29.2.08

Sporting - Benfica: Derby condicionado

ver comentários...
A palavra “decisivo” é quase sempre afastada pelos responsáveis das equipas na hora de fazer projecções em torno da importância dos seus jogos. De facto, “decisivo”, no sentido mais estrito do termo, é complicado de aplicar em provas de regularidade mas no contexto do campeonato e da luta pelo segundo lugar o Derby de Domingo terá, certamente, um enquadramento hipoteticamente decisivo, sobretudo, como é evidente, para o Sporting. O mais curioso, no entanto, é que quer num caso quer no outro, o timing do jogo complica a tarefa de preparar a partida com o enfoque que a sua importância mereceria.

O aperto do calendário condicionará, aliás, as hipóteses de assistirmos a grandes arranjos tácticos no encontro. As alterações tácticas para a especificidade de um jogo requerem mais do que criatividade no papel. É preciso tempo de treino e sistematização. Ora, com os jogos a meio da semana a forçar sessões de recuperação e vários condicionalismos físicos por via de lesões, não me parece possível nem aconselhável apresentar outra coisa que não seja o habitual figurino em cada uma das equipas. Mais, arrisco mesmo dizer que o treinador que desafiar esta lógica correrá sérios riscos de ver a sua equipa ter um rendimento abaixo do esperado no jogo.
Sporting
À previsibilidade táctica que espero, junta-se, em contraste, a incerteza do onze em cada uma das equipas e da recuperação de algumas pedras chave estará dependente em grande medida as hipóteses de cada uma das equipas. Aqui, destaco o Sporting. Jogar com ou sem Liedson, Romagnoli e Vukcevic não é minimamente indiferente na interpretação qualitativa do modelo de Paulo Bento. Ainda assim, prevejo que seja o Sporting a mandar naturalmente no jogo. Porque joga em casa e porque a sua ideia de jogo dá maior importância ao domínio, já que não é uma equipa forte a actuar em transição. Ao Sporting coloca-se no entanto a questão de como é que esse domínio será exercido: estendendo-se a desequilíbrios no último terço do terreno ou permitindo que o Benfica controle o jogo, ficando o Sporting permanentemente sujeito às transições encarnadas. Neste aspecto, as recuperações de Romagnoli e Liedson parecem-me fundamentais. No que respeita ao onze, acredito que, caso tenha boas notícias no que respeita aos jogadores em dúvida, Paulo Bento actue com
Patrício; Abel, Tonel, Polga e Grimi; Veloso, Izmailov, Moutinho e Romagnoli; Liedson e Vukcevic.
A dúvida pode estar na presença de Pereirinha que tem subido de rendimento e poderá ser mantido no onze por Paulo Bento até... como lateral.
Benfica
Do lado encarnado também não teremos uma equipa na máxima força. Nuno Gomes, Petit e David Luiz estão fora das contas de Camacho, mas também Luisão e Rodriguez não parecem estar nas melhores condições para o embate. A estratégia de Camacho deverá passar por jogar com a variante do sistema que utiliza um só ponta de lança, permitindo o reforço da zona intermédia. De resto, não prevejo que o Benfica tenha problemas em dar a iniciativa de jogo ao Sporting, tentando depois actuar em transição. Apesar das limitações ofensivas da equipa, Camacho conseguiu introduzir mais estabilidade à equipa quando esta não tem bola e esse deverá ser um dos pilares essenciais da estratégia encarnada. De resto, a eficácia das bolas paradas e as transições serão as armas ofensivas para levar de vencido o encontro. No capítulo das transições há um aspecto que poderá ser essencial: o espaço e preponderância que a equipa conseguir oferecer a Rui Costa. Se o “maestro” tiver bola em condições para tirar aproveitamento dos espaços o Benfica estará mais próximo da vitória, mas isso é uma questão que também dependerá da capacidade de neutralização do Sporting. No que respeita ao onze prevejo que Camacho possa eleger:
Quim; Nélson, Katsouranis, Luisão e Léo; Binya e Maxi Pereira; Di Maria, Rui Costa e Nuno Assis; Cardozo.
Aqui alguma curiosidade para saber se Cardozo terá prioridade sobre Makukula, mas creio que essa seria a decisão mais acertada. Outro aspecto prende-se com Rodriguez e Di Maria. Rodriguez é o titular em condições normais, mas a sua disponibilidade física tem sido muitas vezes motivo para sair fora das opções do treinador. Frente ao Sporting, a velocidade de Di Maria pode encontrar o enquadramento ideal para ser utilizada como alternativa aos condicionalismos do Uruguaio.

ler tudo >>

Rui Costa no Derby... de há 20 anos!

ver comentários...

ler tudo >>

28.2.08

Notas do Sporting - Estrela

ver comentários...
- As projecções que resultaram do sorteio confirmaram-se e a SIC é a primeira vencedora da Taça de Portugal em 07/08. A aposta nesta competição renderá à estação mais 3 jogos de elevada qualidade, garantindo um share elevado. Nem sempre tem sido assim, mas este a Taça deverá ser um investimento bem rentável.

- Depois de ter sido presa fácil para o campeonato, o Estrela montou uma estratégia que criou muitas dificuldades ao Sporting. Bloco baixo e combativo, mais preocupado em defender bem em largura do que em profundidade. Mateus a marcar individualmente Veloso e a intenção permanente de ser perigoso em transição, utilizando as alas como caminho para esse objectivo.

- Paulo Bento parece ter definido as competições a eliminar como a prioridade para o ciclo actual de jogos. Pelo menos é a conclusão que se tira depois de ter poupado Tiuí e Romagnoli no Domingo, introduzindo-os no jogo da Taça. O campeonato parece ser agora uma prioridade para mais tarde. Resta saber se não será depois tarde demais...

- Depois de uma primeira parte com muitas dificuldades para superar o bloco do Estrela, o Sporting introduziu Izmailov, dando um outro “nervo” ao flanco direito e dominando totalmente o segundo tempo. Ao domínio não correspondeu, no entanto, uma grande capacidade para ser incisivo na zona de finalização. Aqui a nota vai para mais uma evidência da importância de Liedson, principalmente quando as alternativas são Tiuí e, o equívoco, Purovic.

