31.7.08

4-4-2 clássico: Um sistema muito pouco lusitano

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Um dos aspectos em comum nesta pré época tem sido a introdução de um sistema táctico que, embora seja provavelmente o mais popular, conhecido e utilizado em todo o mundo, tem em Portugal muito poucos exemplos práticos da sua utilização. Falo, claro, do 4-4-2 clássico.

Popular na Europa, até entre os campeões
Uma olhada pelos diversos campeonatos mundiais leva à conclusão de que este é um sistema que aparece com frequência e independentemente das diferenças entre as várias escolas de treinadores. Em particular, nos 5 melhores campeonatos europeus (Inglaterra, Espanha, Itália, França e Alemanha) este é um sistema muito presente, com a particularidade de ter sido utilizado por todos os campeões destas ligas em 07/08. Em Inglaterra, que se pode quase dizer ser a terra do 4-4-2, Ferguson elege-o como uma das alternativas mais utilizadas no seu Manchester United. Em Espanha, onde também há um grande número de treinadores a utilizar esta solução sistémica, o Real Madrid apresentou-se muitas vezes no 4-4-2 clássico no inicio da época, tornando-se esta uma opção menos frequente durante o tempo em que Nistelrooy esteve lesionado. Em Itália, o Inter de Mancini recorreu ao 4-4-2 provavelmente mais vezes do que a qualquer outro sistema em 07/08. E mesmo em França, com o Lyon a ser claramente o caso de menor utilização do 4-4-2 entre estes 5 campeões, o sistema foi, ainda assim, posto em pratica episodicamente no inicio de temporada, numa tentativa de conciliação de Baros e Benzema na frente de ataque. Quanto ao Bayern, a dupla Toni e Klose fez furor à frente de duas linhas de 4 homens, definindo um 4-4-2 que se pôde ver também na caminhada bávara até à meia final da Taça Uefa.

Em Portugal: porquê não?
Se juntarmos a esta constatação ao nível de clubes, a mais recente popularidade do sistema revelada no Euro 2008, então torna-se ainda mais estranho o seu eclipse do panorama futebolístico nacional. De facto, apenas por importação de alguns treinadores estrangeiros o 4-4-2 tem sido primeira opção nas equipas nacionais. Em 07/08 e para além das tentativas de Camacho em utilizar o sistema, particularmente após a contratação de Makukula, há muito poucos exemplos da sua aplicação ainda que episodia. Um exemplo aconteceu com o Setúbal de Carvalhal que, na meia final da Taça frente ao FC Porto, recorreu ao sistema como estrutura base de uma ideia de jogo muito especifica e estratégica que tinha o objectivo de anular o maior poderio azul e branco.

A pergunta inevitável é: Porquê? Como resposta enunciaria talvez 2 factores que estão, naturalmente, interligados. Primeiro, e mais importante, o factor cultural, quer dos treinadores, quer das características dos jogadores – Portugal é um país de mais extremos e menos avançados, pelo que é natural que o 4-3-3 seja um sistema naturalmente mais popular. Depois, porque quer o 4-3-3 que se pratica em Portugal, quer o recentemente adoptado 4-4-2 losango são sistemas que conseguem mais naturalmente tirar partido de uma superioridade numérica na zona central e, talvez mais relevante, da criação de mais linhas nessa zona. Não posso, a este propósito, deixar de recordar uma declaração de Mourinho que, em relação à popularidade do 4-4-2 clássico em Inglaterra, disse ser-lhe fácil ganhar vantagem sobre as equipas que jogavam nesse sistema pois, criava-se uma linha de passe sempre que era um médio adversário a fazer pressão sobre sobre o seu médio defensivo.

Claro que isto não quer dizer que equipas que actuam em 4-4-2 clássico estão sempre em desvantagem perante organizações com 3 médios na zona central. No entanto, é uma realidade que num jogo disputado sobre a zona central – como acontece em Portugal, onde o jogo directo é uma raridade – esse encaixe que debilita o 4-4-2 dar-se-á quanto menos trabalhadas forem as equipas em termos de princípios de jogo, ou seja, quanto mais a sua “Táctica” for dominada pelo sistema e não pelas dinâmicas colectivas. Pessoalmente creio que cada vez mais se trabalha melhor os princípios de jogo em Portugal e que, por isso, cada vez mais é possível chegar a modelos que, partindo de um 4-4-2 clássico, consigam contornar essa desvantagem numérica no “miolo”, ganhando depois ascendente noutras zonas do terreno.

