30.9.08

O que (também) valeu a pena ver no fim de semana

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- Por cá, para além dos mais populares, Djalma do Maritimo (falta perguntar se era aquilo que queria) e um Braga que vale a co-liderança mas para Matosinhos.

- O valor de Ronaldinho (para mim continua a ser um dos melhores, desde que devidamente enquadrado). A começar e acabar a transição decisiva em Milão. Estará Mourinho arrependido de não o ter pedido?

- Ainda em Itália, o trabalho de Gillardino em grande forma) e o pontapé do sensacional Mauro Zarate (Lazio).

- De Espanha dois. A chapelada de Casquero (Getafe) a valer a vitória em San Mamés. E outro golo decisivo, este de Luis Fabiano (Sevilha) no Vicente Calderon.

- Na Alemanha, o espectaculo do costume. 5-4 (!!) do Bremen ao sensacional Hoffenheim com vários golos e pormenores de qualidade. E a bomba de Renato Augusto (Leverkusen) frente ao Bochum.

- Em França, Akrour(Grenoble) é o protagonista do melhor golo, frente ao PSG.

- Na Holanda 2 golos fantásticos. O empolgante uruguaio Luis Suarez (Ajax) e o solo memorável de Dembele (AZ) frente ao Willem II.

- Da Turquia chegam mais 2 destaques. A bomba de Milan Baros (Galatasaray) e o tento de Badur (Sivaspor) em mais uma derrota do decepcionante Fenerbahce.

- Nota para um golo sensacional na Roménia. Frane Vitaic (Otelul) do meio campo.

- Nem tudo correu mal aos adversários do Porto. Grandes golos na vitória (3-0) do Dinamo Kiev. Um nome em destaque: Aliyev.

- No Brasil, tem de ser ver o que se passou no Gre-Nal (4-1 para o Inter que tirou a liderança ao Grémio).

- Na Argentina, grande golo de Barrientos a confirmar o excelento momento do San Lorenzo.

- Finalmente, viagem até à MLS, para ver o golo de Marvell Wynne (Toronto FC)

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29.9.08

Benfica - Sporting: Jogo de 6 pontos

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Jogo de 6 Pontos – No Brasil usa-se várias vezes a expressão “jogo de 6 pontos” para classificar embates entre equipas que discutem o mesmo posto da tabela. Talvez seja exagerado o termo, mas seguramente não o é mais do que a habitual desvalorização de quem afirma tratar-se de apenas “mais um jogo”. Não é. É um jogo especial e que conta mais do que os outros, não apenas porque dá e tira pontos, mas porque mexe naquilo que os treinadores às vezes não conseguem mexer, apesar de tanto tentarem: o lado psicológico.
Fica claro, por tudo isto, que o Benfica vence mais do que 3 pontos e que o Sporting não terá apenas perdido essa mesma quantia pontual. Os efeitos colaterais, no entanto, realmente só poderão ser medidos a prazo. Para o Sporting, a derrota afecta a confiança e coloca uma pressão maior do que seria de esperar pela situação classificativa (continua na melhor das posições) para o embate com o Porto, onde joga, mais do que a liderança, a recuperação psicológica de uma equipa que, há bem pouco tempo, era vista como particularmente mais forte nos grandes embates. Para o Benfica, sobra, acima de tudo, uma fé reforçada no “projecto Quique” que, no entanto terá novo desafio importante frente ao Nápoles, Quinta-Feira. É curioso, mas penso que se as coisas correrem mal, o Benfica poderá ficar mais forte internamente, mas isso, mais uma vez, só o tempo poderá confirmar.

Benfica – Para o derby Quique não trouxe surpresas de relevo, tendo em conta as indisponibilidades recentes. O destaque está na manutenção de Ruben Amorim como ala, uma opção que dá outra consistência (e inteligência) ao meio campo e que, provavelmente, terá prejudicado o Benfica ao não ter sido adoptada frente ao Porto. Para além das opções individuais, destaco a estratégia aplicada, sem entrar, no entanto, em algum exagero comum nestas alturas. O Benfica não foi, à excepção de períodos muito curtos no jogo, dominador, mas também não era obrigatoriamente esse o seu papel. Frente a um adversário mais forte em posse, o Benfica optou por apresentar um pressing mais cauteloso, preferindo resguardar o espaço entre as suas linhas para depois recuperar a bola quando ela aí entrasse. É claro que este controlo falhou pela liberdade excessiva concedida ao primeiro momento leonino para pensar (o lance do primeiro minuto é disso exemplo), mas a equipa foi ganhando progressivamente esse controlo com o passar do tempo. O destaque vai para o inicio da segunda parte, onde se notou maior concentração dos jogadores na ocupação dos espaços e definição dos momentos de pressing. Não ganhou um domínio claro do jogo, mas cometeu menos erros o que é, como se provou, fundamental. Falta falar na postura com bola. Quando a ganhava, o Benfica optava por ser objectivo e incisivo – é esse o seu perfil de jogo – e, se é verdade que muito poucas vezes conseguiu furar a barreira do Sporting (houve uma clara tentavia de recorrer aos pontapés de fora), teve sempre uma orientação importante e inteligente no jogo que foi a viragem de flanco de jogo, o que é perturbador para um pressing como o do Sporting. Foi através deste tipo de movimentações que o Benfica começou a construir as suas 2 melhores ocasiões de golo – Nuno Gomes no primeiro tempo, e Cardozo na abertura do segundo.
Falta, finalmente, destacar um aspecto fundamental na definição do jogo. A qualidade individual. Reyes e Aimar não foram continuamente fulgurantes, mas emprestaram sempre grande qualidade na interpretação individual dos lances. Foi através destes 2 jogadores que se construiu o desequilíbrio fundamental (e um grande golo) num jogo até aí sempre muito equilibrado. Não se sabe o que o mercado fará o Benfica ganhar mas, para já, rendeu um derby.

Sporting – Não posso deixar de recordar os famosos duelos com o Porto. É que se em exemplos recentes o Sporting venceu esses jogos pautados pelo equilíbrio, pela maior concentração, eficácia e menor exposição ao erro, desta vez, pode dizer-se que terá provado do mesmo veneno. De facto, sem ter feito um jogo de encher o olho, o Sporting controlou quase sempre (até ao golo) o jogo e terá tido, até, mais chegadas com perigo à área contrária, contabilizando esses 66 minutos. A derrota começa aí, no não aproveitamento ofensivo, e passa depois por algo que se começou a perceber melhor no inicio da segunda parte. Nos primeiros 5 minutos do período complementar, o Sporting permitiu um domínio raro ao Benfica, fruto de alguns lapsos de concentração que começaram, até, em algumas reposições precipitadas do próprio Rui Patrício e que possibilitaram ao Benfica sucessivas posses de bola. Esta diferença na concentração estendeu-se depois ao lance do golo, onde, claramente, há uma mau controlo da zona por parte de Rochemback e Abel, permitindo o espaço a Reyes (que, com Aimar, tem enorme mérito). O jogo, para o Sporting, perdeu-se aí, já que os efeitos do golo foram claramente nefastos para as suas aspirações, perdendo concentração e lucidez nos minutos seguintes, onde surgiu o segundo golo que sentenciou a partida e a conduziu para uma fase diferente do que se assistira antes.

Mas há que falar também, na minha opinião, em 2 aspectos abordados no final do jogo. (1) O primeiro tem a ver com a pouca contundência (para utilizar a expressão de Paulo Bento) da posse de bola do Sporting. De facto, o Sporting para a bola que teve, o Sporting criou pouco – sobretudo após algum reajuste posicional do Benfica – e creio que tal se deve à presença de apoios recuados em demasia, criando-se poucas soluções de passe para a frente. Aqui, saliência para duas ausências individuais. Primeiro Izmailov que não tem tanta propensão para oferecer apoios recuados como, neste caso, Moutinho. Depois para Liedson, que oferece muita mobilidade nas suas acções, sendo normalmente bem mais participativo na criação de linhas de passe verticais do que Djaló ou mesmo Postiga. (2) Falou-se de um jogo directo por parte do Sporting. É errado dizer-se que essa foi uma estratégia do Sporting. O que aconteceu foi a utilização de um jogo mais directo como recurso (e não como estratégia, o que é completamente diferente) para algumas situações – mais uma vez, houve falta de apoios verticais. De resto, é quase uma antítese falar em jogo directo como estratégia para uma equipa que valoriza (e valorizou) tanto a posse de bola.
Golos:

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Porto - Paços: Até deu para testes...

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O adversário ideal – Depois de um empate embaraçoso, antes de uma dupla jornada de grande importância e com Lucho de fora, o Porto não podia pedir melhor adversário do que o Paços no Dragão. Este Paços é bastante diferente do de José Mota mas vive ainda uma fase de indefinição nas suas possibilidades reais de sucesso com Paulo Sérgio. A proposta de jogo é filosoficamente interessante, estando sempre subjacente uma intenção de jogar, verdadeiramente, o jogo pelo jogo. Ou seja, a equipa tenta sair em posse de bola e adiantar as suas linhas sempre que possível, quer com bola, quer sem ela. O problema é que, nesta altura, revela muitas dificuldades em recompor-se posicionalmente deste seu espírito mais aventureiro, arriscando paralelamente em demasia nas suas posses de bola (o primeiro golo, por exemplo, resulta de um calcanhar displicente de um homem do Paços). Por isso o Paços sofre tantos golos (não foi só frente ao Benfica) e, por isso também, consegue sempre oportunidades. Faz-me lembrar equipas de outros campeonatos, e temo que, se não melhorar defensivamente, deixe mesmo de pertencer a este. A confirmar...

