Em semana de clássico Benfica-Porto recordo a carreira daquele que terá sido o jogador português de maior projeção depois de Eusébio e antes de Figo: Paulo Futre.
Futre foi, tal como as duas grandes figuras do clássico – Quaresma e Simão, um produto das escolas do Sporting. Tal como eles, Futre acabou por jogar nos rivais do clube da sua formação mas com uma diferença: jogou não num, mas nos dois!
Nascido no Montijo em 1966, Paulo Futre despontou como prodígio na primeira equipa leonina em 1983. Pouco tempo mais tarde, porém, o jovem extremo foi protagonista de um caso com o então presidente Sportinguista João Rocha (Futre reclamava um salário mais em conta com o seu real valor) que culminou com a sua saída para o FC Porto onde passou 3 temporadas. A escolha revelou-se acertada e com o brilharete de Viena em 1987 (recordem a sua jogada na final) o craque tornou-se num alvo evidente dos grandes clubes europeus. Madrid foi então o destino do jogador mas, com alguma surpresa, o clube não foi o Real mas o Atlético que pagou uma fortuna para ganhar a corrida. Apesar de todo o impacto que o Português teve no clube, esta ligação aos ‘colchoneros’ foi sempre vista como o grande entrave a um maior mediatismo de Futre no futebol mundial. O Atlético pareceu sempre demasiado humilde para o talento de Futre.
A carreira de Futre teve tanto de fulgurante como de curta e depressa o jogador entrou na fase descendente da carreira. As lesões no joelho sucederam-se e em 1993 Futre anunciou o seu regresso a Portugal, abrindo um autêntico leilão pelo seu concurso. Mais capaz financeiramente o Benfica conseguiu ganhar a corrida e Futre alinhou, ainda que durante pouco tempo, de águia ao peito. Com apenas 27 anos e uma projecção internacional considerável, Futre voltou a emigrar em busca do sucesso. O seu joelho, no entanto, não o permitiu e o resto da carreira de Futre foi, em termos desportivos, uma sucessão de “tropeções” por vários clubes: Marselha, Reggiana, Milan, West Ham, terminando a carreira no Japão.
Em termos individuais Futre foi contemplado com a Bola de Prata (segundo melhor jogador na Europa) em 1987 e deixou alguns momentos memoráveis como o golo apontado ao Real no Barnabéu (Muito parecido com outro apontado na final da Taça de 93, naquele que terá sido o seu melhor jogo ao serviço do Benfica).
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