4.3.07

Qual o melhor treinador?R:Jesualdo Ferreira

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Resultados finais da votação (166 votos):
Jesualdo Ferreira: 66 votos (40%)
Fernando Santos: 60 votos (36%)
Paulo Bento: 40 votos (24%)

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No futebol, já se sabe... a avaliação do trabalho dos treinadores está sempre refém dos resultados das respectivas equipas. Mas, será que se pode afirmar que um treinador é melhor do que outro apenas porque que teve melhores resultados numa dada época? Claro que não!
A pergunta que trago e que vai estar sujeita a votação na próxima semana é precisamente essa: Independentemente dos resultados, quem é o melhor treinador dos 3 grandes?
Jesualdo Ferreira
Aos 60 anos, Jesualdo tem no FC Porto uma segunda oportunidade ao serviço de um grande após uma passagem sem grande sucesso como treinador principal do Benfica. Formado em educação física - o que lhe vale a alcunha de "Professor" - Jesulado Ferreira tem uma larga experiência como treinador, tendo passado (para além do Benfica onde foi também adjunto) pela Selecção de Esperanças, Alverca e Sporting de Braga. A passagem pela capital minhota representa aliás o seu trabalho mais reconhecido, conduzindo a formação Bracarense ao inquestionável estatuto de quarto clube do futebol português durante a sua presença no clube.
As suas equipas têm como marca o equilíbrio com que se colocam em campo, valorizando muito os momentos de transição - quer defensiva, quer ofensiva. O 4x3x3 tem sido o seu esqueleto, quer em Braga quer no Dragão mas esta não parece ser uma regra de ouro do "Professor". De resto, a bola e o espaço são referências prioritárias sobre o homem (marcação zonal), num bloco defensivo que, não sendo muito agressivo, procura identificar momentos de pressão.
É um treinador com um estilo "low profile", não se conhecendo grandes dificuldades no trato com os jogadores, mas também não se lhe sendo atribuídos méritos invulgares nas competências de liderança. Nota positiva para a recente recuperação de Hélder Postiga.
Fernando Santos
O "Engenheiro do Penta" foi a alcunha que lhe ficou da passagem pelo Porto. No entanto foi no clube azul-e-branco que a sua imagem ficou mais afectada - os adeptos portistas nunca lhe perdoaram a perda do campeonato em 99/00, com Jardel na equipa. Fernando Santos foi uma aposta pessoal de Pinto da Costa após uma passagem bem sucedida na Amadora ao comando do Estrela. De resto, a partir do penta-campeonato nunca mais conseguiu repetir um triunfo nas ligas que disputou. Refira-se, porém, que esteve próximo quer no Sporting, quer no AEK onde tinha ao seu dispor planteis de qualidade manifestamente inferior aos dos seus adversários directos. O seu falhanço mais redundante terá sido mesmo a breve passagem pelo Panathinaikos.
O "Engenheiro" começou por ser um fiél do 4x3x3. No entanto, os anos fizeram-no evoluir e a versão "4x4x2 losango" passou a ser também uma alternativa (hoje no Benfica e em 03/04 no Sporting). Fernando Santos molda nas suas equipas uma filosofia ofensiva, com uma pressão alta e muita gente a atacar. As suas equipas sentem-se melhor nos momentos mais organizados do jogo - as transições não são um ponto forte. Finalmente, referir uma orientação para a "referência homem" no processo defensivo.
Um dos orgulhos de Santos é a relação com os jogadores e essa parece ser uma das suas virtudes - Deco, por exemplo, referencia-o frequentemente. Não é autoritário mas parece fazer-se respeitar mesmo em casos complicados como aquele que recentemente protagonizou com Miccoli.
Paulo Bento
É dos três, e como treinador, aquele que tem menos que se lhe diga... O motivo é simples, aos 37 anos esta é apenas a segunda temporada como treinador princípal do Sporting, onde chegou após ter treinado com sucesso os júniores do clube.
Paulo Bento moldou no Sporting um modelo sob o esqueleto do losango do 4x4x2. Um pressing zonal médio, uma forte transição defensiva e um ataque que procura as combinações nas alas para "furar" as defensivas contrárias são as traves mestras do seu ideal de jogo. Para além da já popular "tranquilidade", frequentemente ouvimos as palavras "concentração" e "agressividade" no discurso do treinador e isso diz muito sobre as prioridades que defende para o jogar da sua equipa.
Tem um perfil rigoroso e disciplinador - o treino é tudo para ele. Resolveu positivamente o caso Liedson, mas tem tido alguns problemas em tirar o melhor rendimento de Carlos Martins. Nani é outro caso na história de um treinador sobre quem recai a responsabilidade de integrar muitos jovens numa equipa de grandes pressões.

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