Sem Lucho – Diria que Jesualdo recuperou a versão do 4-3-3 do seu primeiro ano. Isto é, na frente, um avançado mais fixo (Farias em vez de Adriano), um extremo mais fixo (Rodriguez em vez de Quaresma) e as diagonais de Lisandro a serem a fonte de desequilíbrio na zona central, em lugar das movimentações de Lucho (no 4-3-3 dos últimos tempos), reservando para os dois médios interiores uma missão mais simétrica e fixa do que vem acontecendo com Lucho e Meireles.
Diria que foi suficiente. O Porto voltou a revelar-se concentrado no pressing que contou com a ajuda da tal atitude algo displicente do Paços quando ganhava a bola para actuar sempre perigosamente em transição. O 1-0 surge com a maior das naturalidades (ainda por cima num lance muito característico) e, mesmo sem ter jogado particularmente bem, creio que o Porto poderia facilmente ter resolvido o jogo mais cedo. Não o fez e isso causou alguma possibilidade para o Paços, sempre disposto a atacar, criar a ansiedade que, aqui e ali, se sentiu no Dragão. A ordem natural chegaria, finalmente, com o golo de Hulk.

Mais opções, mais testes – A época está em marcha mas as soluções de Jesualdo permanecem sob avaliação. Desta vez a posição 6 não foi submetida a nova vaga de testes mas a ausência de Lucho abriu, desde logo, lugar a mais alterações do que é costume. Assim tivemos Farias no meio com Lisandro à direita. Tomas Costa no meio campo e na lateral direita (outra opção para este jogador tão polivalente que parece não ter um lugar concreto para jogar). Hulk no centro. Lino todo o jogo na lateral esquerda. E, finalmente, Guarin (não como 6, claro) e Candeias. O problema, diria, não está na diversidade de opções, antes sim no facto de, por trás de tantos testes, estar subjacente a falta de satisfação plena de Jesualdo com o desempenho cada um destes jogadores.
Golos:

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Que grande 'Soneca'!

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26.9.08

Arsenal: Para quem quiser ver...

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Embora o timing seja o ideal para fazer uma análise ao Arsenal 08/09, prestes a confrontar-se com o Porto na Champions, decidi aproveitar o facto de todos, melhor ou pior, termos uma ideia do que se pode esperar de uma equipa com um modelo de jogo há tantos anos implementado, para falar de algo que me parece mais peculiar e interessante neste clube.

Apenas 4 equipas estiveram permanentemente entre o top 10 do ranking da Uefa desde 2002 até hoje. Real Madrid, Barcelona, Manchester United e Arsenal. Este é um indicador de performance que revela uma capacidade invulgar de ser desportivamente competitivo e que, no caso do Arsenal, se estende à própria liga inglesa onde foi o único clube a desafiar o poderio do Manchester de Ferguson antes da chegada de Mourinho ao Chelsea, tendo, de lá para cá, sido igualmente o único a beliscar o aceso duelo entre estes 2 milionários. A particularidade que torna o Arsenal tão especial neste contexto é, claro, o parco investimento que faz comparativamente com os outros “tubarões”.

O modelo Wenger
Esta capacidade de estar permanentemente no topo com pouco investimento tem um motivo, claro, e um responsável também. Arsene Wenger e o seu modelo. A ideia é bastante simples, realmente. Primeiro, definir um modelo a implementar, com papeis e características específicas para os intérpretes. Depois, compor um gabinete de prospecção e orientar a política de recrutamento para mercados bem definidos, procurando, sempre, as características exigidas pelo modelo em questão. A ideia de jogo ajuda a que o futebol seja tão vistoso e espectacular mas esse nem é o ponto essencial da questão. O que importa constatar é que o Arsenal de Wenger consegue, com um nível de investimento mediano para a Premier League, atingir em permanência a excelência desportiva, quer dentro, quer fora de portas.
Sobre a sua fórmula de sucesso, Wenger é claro ao dizer que “qualquer um” conseguiria dar um treino seu. O segredo está no recrutamento. Realmente, é difícil pensar numa única aquisição importante que tenha falhado no Arsenal durante os 12 anos do reinado do Francês. Vejamos, por exemplo, um onze possível de Wenger:

Almunia;

Sagna, Gallas, Toure, Clichy;

Eboue, Denilson, Fabregas, Nasri;

Adebayor, Van Persie.

À excepção de Gallas, “roubado” ao Chelsea, nenhum destes era uma estrela mundial quando chegou ao clube. De resto, uns mais caros, outros menos, Almunia, Sagna, Toure, Clichy e Adebayor eram valores com pouco relevo mediático nos respectivos campeonatos. Nasri uma promessa emergente, tal como Van Persie (este último contratado a baixo preço ao Feyenoord em 2004 quando ficou de fora dos eleitos da Holanda para o Euro, aparentando ser um valor secundário do futebol holandês) e Denilson e Fabregas adquiridos enquanto jovens, também a um baixo custo.
No plantel de Wenger abundam casos idênticos a estes e, no passado, é possível ver como foram recuperados valores aparentemente perdidos como Henry, Vieira ou Bergkamp, ou feitos outros negócios de sonho como é o caso de Anelka que foi vendido por um preço 40 vezes superior à sua aquisição.

Como seria em Portugal?
A pergunta que me faço muitas vezes é: onde estaria um clube português com Wenger ao leme? (excluo aqui, para efeitos do exercício, as evidentes diferenças culturais que dificultariam a possibilidade de uma continuidade tão duradoura)
Francamente, olhando à forma como é composto o Arsenal, creio que seria possível atingir um nível de excelência bem próximo dos ‘Gunners’ num clube de uma liga secundária. Claro que as receitas nunca seriam as mesmas, não haveria a possibilidade de pagar os mesmos salários e a capacidade de retenção de jogadores não seria a mesma. Evidentemente, também, que não seria possível fazer grandes investimentos como os casos de Nasri ou Rosicky, assim como não se poderia querer ter o mesmo poder no mercado de jovens porque estes optariam sempre por ligas superiores. Seria evidentemente necessário apostar noutros mercados com preços mais em conta mas, porque o que conta mesmo aqui é a qualidade, essa nunca iria faltar e certamente que teria a capacidade de colocar o clube, em permanência, bem mais perto da elite europeia. Afinal, vistas no tempo em que foram feitas, do onze acima apresentado, apenas as contratações de Gallas, Sagna, Nasri e Fabregas seriam objectivamente utópicas para a realidade do futebol nacional...


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É melhor não perder de vista! (Masoud Shojaei, Osasuna)

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25.9.08

Dois casos típicos do resultadismo de inicio de época.

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- O primeiro, a clássica chicotada psicológica com o dirigente a assumir, no fundo, perante todos a sua própria incompetência. Das duas, uma... ou percebeu que a sua escolha havia sido errada, ou (e este é o mais comum e preocupante dos casos) não faz a mínima ideia do que está a fazer e, por isso, troca para ver se acerta...

- O segundo, mais subtil e menos problemático. O comentador sábio que, à primeira derrota (ou mau resultado) desata a apontar os defeitos crónicos que a provocaram. Se eles são crónicos e o comentador tão sábio, porque esperou pela derrota para os denunciar?


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Mais 10 para ver, agora da semana...

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- O calcanhar de Van der Vaart
- Esqueçam o resumo, vejam o
livre logo no inicio!
- O tiro de
Eto'o
- O chapéu (que saudades!) de Raul
- O segundo golo de
Vela nos 6 do Arsenal (resumo inteiro)
- O pontapé de
Muller
-
Kiessling do Leverkusen em mais um chapéu
- Podem ver o resumo de mais uma vitória do Nápoles mas o que vale mesmo é o pormenor do "quase" golo de
Miccoli no inicio do segundo tempo.
- Mais um chapéu, agora de
José Mari em Camp Nou
- Chama-se
Hirakawa e joga no Urawa Red Diamonds

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Bem...

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24.9.08

10 golos do fim de semana

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- Zambrotta (Milan)
- Kaka (Milan)
- Maicon (Inter)
- Aquilani (Roma)
- Bovo (Palermo) - 2ºgolo no resumo
- Cantoro (Wisla)
- Salihovic (Hoffenheim)
- Deroin (Caen) - 2ºgolo no resumo
- Giza (Legia)
- Dabo (St.Etienne)

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Talvez seja melhor começar a contar...

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23.9.08

Paços - Benfica: A loucura da primeira vitória

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Loucura! – 7 golos e grande intensidade emocional proporcionaram um espectáculo particularmente invulgar em Portugal. Embora haja quem goste de vender esse peixe, é importante perceber que ritmo elevado e fartura de golos não têm uma relação de equivalência com a qualidade. Aliás, se fizermos um cruzamento estatístico e analítico de alguns campeonatos poderemos facilmente desmistificar essa ideia. Ainda assim é inegável que estes são jogos bem mais ricos para quem procura no futebol a emoção.

Melhor, mas pouco conclusivo – Já não é novo, mas da Mata Real é difícil retirar grandes conclusões do estado qualitativo das equipas. Isto porque as dimensões do relvado e a postura do Paços forçam um jogo atípico, de muito contacto, muitas segundas bolas e com grande importância para os lances de bola parada, já que qualquer falta parece ser motivo para colocar a bola na área. Foi assim, mais uma vez. Ainda assim, diria que o Benfica foi quase sempre melhor que o Paços, justificando a vitória apesar do sofrimento. É verdade que não justificou a vantagem já que os 3 primeiros golos aconteceram mais pela eficácia do aproveitamento das oportunidades do que por qualquer efeitos de um balanceamento no jogo. Foi ao Benfica, no entanto, que pertenceram os períodos de domínio assente na qualidade de jogo e não em aspectos mais emocionais. Importante é também referir a diferença no comportamento defensivo. Ambas as equipas sofreram demasiados golos, mas os erros do Paços foram bem mais graves com um grande défice no controlo dos espaços defensivos. Nos primeiros 2 golos esse aspecto foi determinante e o Benfica tirou partido.