- As lesões e a frequência de jogos têm impedido um crescimento da qualidade de jogo do Sporting que, ainda assim, se apresenta bem melhor do que há uns meses atrás. Será uma fase final muito complicada para o Sporting, dependendo, do meu ponto de vista, muito da forma e disponibilidade das pedras mais importantes da equipa. São quase 40 jogos oficiais já disputados e não há qualidade suficiente no plantel para manter níveis de performance muito mais elevados.

ler tudo >>

Formigas no futebol!

ver comentários...

ler tudo >>

Chapelada ao Schalke na Parabolica

ver comentários...

ler tudo >>

27.2.08

Jogos da Semana

ver comentários...

ler tudo >>

O discurso "flash" de Camacho

ver comentários...

Que o futebol do Benfica apresenta problemas de desenvolvimento qualitativo, particularmente no que respeita à sua fase ofensiva, isso todos já parecem ter percebido. Que estas dificuldades estão associadas ao “reinado” de José António Camacho, também parece ser factual já que no Benfica de Fernando Santos, as dificuldades mais evidentes surgiam no processo inverso do seu jogo. O que se torna cada vez mais difícil de compreender são as explicações – ou a falta delas – que são prestadas em relação a este problema por parte do treinador do Benfica.

É do senso comum que para que se resolva um problema é, primeiro, necessário encontrar a sua causa. Em futebol cabe aos treinadores fazer este exercício, já que são eles os responsáveis pela optimização da forma de jogar das respectivas equipas. O discurso “La Palissiano” de Camacho pode ser explicado, no meu ponto de vista, de duas formas. Ou o treinador espanhol faz um esforço (porque sendo um problema que o deve preocupar é necessário fazer um esforço para não falar dele) para não partilhar qualquer ideia no seu discurso após os jogos, ou então há uma preocupante falta de capacidade de análise do responsável pelo futebol encarnado que resulta nestas respostas vazias, quase cómicas, a que semana após semana se assiste.


ler tudo >>

O duplo desperdício de Dagil

ver comentários...

ler tudo >>

26.2.08

Jornada 20

ver comentários...
Porto – Paços Ferreira
A primeira nota de destaque vai naturalmente para a poupança de Quaresma. Parece-me uma opção inteligente de Jesualdo que julgo já devia ter sido tomada na preparação para o embate da Champions. Não me refiro a Quaresma em particular mas a todas as individualidades com mais peso no conjunto portista. Há muito que o Porto tem o campeonato no bolso e Jesualdo deve tirar partido dessa situação para se tornar mais forte noutras competições.
Em relação ao jogo, ele foi particularmente marcado pela improvisação táctica do Paços de Ferreira. José Mota trocou as habituais marcações individuais por uma estratégia que visava encurtar o bloco, recorrendo para isso a uma defesa muito subida que tentava por em fora de jogo o ataque portista. O resultado foi que o Porto realmente teve mais fora de jogo do que é costume, mas também a evidência de que, mais minuto menos minuto a estratégia iria ser paga em golos, assim que o fora de jogo fosse “quebrado”. De resto, só se estranha que tenha tardado tanto esse momento. É que as movimentações do numeroso bloco Pacense revelaram-se sempre muito pouco coordenadas e organizadas – o que não se estranha, tendo em conta de que se tratava de uma improvisação táctica.
Com o golo portista e o passar do tempo a organização Pacense foi-se debilitando e a fluidez do futebol superior do Porto tornou o jogo num vendaval de oportunidades azuis e brancas que poderiam ter resultado numa goleada bem mais dilatada. Apenas me referi à fase ofensiva portista, porque o processo ofensivo do Paços foi de tal forma neutralizado que penso poder-se desprezar em qualquer análise ao jogo.

Setúbal – Sporting
Num jogo de ausências, Paulo Bento decidiu introduzir as surpresas Farnerud e Purovic no onze. Sobre o segundo, o passado recente já demonstrou que é um equívoco tentar enquadra-lo no modelo de jogo do Sporting. Sobre o primeiro, há algum exagero nas criticas, mas é verdade que o sueco retira força ao losango. Não é pela falta de qualidade técnica – que Farnerud tem de sobra – mas pelas limitações de dinâmica no seu jogo. A atacar não dá profundidade ao flanco (nunca soube dar largura sobre a esquerda, quando em posse de bola), a defender é pouco agressivo e, sobretudo, algo displicente na recuperação defensiva quando a equipa perde a bola. Talvez o sueco se desse melhor numa posição menos “elástica” tacticamente. Ainda assim parece-me claro que as opções de Paulo Bento apenas tiveram lugar pela verdadeira razia que afecta o leque de disponíveis. A única critica que julgo poder-se fazer ao treinador neste aspecto é o porquê de não ter guardado algumas individualidades utilizadas no jogo de Quinta Feira...
O Sporting voltou a perder com um Setúbal bem organizado, mas desta vez não consigo dizer que o Vitória tenha feito por merecer o triunfo. Primeiro porque não foi superior antes da vantagem (foi claramente feliz nas incidências da fase inicial do jogo), depois porque após a conseguir passou a jogar muito recuado e sendo incapaz de se soltar com frequência em transição, tendo em conta a exposição espacial dada pelo Sporting. É também por isso que o Sporting se deve queixar essencialmente de si próprio. Pela forma como ofereceu a vantagem ao Vitória e pela sua incapacidade ofensiva revelada durante grande parte do jogo. Sobre este último ponto, já falei do efeito de Purovic e Farnerud, mas há outro aspecto que quero, mais uma vez, vincar. A ausência de Romagnoli (o melhor Romagnoli) faz muita falta ao processo ofensivo do Sporting e não compreendo como se continua a dizer Moutinho é melhor opção para uma posição que, dentro do modelo de jogo do Sporting, está totalmente adaptada às características do argentino. Não é por acaso que o melhor Sporting em termos ofensivos surge quase sempre com um Romagnoli em bom plano.
Benfica – Braga
Normalmente este seria um jogo com tudo para ser um espectáculo de grande qualidade, mas o momento das equipas transformou a partida, não num mau jogo, mas num jogo claramente abaixo do que ambos poderiam proporcionar.
Primeiro o Braga. Chegou cedo à vantagem e perante um Benfica com as limitações que se conhecem e as potencialidades do seu plantel, exigir-se-ia um Braga a jogar permanentemente no campo todo e a reclamar também para si alguns momentos de domínio. Mas não foi isso que aconteceu. Tivemos um Braga “pequeno” remetido à defesa e não fazendo mais do que Leixões ou Nacional em visitas recentes à Luz. Defensivamente recorreu mais à presença numérica do que à organização e ofensivamente manteve-se sempre mais dependente da qualidade individual dos seus elementos (particularmente Matheus) do que de um jogo mais solidário.
No que respeita ao Benfica, o golo inicial foi um tónico claramente negativo, mas, com mais um golo de bola parada (está aqui talvez o principal mérito de Camacho) a equipa voltou a ganhar uma energia emocional positiva, acabando por realizar uma primeira parte acima do que se poderia pensar quando Zé Manel fez o golo. Destaque para mais movimentação na construção ofensiva, em relação ao que vem sendo habitual. Alguns movimentos interiores dos alas (sobretudo Di Maria), o apoio dos laterais e algumas descidas verticais de Rui Costa e Petit criaram mais linhas de passe do que vem sendo hábito. Ainda assim, esteve longe de ser uma partida brilhante dos encarnados que não conseguiram oportunidades de golo até à etapa final do jogo (o Braga desfrutou da melhor ocasião até esse período). Foi de resto nesse período que o Benfica ameaçou realmente vencer a partida tirando também partido da ansiedade que se apoderou do adversário, demasiado encolhido com a aproximar dos 90 minutos.
Individualmente, destaco, claramente, a entrega de Pablo Contreras (notável a sua pro actividade no golo que “roubou” a Nuno Assis).