Desafio difícil caso seja primeira opção
Se no Sporting e, agora mais surpreendentemente no FC Porto, versões do 4-4-2 clássico parecem poder ser esqueletos de modelos alternativos, o caso do Benfica pode ser ainda mais radical. Se Quique Flores adoptar o 4-4-2 clássico como sistema prioritário terá essa missão acrescida de contornar as tais dificuldades que, historicamente, fizeram com que o sistema não vingasse em Portugal. Para ser sincero, parece-me um desafio difícil (onde, por exemplo, Camacho falhou), mas ao mesmo tempo, particularmente interessante de seguir...

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Seedorf: ele só está a aquecer!

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30.7.08

Alemanha Sub 19 - O campeão europeu inesperado

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Associar a Alemanha a um titulo europeu de futebol pode nem ser, à primeira vista, uma ideia surpreendente. A verdade é que, no que respeita a escalões mais jovens, os germânicos têm uma tradição muito modesta e é por isso que este título de campeão europeu de sub 19 conseguido no passado Sábado frente à Itália (3-1) deve ser visto como um acontecimento menos comum do que seria de esperar. Na verdade, e pondo de lado este pequeno detalhe histórico, a Alemanha fez bem por merecer o triunfo, dominando o seu grupo (onde bateu a favorita Espanha) e eliminando a Rep.Checa – equipa organizadora – nas meias finais antes de conseguir esse notável triunfo por 3-1 frente à Itália numa final em que ficou muito cedo reduzida a 10 unidades.

Sistema táctico e opções
A disposição táctica coincide com aquela com que a Mannschaft começou por utilizar no Euro 2008, o 4-4-2 clássico. Aqui apenas uma pequena nuance dependente das opções do técnico, Hrubesch. Caso jogasse o mais poderoso avançado Richard Sukuta-Pasu este adoptava uma posição mais fixa, com Timo Gebhart a jogar mais vezes solto a partir do espaço entre linhas. A outra hipótese, apresentada por exemplo na meia final, passava por jogar com uma dupla móvel composta por Timo Gebhart e Dennis Naki, sendo, nesta opção, o 4-4-2 mais claro, com os avançados a jogarem lado a lado. As 2 linhas de 4, essas, foram sempre inalteráveis.
De resto, as opções iniciais também não variaram muito. De salientar apenas a possibilidade de Danny Latza (Schalke) poder ser uma opção frequente para o meio campo e para o papel polivalente de Deniz Naki (Leverkusen), que pode jogar como extremo ou avançado móvel, tendo desempenhado ambos os papeis como titular durante a prova.

Como defende?
Um sistema que utiliza duas linhas 4 aconselha sempre a apresentar um bloco defensivo especialmente compacto, aproximando as linhas para não permitir um aproveitamento das poucas linhas defensivas criadas. Esta ideia foi sempre respeitada pelos alemães e aqui reside um dos segredos do sucesso. Num bloco sempre baixo, a Alemanha permitiu muito poucos espaços para os adversários jogarem e conseguiu com isso filtrar grande parte das iniciativas ofensivas.
Em transição defensiva nem sempre estiveram tão bem, com alguns desequilíbrios a acontecer ocasionalmente, mas também não se pode dizer que fosse uma equipa exposta nesse sentido. A sua reacção à perda de bola tinha como principal objectivo garantir uma reorganização defensiva eficaz.

Como ataca?
A criatividade não um dos maiores atributos ofensivos desta jovem equipa. Organizando sempre a partir dos centrais, tem no capitão Florian Jungwirth (1860 Munique) um papel relevante. A troca de bola entre os centrais terminava quase sempre com uma subida com bola deste jogador, ou com o mesmo a protagonizar passes que solicitassem os movimentos dos 2 avançados. O meio campo tinha, por isso, um papel pouco relevante nesta primeira fase de construção, aparecendo numa fase seguinte. Destaque para as diferenças entre os extremos. Mais forte e insistente no 1x1, Savio Nsereko (Brescia) e mais posicional e inteligente sem bola Marcel Risse (Leverkusen).

Treinador
Horst Hrubesch – Poderoso avançado do Hamburgo está ligado à história do futebol europeu pelo seu papel no Euro80, sobretudo pelos 2 golos com que decidiu a final contra a Bélgica. Como treinador o seu percurso não foi tão positivo, passando por diversos clubes de segunda nomeada do futebol alemão. Chegou à Federação em 2000 e, aí, também não foi feliz, já que foi adjunto de Ribbeck no Euro 2000. Aos 57 anos consegue, claramente, o seu maior feito como técnico.

5 estrelas
Ron-Robert Zieler (Guarda redes, 19 anos) – O facto de ter sido detectado como potencial figura do futuro pelo Manchester United diz tudo. É um guarda redes invulgarmente seguro numa idade em que os erros são ainda muito frequentes. Tem grandes possibilidades de aparecer nos principais palcos dentro de alguns anos.