A defesa – 6 golos encaixados em 2 jogos não é um número normal. Ainda assim não me parece que esta estatística traduza o real valor do Benfica em termos defensivos.O jogo de Nápoles será outro assunto mas em Paços as dificuldades estiveram sobretudo na quantidade de livres e cantos concedidos e não tanto numa grande permissividade defensiva em bola corrida. Quanto ao sofrimento final, parece-me uma consequência lógica da atitude do Paços, que partiu deliberadamente o jogo e actuou sempre com grande vontade e determinação. Ainda assim, claro, deveria ter havido um melhor controlo das iniciativas contrárias, tendo porém notado a intenção encarnada de manter a sua linha de pressão junto da construção adversária.

Individualidades – Martins terá feito o seu melhor jogo de águia ao peito. A possibilidade de fazer um jogo mais vertical encaixa muito melhor nas características de Martins do que um quando se exije uma posse de bola mais trabalhada. Outro destaque foi Amorim. Influente nos golos, deu sobretudo mais racionalidade e inteligência ao meio campo, características que, para o caso, me parecem mais importantes do que a velocidade e explosão de Di Maria, Balboa ou Urreta. Menos contínuo mas com vários detalhes esteve Reyes, ainda que defensivamente se possa questionar a sua utilidade.
Golos

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Rio Ave - Porto: 60 minutos fazem falta

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Enganei-me! – Quando o Benfica empatou em Vila do Conde na primeira jornada pensei que ali teriam ficado 2 pontos para cada rival. Essa conclusão surgiu-me essencialmente pelas limitações que se reconhecem ao plantel do Rio Ave – claramente um dos mais débeis da prova. Pois bem, ao segundo jogo em casa o Rio Ave voltou a retirar pontos a um grande e, desta vez, confesso, gostei bem mais da exibição dos da casa – ainda que mantenha essa opinião de que nos Arcos mora um dos mais modestos planteis da prova. O Rio Ave tirou o melhor partido do adormecimento portista que durou cerca de 60 minutos no jogo, soube ocupar muito bem os espaços defensivamente e encontrou quase sempre as soluções certas quando teve a bola. No final, é verdade, foi encurralado pelo Porto mas nessa fase, pelo desgaste físico e pelo momento emocional do jogo é perfeitamente razoável que tal tenha acontecido. Para já dois espantosos empates frente a dois grandes e, quem sabe, não repetirá o feito frente ao Sporting...

Sem pressing... – Repetidamente tenho falado aqui dessa que considero ser a grande virtude do jogo portista. A qualidade do pressing. Se para todos é claro que a atitude dos primeiros, eu diria, 60 minutos portistas complicou a chegada à vitória, eu aponto à incapacidade de pressionar bem o grande condicionalismo para a criação de desequilíbrios nessa fase. O Porto não foi agressivo nem reactivo a pressionar, não causando perdas de bola à organização contrária nem neutralizando à partida as suas transições. O resultado foi a obrigação de jogar permanentemente em ataque organizado, perante um bloco bem posicionado e denso e que respirava a cada jogada, precisamente porque conseguia ter bola. Este não é o habitat do Porto mais forte que gosta de jogar em transição onde tira o melhor partido das roturas de Lisandro e inteligência de Lucho. Essa foi a grande diferença no final do jogo, com uma reacção mais forte à perda de bola, o Porto impediu o Rio Ave de jogar e manteve o jogo em permanência junto da baliza contrária. Nessa fase, no entanto, fez falta o tempo perdido.

Alas – Foi um problema que cheguei a levantar na pré época. Independentemente da qualidade que se lhe reconhece, Rodriguez ainda revela uma grande independência exibicional, fazendo-se notar quase sempre por acções individuais e não tanto colectivas. Quando, como em Vila do Conde, a equipa tem dificuldade em soltar Lucho no espaço entre linhas ou recorrer às roturas de Lisandro, o papel dos extremos torna-se mais necessário e, neste caso, demasiado dependente das suas inspirações individuais. Rodriguez e Mariano, neste aspecto estiveram muito abaixo do potencial que se lhes reconhece e penso mesmo que o Porto sentirá falta (não vou falar dos que não estão) de Tarik.

Fernando e a posição 6 – Num jogo em que o problema esteve sobretudo na atitude colectiva pode parecer um pouco cruel apontar o dedo a exibições individuais, mas torna-se incontornável não abordar a performance de Fernando. Já tinha referido que Fernando é o jogador que mais se encaixa no perfil da função mas que, ao mesmo tempo, está por provar a qualidade com que a desempenha. Domingo à noite isso ficou muito claro. Pouca capacidade de ser dominador na sua zona e uma exagerada contenção posicional não ajudaram em nada o papel do meio campo, particularmente nessa intenção de subir para pressionar. O fantasma de Paulo Assunção continua bem vivo e parece ser motivo para pensar numa ida ao mercado em Janeiro. Já agora, não percebi porque ficou os 90 minutos em campo...

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Chegou a paradinha...

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22.9.08

Sporting - Belenenses: Regresso à normalidade... ou quase!

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Superioridade natural – Não foi brilhante mas também não tinha de ser. Frente ao Belenenses, e particularmente após uma semana com jogo a meio, exigia-se que o Sporting vencesse com a naturalidade e pela superioridade. Foi isso que aconteceu. Desde o primeiro minuto que se sentiu essa maior qualidade do Sporting em termos colectivos e individuais, com o seu habitual futebol marcado pela qualidade de posse de bola e ataque organizado a ser suficiente para, mesmo sem impor grande ritmo, ultrapassar continuamente a oposição do Belém. O período mais negativo terá sido mesmo depois do 2-0 numa fase em que o Belenenses se alongava no campo e permitia muitos espaços, o Sporting poderia e deveria ter aumentado o ‘score’ em vez de, tal como aconteceu, quebrar em termos de intensidade de jogo, permitindo apenas que este se arrastasse e concedendo mesmo algumas jogadas de perigo ao Belenenses.
Nesta apreciação qualitativa feita ao Sporting é impossível não fazer a ponte com o rescaldo de Camp Nou. Como referi, o que se passou em Barcelona foi em grande parte condicionado pela exibição do próprio Barça e esta naturalidade com que o Sporting, sem grande esforço, se impôs perante o Belenenses confirma o exagero de algumas conclusões tiradas a partir desse jogo de Barcelona. Mesmo tendo em conta o mau momento da oposição em causa.

Diferença no meio campo – O sistema é o mesmo e os grandes princípios também mas neste Sporting há algumas diferenças que se podem estabelecer em relação às dinâmicas apresentadas no passado. Aqui assume um papel fundamental o trio de meio campo que Paulo Bento tem apresentado neste inicio de temporada. Ofensivamente, com Moutinho a 6 e Rochemback como interior o jogo do Sporting deixa de ter no 6 o ponto de apoio de referência. Rochemback assume, na maior parte das jogadas esse papel, num jogo de compensações permanente com Moutinho que ganha mais liberdade em relação ao papel que, anteriormente era desempenhado por Veloso. Em termos defensivos também há alterações. Moutinho, Izmailov e Rochemback são um trio de grande cultura posicional e têm, neste inicio de temporada marcado alguma diferença na ocupação de espaços em organização defensiva. É verdade que o bloco parece jogar um pouco mais baixo (no caso de Camp Nou, exageradamente) mas tem ganho outra solidez, particularmente a defender em largura. Para já, a equipa parece ganhar, mas o futuro ditará uma sentença mais justa sobre os efeitos desta pequena alteração defensiva.
No plano individual, destaque para Postiga e não só pelos lances decisivos. Por esta exibição merece claramente o lugar na Luz. Rochemback não parece ser uma figura consensual mas a mim parece-me um acréscimo de enorme qualidade ao jogo do Sporting. Destaque para a forma fácil como muda rapidamente o centro do jogo. Ter um jogador com essa capacidade é um luxo para uma equipa que faz do jogo em posse a sua arma. Romagnoli será hoje o jogador mais prejudicado com este epicentro em Rochemback, aparecendo muito menos vezes nas suas movimentações características. No segundo tempo, com Vukcevic a ser muito mais um jogador próximo do argentino do que da dupla Moutinho-Rochemback, Romagnoli apareceu mais.

Belenenses – Fala-se muito da revolução no plantel do Belém. É verdade que sairam muitos jogadores mas o problema não são as individualidades, antes sim o colectivo. Enquanto teve o resultado a favor o Belenenses revelou-se uma equipa de foco defensivo mas sem qualidade de organização. A saída de bola não revelou ideias rotinadas, um defeito já notado no Dragão onde a maior incidência do pressing portista potenciou mais esta debilidade. Em transição também saiam normalmente poucos jogadores e normalmente não se complementando nos movimentos. No segundo tempo a equipa tentou alongar-se no campo e até usufrui de 2 boas ocasiões para marcar, mas o Sporting, nesse período, gozou de uma facilidade enorme para progredir e apenas por algum desleixo leonino se pode explicar o facto do Belém não ter sofrido mais golos. Claramente, Jesus foi um acaso e não a consequência de uma boa visão de quem gere o futebol.

