1- Quero começar por fazer eco das palavras de Egil Olsen, na sua antevisão ao jogo:
"Portugal é a melhor selecção do mundo"
Não tenho dúvidas que será uma expressão de circunstância, uma tentativa de exacerbar publicamente o desafio dos seus jogadores, como forma de potenciar a sua motivação. Uma frase que, provavelmente, teria sido repetida se o obstáculo fosse o Brasil, a Argentina, Alemanha ou a Espanha.
Ainda assim, é bom que alguém o diga, já que cá dentro temos tanto receio de assumir as nossas responsabilidades. Portugal não é a "melhor selecção do mundo", mas integra, seguramente, um leque restrito de equipas nacionais com as melhores unidades individuais para potenciar o rendimento colectivo. Isso é o presente, uma realidade actual, que não vejo forma de poder ser atenuada por aspectos históricos. Os 4-0 à Espanha foram claros do potencial que existe e do salto gigantesco que representou a chegada de Paulo Bento, em termos de aproveitamento colectivo. Olsen viu-o, porque, vendo de fora, é demasiado claro. Em Portugal, porém, ainda há demasiada gente a não querer ver. Seja por preconceito, por negação, ou falta de visão. A verdade é que para que se aproveite este potencial que, podemos estar certos, não durará para sempre num país de 10 milhões de habitantes, é preciso, primeiro de uma vez por todas, que se assuma a responsabilidade daquilo a que nos devemos propor. Hoje, talvez, mais do que nunca!
2- Na verdade, não tenho grandes especificidades para acrescentar à antevisão do jogo. Porque não conheço pormenorizadamente a equipa norueguesa (para além do recente embate com Portugal), e porque não tive tempo de a estudar. Ainda assim, não é difícil antecipar o que teremos pela frente: segurança em posse (com prejuizo do arrojo e qualidade), equilíbrio táctico rígido e omnipresente em todos os momentos, e, por fim, crença em Carew. Não apenas para criar algo a partir do nada, mas também para ajudar a equipa a subir e "respirar" ao longo do jogo.
Portugal terá de ser profissional na atenção aos pormenores, mas terá sobretudo de ser humilde ao ponto de não desrespeitar o jogo. Intensidade é a palavra chave. Intensidade, pela concentração e velocidade de raciocínio que será preciso ter, e, intensidade, pela dificuldade que tantas vezes existe em conseguir tê-la em jogos que, como este, à partida são encarados como desnivelados. Se Portugal tiver intensidade, se conseguir, não só jogar, mas não deixar jogar e provocar o erro, como fez contra a Dinamarca, por exemplo, então as suas hipóteses de estar fora do Euro 2012 serão, no final do jogo, muito pequenas. É nessa hipótese que quero acreditar...
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