28.11.08

Olimpiacos - Benfica: Pesadelo!

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Pesadelo! – Primeiro ponto: uma derrocada deste género entre equipas tão semelhantes só pode acontecer num dia em que os astros estejam anormalmente alinhados. Foi isso que aconteceu no primeiro tempo ao Benfica, que errou mais, foi pior, mas só pode sair com um 4-1 para o intervalo porque houve, também, uma enorme diferença no aproveitamento das oportunidades criadas.
Benfica e Olimpiacos são equipas quase gémeas. Ambas têm treinadores espanhóis, ambas utilizam um 4-4-2 clássico algo rígido, ambas têm na qualidade individual dos seus jogadores da frente a sua grande virtude e ambas têm dificuldades colectivas para controlar os espaços defensivos. Neste último aspecto, eu diria, o Olimpiacos ainda terá uma dificuldade mais gritante pois desequilibra-se mais em posse de bola e tem laterais que comprometem muito pelo seu fraco posicionamento defensivo. A pergunta evidente é, então, para além do tal (relevante) aspecto da eficácia, onde esteve a diferença entre as equipas?
A resposta pode ser encontrada, na minha opinião, nos lances decisivos do jogo, em particular, nos golos que o Benfica sofreu. Aí vamos encontrar, por um lado, a excelente exibição dos jogadores da frente do Olimpiacos, Galletti, Diogo e Belluschi, e, por outro, a incapacidade que os jogadores do Benfica tiveram para, individualmente, contornar os problemas colectivos que há muito são identificáveis no modelo de Quique. Aqui volto a falar da tal dificuldade que a última linha defensiva tem em posicionar-se perante a subida do meio campo para pressionar. Ou sobem para encurtar o espaço entre linhas e ficam vulneráveis nas costas, como aconteceu no primeiro golo, ou permanecem mais baixos e expõem o espaço entre linhas, como aconteceu nos lances do segundo e terceiro golos.
Juntando a referida eficácia para punir estes problemas colectivos que foram sendo cometidos, construiu-se rapidamente a derrota. Com a quebra emocional, a goleada veio por acréscimo.

Um problema individual!? – Depois de uma derrota destas vêm imensos dedos a apontar em diversas direcções, acusando os jogadores do Benfica de responsabilidades individuais em cada um dos golos. É evidente que essa análise individual pode ser feita, assim como é para mim claro que Katsouranis teria dado outra inteligência à cobertura do espaço à frente dos centrais, completamente ignorado por Binya e Yebda (já referi anteriormente que é o único jogador que ajuda a colmatar essa lacuna do modelo). O problema, no entanto, é que ao falar-se de insuficiências individuais está-se a desvirtuar aquela que é, realmente, a génese da questão. O problema é colectivo e vem-se arrastando com o tempo. Os bons jogadores são apenas a forma mais fácil de o esconder.
Uma nota final para os centrais. Sei que vão ser os réus principais da opinião pública. A minha opinião é que eles são mais vitimas que réus, tal é o espaço que lhes é pedido para cobrir.

Taça Uefa – Só por milagre o Benfica vai continuar na Europa este ano – o que é mais incrível é como é que é possível ter ainda hipóteses, tal tem sido o descalabro nesta prova. Tive oportunidade de ver os adversários do Benfica, na maioria dos casos, mais do que 1 vez. Olimpiacos e Galatasaray são equipas com excelentes individualidades (ao nível do Benfica) mas algo (no caso do Galatasaray, muito) vulneráveis colectivamente, o Metalist é claramente a mais modesta das equipas e o Hertha aquela que mais gostei de ver colectivamente, não tendo os mesmos argumentos individuais das 2 primeiras. Era um grupo perfeitamente ao alcance do Benfica...
Golos: (1-0; 2-0; 3-0; 3-1; 4-1; 5-1)

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