Vukcevic – Ainda não tinha comentado aquele que se tornou no caso do momento, essencialmente por se tratar de um assunto interno, não havendo por isso, certezas quanto a factos. Mas agora há. As declarações do jogador no final confirmam o desnorte que se suspeitava pela actuação do empresário. O timing da declaração de Vukcevic é um verdadeiro tiro de caçadeira no próprio pé. A 3 meses da abertura do mercado, Vukcevic pode apenas esperar pela paciência e tolerância dos responsáveis leoninos porque, se o Sporting pode perder um bom jogador, Vukcevic não pode, simplesmente ter uma segunda nódoa (depois do Saturn) seguida no seu currículo sob pena de manchar definitivamente uma carreira que poderia ser muito promissora. Até me parece normal que um jogador tão jovem não tenha sempre a mais sábia das posições mas, supostamente, é para isso que é pago o empresário.
Golos

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21.9.08

5!!

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20.9.08

Golo da semana!

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19.9.08

Napoles - Benfica: Menos mau mas... nunca bom.

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bom ou mau? - É inevitável que o sentimento de um jogo de uma primeira mão fique obrigatoriamente ligado ao resultado. Muito mais do que qualquer jogo de campeonato, aqui, a objectividade do resultado ganha vantagem sobre a própria exibição. 3-2 também não é um resultado consensual, mas para mim uma derrota nunca pode ser boa e, neste caso, muito menos, atestando-se do valor deste Nápoles que, acrescente-se, não se confina ao San Paolo.
Mas, para quem viu o jogo, realmente, 3-2 foi o menor dos prejuízos para uma equipa que criou muito pouco mais do que os lances dos próprios golos (que surgiram de bola parada) e, pelo contrário, viu o adversário dominar claramente a grande maioria do jogo (terá como atenuantes para a exibição o ambiente e o terreno – eu tinha avisado – e, claro, o próprio valor do Nápoles). Fica-me, portanto, a conclusão que este foi um resultado menos mau para o jogo mas nunca bom para a eliminatória.

Inocência – É curioso ver como, terminado o jogo, ambas as partes se queixam do mesmo. Primeiro o Benfica, que foi vitima da tal característica que tinha elogiado nos napolitanos, a frieza e organização com que reagem aos vários momentos do jogo. Em 3 jogos o Nápoles começou a perder e em 3 jogos inverteu essa situação. Não é por acaso. De todo o modo, é inegável que sofrer 2 golos de forma tão célere só pode indiciar um défice de concentração momentâneo. No primeiro golo por manifesta falta de fortuna (mas com Hamsik a aparecer solto para o remate) e, no segundo, com 2 erros, primeiro deixando Lavezzi sem oposição entre linhas e depois permitindo o tal movimento que já havia identificado em Hamsik, cruzando com Denis na chegada à área.
Mas o Nápoles também se lamenta da sua própria inocência. E não é caso para menos. Bem visto o jogo, os italianos dominaram, tiveram oportunidades e realizaram golos em quantidade suficiente para ganhar maior vantagem na eliminatória. No final, vão para a segunda mão com 2 golos encaixados em 2 lances de bola parada e sem que o Benfica tivesse feito muito mais do que esses mesmos lances. As bolas paradas têm sido bem trabalhadas pelos encarnados mas, no papel do adversário, é natural que se sinta que se podia ter feito mais.

Opções e estratégia de Quique – Di Maria na frente, Suazo, Reyes e Urreta. Alguma surpresa, sim, mas qual terá sido o motivo? Para mim, parece-me claro que nestes jogadores existe uma característica comum que é a velocidade e, particularmente, a forma como a aplicam no ataque à profundidade. A este aspecto deve-se juntar um outro comportamento algo atípico do Benfica. O pressing mais baixo e menos agressivo numa primeira fase em relação ao que é costume, jogando com o bloco mais baixo. Juntas, estas duas indicações deixam entender uma intenção de jogar em transição, tirando partido de alguma lentidão do trio defensivo napolitano. A verdade é que o Benfica nunca conseguiu impor este jogo muito porque, já se sabia, o Nápoles prefere, ele próprio, actuar em transição, não gostando de um jogo assente na posse na subida das linhas. Por aqui, penso eu, se explica grande parte do falhanço encarnado no jogo.
Mas não posso deixar de falar noutro aspecto do jogo que, mais uma vez, me merece referência negativa. A construção de jogo do Benfica permanece parca de ideias e extremamente vulnerável à pressão (mesmo a do Nápoles que não é feita com muitos elementos). Várias foram as perdas de bola que resultaram desta deficiência, com a agravante de acontecerem bem perto da área de Quim. A rever, mais uma vez.

Tréguas no final – Foram curiosos os últimos 15 minutos. Com um resultado que deixa em aberto a eliminatória, notou-se um receio no final do jogo. Destaque para o Nápoles que, já desgastado e sem o fundamental Hamsik, optou não tentar explorar a inferioridade provocada pela lesão de Suazo. O Benfica, também sem arriscar, aproveitou para respirar e chegar mesmo ao seu único ameaço real, na jogada que terminou com Balboa a chegar um pouco mais tarde do que o guarda redes contrário.

Suazo – Será, seguramente, a melhor novidade do jogo para os benfiquistas. Não cheguei a comentar a sua aquisição por ter surgido já num timing em que abundam outros motivos de interesse, mas parece-me que poderá estar aqui a grande mais valia do defeso. Ao contrário de nomes sonantes como Reyes ou Aimar, Suazo não chega à Luz a precisar de reabilitação na carreira, antes sim vitima da forte concorrência no plantel do Inter, e depois de ter feito uma época muito positiva nos nerazzurri. Tem tudo para ser uma mais valia e, claro, um problema para a concorrência.

Golos:
0-1; 1-1; 2-1; 3-1; 3-2


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A bomba de Pato

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18.9.08

Porto - Fenerbahce: Era escusado sofrer...

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Para além dos nomes - Para quem procurou fazer uma antevisão do confronto com base nos nomes dos dois elencos pode ter ficado particularmente impressionado com as figuras do Fenerbahce, prevendo mesmo grandes dificuldades para o arranque portista na Champions. De facto não é pelos nomes que os turcos ficam a perder, mas para quem conhece as duas equipas fica fácil reconhecer uma superioridade inequívoca dos dragões. A diferença está, por isso, na qualidade dos processos colectivos que são incomparavelmente melhores e mais bem trabalhados por Jesualdo Ferreira. Neste duelo particular de treinadores não posso deixar de destacar a especial desinspiração de Aragonês neste jogo. Começou por demonstrar respeito pelo adversário, mas um respeito cego porque apenas se reflectiu nas opções e não nos comportamentos. O 4-4-1-1 teve um duplo pivot mais claro no meio campo, libertando Alex para jogar nas costas de Guiza. Depois, nas alas, revelou uma preocupação em colocar jogadores que ajudassem no preenchimento da zona central, destacando-se a presença do estático Emre em vez da capacidade desequilibradora de Kazim Kazim. Como o futebol não é xadrez, estas opções posicionais de nada valeram para conter o pressing portista. Depois, mais tarde, resolveu introduzir um jogador que nada acrescentava ao jogo (Josico) e que, ainda por cima, estava lesionado, queimando logo 2 substituições, o que obrigou a retardar a terceira.
Ao ver estes turcos com tanto dinheiro e apoio, pergunto-me onde poderiam chegar se realmente soubessem para onde direccionar os seus investimentos...

Mais uma vez, o pressing – Os minutos iniciais mostraram a diferença enorme na forma como as equipas pressionam. O Fenerbahce pouco incomodou a posse de bola portista. O Porto asfixiou o jogo turco. A vantagem poderia nem ter chegado tão cedo (e curiosamente os golos nem resultaram de roubos de bola) mas o que aconteceu foi a consequência do domínio que o Porto conseguiu impor pelas dificuldades que causava ao Fenerbahce sempre que este tentava ter bola. 2-0 no primeiro quarto de hora, com dois belos golos, e os turcos a acumular erros... Parecia que ia dar goleada.

Má gestão – Com uma superioridade tão grande no jogo, porque é que o Porto baixou o bloco? Porque é que passou a deixar o Fenerbahce jogar, com 75 minutos pela frente? Na verdade é um instinto natural e, mais do que isso, normal. Muitas equipas fazem-no. No caso, no entanto, ao fazê-lo o Porto perde a sua principal virtude porque o seu pressing baixo não é, nem de perto nem de longe, tão forte como quando o faz com as linhas subidas. Se o objectivo é baixar o ritmo do jogo, porque não fazê-lo através uma maior valorização da posse de bola? Na verdade, o Porto continuou a usufruir das melhores oportunidades, fruto de transições a partir de perdas de bola causadas por momentos de pressão que, aqui e ali, se identificaram, mas esse controlo do jogo deveu-se muito ao facto do Fenerbahce ter permanecido uma equipa pouco lúcida e incapaz durante quase todo o jogo. É um comportamento que, a meu ver, merece reflexão para uma prova como a Champions.

Sustos finais – Como referi, apesar da tal opção errada de baixar tão cedo as linhas, o Fenerbahce foi quase sempre inofensivo. Na realidade, o próprio golo aconteceu na primeira ocasião (muito mérito de Alex) e o 2-1 era um resultado extremamente lisonjeiro à entrada do quarto de hora final. A verdade, porém, é que o Porto esteve bem perto de largar 2 pontos. Quando o Fenerbahce decidiu utilizar o pé esquerdo de Roberto Carlos para colocar a bola na área, aconteceram uma série de cruzamentos que poderiam muito facilmente ter dado em golo. Seria injusto, talvez, mas o Porto colocou-se a jeito. Nota para a desconcentração no pontapé de canto que acabou com Guiza de mãos na cabeça. A bola nunca pode ser jogada de forma curta tão livremente, sobretudo para quem defende zona nos cantos.