ler tudo >>

25.2.08

Quem disse que em em Italia não há entretenimento?

ver comentários...

ler tudo >>

23.2.08

Jogos do fim de semana

ver comentários...

ler tudo >>

Ronaldo: De que jogador vão falar aos vossos filhos?

ver comentários...
As imagens da lesão de Ronaldo correram mundo acompanhadas de uma óbvia sensação de que este poderá ter sido o derradeiro golpe na carreira do “Fenómeno”. Paralelamente sobra igualmente a ideia de um sonho não concretizado, um sentimento de frustração face a uma carreira que pode ter ficado aquém das expectativas. Mas... será mesmo assim?

Às vezes o enfoque no presente faz-nos esquecer um passado não tão longínquo e estou convicto de que o distanciamento temporal faça muita gente perceber que aquele Ronaldo a quem muitos torciam o nariz, a quem chamaram de “el Gordito” era afinal uma lenda viva e o jogador com mais impacto no futebol mundial dos últimos 20 anos.

Alguns, poucos, dados da carreira:
- Média superior a 0,6 golos por jogo, conseguidos nas ligas mais competitivas da história do futebol
- Jogador mais vezes nomeado para “World Player of the year” – 3 vezes
- Melhor marcador de sempre em Mundiais – 15 golos
- Melhor jogador do Mundial de 1998 e Segundo melhor em 2002 (nenhum jogador conseguiu igual registo desde que o prémio começou a ser atribuído, em 1982)

Muitos mais títulos e prémios individuais foram conseguidos por Ronaldo, mas o maior de todos está gravado na memória de quem o viu jogar. Acho curioso como se coloca tanta tristeza na história de Ronaldo ao mesmo tempo que se engrandece figuras do passado que não foram metade do “Fenómeno”. Ronaldo não é tristeza, mas sim uma das maiores alegrias que o futebol já viu! Afinal, de que jogador vão vocês falar aos vossos filhos?


ler tudo >>

Showboat!

ver comentários...

ler tudo >>

22.2.08

Quinta Uefeira...

ver comentários...
Em primeiro lugar devo dizer que, por motivos profissionais, tive de acompanhar o Basileia – Sporting. A verdade é que o efeito da trivela de Moutinho aos 2 minutos na eliminatória aconselharia a um acompanhamento de um jogo bem mais incerto como o Nuremberga – Benfica. Como não vi (porque também não repetiu), não vou fazer comentários muito alongados sobre essa partida, não evitando no entanto um desabafo, baseado na unanimidade dos relatos que me chegaram sobre o desenrolar da partida. Face à sucessão de exibições de futebol pobre que terminam em resultados positivos, o mais caricato do discurso de Camacho são os lamentos de falta de sorte e eficácia na hora de explicar alguns empates a zero a que por vezes se assiste...
Basileia – Sporting
Não assisti a melhor resumo da partida do que o de Paulo Bento no final da partida. O categórico 0-3 com que o Sporting brindou os emigrantes que o acompanharam a Basileia poderia facilmente resultar em exultações de brilhantismo, tal e qual se ouve e lê nos comentários à partida. Paulo Bento, na hora de se pôr em “bicos de pé” – para usar uma expressão do próprio – manteve os pés no chão, porque, de facto, há vários capítulos na história deste 0-3. Fica-lhe bem e denota inteligência.
Tal como frente ao Estrela, foi Moutinho a sossegar aqueles que ainda temeriam uma surpresa. Desta vez não a finalizar, mas a assistir de forma primorosa Pereirinha para o 0-1 que matou, logo ali, a discussão da eliminatória. O que se passou até ao intervalo, no entanto, deve merecer a atenção do Sporting, mesmo tendo em conta o facto de uma possível descompressão face ao feito do tal golo madrugador. É que o Basileia conseguiu num número excessivo de vezes surpreender o Sporting. Primeiro foi em transição, após um erro imperdoável de Romagnoli em posse de bola e no fim foi através do poder no jogo aéreo, surpreendendo as marcações leoninas. Pelo meio aconteceram mais 2 desequilíbrios que têm um ponto em comum: o “pressing” mal executado. Aqui o destaque negativo vai para Miguel Veloso que, saindo da sua zona tentou pressionar a posse de bola adversária sem, no entanto, conseguir a recuperação. O resultado desta situação é um buraco no espaço entre linhas que, neste caso, o Basileia aproveito para apenas criar perigo. Veloso tem qualidades fantásticas, mas há aspectos do seu jogo claramente a melhorar e depende dele poder tornar-se num dos grandes da sua posição. Quando a equipa está esticada em campo, cabe ao pivot defensivo saber decidir entre criar superioridade no pressing ou manter o equilíbrio numérico. A questão é que quando opta pela primeira a jogada tem que morrer e isso por vezes não acontece...