Florian Jungwirth (Defesa Central 19 anos) – Se o futebol alemão ainda privilegiasse nas suas formações a posição de libero, dir-se-ia que o capitão da selecção seria um “pequeno Beckenbauer”. Assim, reconhece-se todo o seu potencial pela qualidade e carácter que revela, mas, ao mesmo tempo, pode questionar-se se a sua estatura não poderá ser um handicap na hora de afirmação num futebol tão físico quanto o alemão. Quem sabe não poderá adaptar-se a médio defensiva na viragem para profissional?

Lars Bender (Médio centro 19 anos) – Forma com o seu irmão gêmeo, Sven (ambos jogam no Munique 1860), a zona central do meio campo. Apesar das semelhanças genéticas, Lars conseguiu outro destaque, mostrando-se mais participativo nas chegadas à área contrária e revelando boa capacidade de meia distância (fantástico golo na final). A sua cultura posicional fez com que fosse o escolhido para jogar como central quando Jungwirth foi expulso ainda na primeira parte da final.

Timo Gebhart (médio ofensivo 19 anos) – Mais um do 1860 Munique – atenção são 4 entre os titulares. Camisola 10, alia uma capacidade física acima da média a um nível técnico muito bom. É, pela amostra, uma grande promessa do futebol germânico, actuando muito bem nas costas do ponta de lança, embora também tenha jogado compondo a dupla da frente.

Richard Sukuta-Pasu (avançado 18 anos) – Mais jovem do que a maioria, este poderoso avançado do Leverkusen foi muitas vezes titular sendo o melhor marcador da equipa com 3 golos. Possante, rápido e bom tecnicamente é claramente um nome a ter em conta no futuro. Marcou o golo que deu a qualificação para a final, já sobre o minuto 120 e, quando a Alemanha jogava com 10 fez o 2-0 na final, ajudando a sentenciar o jogo.


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Mais um daqueles que acontecimentos raros

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29.7.08

Sulley Muntari: O último reforço de Mourinho?

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Depois de Mancini, chega o segundo reforço da era Mourinho. Sulley Muntari. O médio ganês de 24 anos regressa assim pela porta grande ao Calcio depois de ter representado a Udinese antes de rumar a Inglaterra para representar o Portsmouth. 15 milhões, diz-se, terá sido o montante envolvido na operação.

Um reforço “à Mourinho”
Uma nova solução para uma posição que já se esperava poder ser reforçada e que, provavelmente, significa que as possibilidades de Lampard se juntar a Mourinho no Inter são agora menos prováveis. Muntari corresponde a um perfil já característico noutras aquisições do treinador português, combinando a boa capacidade técnica com atributos físicos que poderão emprestar ao meio campo uma força e potência que já fora marcante no “seu” Chelsea. Depois de, no passado, ter optado por figuras como Essien ou Ballack, fica claro que, para Mourinho, a dimensão física individual não tem um papel de somenos importância na decisão sobre quem contratar.

“último reforço”
Relevantes (ou talvez não) terão sido as declarações de Oriali aquando da apresentação do internacional ganês. “último reforço” foi o termo utilizado, acrescentando que agora importa reduzir o plantel para os 25 com que Mourinho quer trabalhar. Será que Quaresma vai mesmo jogar de azul e branco e com a camisola 17?

Vídeos Mourinho
Para os interessados ficam alguns links de vídeos com entrevistas e reportagens sobre esta recente experiencia de Mourinho no Inter:

- Canal “mourinhoItalia” no Youtube
- Entrevista mais recente de Mourinho parte1 e parte2
- Entrevista de Rui Faria sobre os métodos de treino


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O azar impressionante de Bouma

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28.7.08

Benfica – Sporting: Em desenvolvimento

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Ainda em fase de pré época, foi um jogo compreensivelmente de experiências. O Sporting, de regresso ao losango, foi previsivelmente melhor do que um Benfica mais atrasado na consolidação de uma ideia de jogo. Ainda assim, o jogo foi globalmente fraco não havendo qualquer equipa que se pudesse orgulhar de ter estado bem, tendo em conta as exigências que se colocam a ambas.

Benfica
Depois do jogo com o Blackburn referi o atraso talvez exagerado do estado de coisas na equipa encarnada. Desta vez Quique apostou num 4-4-2 clássico com mais presenças que deverão estar na “pole position” para a titularidade. O Benfica procura, com este sistema, pressionar alto, o que pode ser perigoso dada a tendência para o 4-4-2 criar espaço entre linhas quando é “esticado” para fazer o pressing. O Sporting não tirou muito partido dessa situação, mas percebeu-se como a equipa tinha de subir a linha mais recuada para não abrir um buraco no espaço entre linhas. Ofensivamente, o principio de fazer viragens de flanco antes de apostar em combinações nas alas voltou a estar presente, mas tudo isto ainda num grau qualitativo muito reduzido. O que não espanta, dada a pouca rotina de vários jogadores no modelo. A pergunta fina é óbvia: Será que Quique vai mesmo apostar em Aimar para jogar na frente?!