Apostas em marcha – Depois de ter surpreendido na Luz, Jesualdo reiterou as apostas em Rolando e Fernando. O primeiro era mais do que previsível, o segundo nem por isso, mas a aposta falhada em Guarin (o perfil não era o pretendido) abriu a oportunidade para Fernando que, não sendo brilhante, é quem cumpre mais à risca a missão pretendida. Entre novas apostas parece haver mais 2 nomes que Jesualdo pretende utilizar com frequência. Tomás Costa, que só terá lugar no meio campo caso Meireles regresse à posição 6, e Hulk, que permanece uma incógnita, pelo potencial e pela necessidade de evoluir.
Os golos

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Houve um tempo em que era quase sempre assim...

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17.9.08

Barcelona - Sporting: A lei do mais forte

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Já tinham assanhado o “gigante” – Como havia dito na análise prévia ao Barça, em Camp Nau morava um gigante preparado para ser surpreendido. O Sporting terá sido vitima dessas surpresas terem acontecido precisamente nos jogos anteriores à sua visita a Camp Nau. O que lá encontrou foi uma equipa de dentes cerrados, determinada a não deixar fugir a vitória. A demonstração de superioridade do Barça pode ter resultado de alguma coisa que o Sporting não fez mas é sobretudo fruto da enorme diferença de potencial entre os elencos e daquela que foi, sem dúvida, a melhor exibição dos catalães nesta temporada.

A surpresa sem consequências – Entre as opções iniciais dos dois treinadores sobressaiu a presença de Puyol à esquerda. A verdade é que esta inclusão não trouxe grandes diferenças nos comportamentos colectivos. Já o havia referido na análise ao Barça, Abidal não era muito participativo em termos ofensivos, sendo Iniesta o responsável por aparecer perto de Henry em posse de bola. Foi isso que, mais uma vez, aconteceu.

Encostado no jogo e batido no detalhe – A entrada do Sporting foi a pior fase do seu jogo, tendo sido encostado durante 20 minutos pelo Barça. Aqui importa relembrar que em Barcelona mora, provavelmente, a equipa que melhor faz posse de bola em todo o mundo, mas também não deve ser ignorado o excessivo retraimento do Sporting nesse período. Era importante subir as linhas e pressionar mais alto no campo e, ao manter-se sempre baixo, o Sporting reduziu espaços de penetração junto da sua área mas condenou a sua possibilidade de sair em posse de bola porque a passava a recuperar em zonas demasiado baixas e com o adversário já em cima de si, facilitando assim o pressing do Barça. Ainda assim, e apesar de todo o domínio, o Barça chegou ao golo numa falha imperdoável para quem quer realmente sobreviver a confronto deste calibre. Para o perceber basta ver a importância dada aos pormenores nos jogos decisivos desta prova e o que o Sporting revelou, não só no lance em causa, foi uma displicência proibitiva na definição de marcações e na sua execução. No caso, foi Derlei quem se esqueceu que para marcar é preciso olhar para o adversário e não apenas para a bola.

Aceitável – Não foi perfeita, nem mesmo óptima, mas parece-me que o que se seguiu a esse minuto 21 foi aceitável. O Sporting passou a estender o seu jogo até à área contrária, não o dominando nem controlando sempre mas expondo o Barça mais ao risco do seu próprio jogo. Foi infeliz na forma como sofreu o segundo golo e repartiu as ocasiões nos 30 minutos do segundo tempo. O assalto ao empate chegou a parecer possível mas a sede foi prejudicial (a substituição final pecou por ter tentado ser demasiado ofensiva) e, a bem dizer, outro resultado que não fosse a vitória seria uma crueldade para o Barcelona.

Em equipa que ganha pode-se mexer – A opção passou pela continuidade de uma equipa que tinha tido sucesso mas eu penso que este jogo, por ter características diferentes, mereceria outra solução. Creio que o Sporting teria beneficiado mais com a inclusão de Veloso no lugar de Romagnoli, jogando Moutinho no papel do argentino. O papel de Romagnoli tem uma importância que muitas vezes escapa à maioria mas neste caso as suas movimentações em posse não eram particularmente importantes para um jogo em que o Sporting dificilmente teria mais bola. Seria, por isso, mais importante contar com a maior combatividade de Moutinho. Por outro lado, Veloso poderia ter sido uma mais valia relevante, dada a importância da qualidade do primeiro passe para sair da pressão imediata do Barça. Não o digo pelo impacto positivo que o médio teve quando entrou (que, creio, também coincidiu com a fase de maior relaxe do adversário) mas sim por uma convicção que tinha e teria independentemente do que se passasse no jogo.
Os golos:

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Vale a pena ver...

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- O volei-choque de Culio
- O pormenor demolidor de Ibra
- A assistência de Lampard
- A bomba de Fernandinho
- ...Gerrard

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16.9.08

Nápoles: O despertar do gigante do Sul de Itália?

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O timing desta análise não é inocente, claro, e surge pelo interesse em fazer uma antevisão do que poderá encontrar o Benfica na primeira eliminatória da Taça Uefa.

Começo para falar do Nápoles enquanto clube. Todos conhecem o clímax “Maradoniano" da sua história como excepção positiva de um historial algo modesto. Pois bem, dir-se-ia que o que se estranha é todo esse período “extra-Maradona”. É que tanta modéstia não bate certo com a paixão de uma massa adepta que se diz poder estar próxima dos 5,5 milhões, a terceira maior de uma das mais ricas ligas da Europa.Este é, por isso, um gigante verdadeiramente adormecido e que tenta pela mão do produtor de cinema De Laurentiis encarrilhar finalmente numa performance desportiva coincidente com a dimensão da sua massa adepta.

Pois bem, o Nápoles prepara-se para receber o Benfica no seu melhor momento desde há muito. A entrada na Série A valeu já 4 pontos que são particularmente relevantes se tivermos em conta que foram conseguidos à custa de um empate no Olímpico frente à Roma e uma vitória na recepção à Fiorentina. Mas talvez mais importante do que os pontos será mesmo o nível futebolístico que este Nápoles tem apresentado. Trata-se de uma equipa muito bem organizada, com alguns valores individuais que podem fazer a diferença e que tem na sua consciência táctica a principal virtude. Trata-se de uma característica muito própria das equipas italianas e em que o Nápoles se tem revelado particularmente hábil neste inicio de época. A equipa reage aos diversos momentos do jogo com grande consciência e organização, sendo revelador o facto de ter estado a perder ao intervalo em ambos os jogos e, no caso do encontro com a Roma, ter mesmo jogado mais de 30 minutos com menos uma unidade. Nota, para terminar, para o mau estado do relvado do San Paolo, levantando muito e sendo susceptível a quedas.

Sistema táctico e opções
O 3-5-2 é o sistema de Edoardo Reja, mas este esqueleto é tudo menos rígido, sendo muito adaptável pela cultura táctica dos jogadores. Na baliza o experiente Iezzo de 35 anos assume a titularidade sendo um caso curioso porque vem desde a Serie C com o clube. A defesa é composta por jogadores com muita experiência de Seria A. O capitão Paolo Cannavaro é o capitão e líder. Mais alto do que o irmão mais velho (quase 10 centímetros!) impõe uma presença mais física mas esse é o único ponto em que ganha ao campeão do mundo. Ao seu lado jogam o combativo e Matteo Contini (28 anos) e o italo-brasileiro Santacroce (22 anos). As alternativas podem ser o ex-Palermo Rinaudo ou Salvatore Aronica. Nas alas, à esquerda Luigi Vitale (20 anos), produto da formação do clube e uma das sensações neste inicio de temporada depois de uma época emprestado. À direita Christian Maggio (26 anos) é uma das pedras fundamentais da dinâmica da equipa. Os médios são Blasi (28 anos), o promissor eslovaco Marek Hamsik (21 anos) e o uruguaio Walter Gargano (24 anos). Como opções destaque para Piazienza, um ex-Fiorentina que custou, só, 5 milhões de euros no defeso. Finalmente na frente a dupla argentina formada por Ezequiel Lavezzi (23 anos) e German Denis (27 anos), surgindo o experiente uruguaio Marcelo Zalayeta (29 anos) como alternativa a ter em conta.

Como defende?
À semelhança de muitas equipas italianas, o Nápoles sente-se claramente melhor num bloco mais baixo, definindo uma zona de pressão mais próxima da sua área. Esta é a forma de defender na sua proposta original de jogo, podendo depois, e em caso de necessidade no jogo, subir um pouco mais as linhas e pressionar um pouco mais sobre a linha média. Em transição o princípio passa prioritariamente por se recompor defensivamente, pressionando apenas com os homens dianteiros. Esta não é uma equipa que se desequilibra com facilidade, até pelos 3 centrais, mas sente-se os seus jogadores denotam mais dificuldade quando são confrontados com transições rápidas dos adversários.

Nota para alguns comportamentos defensivos. (1) a diferença entre os alas, com Vitale mais defensivo em relação a Maggio. Este aspecto faz com que, por vezes, apareçam 2 linhas de 4, com Vitale a juntar-se aos 3 mais recuados e Maggio aos 3 do meio campo. Outra consequência da proximidade de um central à direita é a perda de controlo sobre a velocidade adversária. (2) Gargano junta-se a Blasi e Hamsik, formando uma linha que tenta dar maior capacidade à equipa de defender em largura. (3) os avançados, Lavezzi e Denis são claramente libertos de funções defensivas em zonas mais recuadas para poderem, depois, serem rapidamente lançados em transição.

Como ataca?
O complemento da tal defesa mais baixa na proposta original de jogo é, claro, uma saída em transição rápida e muito perigosa. A ideia é fazer a bola entrar preferencialmente em Lavezzi que normalmente vem ao espaço entre linhas para depois aplicar os seu temível drible em progressão. Maggio é também muito importante a dar rapidamente largura ao ataque, enquanto que Hamsik é quem aparece sobre a esquerda, sendo no entanto muito mais temível na forma como ataca as zonas de finalização (normalmente num movimento cruzado e coordenado com Denis). Blasi é sempre o jogador mais posicional.