Ainda assim o Sporting soube sempre aproveitar melhor os erros do adversário (aquele adiantamento da última linha do Basileia já havia sido um dos alvos predilectos do ataque verde e branco em Alvalade) e, num deles Liedson tirou um chapéu ao guarda redes contrário, colocando um injusto 0-2 no marcador. No segundo tempo, as coisas foram melhores para o Sporting que, em boa verdade poderia ter ido bem para além dos 0-3, perante o desnorte do adversário. Fica a moral e a eficácia de uma equipa que, apesar de tudo, mantém-se claramente a um nível bem superior ao de há uns meses a esta parte, bem como alguns avisos que o olho atento do treinador deverá saber passar para dentro.

ler tudo >>

Bomba Venezuelana!

ver comentários...

ler tudo >>

Jogos da semana

ver comentários...

ler tudo >>

21.2.08

Champions, para além do Schalke - Porto

ver comentários...
Entre os confrontos dos oitavos de final havia a coincidência dos mais empolgantes duelos envolverem equipas Italianas. Neste aspecto o destaque vai naturalmente para o resultado entre Liverpool e Inter, já que foi o único que leva para a segunda mão uma diferença significativa para embates tão equilibrados. Um jogo marcado pela expulsão de Materazzi e pela ponta final dos ‘Reds’ e que poderá ter traçado mais um episódio de duas equipas com trajectos diferentes nos últimos anos. Um Liverpool em dificuldades nas competições domésticas mas com uma capacidade surpreendente no que respeita à Champions. Um cenário contrastante com o Inter que, após finalmente se ter tornado na potência dominadora do Calcio, não consegue traduzir esse estatuto ao nível Europeu.
De resto, e para além do inevitável Schalke – Porto, tive a oportunidade de acompanhar na integra dois jogos:

Lyon – Man Utd
A estratégia das duas equipas parecia apontar para o empate a zero, já que este era um resultado que satisfazia ambos os treinadores. De um lado, um Lyon longe do explendor de um passado recente onde conseguia verdadeiramente ombrear com os colossos do futebol Europeu. A verdade é que a última revolução no plantel “Lyonnais” enfraqueceu de forma significativa a equipa, que hoje, não deixando de ser bem organizada está em termos ofensivos demasiado dependente do prodígio de Bezema (um grande e promissor jogador) ou dos livres do genial mais já bastante veterano Juninho. A estratégia do Lyon passou por cometer o menor número de erros possíveis, sem problemas em entregar a posse de bola ao United para depois esperar por um lance de inspiração de um dos seus jogadores. Do outro lado um United com meio campo reforçado com Anderson, Scholes e Hargreaves, deixando as responsabilidades ofensivas para o trio Ronaldo, Rooney e Giggs, denotando que Ferguson esperaria um jogo onde pudesse actuar em transição, o que não aconteceu.
O resultado de tudo isto foi um jogo muito parado e com poucos riscos durante muito tempo. Apenas no segundo período, e numa fase em que o United começava a dominar, surgiu o golpe que mudaria o cariz do jogo – o golo do Lyon, vindo de um lance de inspiração de Benzema. O United foi obrigado a reagir perante o resultado adverso. Ferguson lançou Tevez e Nani e, aí, viu-se o verdadeiro potencial da equipa. Mesmo contra uma equipa toda atrás da linha da bola o Manchester conseguiu criar lances de suficiente embaraço que justificassem o empate. Nota para os substitutos Tevez e Nani. Tevez é um vagabundo combativo de extrema utilidade e que dá outra dimensão ao jogo ofensivo do United. Recua para combinar, atacando depois a zona de finalização onde também se sente muito confortável. Nani, com poucas intervenções, revelou-se um jogador que desequilibra muito facilmente sobre a ala. Começo a perguntar-me se Scolari não deve repensar um modelo que tire melhor partido das nossas melhores individualidades onde, não tenho dúvidas, Nani se inclui.

Arsenal – Milan
Ao contrário do Lyon – Man Utd o nulo, que acabou por ser o resultado do jogo, não servirá muito a nenhum dos dois.Por um lado o Arsenal quereria, naturalmente, levar para San Siro uma vantagem que lhe permitisse respirar melhor. Por outro o Milan tem muito por onde desconfiar de si e deste resultado. Esta tem sido uma época de empates para os “rossoneri” e se esse for o caso, mais uma vez, na segunda mão, então o Milan provavelmente ficará desde já afastado da revalidação do título.
Tacticamente é quase redundante falar das opções, de tão previsiveis que eram. O 4-4-2 “à Arsenal” e o “Christmas tree” de Ancelotti, com Pato na frente. Quanto ao Milan já se sabe, bloco defensivo pressionante com a influencia da combatividade de Ambrosini e Gattuso e da qualidade de Pirlo e Seedorf, mas num jogo destas características, as esperanças ofensivas foram depositadas exclusivamente na qualidade que Kaka e Pato poderiam dar às transições que o Arsenal proporcionasse.
Mas é do Arsenal que apetece falar. É uma equipa de facto empolgante que consegue ser forte em todos os momentos do jogo e que, na minha opinião, mais passa a ideia de um “futebol total”. Todos os jogadores atacam e defendem, não só de uma forma reactiva mas de uma forma pró activa. A equipa joga em 4-4-2 no papel mas é quase uma ofensa falar de posições fixas numa equipa que impõe tanta dinâmica. Um dos pormenores mais interessantes está nos movimentos dos laterais sempre prontos a criar desequilíbrios sobre os flancos, mesmo quando assistimos às constantes mudanças de flanco – naturalmente aqui há que destacar também a rapidez com que é desempenhado o papel inverso pelo lateral responsável por manter o equilíbrio defensivo. De resto o jogo dos “Gunners” oferece-nos constantes permuntações de posições entre avançados, alas e médios sendo até difícil perceber como conseguem manter a organização com tanta dinâmica. Colectivamente, um espectáculo!
Enfim, o Milan lá terá escapado a um jogo que não foi desequilibrado mas que o Arsenal fez o suficiente por merecer ganhar. Faltará aos “Gunners” algumas alternativas individuais de melhor qualidade para dar outra expressão à sua qualidade colectiva. Não sei como será a segunda mão, mas por favor não digam que o resultado foi controlado pelo italianos, porque não foi.

ler tudo >>

20.2.08

Parabolica com Moutinho

ver comentários...

ler tudo >>

Schalke - Porto: Isto é Champions League

ver comentários...

No lançamento da partida Jesualdo fez duas referências importantes. Uma ao carácter “guerreiro” que era necessário acrescentar à inteligência colectiva que é imagem de marca da equipa e, outra, à necessidade de não estar demasiado focado em defender e de ser também capaz de dar outra expressão ofensiva à sua performance. As palavras foram em meu entender sábias e revelam alguma reflexão sobre os males que afectaram a equipa em confrontos anteriores. Nelas há também uma espécie de “mea culpa” implícita no que respeita ao recorrente reforço do “miolo” por parte do treinador em jogos de maior grau de dificuldade.