Sporting
Apesar de ter regressado ao losango, Paulo Bento manteve o estatuto experimental ao jogo. Para além do “teste Caneira”, havia ainda a primeira vez de Rochemback no losango. O Sporting teve quase sempre iniciativa de jogo mas foi notória a sua dificuldade no primeiro momento de construção. Uma explicação é simples. Este modelo tem sido desenvolvido com Veloso a 6, um perfil completamente diferente de Caneira que praticamente não criou linhas de passe à saída de bola. O resultado foi um jogo muitas vezes directo, perante uma pressão encarnada que poderia ter sido aproveitada de outra forma por um Sporting que estivesse melhor nesse primeiro momento. Outra ponto em menor grau de entrosamento foi a integração de Rochemback nas rotinas colectivas, mas esse é um aspecto que poderá começar agora a ser mais desenvolvido, uma vez que me parece claro que o Sporting passará a partir de agora a jogar preferencialmente no losango, ainda o modelo preferencial. Uma nota para referir que com Derlei e a recuperação de Liedson, o Sporting fica com um lote de avançados bem credível. E, claro, lembrar que, caso não saiam, ainda falta integrar Veloso e Moutinho...


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Porto - Celtic: Para além do resultado

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Certamente não seria o fim de festa esperado, sobretudo depois de gorada a expectativa de ver um reforço de tirado da cartola durante a apresentação. Ainda assim, este não passa de um jogo de preparação e deve ser encarado como isso. Ou seja do jogo com o Celtic não deve ressaltar em primeiro plano a derrota, mas sim o resultado de algumas evoluções apresentadas.


Primeira Parte
Numa primeira parte dentro do modelo habitual, o Porto apresentou-se já bastante bem em alguns aspectos do jogo, sendo penalizado, no entanto, por um ritmo de jogo ainda baixo e, claro, pela ausência de pressão para chegar ao golo. Assim, destacaria a pressão como fundamento essencial do jogo portista, com o trio sul americano (Lisandro, Rodriguez e Mariano) em destaque pela agressividade revelada, o que permitiu vários roubos de bola. Outro ponto que se mostrou em bom plano foi a já bastante rotinada movimentação dos médios Lucho e Meireles, com o argentino a repetir a tendência do ano passado, soltando-se para o espaço entre linhas mas tendo em Meireles um contra peso notável pela percepção posicional que revela. Menos negativo, claramente, o jogo pelas alas. Pouca ligação com os laterais e escassa capacidade para provocar situações de desequilíbrio determinaram um jogo muito dependente dos passes de rotura de Lucho e dos efeitos da tal pressão alta portista.
Mas, deste período, importa sobretudo falar de 3 posições que o conjunto precisa de substituir no onze tipo para, pelo menos, manter a qualidade da interpretação do modelo de jogo:

Laterais: A saída de Bosingwa parece não ter substituição à altura, o que já se sabia ser difícil. Sapunaru parece ser um jogador com uma capacidade de explosão manifestamente inferior, não justificando deixar o corredor livre para as suas incursões (como acontecia com Bosingwa). Nas laterais, aliás, parece residir uma das grandes dores de cabeça de Jesualdo. Com Fucile a não manter o nível de crescimento exibicional revelado na primeira época e Benitez a não parecer acrescentar muito, aparece agora uma surpreendente oportunidade dada a Lino.

Médio defensivo: Já se percebeu que vai ser difícil substituir Assunção. Guarin é a primeira opção, mas o seu perfil não é exactamente o adequado para uma posição que, no modelo portista, é muito conservadora. Jesualdo parece também torcer o nariz ao desempenho do colombiano nessa posição e assim se explica a troca com Meireles em dado momento da primeira parte. Sobre essa hipótese confesso que me agrada em demasia a dupla Meireles-Lucho para que considere dever ser desfeita. As outras alternativas são Bolatti – que, francamente, terá muito para evoluir até ser credível – e o “outsider” Fernando, que precisa, antes de mais, de minutos para se perceber até que ponto pode ser opção.

Extremos: Este problema só se levanta em caso de saída de Quaresma. Os desequilíbrios nas alas não parecem ser tão frequentes como no passado. Aqui ver a questão apenas pelo aspecto individual e no que respeita a extremos pode ser redutor, até porque há a ligação com os laterais que também não tem funcionado. No entanto, a equipa parece ressentir-se da ausência de um jogador mais desequilibrador na faixa. A solução pode e deve passar por um maior enquadramento de Rodriguez com as acções colectivas e, claro, pelo regresso de Tarik.