Em organização ofensiva, destaque para Gargano que é o “pensador” da equipa. Com excelente capacidade de passe (muitas vezes solicitando as costas da defesa contrária) é um elemento fundamental da estratégia ofensiva da equipa dando outra qualidade ao jogo sempre que ele passa por si. Quando o jogo se torna mais rápido e assente em transições torna-se, claro, mais difícil o seu aparecimento.

Treinador
Edoardo Reja – Está hoje, aos 62 anos, a viver o ponto alto da sua carreira. Depois de vários anos entre diversos emblemas de segundo plano (sobretudo na Serie B), teve a oportunidade de pegar no Nápoles em 2005, mas na Série C. O que fez Edoardo Reja foi suplantar as melhores expectativas de quem nele apostou, subindo consecutivamente até à Serie A e, agora, chegando até à Taça Uefa. Dê por onde der os Napolitanos dificilmente se esquecerão deste treinador com um visual à Hector Cuper.
5 estrelas
Christian Maggio (ala direito, 26 anos) – Foi a grande aquisição do Verão do Nápoles, contratado à Sampdoria por 8 milhões de euros. Dá à ala direita uma grande vivacidade, pela velocidade, técnica mas também pela rapidez com lê o jogo e ataca os espaços, característica que lhe vale uma boa percentagem goleadora e chegada à zona de finalização. O facto de ter sido considerado como uma possibilidade para o Euro diz tudo sobre o seu valor.

Walter Gargano (médio centro, 24 anos) - É o jogador que mais e melhor pensa o jogo na equipa, mas não é um 10 “à antiga”. O jogo e o colectivo exige dele entrega defensiva e rapidez no reposicionamento táctico e ele revela-se muito competente nessa missão mesmo se se sente que é com a bola nos pés que melhor se sente. Também pode actuar como interior direito.

Marek Hamsik (médio interior esquerdo, 21 anos) – Um nome a acompanhar no futuro. Bom tecnicamente (executa com os 2 pés) e muito rápido em transição, é forte na criação mas destaca-se dos demais pela notável capacidade para aparecer em zonas de finalização. Quando surge um cruzamento aparece de trás atacando invariavelmente o poste que Denis deixa livre. Já fez 2 golos na Serie A.

Ezequiel Lavezzi (avançado móvel, 23 anos) – Depois de uma época de afirmação, iniciou 08/09 numa forma impressionante tornando os 6 milhões de Euros pagos por ele numa verdadeira pechincha. Sem bola parece tímido, quase sempre cabisbaixo, mas quando ela lhe vem aos pés ele mostra o quão extrovertido o seu futebol pode ser. Veloz e explosivo, destaca-se sobretudo pelo seu drible curto e desconcertante, sendo capaz de tirar vários adversários na mesma jogada e sempre em progressão. É inequivocamente a estrela da equipa.

German Denis (avançado, 27 anos) – Depois de se ter tornado no melhor marcador na Argentina pelo Independiente justificou um investimento importante do Nápoles que aposta muito nele para ser o complemento de Lavezzi. A sua adaptação à Europa ainda se encontra em marcha e não será fácil tornar-se numa grande mais valia. Apesar de ter como alcunha “El Tanque”, não é tão fácil impor-se pelo físico no futebol italiano e diria que a sua principal virtude está na qualidade com que se movimenta na frente de ataque. Se conseguir juntar a esta característica alguma inspiração na finalização pode então recuperar a veia goleadora em solo europeu.

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Como é que se diz golaço em Uzbeque?

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15.9.08

O futebol que não parou...

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-- Inglaterra --
- Demonstração de categoria e balde de água fria nos ânimos do City. 1-3 e Scolari lá vai...
- Show do Arsenal continua. Agora foram (só!) 4 em Blackburn!
- Ronaldo na Madeira, United lá em baixo. Liverpool 2-1.
- Reviravolta do Portsmouth (2-1)

-- Espanha –-
- Uma equipa às riscas horizontais verde e brancas empatou no Camp Nou (1-1)
- Chuva de golos no Barnabeu (4-3 ao Numancia). Fiquem com Barkero e Van der Vaart.

-- Itália –-
- Chegou a temer-se o pior, mas o Inter lá ganhou a jogar com 10, com primeira parte frouxa, sistema estranho (4231), trivela feliz e golo polémico.
- Contratações com impacto? Diego Milito. Resolveu perante o Shevchenko, Kaka e Ronaldinho (2-0 Genova)
- Miccoli marcou dois (um, dois), com destaque para o primeiro, no 3-1 do Palermo sobre a Roma.
- Lazio venceu a Sampdoria (2-0) que havia empatado o Inter, com um golão de Zarate.
- O Nápoles (amanhã vai haver aqui uma análise especial) impressiona na reviravolta sobre a Fiorentina (2-1).

-- Alemanha –-
- Numa jornada fantástica, o jogo dos jogos (não só na Alemanha) foi o derby entre Schalke e Dortmund (3-3). Teve tudo!
- Outro grande jogo com reviravolta, Hamburgo 3-2 sobre o Leverkusen, na estreia de Thiago Neves e Renato Augusto.
- Foi preciso esperar até ao último quarto de hora para ver a inspiração de Diego e Frings no 3-0 do Bremen.
- Ricardo Costa marcou a abrir no 2-2 entre Hertha e Wolfsburgo
- Atenção aos 2 golos (sobretudo o 4-1) de Schlaudraff nos 5-1 do Hannover sobre o Monchengladbach

-- França –-
- O Lyon ganhou por 3-2 sobre o Nice, com contribuição especial de Juninho.
- Numa jornada plena de empates a 1, destaque para os golos do empate de Bastos e Chamakh, este no empolgante Bordéus – Marselha.

-- Brasil –-
- Surpresa em Porto Alegre. O líder Grémio perdeu 2-1 com o Goias.
- O Palmeiras foi vencedor da jornada com uma vitória crucial sobre o Cruzeiro. Destaca-se um tal de Diego Souza.
- Botafogo perdeu a oportunidade em casa com o Inter (1-2). Golaço de D’Alessandro

-- Outros –-
- Na Rússia, o Rubin Kazan avança para um título surpreendente (1-0 ao Din.Moscovo).
- O Heerenveen deixou fugir a vantagem de 2 golos. Um nome para o Setúbal: Pranjic.
- Na Argentina, grande jogo entre River e Arsenal (2-2) e a inspiração de Adrian Gonzalez nos 2 livres que deram a vitória ao San Lorenzo.
- O Fenerbahce perdeu de novo. 2-1 com um auto golo a definir bem o inicio de campeonato de Aragonês.


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12.9.08

Barcelona: Viragem de... 360 graus!

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Depois de se ter sagrado campeão europeu em 2006, o Barça de Rijkaard foi perdendo força de forma progressiva até ao culminar da época 07/08 onde a depressão do seu momento futebolístico levou à mudança. Mudança de treinador, claro, e mudança de jogadores, alguns. Pedia-se e esperava-se que esta pequena “revolução Guardiola” abrisse um novo ciclo desportivo. A verdade, porém, é que a ponte entre o Barça do final de Rijkaard e o do inicio de Guardiola tem uma extensão tão curta que se chegam a confundir as suas extremidades. O mesmo modelo de jogo, com muitos dos mesmos defeitos que vinha apresentando e com uma dose acrescida de pressão externa. Este foi o Barça que perdeu perante um modesto Numancia num jogo de sentido único mas sem qualquer imaginação ofensiva e também aquele que se pôde ver nos principais testes de pré época, com destaque para a sofrida e sofrível vitória, resgatada nos descontos, sobre o Boca no Juan Gamper.
Com a época ainda no seu incio, o Barça dará novo sinal de si e do seu estado no fim de semana mas, para já, o Camp Nau, com todas as suas estrelas, parece um palco longe de estar imune a uma surpresa. Não que seja fácil mas porque, ao contrário da maioria das vezes, pode dizer-se que é possível.


Sistema táctico e opções
Tacticamente, o 4-3-3 permanece inalterado, com dois extremos sempre bem abertos, um pivot defensivo no meio campo e 2 médios mais voltados para a frente do que para trás.
Se colectivamente este Barça deixa ainda muito a desejar, individualmente é fantástico, talvez, como mais nenhuma equipa no mundo. Na baliza estará, seguramente, o elo mais fraco, mais pela elevada qualidade nos restantes sectores do que, propriamente, por falta dela em Victor Valdez. Na defesa, o quarteto tem sido formado por Daniel Alves (a novidade), Puyol, Marquez e Abidal, mas há outras opções de qualidade como Milito (lesionado), Sylvinho ou os jovens Gerard Pique e Martin Caceres. No meio campo, Yaya Touré é o pivot defensivo que tenta libertar os heróis de Viena, Xavi e Iniesta para uma missão o mais ofensiva possível. As alternativas para esta zona são o recentemente contratado Keita (ex-Sevilha) e os polivalentes Hleb (pode ser extremo) e Gudjohnsen (pode ser avançado). Nos extremos estão as super estrelas Messi e Henry, podendo ter como alternativa o prodígio Krkic (também pode jogar como avançado), Hleb ou o jovem Pedro Rodriguez. Na frente, e apesar de toda a especulação sobre a sua eventual saída, Eto’o continua a ser o dono inquestionável de um lugar que tem em Krkic e Gudjohnsen duas alternativas de perfis diferentes do camaronês.