Aspectos tácticos
A ausência de Bosingwa abria um dilema. Por um lado o Porto não tem outra opção que dê a mesma profundidade ao flanco direito, por outro o Schalke actua com 2 jogadores muito poderosos que caem preferencialmente sobre as alas. A opção de João Paulo, apesar de ser um improviso, parece-me fazer todo o sentido. Outro ponto táctico e que eu já tinha antecipado face ao que tinha acontecido nos Barreiros, foi o facto de Meireles ter actuado preferencialmente sobre a direita e Lucho sobre a esquerda. Confesso não ter percebido exactamente o propósito desta opção estratégica (Talvez aproveitar o espaço entre Rafinha e os centrais através dos movimentos de rotura de Lucho?), mas a verdade é que não resultou neste caso especificico, sobretudo em termos defensivos, mas não, como muito se disse, por causa de Rafinha. Rafinha desequilibrou e apareceu em 2/3 lances em todo o jogo, de resto ficou preso, tal como Quaresma, a um duelo individual um pouco à margem do próprio jogo. Finalmente aquele que me parece ser o principal erro de Jesualdo. Farias não me parece ter ainda mostrado suficiente (apesar de ter marcado com frequência em jogos de baixo grau de dificuldade) para que possa ser considerado uma mais valia clara do ataque portista. Particularmente neste jogo, parece-me que a equipa ganharia muito mais com a mobilidade de Tarik, Quaresma e Lisandro do que estar refém da característica de um avançado mais fixo como Farias, prendendo Quaresma à esquerda e colocando Lisandro sobre o centro-direita. É um “se” mas já tinha dado a minha opinião anteriormente e estou convicto que o Porto terá ficado a perder.

O jogo
Ao contrário do que se costuma fazer em jogos desta importância, não creio que a justificação da entrada errática do Porto no jogo esteja em qualquer nuance táctica. O jogo às vezes explica-se pelo simples facto de haver menor concentração de alguns jogadores e foi isso que aconteceu no inicio da partida. Fucile será neste aspecto o maior réu. Um erro na saída de jogo portista permitiu a transição alemã que aproveitou a desorganização momentânea do flanco esquerdo portista para fazer um desequilíbrio que resultou em golo. Os efeitos psicológicos deste momento eram quase inevitáveis e o Porto voltou a errar em posse de bola à saída do seu meio campo, permitindo mais uma ou outra transição alemã que poderiam ter resultado em novo golo. Nesta fase sentiu-se falta de concentração competitiva para um jogo a este nível e, ainda, alguma ausência do carácter “guerreiro” a que Jesualdo se havia referido. É que por vezes tem de haver maior agressividade e dimensão física nos duelos, recorrendo se necessário à falta em caso de haver um desequilíbrio eminente. O Porto não está habituado a essa exigência em Portugal onde a qualidade do seu jogo posicional é suficiente para o domínio a que assistimos, mas na Europa é diferente. Outro aspecto muito notado foi o facto dos desequilíbrios terem surgido preferencialmente sobre o lado esquerdo. Aqui Fucile voltou a estar mal, denotando dificuldade em lidar com as características de Kuranyi. Quer em termos físicos, quer pelos seus movimentos interiores. Foi curioso ver Kuranyi acompanhar Fucile até à direita, quando Jesualdo trocou os laterais. De resto, os desequilíbrios sobre este flanco parecem-me ter acontecido por alguma coincidência episódica das transições feitas pelos alemães, já que, como referi, Rafinha não criou muitos mais desequilibrios para além do lance do golo.
Aquilo a que estavamos a assistir era, ainda assim, um contra-senso tendo em conta a maior qualidade do futebol portista e o Schalke foi recuperando o respeito à medida que o Porto se conseguiu aproximar da sua área. Assim decorreu a tendência do jogo até ao intervalo. Com um 1-0 valioso, o Schalke optou por baixar o bloco e dar a iniciativa ao Porto que comandou o jogo durante todos os segundos 45 minutos, não criando, é verdade, muitas ocasiões, mas também não sendo eficaz nas poucas que teve. Por outro lado, o Schalke foi incapaz de ser perigoso em transição, talvez um bom sinal para aquele que será o tónico do jogo do Dragão.

Nota Final
Não tenho dúvidas sobre a superioridade qualitativa do futebol portista sobre o Schalke. Lembro-me no entanto de uma expressão de Mourinho no ano passado quando defrontou o FC Porto: “isto é Champions League!”. Ora o que isto quer dizer é que estamos a falar do futebol de topo ao nível de clubes. As diferenças são ténuas e o que define 180 minutos são, muitas vezes, os pormenores de cada momento. Nesse sentido, o Porto não pode cometer o desleixo de não entrar totalmente concentrado num jogo deste nível. O momento de baixa concentração competitiva que marcou os primeiros minutos do jogo pode ser ainda reparado, mas deve servir de exemplo porque... “isto é Champions League!"


ler tudo >>

18.2.08

Jornada 19: Quando se ganha...

ver comentários...
Marítimo – Porto
Na véspera da partida para a Alemanha, e apesar da vantagem pontual no campeonato, Jesualdo não entrou em rotatividades ou em descanso de titulares. Para além da ausência de Bosingwa, o destaque foi para a manutenção de Farias no ensaio geral antes do embate da Champions e para um pormenor na posição dos médios Lucho e Raul Meireles. É que, ao contrário do que é normal, Lucho actuou maioritariamente descaído para a meia esquerda, ao inverso de Meireles. A exibição portista não foi brilhante no primeiro tempo. Alguma desconcentração no momento do passe provocou perdas de bola em número atípico na equipa portista e o Marítimo aproveitou para protagonizar algumas transições bem interpretadas, fazendo a bola percorrer lateralmente o campo e causando algumas dificuldades ao posicionamento portista. Com o decorrer do tempo, no entanto, o Porto foi dando maior consistência ao seu jogo e no momento em que chegou à vantagem – imediatamente antes do intervalo – já tinha o adversário sob a sua teia posicional, dominando a partida. Com o golo de Lisandro – muito consentido pela oposição directo, diga-se – o Porto ganhou o conforto definitivo na partida e na segunda parte limitou-se a passear a sua superioridade perante a crescente impotência de um Marítimo a quem falta dimensão e intensidade competitiva para dar outra expressão à qualidade técnica dos seus jogadores.