Segunda Parte
A novidade foi, claramente, o 4-4-2 clássico. Parece boa ideia ter um modelo com sistema alternativo, mas tenho dúvidas sobre a capacidade de operacionalização desta hipótese. Parece-me muito mais fácil rotinar algumas dinâmicas diferentes no 4-3-3, nomeadamente dando mais enfoque ao meio campo e sendo capaz de defender com um bloco mais baixo (algo em que o Porto tem falhado nos últimos anos) do que esta solução, mas...
Para já fica a nota, dentro desta opção, para a presença de Lucho como ala direito (vindo sempre para o meio). Foi curioso ver como a tendência do jogo passou a balancear-se para aquele flanco...

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26.7.08

Benfica - Blackburn: Fase embrionária... demasiado!

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Não é pela simples derrota, por pouco desejável que seja, que se devem levantar motivos de preocupação nos adeptos encarnados depois do que se viu frente ao Blackburn. A origem de alguma apreensão justifica-se, antes sim, pelo grau ainda aparentemente precoce de desenvolvimento do modelo de jogo a implementar. Quique Flores aparenta estar numa fase em que ainda se preocupa mais com a composição do plantel do que com a operacionalização da sua ideia de jogo. Ainda é cedo para se dizer que o Benfica corre riscos de ter algumas dificuldades nas primeiras jornadas (que, como se sabe, são importantes face ao sorteio do calendário), mas também não deixa de ser verdade que será importante que Quique Flores arrepie caminho no desenvolvimento do seu modelo. O facto de Sporting e Porto terem em 08/09 uma época de continuidade no que respeita à liderança implica um maior percurso a percorrer por parte do Benfica para que se apresente em finais de Agosto com uma ideia de jogo consolidada.

Primeira parte
Na primeira parte um 4-4-2 clássico com o objectivo de, numa primeira fase tirar partido da largura permanente da equipa e, depois, apostar nas jogadas de envolvimento junto aos flancos – foi assim que apareceu o primeiro golo. O Benfica até foi dominador no primeiro quarto de hora, mas, percebeu-se, muito à custa de uma entrada adormecida do Blackburn. Quando os ingleses começaram a pressionar e a impor alguma dimensão física ao jogo, o Benfica ressentiu-se, perdendo muitos duelos e sendo incapaz de sair das zonas de pressão.

Segunda Parte
No segundo tempo, uma história quase oposta à primeira. Em 4-4-1-1 e com mais jogadores que, à partida, serão primeiras escolhas no meio campo, o Benfica não entrou bem, sofrendo o terceiro golo como consequência dessa fase de menor acerto. A maior presença numérica no meio campo fez com que os encarnados recuperassem o domínio territorial da partida, mas raramente revelando entrosamento colectivo mínimo para tirar partido da maior capacidade de recuperação que agora tinham. Ainda assim, o Benfica conseguiu reduzir e até poderia ter chegado ao empate numa fase em que, é bom salientar, o próprio Blackburn voltara a um período menos positivo.

Sistemas alternativos, desenvolvidos em paralelo
Do balanço do jogo, e para além do que referi no inicio, fica a ideia de que Quique Flores deverá apostar mais num modelo que tenha o 4-4-1-1 como sistema para assim poder dar maior liberdade e influência a Aimar. Parece no entanto, claro que Quique quererá ter dois sistemas alternativos, sendo que no 4-4-2 a aposta para os flancos poderá ser feita em jogadores que não sejam extremos de origem. Reconhecendo as vantagens de se ter 2 sistemas alternativos fica-me, ainda assim, a questão se não seria mais aconselhável desenvolver, primeiro, um modelo preferencial e só depois o alternativo.
Finalmente, no que respeita a individualidades, parece-me que dos jovens que evoluíram Fellipe Bastos foi aquele que mais prometeu poder ser uma mais valia no imediato e, no que respeita a reforços, Balboa terá sido aquele que mais se fez notar. Aqui, mais uma vez, a questão da fase ainda precoce em termos de sistematização de rotinas colectivas tem um peso relevante em algumas exibições (por exemplo, na primeira parte, a tendência para Martins sair de posição e, na segunda, a dificuldade para fazer Aimar entrar em jogo).


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25.7.08

Sidnei: Prospecção subcontratada?