Como defende?
Para uma equipa com tanta qualidade de posse de bola faz sentido tentar recuperá-la o mais rapidamente possível. Esse era já um principio fundamental de Rijkaard e permanece com Guardiola. A verdade, porém, é que a equipa nem sempre o faz da melhor forma, não sendo muitas vezes lesta a pressionar e permitindo que o adversário goze de espaço desaconselhável para jogar. Este (a forma como pressiona) tem sido um dos principais do inicio de temporada, não conseguindo o número de recuperações de bola desejáveis e, pior ainda, permitindo muitas vezes que o adversário possa chegar com alguma facilidade à sua área.
Na acção defensiva há, claro, um jogador de particular importância, Yaya Touré. É ele que restabelece os equilíbrios de uma equipa que se adianta muitas vezes com os dois laterais em simultâneo. Yaya Touré tem do seu lado uma vantagem importante que é o aspecto físico. Em particular no jogo aéreo essa é uma característica importante para uma equipa que tem em Xavi e Iniesta dois jogadores muito baixos para as primeiras bolas aéreas que caiam naquela zona.

Como ataca?
Desde o “eclipse” de Ronaldinho que em Barcelona deixou de existir uma grande qualidade colectiva nas acções ofensivas. Este aspecto é, no entanto, muitas vezes contornado pela extraordinária capacidade ofensiva dos seus jogadores. A ideia ofensiva passa por uma circulação em posse que tira partido, numa primeira fase, do extraordinário jogo em posse de Xavi e Iniesta para depois colocar a bola nas alas e fazendo-a circular de um flanco ao outro à procura de espaços. Aqui torna-se fundamental a capacidade desequilibradora dos extremos e, perante espaços reduzidos, a equipa fica rapidamente sem ideias que vão para além dos rasgos individuais dos seus jogadores (em Numancia, num campo pequeno, isso ficou muito claro).
Nota para alguns movimentos característicos. Os laterais têm ordem para subir e aparecer nas costas dos extremos mas Abidal tem, neste aspecto, uma propensão ofensiva muito diferente de Daniel Alves (cujas subidas não são sempre ao longo da linha). Aqui, o flanco esquerdo é compensado por um aparecimento mais frequente de Iniesta sobre esse flanco, enquanto que Xavi se tem destacado pelos golos que vem marcando através de penetrações na zona central. Os extremos também são diferentes. Embora troquem de posição, Messi aparece sobretudo sobre a direita e tem tendência para flectir muito para o interior à procura de desequilíbrios com o seu drible curto. Na esquerda Heny também joga de pé trocado mas procura mais vezes a linha. O Francês parece atrofiar neste modelo que o prende à esquerda. Se não lhe for dado espaço para atacar a profundidade, a sua explosão torna-se pouco útil, restando, claro, o que o seu pé direito pode fazer quando lhe é dado o interior. Resta falar de Eto’o. Sempre imprevisível e temível, ora a vir para dentro e combinar, ora atacando a profundidade.

Treinador
“Pep” Guardiola – Ainda é difícil associar o seu nome a um personagem que actua fora do campo. Na verdade com a sua idade (37 anos) ainda poderia estar do lado de dentro, mas o seu percurso levou-o a tornar-se num protagonista de banco mais cedo do que seria de prever. Apenas 1 ano após ter iniciado funções como treinador principal do Barcelona B, Guardiola foi o eleito para suceder a Rijkaard. O inicio complicado tem-no feito esbracejar muito e sorrir pouco do lado de fora, mas a sua carreira tem muito tempo para que possa inverter esta imagem.

5 estrelas
Daniel Alves (25 anos, defesa direito) – A única novidade em relação a 07/08 no onze base de Guardiola. A atenção mediática e os números da sua transferência aumentam de sobremaneira a expectativa em torno do seu desempenho em Camp Nau. O Barcelona parece ser o clube ideal para as suas características, fazendo apelo à capacidade ofensiva dos laterais. Para já, em Numancia, não foi feliz, perdendo algumas bolas por displicência e aparecendo mais vezes por dentro do que junto à linha.

Xavi (28 anos, médio centro) – A sua carreira atingiu o pico com as exibições do Euro, aumentando as expectativas para esta temporada. Todos já conheciam a sua notável capacidade em posse de bola, quase imune ao “pressing”, mas no último ano ele juntou a essa virtude um excelente sentido de chegada à zona de área, tornando-se num goleador mais frequente e num jogador mais temível no último terço de campo.

Leo Messi (21 anos, extremo) – Vindo do Oriente pareceu apertado no jogo frente ao Numancia, sendo, mesmo assim, a principal fonte desequilíbrios da equipa. Apesar do momento colectivo da equipa, se Messi estiver inspirado, dificilmente o Barça não ganhará. A diferença com Messi é que a inspiração é um estado natural!

Thierry Henry (31 anos, extremo) – A mudança de ares foi prejudicial para a sua carreira. Não pelo país, nem mesmo pelo futebol do país mas antes pela forma onde joga. No Arsenal, Henry partia de zonas interiores, em Barcelona parte de zonas exteriores e isso, para as suas características, faz toda a diferença. Quando lhe dão espaço para explodir em profundidade ou para rematar cruzado com interior do seu pé direito, reaparece o Henry de Highbury.

Bojan Krkic (18 anos, extremo) – Não será ainda uma primeira escolha permanente mas merece o destaque. O seu perfil bate certo com a cara do Barça, de Messi, Xavi e Iniesta. Baixo e com um drible curto e rápido, parece impossível desarmá-lo. Junta a isto uma excelente capacidade para jogar na área, o que explica a sua frequência goleadora. Pode jogar no lugar de Eto’o mas creio que a baixa estatura da equipa acabará por fazer com seja mais uma opção para actuar como extremo.

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Fora de jogo não assinalado... pé partido!

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11.9.08

Portugal - Dinamarca: Sem sorte nem perdão

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Ontem relembrei um jogo inesquecível pelo seu simbolismo. Não sei o que é que, simbolicamente, este jogo irá representar na história da Selecção, mas, certamente, partilhará o carácter inesquecível do outro Portugal Dinamarca de 96.

1ªParte
Para a partida a Dinamarca trouxe uma proposta de jogo interessante que causou muitos problemas a Portugal no primeiro tempo e que enriqueceu de sobremaneira o interesse do jogo nesse período. A ideia era impedir que Portugal fizesse uso da posse de bola para se apoderar do domínio do jogo e, para isso, foi usada uma pressão alta que tentava incomodar o jogo luso desde a sua saída de bola. Nesta estratégia de pressão havia dois aspectos essenciais. O primeiro tem a ver com a acção dos alas, encarregues de defender ao longo de todo o corredor e, o segundo, com a missão de Tomasson que encostava aos médios centrais, tentando corrigir a vantagem numérica que Portugal tinha na zona central. Portugal demorou muito tempo a adaptar-se a esta realidade, começando por recorrer a um jogo mais directo que, claramente, não sabe protagonizar (foi assim que se criou a perda de bola que resultou no primeiro “susto” de Bendter). Com o passar dos minutos, Portugal passou a circular mais mas nem sempre o fez da melhor forma. Perante uma pressão alta e larga convinha tentar usar o corredor central para fazer a bola chegar ao espaço entre linhas. Portugal fe-lo pouco, procurando em demasia a saída pelos flancos onde os dinamarqueses encurralavam sempre o jogo. Valeu a Portugal a sua qualidade técnica para criar alguns desequilíbrios (Deco!) que conseguiram, aqui e ali, ultrapassar o pressing contrário. Foi precisamente pela qualidade (e curiosamente numa jogada pelos flancos) que Portugal chegou à vantagem, à beira do intervalo para onde foi com um resultado bastante bom tendo em conta uma primeira parte com muitas dificuldades causadas pelos dinamarqueses que, pelo seu lado, até tiveram as melhores ocasiões para marcar.

2ªParte
Se a primeira parte foi difícil e feliz, a segunda foi precisamente ao contrário. Com a missão de recuperar da desvantagem os dinamarqueses não souberam assumir o jogo, nunca revelando qualidade para causar problemas a Portugal. Por outro lado, criavam-se agora mais espaços na defensiva dinamarquesa, compondo um perfil de jogo totalmente favorável às pretensões portuguesas que poderiam e deveriam ter acabado com o jogo bem cedo no segundo tempo. Aos 52’ por Simão, aos 55’ por Nani, aos 73’ por Danny e aos 76’ por Nuno Gomes, Portugal esbanjou. O futebol tem várias histórias deste tipo para contar e, desta vez, não foi modesto em criatividade! Portugal começou por permitir que o jogo se partisse – o que pretendiam os dinamarqueses – e foi apanhado em igualdade numérica numa transição que deu origem ao 1-1. Um pecado imperdoável não fora, um minuto volvido, o penalti convertido por Deco. O que se assistiu a seguir é difícil de explicar. Um capricho cruel do futebol, é verdade, mas que, a este nível, dê por onde der, simplesmente não pode acontecer.

Notas finais:
- Dir-se-á que Portugal jogou bem e não teve sorte. Será uma meia verdade. Se no segundo tempo foi penalizado pela falta de eficácia, no primeiro tempo Portugal pareceu pouco preparado para o que fizeram os dinamarqueses. Como lições finais devem ficar, não só, a falta de concentração e eficácia do segundo tempo, mas também muito do que aconteceu nos primeiros 45 minutos. É que se Portugal tivesse chegado ao intervalo a perder, não escandalizaria ninguém.

- As bolas paradas. Não foi só o 2-2. Foram vários os lances em que Portugal abanou, começando por 2 ocasiões no primeiro tempo em que surgiu sempre um jogador sem marcação. Pensar que o problema é do guarda redes ou do método é uma bela forma de não ver o problema.