Naval – Benfica
Foi um jogo de “ganas”, não só do Benfica mas de ambas as equipas. Futebol combativo e muito disputado a meio campo, a fazer lembrar jogos de outros escalões onde a técnica não é um recurso muito valorizado. Camacho repetiu a opção pela dupla Makukula-Cardozo, juntou Binya a Maxi no “miolo” e depositou todas e quaisquer esperanças de criatividade em 2 homens, Nuno Assis e Rodriguez, que apareceram sobre as alas, normalmente Assis sobre a esquerda e Rodriguez sobre a direita, talvez para privilegiar a meia distância em detrimento da chegada à linha de fundo. A primeira parte do Benfica foi, em boa verdade, muito fraca. Não pelo facto de ter assistido à reacção da Naval ao seu golo, mas pela incapacidade quase gritante para sair em transição, passando a maioria do tempo encurralado na sua área. O segundo tempo iniciou com um maior equilíbrio das operações e o tempo encarregou-se de retirar à Naval clarividência, concedendo progressivamente mais espaços que o Benfica passou a saber aproveitar melhor após a entrada de Rui Costa. Individualmente, o destaque vai para a exibição de Nuno Assis. Actuando sobre a ala, mas com inteligência para auxiliar sobre o “miolo”, foi depois o garante para alguma qualidade técnica no jogo encarnado durante grande parte do jogo.
Camacho lamenta-se frequentemente da falta de acerto na finalização mas a verdade é que a eficácia parece ser a salvação deste Benfica. Mais uma vez, sem fazer muito por isso o Benfica chegou à vantagem, demorando depois bastante até justificar um golo, o que aconteceu apenas no final da partida. Porque o futebol não é só um jogo de “azar”, há méritos a apontar ao Benfica de Camacho. Primeiro as bolas paradas, onde o Benfica é altamente eficiente e tendo já tirado muito partido disso, e depois a capacidade defensiva, onde Camacho introduziu maior equilíbrio posicional dando mais consistência à fase defensiva.

Sporting – Estrela Amadora
Apesar do Estrela não ser o mais complicado dos adversários, a verdade é que o jogo tinha algum risco, tendo em conta as alterações introduzidas por Paulo Bento. Ronny regressou à esquerda e no meio campo a principal novidade foi a a presença de Celsinho na posição 10. Esta terá, de resto, sido a mais negativa das experiências da partida. Jogar na posição 10 do modelo de Paulo Bento não é fácil e dentro do plantel leonino não há nenhum jogador que a saiba interpretar tão bem em termos ofensivos como Romagnoli. Foi algo referido pelo próprio treinador do Basileia e mesmo por Jorge Jesus. Os seus movimentos laterais são difíceis de controlar e causam superioridade sobre os flancos. Essa é uma das dinâmicas mais importantes do modelo de jogo do Sporting e, nesse aspecto, a presença de Romagnoli é muito importante.
Se, pelo que referi, a partida poderia ser problemática, a verdade é que não se poderia ter tornado mais simples. Primeiro pela inspiração de Moutinho e depois pela desvantagem numérica do Estrela. No segundo tempo e sem nunca acelerar muito o Sporting soube tirar partido da vantagem de um homem, ligando os corredores e fazendo o “campo grande”. Foi assim que chegou com naturalidade à jogada do penalti que, embora não tivesse sido concretizado, acabou definitivamente com a partida. Os restantes 30 minutos foram uma contagem decrescente em que o Sporting nunca colocou intensidade no jogo mas onde também nunca perdeu, nem o controlo, nem o domínio total da partida. Na verdade, não era preciso mais. Individualmente creio que é justo destacar João Moutinho, não por este jogo (apesar do grande golo), mas pela incrível regularidade com que se exibe com grande qualidade. Parece-me um desperdício se não entrar nas contas de Scolari...

ler tudo >>

Por falar em efeitos...

ver comentários...

ler tudo >>

15.2.08

Benfica - Nuremberga: Nulo... ou quase!

ver comentários...
Começo pelo ponto objectivamente mais importante, o resultado. O 1-0 não é garantia de passagem na eliminatória mas é um resultado que permite uma vantagem importante para a segunda mão. O Nuremberga vai fazer do seu jogo em casa uma partida bem diferente da disputada na Luz, com o apoio permanente dos adeptos e o sentimento de quem não tem nada a perder. Acontece no entanto que os Alemães são pouco fiáveis defensivamente e, em casa devem proporcionar um jogo aberto, oferecendo ao Benfica condições para marcar pelo menos uma vez.

No que respeita ao jogo, o que fica é não tão positivo. Bem pelo contrário. Camacho trouxe para o jogo a quase incompreensível novidade de colocar Cardozo e Makukula juntos na frente de ataque. Não são dois jogadores iguais mas as suas características são tudo menos complementares sendo necessários outros princípios de jogo, completamente diferentes, para que a opção fizesse algum sentido. Juntando esta improvisação à já recorrente ausência de soluções colectivas para contornar blocos defensivos densos, tivemos uma primeira parte quase nula em termos ofensivos. O quase, claro está,explica-se pelo o golo. Uma jogada de inspiração de Rui Costa pelo corredor central que finalizou com a contribuição do guardião adversário para dar ao Benfica um golo naquela que foi a sua única ocasião nos 90’. No segundo tempo o Benfica usufruiu de mais espaço, Rui Costa apareceu mais e a bola chegou mais vezes à área contrária (sobretudo após a entrada de Di Maria), mas nunca em condições que permitissem finalizações perigosas. Nos últimos 15 minutos o meio campo passou a dar mais espaços proporcionando que o Nuremberga dominasse o jogo. Camacho rectificou, introduzindo David Luiz e o Benfica conseguiu controlar a maioria das ofensivas contrárias até ao apito final.

No final fica uma vitória sem que se consiga dizer que o Benfica tivesse sido superior ao adversário – esteve no máximo ao mesmo nível. Fica também mais uma imagem de um problema ofensivo que o treinador parece não ser capaz de resolver, a não ser, é claro, esperar que dos pés de Rui Costa saiam os desequilíbrios que a equipa não consegue produzir. As dificuldades do futebol encarnado levam já algum tempo e merecem reflexão. Algo a que voltarei nos próximos dias...

ler tudo >>

Showboat!

ver comentários...

ler tudo >>

14.2.08

Jogos da semana

ver comentários...

ler tudo >>

Taça Uefa: O efeito "ala esquerda"

ver comentários...