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Ainda há pouco tempo deixei aqui um post sobre a aparente ausência de ligação entre o trabalho de propecção que deve ser feito ao longo da época nos 3 clubes grandes e os alvos definidos para as contratações. Na altura, citei o caso do Benfica por atacar preferencialmente um mercado difícil e pouco ajustado aos interesses dos clubes portugueses como é o mercado espanhol. Pois bem, agora surge a notícia de um transferência que, não pondo em causa a qualidade do jogador – não é disso que se trata – evidencia uma dependência do que sugerem os empresários, sendo esta um exemplo que não servirá apenas ao Benfica.

O caso de que falo é o de Sidnei, o novo central do Benfica. À primeira vista podia pensar-se ser esta uma aposta estratégica do Benfica num jovem jogador por si apreciado. Uma olhada mais atenta ao processo de transferência de Sidnei mostra, porém, um outro cenário. Há cerca de 1 mês que o jogador não jogava no Internacional, momento em que os 50% do passe que pertenciam ao clube ‘Colorado’ foram negociados com a Gestifute (os valores variam, mas a imprensa brasileira já anunciava valores na mesma ordem daqueles que o Benfica pagou). A empresa de Jorge Mendes teria, poucos meses antes, chegado a acordo com o jogador para a compra dos restantes 50% que estavam na posse do próprio atleta. O objectivo era, tal como se dizia, colocar o jogador na Europa. Ao fim de 1 mês o Benfica foi o destino do jogador.

Desta história sobra a conclusão, para mim evidente, que a Gestifute ter-se-á antecipado ao negócio por ser a única parte envolvida que tinha o jogador referenciado. Ou seja, o Benfica terá tido uma postura reactiva na operação. A pró-actividade terá sido da Gestifute que, obvia e legitimamente, ficará com os proveitos financeiros da sua investida (não se sabendo quais).

Para finalizar, duas perguntas:
- Se o modelo de gestão dos clubes portugueses tem como um dos principais alicerces a rentabilização de jogadores contratados, não será esta dependência das empresas de representação de jogadores uma espécie de sub contratação do “core business”? Não é isto um total contra senso?
- Será que aquilo que a Gestifute ganhou com a operação de Sidnei não chegaria para pagar os custos do gabinete de prospecção do Benfica durante alguns (bons) anos?

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Para quem acha que falhar um penalti é mau...

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24.7.08

Ronaldo: Mas o que é que se passa?!

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A par do talento, desde cedo reconhecido, e da sorte, indispensável para o sucesso de qualquer um, a carreira de Cristiano Ronaldo foi desde muito cedo marcada pela força mental, traduzida em vários aspectos. Primeiro, na capacidade do jogador para suplantar os momentos de pressão, marcando na estreia pelo Sporting e, mais tarde, mostrando uma invulgar capacidade de adaptação ao futebol inglês, para onde emigrou ainda cedo, constituindo-se um desafio arriscado tendo em conta as exigências que sobre ele recaíram e, não menos importantes, as diferenças culturais, tantas vezes um entrave decisivo para a afirmação de outros jovens jogadores talentosos.

Noutro plano, a sua evolução como jogador foi sempre ascendente, desenvolvendo várias capacidades que hoje fazem dele um jogador temível em aspectos em que não era forte quando, há não tanto tempo quanto isso, apareceu como profissional. Também para este aspecto, a mentalidade de Ronaldo foi decisiva, não se conformando com o seu já enorme talento e mostrando vontade em ser sempre melhor. Tudo isto levou o jovem madeirense a atingir aquele que foi o pico da sua carreira, quando a 21 de Maio conquistou, como principal estrela da equipa e da prova, a mais prestigiada prova ao nível de clubes, tornando-se, unanimemente, no favorito a conquistar a Bola de Ouro de 2008.
"Mais nada a provar"?!
De lá para cá vão poucas semanas. Um espaço de tempo demasiado curto para que se pudesse pensar ser possível um tão grande contraste com a tal característica mental que marcou todo o percurso de Ronaldo ao longo da carreira. Primeiro, o Euro. É normal que o jogador não tenha estado no seu melhor, tendo em conta as características da prova, mas a forma como desvalorizou aquele objectivo tão imediato e relevante com o seu “não tenho mais nada a provar”, antes do inicio prova não bate certo com o Ronaldo que se conhecia. Esta frase, aliás, é a antítese do que se recomenda a um campeão. Os objectivos devem ser eternos, de grau de complexidade crescente e a próxima etapa deve ser sempre encarada como mais importante do que a anterior. Esta ideia pode, por exemplo, ser encontrada no auto-discurso de José Mourinho. “mais nada a provar” é uma inversão de mentalidade perigosa e que pode dar frutos indesejáveis num futuro que vai bem para além do Euro.