- O guarda redes. É uma posição cada vez mais exposta e ingrata. Ricardo foi feito vilão e, num 8 e 80 tão típico no futebol, fez-se da titularidade Quim uma panacéia para todos os males. Espero que a “era-Quim” seja pautada por mais racionalidade porque a pressão será sempre mais prejudicial do que benéfica.

- Individualmente o destaque vai, claro, para Deco – haverá alguém melhor na sua posição neste momento? De resto nota para alguma dificuldade dos outros 2 médios em contribuir para um maior controlo da zona central (que deveria ter existido de forma mais clara sobretudo no primeiro tempo) e para Hugo Almeida, melhor a cair nas alas do que a oferecer linhas de passe como pivot. Finalmente, e correndo o risco de ser um “totobola de segunda feira”, era necessário mais altura naqueles minutos finais em que iria haver um assalto aéreo dinamarquês. Talvez Moutinho não fosse a solução para aquele momento...

- O estado de graça de Queiros acaba de forma quase cruel. O seleccionador joga neste apuramento muito da sua reputação enquanto treinador principal e, claramente, uma não qualificação, poderá ser um embaraço irreparável. Como o próprio referiu, resta cumprir a obrigação de recuperar estes pontos fora de casa, mas, como parece agora bem mais claro, mais importante do que a conferência de imprensa é mesmo o que se passa dentro de campo.

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De Rossi...

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10.9.08

Dinamarca, de novo no inicio de um ciclo

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Em 96 a chamada “geração Queirós” deu o primeiro passo nas grandes competições internacionais de nível sénior com um confronto com a Dinamarca que, ainda hoje, se torna inesquecível pela importância simbólica do jogo em si. De lá para cá Portugal tem estado presente em quase todos os grandes eventos mundiais e, mais do que isso, conseguiu uma afirmação sustentada nesses palcos. Se nessa altura e nesse jogo se abriu uma nova página na Selecção principal, hoje frente ao mesmo adversário, Queirós tem o primeiro teste sério num regresso em que as expectativas são muito maiores e a margem de erro muito menor do que há 12 anos atrás. É, afinal, o preço de um legado que ele próprio começou a construir.

Mas voltando a 96. Tive há pouco tempo oportunidade de rever essa Selecção e esses jogos. Com um talento que era para a Europa uma suspeição e para nós uma certeza, a verdade é que ainda tremia muito aquela Selecção de Baia, Couto, Sousa, Figo, Rui Costa e João Pinto, sentindo-se claramente o peso do nervosismo causado pela inexperiência a esse nível. Para terminar, reparem no “ritual da bandeira” na hora do golo... Orgulho nacional? Ou mero provincianismo?

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Showboat!

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9.9.08

Formação: a hora de deixar o 4-3-3?

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Para Wembley Portugal apontou baterias, dando àquela partida uma importância crucial para a realização dos seus objectivos. O que sobrou do jogo foi, mais do que a derrota, uma sensação de impotência perante um adversário que se superiorizou sempre, num registo que é, afinal apenas, a confirmação de uma tendência que se vem observando de há um tempo a esta parte e que não está, de forma nenhuma, ligada apenas a este jogo em particular. Este é um cenário que se estende a outros escalões de formação e a sua constatação aponta para a necessidade de uma reflexão que conclua as medidas adequadas para rectificar a situação. Não tendo a intenção (nem o conhecimento de causa, evidentemente) de me antecipar a essa reflexão que deve ser o mais abrangente possível, há pelo menos um ponto em que não quero deixar de expressar a minha opinião: o sistema.

O 4-3-3 tem sido o sistema da formação desde há alguns anos e ele é, em grande parte, a justificação pelo perfil de jogadores que se formam em Portugal. Hoje, no entanto, creio que este sistema não é aquele que mais beneficia a formação ou mesmo os interesses desportivos das próprias selecções jovens. Em termos de formação, a grande “pérola” portuguesa têm sido os extremos, com nomes como Figo, Simão, Ronaldo, Nani ou Quaresma a emergirem. Se é verdade que estes são jogadores excepcionais, está por provar que não o teriam igualmente sido, caso tivessem “crescido” noutro sistema. Por outro lado, começam a abundar exemplos de jogadores de inegável talento e merecedores de grande destaque nos escalões jovens mas que, ao enfrentar a dura realidade do futebol sénior, revelam uma grande incapacidade de adaptar o seu perfil de extremos de linha a uma realidade que exige maior capacidade para aparecer em espaços interiores. Mas há outras posições que o 4-3-3 não me parece favorecer em termos de formação. São os casos do ponta de lança que, à semelhança dos extremos tem um perfil demasiado fixo e pouco móvel, e do médio ofensivo que joga no espaço entre linhas, uma figura inexistente no esquema que contempla 1 pivot defensivo e 2 médios centrais.

O problema está, em meu entender, naquilo que muitos consideram ser a grande vantagem do 4-3-3, o facto de dispor os jogadores de forma racional pelas dimensões do campo. Este facto acaba por retirar a necessidade dos jogadores em formação em desenvolver a mobilidade e a ocupação de espaços diversos, sendo essa uma capacidade cada vez mais valorizada no futebol moderno. Neste aspecto, creio, o 4-4-2 losango será um sistema bem mais exigente e possivelmente benéfico em termos de formação.

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O pesadelo de Edmundo!

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8.9.08

Sub 21 - A derrota esperada

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A derrota em Wembley era o resultado mais esperado. Quem viu os jogos recentes desta selecção e tem consciência do valor da Inglaterra teria de prever forçosamente, não só a forte possibilidade de um resultado negativo, como todas as dificuldades sentidas durante o jogo.

A partida mostrou as diferenças entre o que é uma equipa com uma estratégia de jogo, que sabe como quer chegar à vitória, e outra que se caracteriza, simplesmente, por 11 jogadores e 1 sistema (4-3-3). O resultado foi uma enorme diferença de comportamentos colectivos. A Inglaterra focou sempre a sua estratégia na pressão forte sobre a construção portuguesa, tirando partido da ausência de qualquer rotina colectiva lusa que pudesse, realmente, “saltar” esta adversidade. Com isto, os ingleses garantiam não só a manutenção do jogo longe da sua baliza, como uma forma ideal de poder atacar: em transição. Ou seja, a partir das recuperações de bola provocadas pelo seu pressing, era lançada a velocidade dos homens dianteiros que beneficiavam depois do espaço que beneficiava as suas características. Apesar de existirem momentos diversos, em função das próprias fases da partida, este jogo de pressão e transição foi sempre dominador durante os 90 minutos, mesmo no segundo tempo onde o bloco inglês baixou mas sem que o pressing perdesse agressividade, permitindo maior exploração da profundidade.

Do lado português um jogo de improvisação, em função do que fazia o adversário. A bola entrava sempre em Veloso mas raramente havia linhas de passe que pudessem fazer a bola fugir à pressão inglesa. Gritante a dificuldade para fazer a bola entrar nas alas e, mesmo quando isso aconteceu, os ingleses criaram zonas de superioridade numérica encurralando o jogo português junto à linha. Para além desta incapacidade de explorar os espaços libertados pela subida dos ingleses para pressionar, outra “faceta” desta selecção foi a quase inexistência de pressão sobre os adversários que puderam sempre dar inicio às suas jogadas com tempo para decidir.

Mas o principal problema desta Selecção, para mim, vem depois dos jogos, no rescaldo. É que pior que perder é não perceber porque é que se perde. Caçador afirmou, espantosamente, que “caiu de pé” (numa visão paradoxal à de Stuart Pearce que falava na possibilidade de terem sido “4 ou 5”) e entre adeptos e imprensa opta-se pelo “massacre” às individualidades, colocando até em causa o valor que me parece inquestionável dos nossos melhores valores. O problema colectivo não resulta de insuficiências individuais. É, antes sim, o contrário. É tempo de uma reflexão profunda, mas sobre isso falarei em breve...


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Notas do Malta - Portugal

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- Este é o tipo de jogos que, na minha opinião, justifica alguma reflexão por parte de quem organiza as competições internacionais, dada a atrocidade que é a diferença as duas equipas. Desta disparidade de forças deriva o desinteresse do jogo para além do próprio resultado e de uma ou outra apreciação individual. Colectivamente, simplesmente, não é possível tirar grandes conclusões a nível qualitativo.

- Sem prejuizo do ponto anterior, fica a sensação de uma atitude positiva e concentrada, que vai de encontro ao discurso de Queiros antes do jogo. Importante neste aspecto é perceber também a importância da eficácia (e do primeiro golo) para se chegar a uma exibição positiva.

- Quanto às novidades face ao passado, em jogo (e não em treino), elas são ainda escassas. O sistema é o mesmo (será que vai mudar?) e a única distinção mais visivel vai para as opções individuais. Aqui tenho algumas dúvidas quanto á persistência de algumas apostas. Começando pela mais evidente, Antunes, cuja qualidade, independentemente do pé com que executa, não me parece ser suficiente para a titularidade na Selecção. Depois as dúvidas no meio campo. Meireles é uma opção compreensível mas parece-me que o 6 lhe retira amplitude de acção, talvez a sua melhor característica. Diferente é o caso de Carlos Martins que, sendo um bom jogador, não me parece ser a melhor das soluções lusas para a titularidade. Finalmente na frente a opção Hugo Almeida parece ganhar consistência. A grande dúvida é perceber o que fará Queiros à sua frente de ataque quando regressar Ronaldo que, segundo ele, “tem que ser” avançado...

- Nota final para as bolas paradas defensivas. Aparentemente não vai haver mudança em relação ao método homem-a-homem tão oportunisticamente criticado durante o Euro. Se levasse a sério algumas opiniões de há 3 meses diria que este é um pequeno suicidio de Queiros. Não levo, felizmente.


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