou foi convocado Hugo Almeida que tem apenas 35 minutos jogados desde o último Portugal – Dinamarca?
Não tenho nada contra a preferência por alguns jogadores e, até, me revejo muito mais numa abordagem mais próxima da de Scolari (que foi, afinal, um dos grandes alicerces para a união do grupo tantas vezes realçada). O erro de Queiroz esteve sobretudo nessa declaração de intenções pouco simpática para o passado e algo irrealista para o futuro. Como era previsível, depressa se tornou incoerente.
Ronaldo e o ataque – Queiroz prometeu Ronaldo como avançado. Até aqui a estrela do United esteve fora dos planos do seleccionador mas regressa frente à Suécia e a questão que se coloca é se Queiroz vai realmente mudar o ataque com a presença de Ronaldo. Em hipótese poderá estar, não só a simples colocação de Ronaldo a 9 na habitual estrutura, mas mesmo alguma revisão na mesma. Quanto a mim, mantenho o que venho dizendo desde a preparação para o Euro. É fundamental que Portugal tire partido daquela que será, previsivelmente, a sua principal figura nos próximos tempos. Do rendimento de Ronaldo dependerá, em meu entender, grande parte das hipóteses de sucesso desta nova etapa da Selecção.
Um elemento importante aqui pode ser Danny. Um exemplo de um excelente aproveitamento de Ronaldo surge, obviamente, no United, onde a mobilidade de Rooney, Tevez e, agora, Berbatov são o complemento ideal para o perfil de Ronaldo. Danny pode aparecer em funções semelhantes às de Rooney no United, alternando com Ronaldo entre o meio e a ala, permitindo que este tenha maior liberdade táctica para surgir em zonas centrais. Para confirmar...

Posição 6 – Outra das promessas deixadas para a era Queiroz é a preparação dos jogos e um estudo mais meticuloso dos adversários. Ora, isto pressupõe uma adaptação estratégica mais orientada para essa análise que é feita e, frente à Suécia, poderemos estar perante a primeira grande evidência dessa nova abordagem do seleccionador. Meira tem sido testado para jogar à frente da defesa e tal opção não é de estranhar. Como descrevi na análise que deixei à Suécia, há da parte deste adversário de Portugal uma intenção de jogar directamente para os ponta de lança. Esta estratégia de jogo aconselha, mais do que nunca, a utilização de um jogador mais fixo à frente dos centrais que possa criar superioridade nessa zona central, quer na abordagem a esses lançamentos mais directos, quer, depois, na disputa de segundas bolas. Para mim faz todo sentido a utilização de um jogador com as características de Meira que tem, depois, outra vantagem muito relevante que é a capacidade aérea que acrescenta aos lances de bola parada – outra das armas dos suecos.
Sobre a restante composição do meio campo, parece-me que, sem Deco, faz todo sentido apostar numa dupla mais simétrica, aproveitando a dinâmica e qualidade de Moutinho e Meireles, para mim, claramente os melhores médios disponíveis nesta altura.

Suécia – Sobre a Suécia já aqui escrevi ontem, deixando um perfil do que tem sido a sua evolução recente. Como referi, as más exibições suecas devem ser vistas com alguma desconfiança por Portugal, já que os jogos serão diferentes, particularmente ao nível da motivação e concentração.
Outra nuance a antever é a possibilidade de alteração da estrutura, sobretudo tendo em conta as dificuldades que os suecos denotaram em garantir uma boa capacidade defensiva em toda a largura do campo. Ainda assim, em 3-5-2 ou 4-4-2, os princípios não devem mudar...

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Miracolo!

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9.10.08

Suécia: Uma boa altura para visitar...

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A visita à Suécia já era um dos pontos cruciais do mapa de jogos da Selecção no caminho para o Mundial mas, após o impensável final de jogo frente à Dinamarca, esta tornou-se uma partida com contornos de ainda maior importância. Nesta deslocação Portugal vai encontrar uma selecção que também não teve um bom inicio na fase de apuramento, não só pelo empate na Albânia, mas sobretudo pela fraca qualidade exibicional que vem revelando no pós Euro 2008.
Na Suécia, a grande curiosidade ao nível táctico é, no momento, a “migração” de sistema que Lagerback vem tentando implementar no pós-Euro. Do 4-4-2 (ora clássico, ora em losango), Lagerback passou para o 3-5-2, mas a verdade é que a formação sueca não tem agradado muito nestes primeiros jogos. Para além do empate com a Albânia, a Suécia venceu a Húngria em casa mas, apesar dos 3 pontos, a exibição deixou muito a desejar.
Portugal poderá, por isso, encarar este adversário com algum optimismo, mas tendo igualmente a certeza de que a Suécia se poderá apresentar bem diferente do que foi até aqui. Primeiro, porque a motivação e entrega mental dos jogadores é muito superior e, segundo, porque é possível - até provável – que Lagerback faça algumas revisões na sua estratégia perante um adversário mais forte como é Portugal.