Mas, se esta poderia ter sido uma frase infeliz, o que dizer da “novela Real Madrid”? O jogador pode ser vitima de algum exagero dos media, constantemente em busca de frases e declarações que façam capa de jornais, mas ninguém poderá advogar uma inocência na forma como Ronaldo se tem alimentado a polémica. A questão que me fica é, onde é que no meio disto tudo está a vontade de ser melhor, de superar o que já fez no passado? A transferência para o Real Madrid, ou melhor, esta vontade quase desesperada para que esta se concretize, encerra mais um exemplo de um desvio em relação àquilo que é fundamental para que se possa atingir a excelência de forma progressiva, trocando uma motivação competitiva por uma série de factores que, em boa verdade, se tornam supérfluos quando comparados com o que o jogador ainda pode fazer por si e pela sua história no futebol mundial.

Por tudo isto, vale a pena perguntar, o que se passa em volta deste rapaz para que, de repente, troque aquela que foi a sua fórmula de sucesso por prioridades que, honestamente, dificilmente lhe trarão algo de bom no longo prazo?

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O chapéu de Lampard

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23.7.08

Vitória Bahia: A primeira revelação do Brasileirão 2008

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Associar o nome Vitória a uma revelação de um campeonato pode não ser novidade para o adepto português. No Brasil, no entanto, o impacto do Vitória da Bahia na corrente edição do Brasileirão pode ser considerada, no mínimo, surpreendente. Recém promovida da Série B, após garantir o 4º e derradeiro lugar de acesso ao primeiro escalão do futebol brasileiro, esperava-se que a equipa lutasse pela fuga à despromoção. A verdade é que, ao cabo de 13 jogos, os baianos ocupam o cobiçado 4º lugar que dá acesso a uma presença na Copa Libertadores, estando a uma distância de apenas 2 pontos do líder Flamengo.

Sistema táctico e opções
O 4-2-3-1 pode ser um sistema popular no enquadramento europeu, mas no Brasil não é tão comum quanto isso. Esta é a opção de Wagner Mancini que é fundamental no modelo de jogo da equipa, já que os princípios decorrem muito do posicionamento base dos jogadores.
Na baliza Viafara, o colombiano disciplo de Higuita, é o titular. Na defesa Marco Aurélio e Marcelo Cordeiro são apostas de preferência, enquanto no centro da defesa o jovem Anderson Martins tem feito pareceria com vários jogadores devido a frequentes lesões. A dupla de médios defensivos tem a presença quase invariável de Renan, mas ao seu lado tem oscilado muito a opção. Entre Vanderson e Marco António recai, no entanto, quase invariavelmente a escolha. O trio de jogadores criativos é composto pelas revelações Marquinho e Willians, normalmente acompanhados pelo experiente Ramon (aqui Ricardinho também foi por diversas vezes opção). Na frente, inquestionavelmente Dinei.

Como defende?
Perceber o sucesso do Vitória passa, em primeiro lugar, por perceber a vantagem posicional da equipa. Num futebol em que as equipas atacam sem grandes cautelas no que respeita ao equilíbrio numérico, o Vitóra leva vantagem com a colocação do duplo pivot à frente da defesa. Estes 2 homens garantem um equilíbrio numérico que torna esta uma formação segura no momento da transição defensiva, sendo raramente surpreendida num momento que, como referi, é muito explorado no futebol brasileiro.
Em organização defensiva, o Vitória gosta de se resguardar num bloco defensivo médio baixo que se torna muito agressivo e pressionante em determinadas circunstâncias identificadas pelos jogadores. Esta atitude agressiva é sobretudo verificável nos jogos em casa, onde a equipa ganha outra motivação perante uma “galera” conhecida pelo extraordinário ambiente que consegue criar.
Um nota final para referir que estes apontamentos positivos são sobretudo feitos numa perspectiva de comparação com a realidade brasileira, onde o Vitória é, de facto, uma das equipas mais organizadas e disciplinadas do campeonato brasileiro, mas está longe de ser uma equipa perfeita, existindo muitos erros defensivos facilmente detectáveis, assim como uma menor disponibilidade defensiva de um ou outro jogador.

Como ataca?
Se em matéria defensiva a equipa se destaca pela forma equilibrada como reage em transição, ofensivamente é também no momento de transição que ela se torna mais mortal. Com 2 extremos talentosos e velozes (Willians e Marquinhos), a qualidade de um 10 tecnicamente evoluído e um avançado lutador e em bom momento, o Vitória é montado para ser perigoso em transição e a sua eficácia neste momento do jogo é já conhecida por todas as equipas. Esta fase torna-se particularmente dificil de suster quando a bola percorre o campo em diagonal, explorando o flanco contrário onde é conquistada.
Em organização ofensiva a equipa não é tão forte. Embora conte com boa qualidade técnica dos seus jogadores e uma postura participativa dos seus laterais – o que é normal no Brasil – a equipa não tem muitos movimentos rotinados que consigam abrir espaços em defensivas muito fechadas. A solução passa muitas vezes pelo recurso a um jogo mais directo que solicite o bom jogo aéreo de Dinei para sair a jogar a partir das segundas bolas.