Sporting - Basileia
Mais do que a vitória (que não define ainda a eliminatória – o Basileia é muito mais forte em casa), este foi um jogo que valeu pelo regresso às exibições de qualidade que foram a melhor imagem do Sporting na segunda metade da época transacta.

A exibição frente ao Basileia não me surpreende. Já, há muito, aqui tinha apontado à ala esquerda a principal responsabilidade para os problemas verificados esta temporada. Não se trata de ter um jogador nesse sector que leve a equipa às costas mas antes da interpretação correcta dos princípios e dinâmicas previstos num modelo que vinha desde a temporada passada. Primeiro vem o controlo do jogo. Defensivamente, tal como acontecera na segunda parte frente ao Maritímo, a equipa foi capaz de manter-se com o controlo do jogo nos períodos em que era o adversário a dominar o meio campo (o Basileia apenas criou perigo de bola parada). A este facto não se pode dissociar o afastamento de Ronny que vinha acumulando erros defensivos jogo após jogo. Depois vem a interpretação das rotinas ofensivas. Izmailov dá outra força ao lado esquerdo do losango – sobretudo em termos posicionais e posse de bola – e com Grimi a equipa ganhou também mais presença ofensiva, permitindo que os movimentos laterais de Romagnoli (cuja importância para este modelo de jogo muita gente às vezes parece esquecer...) pudessem ter efeito que há muito não era visto naquele sector. Finalmente na frente. Vukcevic é uma adaptação, mas como aqui referi há umas semanas, pode bem ser o parceiro que o Sporting tanto procurava para Liedson. A sua mobilidade (afinal é originalmente um ala) e capacidade para jogar na fase terminal do jogo fazem dele um jogador com as características necessárias para desempenhar a posição. Aliás, arrisco mesmo dizer que se encaixa melhor ali do que sobre a ala esquerda, onde revela algumas dificuldades em certo capítulos. Relativamente ao jogo, nota para o bom aproveitamento do facto do Basileia jogar com a sua última linha subida. O Sporting causou assim muitos problemas.

Finalmente dizer que os jogos das competições Europeias são muitas vezes enganadores. A menor preparação e enquadramento do jogo adversário e a motivação mais elevada das individualidades fazem com que surjam muitas vezes grandes exibições que não têm depois sequência. No caso do Sporting, no entanto, parece-me claro por tudo o que venho dizendo que poderemos estar a assistir a uma fase ascendente do futebol leonino, com o aparecimento de melhores soluções para a interpretação do modelo.

Werder Bremen – Sp.Braga
Como qualquer jogo do Bremen, este era um jogo interessante de seguir, mas que infelizmente apenas tive oportunidade de ver alguns períodos. Tinha para mim que o Braga poderia discutir a eliminatória apesar do favoritismo dos Alemães. O momento não foi o melhor para os Arsenalistas, que passam por uma fase negativa e com pouca dinâmica do seu modelo de jogo. Ainda assim é difícil falar-se em fatalismos quando se desperdiçam 2 penaltis. Os “ses” são inevitáveis neste caso. Sofrer 3 em Bremen poderia perfeitamente acontecer, mantendo o Braga aspirações de qualificação. O Bremen é das equipas com mais golos por jogo da Europa (marcados e sofridos) e o que exigia era que o Braga aproveitasse esse facto para também marcar os seus golos. Com 2 golos, tudo era possível numa noite inspirada. Com 3 parece complicado, até porque eles normalmente marcam...



ler tudo >>

Lesão de Ronaldo: o último capítulo?

ver comentários...

ler tudo >>

13.2.08

Thiago Neves, canhota de craque!

ver comentários...
Já há uns bons tempos que estou para escrever sobre este jogador e até me surpreende como ainda não o tinha feito. Thiago Neves é um médio ofensivo – camisola 10 – que tem na técnica e precisão do seu pé esquerdo algo de muito especial. De facto este jogador foi uma das revelações do inicio de época no ano passado quando aos 21 anos foi aposta do Fluminense fazendo-o regressar do Japão aonde tinha estado por empréstimo do Paraná. Mal começou a época 2007, as “bombas” de Thiago Neves começaram a fazer dele bem mais do que uma mera alternativa dentro do plantel do Flu e a verdade é que terminou o ano como figura de proa do Brasileirão, conquistando mesmo a “Bola de Ouro” da revista “Placar”, que distingue o melhor jogador da prova.

Em final de contrato no Inverno que passou foi alvo de uma polémica que envolveu Palmeiras e Fluminense, já que o jogador teria assinado pelo Verdão, pretendendo depois permanecer no Rio de Janeiro e no Fluminense. A resolução do embróglio passou, curiosamente, pelo futebol português. É que tanto Diego Souza como Lenny serviram de compensação para o Palmeiras, permitindo que Thiago permanece então no Fluminense. Não consigo deixar de me perguntar se o resto do mundo não se apercebeu que este craque de 22 anos estava sem contrato...
Este que é, sem dúvida, um dos melhores 10 a actuar no Brasil destacou-se este fim de semana no clássico “Fla-Flu”. Com 0-0 ao intervalo, Kléberson (ex-Man Utd) deu vantagem ao Flamengo parecendo encaminhar a equipa para um resultado positivo. Pois bem, pouco depois apareceu Thiago Neves a transformar a derrota em... goleada. Dois livres, um para cada lado da baliza, e uma jogada individual fantástica compuseram um “hat-trick” memorável. O Fluminense acrescentou ainda mais um para definir a goleada, como dizem no Brasil, “de virada”...

ler tudo >>

"Sven-tastic"

ver comentários...

ler tudo >>

12.2.08

39ªjornada: O primeiro passo para uma Premier League mundial?

ver comentários...

Em Inglaterra vai um aceso debate sobre a proposta inédita de acrescentar uma jornada ao calendário, que seria jogada em 5 cidades diferentes espalhadas pelo mundo. A ideia da 39ªjornada tem como objectivo a extensão da competição a todo mundo, aproximando-se fisicamente do seu mercado real e, naturalmente, garantindo um volume de receitas fantástico – fala-se em 7,5 milhões de Euros por clube.