Sistema táctico e opções
Como foi referido, Lagerback vem utilizando um 3-5-2 ao qual aparenta querer manter-se fiél. Do onze titular frente à Húngria, há a certeza de não poder contar com o cotado Melberg (Juventus) e o veterano Henrik Larsson, que se juntam a Linderoth (Galatasaray) e Wilhelmssson (Al Hilal) como ausências de peso. Em sentido contrário está Johan Elmander (Bolton) que parece poder tornar-se cada vez mais numa das figuras de maior relevo do futebol sueco e que não jogou nos últimos encontros. Elmander poderá jogar na frente ou, então, ser opção para o meio campo, no caso de Lagerback pretender alterar o figurino táctico, regressando ao um 4-4-2 que apresentou no Euro 2008.
Nas opções mais recentes, destaque para o central Majstorovic (AEK) que jogou o ano passado frente ao Sporting pelo Basileia, para a colocação de Mikael Nilsson a ala direito, ele que é um lateral esquerdo no Panathinaikos, e para a titularidade dada ao médio Samuel Holmen (Brondby) sobre a esquerda, quando este é normalmente um médio mais central.

Como defende?
Um dos principais pontos a realçar nos últimos jogos da Suécia – particularmente frente à Húngria – são as dificuldades defensivas da equipa. Há aqui uma ligação entre essas fragilidades e a adopção do 3-5-2. É que a Suécia revela problemas em conseguir um controlo eficaz da largura da sua linha mais recuada, com evidencia para o flanco esquerdo, onde Holmen concede muito espaço nas suas costas. Neste particular, há uma manifesta diferença entre Holmen e Nilsson, com este último a ser menos participativo ofensivamente mas a revelar maior capacidade defensiva. Afinal, diferenças que surgem da própria natureza das funções exercidas por estes jogadores ao nível de clubes.
De resto, a Suécia opta por não arriscar muito no adiantamento das suas linhas, deixando um pressing mais alto para as situações identificadas pelos 2 avançados e preferindo resguardar-se num bloco mais baixo perante a organização adversária.
Nota para as bolas paradas. Esta é uma equipa muito alta e forte no jogo aéreo. Do Euro surge ainda a alteração para uma marcação zonal nos cantos, mas é uma zona aparentemente pouco reactiva e algo estática, podendo ser surpreendida. Esta é, claro, apenas uma ideia do que se viu nestes jogos, mas poderá estar aqui uma oportunidade que Queiroz poderá tentar explorar.

Como ataca?
A referência do jogo ofensivo da Suécia é a mais evidente: os avançados. Estes são solicitados de forma directa em construção, com o meio campo a trabalhar muito pouco as jogadas. Quer Larsson (que não vai jogar), quer Ibrahimovic são muito fortes nestas primeiras bolas e, apesar de não haver grande qualidade nesta forma de jogar, é verdade que quando a bola entra na zona à frente dos centrais, seja pelo ar, seja pelo chão, a Suécia torna-se uma ameaça. Pela qualidade dos seus avançados, que combinam e encontram soluções de finalização com muita facilidade, e também pela acção desequilibradora de Kallstrom que é um jogador crucial nesta estratégia e que surge muito bem na zona de finalização, tirando partido da sua boa capacidade finalizadora. O flanquemento de jogo surge quase exclusivamente numa segunda fase do ataque, com destaque para os movimentos sem bola de Holmen que aparece muito bem nas costas do lateral em situações em que a bola vem desde o flanco oposto. Quando consegue ter bola no segundo terço de campo (nomeadamente em transição ou a partir de segundas bolas), a Suécia é muito rápida e objectiva na sua troca de bolas, contando com o aparecimento de vários jogadores que desequilibram aparecendo vindos de trás.
Outro destaque evidente e muito importante são as bolas paradas. Há muitos e bons jogadores no espaço aéreo. O passado recente justifica, só por si, muito trabalho neste campo, mas a Suécia parece ser motivo de preocupação extra.

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