Obviamente esta proposta gera grande controvérsia. Por um lado os puristas, defensores dos valores tradicionais do futebol. Por outro estão aqueles que reconhecem os méritos da evolução da competição nos últimos anos, aumentando significativamente a qualidade do futebol do país e fazendo dele o melhor produto desportivo do mundo.

Pessoalmente não posso ser mais a favor das emoções que se vivem no estádio e da preservação de algumas das raízes do jogo. No entanto, é preciso que o futebol seja hoje visto e encarado como um espectáculo global, que interessa a todos, fazendo dele não só um jogo mas um negócio milionário. Negar esta realidade é o maior dos erros e quem insistir em fazê-lo vai continuamente sofrer as consequências de querer manter um jogo global preso a realidades e dimensões locais. O negócio do futebol global de hoje é decdido corporativamente, não individualmente, e esse foi o grande triunfo da Premier League sobre as demais competições domésticas da Europa. Foram as estratégias globais, com todos os clubes a perceberem que fora do campo os seus interesses são mais comuns do que opostos, que dinamizaram a competição desde a sua criação no inicio dos anos 90. O que se passa hoje é que a Premier League consegue a maior fatia de receitas do futebol mundial, fazendo com que os seus clubes consigam progressivamente investir mais e mais no futebol, aumentando inevitavelmente a sua qualidade. Se hoje ainda é possível comparar a dimensão futebolística do futebol inglês com outros campeonatos, a tendência é para que esta liga se torne na liga de elite do futebol mundial, com prejuizo para todos os clubes que não estão lá inseridos.

E Portugal?
Não posso deixar de fazer um paralelismo com a realidade Portuguesa onde os dirigentes permanecem mais concentrados nos objectivos desportivos de curto prazo do que em inverter a tendência de perda de competitividade em relação às principais ligas europeias. A cada pergunta sobre esta situação assistimos a um repetitivo encolher de ombros dos principais responsáveis dos clubes, apelando ao eterno lamento da dimensão reduzida do nosso mercado. Se esse é um facto inegável, porque não ajustam de uma vez por todas o modelo competitivo à dimensão do mercado?


ler tudo >>

Parabolica com o dominio de Rahn

ver comentários...

ler tudo >>

11.2.08

Taça...

ver comentários...
O primeiro comentário sobre a jornada de Taça vai para o atenção dado pela SIC, transformando umas rotineiras eliminatórias numa espécie de jogos do ano, com grande destaque a ser dado antes e depois dos encontros. A Taça é um investimento de risco para as televisões pelo facto do mercado nacional ser fundamental centrado em 3 emblemas e as receitas publicitárias estarem dependentes da continuidade destes até uma fase adiantada da prova. Neste aspecto as coisas estão a correr bem à estação de Carnaxide. É que com os 3 nos quartos de final, há agora uma grande probabilidade de haver pelo menos 1 confronto entre grandes na edição deste ano. O futebol vale muito e quem anda na louca guerra das audiências sabe-o bem. As receitas televisivas são o principal motor do futebol nos países mais evoluídos e em Portugal também haveria disponibilidade para pagar bem mais pelos direitos das principais competições. É pena que só os clubes não tenham visão para compor um modelo competitivo mais adequado ao mercado nacional. Perdem as televisões, os clubes e, como sempre, os adeptos.

Sporting – Maritimo
Paulo Bento arriscou bastante para um jogo em que tinha de ganhar. Lançar Grimi, Celsinho, Adrien e Tiuí para a titularidade poderia tornar-se complicado caso as coisas não começassem a correr bem, mas Tonel garantiu que tal não acontecesse. De resto a exibição do Sporting caracterizou-se no primeiro tempo pela pressão com que tentou incomodar a saída de bola do Marítimo. Os leões não foram exuberantes em termos ofensivos, mostrando-se ainda incapazes de protagonizar as jogadas de envolvimento do passado. Neste aspecto, destaque, mais uma vez, para a menor apetência de Vukcevic para o jogo em posse de bola, para o pouco entrosamento de Celsinho na posição e para a falta que fazem os movimentos laterais de Romagnoli – a principal característica da posição 10 do modelo de Paulo Bento. Ainda assim o Sporting fez um jogo positivo e justificou a vantagem ao intervalo, não deixando de acusar alguma instabilidade logo após o golo sofrido. No segundo tempo foi diferente, perdendo a posse de bola para o Maritimo mas mantendo sempre o controlo do jogo – algo que não acontecia há uns tempos. O Sporting pode lamentar-se nesse período dos inúmeros erros cometidos no momento da transição ofensiva, com muitos passes falhados.
Mas a novidade vem mesmo de Grimi. A lateral esquerda vinha sendo uma das principais lacunas da equipa e um dos pontos que, na minha opinião, melhor explica as diferenças em relação à época passada. Grimi é por isso uma esperança muito importante para os Sportinguistas. O primeiro teste foi positivo, mas há curiosidade para ver até que ponto pode chegar o efeito da sua entrada no colectivo.

Benfica – Paços Ferreira
A estreia de Makukula não começou bem. O golo madrugador do Paços levantou fantasmas de eliminação na Luz e a equipa voltou a denotar grande dificuldade nas suas acções ofensivas, mostrando-se incapaz de apresentar rotinas colectivas que desmembrassem um Paços aparentemente apenas concentrado em defender. De resto, a exibição do Paços fez lembrar o que eram os jogos caseiros dos grandes há uns anos atrás. Focalização eminentemente defensiva e jogadores incapazes de aguentar a pressão, acumulando sucessivos “tiros no pé” que entregaram de bandeja o jogo ao Benfica que acabou por golear com uma exibição mediana e nada isenta de erros. Destaque para 2 aspectos. Primeiro a importância de Rui Costa como única fonte de criatividade na primeira fase de construção encarnada. À falta de rotinas colectivas, é o “Maestro” quem pode amenizar este evidente problema de Camacho. Depois a dupla Cardozo-Makukula. É um erro pensar que pelos 4 golos conseguidos esteja encontrada uma solução milagrosa pelo simples emparelhamento destes 2 jogadores. Cada um tem as suas virtudes, mas ainda não se vislumbraram rotinas que tirassem partido das características dos dois jogadores. Sobre Cardozo e Makukula, e mantendo que são dois jogadores de valias diferentes, deixo a opinião de que me parece muito mais fácil fazer do Paraguaio uma mais valia do que o ex-Maritimo.

ler tudo >>

AddThis