Treinador
Wagner Mancini – Viveu uma história polémica e curiosa no inicio do ano. Após regressar do Qatar para treinar o Grémio, acabou demitido sem ter perdido um jogo. O seu destino acabou por ser um Vitória mais modesto mas que não apagou o brilho deste treinador. Para além da estratégia inteligente e pragmática num clube modesto, Mancini é conhecido pela forma como cria um grupo forte, sendo comparado a Scolari neste aspecto.

5 estrelas
Anderson Martins (Defesa Central, 20 anos) – Tem sido uma presença permanente na defesa do Vitória. Canhoto, tem em particular importância por ser a solução referencial para o primeiro passe em construção, recorrendo muitas vezes a bolas colocadas à distância para Dinei. Defensivamente, no entanto, falta-lhe alguma agressividade e velocidade, características que poderá melhorar, tendo em conta a idade.

Ramon (médio ofensivo, 36 anos) – Com passagens conhecidas pelo Vasco, Ramon é o líder natural da equipa, pela sua experiência. Apesar da veterania a sua presença é ainda de muita utilidade, especialmente num ataque com muita juventude e velocidade.

Marquinhos (extremo, 18 anos) – Uma das revelações do Brasileirão 2008 e, sem dúvida, o mais cobiçado dos jogadores do Vitória. Já marcou alguns golos importantes e tem estado em destaque, sobretudo pela velocidade que é potenciada pela forma de jogar da equipa. A Marquinhos falta algum esclarecimento na hora de decidir, mas é provável que o vejamos num futuro muito próximo a envergar uma das mais prestigiadas camisolas do futebol brasileiro.

Willians (extremo, 20 anos) – Não despontou tão depressa quanto Marquinhos, mas já é igualmente seguido pelos maiores clubes do Brasil. O seu perfil é muito parecido com Marquinhos, pela velocidade, agilidade e habilidade. Tem, no entanto, menor apetência para aparecer em zonas de finalização.

Dinei (avançado, 24 anos) – É um elemento muito importante na forma de jogar do Vitória. Pela capacidade aérea e pela entrega. Revela-se um jogador muito interessante para jogar só na frente. Já leva vários golos no Brasileirão, sendo um dos melhores marcadores da prova. O seu passe pertence ao modesto Guaratinguetá e talvez seja um jogador merecedor de alguma atenção.


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João Pinto

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22.7.08

Makelele no PSG: Recta final de uma carreira com lugar na história

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Talvez não seja uma transferência sonante, mas não deixa de merecer um especial registo. Aos 35 anos, Makelele sai do principal palco futebolístico europeu, dando lugar aos mais novos e entrando definitivamente na recta terminal da sua carreira. O complicado PSG será o próximo capítulo do veterano que assinou um contrato de 2 anos com o clube da capital francesa.
Nantes
As lembranças da carreira de Makelele surgem, para a maioria, com as mediáticas camisolas do Real Madrid e Chelsea, mas não posso deixar de recordar a sua aparição como futebolista numa equipa do Nantes que praticava um futebol fantástico e que ganhou um notável campeonato em 94/95. É quase irresistível relembrar esse duelo entre Nantes e PSG que protagonizou tantos e bons jogos. No PSG jogavam, por exemplo Rai, Ginola, Valdo e Weah. No Nantes, destacavam-se os médios Karembeu e N’Doram e Pedros e os avançados Loko e Ouedec, para além, claro, de Makelele. É curioso verificar como nessa equipa do Nantes, praticamente todos estes jogadores eram mais valorizados do que o próprio Makelele. A qualidade e descrição do agora ex-médio do Chelsea fizeram, no entanto, com que a sua carreira chegasse lenta mas seguramente ao mais alto patamar do futebol mundial.

Espanha
A sua passagem por Espanha foi repleta de episódios atribulados. Primeiro, com a “birra” para sair dp Celta rumo ao Real. Depois, no mesmo tónico, forçando a saída para o Chelsea. Lembrando esse momento, é inevitável pegar no contraste entre as apreciações feitas pelos dirigentes – particularmente o Presidente Florentino Perez – e os jogadores. Os primeiros recusaram remunerar Makelele ao nível dos “Galácticos”, desvalorizando a saída de um jogador que “apenas jogava para o lado ou para trás”. Os segundos, claro, consideravam Makelele de uma importância bem para além daquilo que o olho comum poderia perceber.
Chelsea
Em 2003 a saída para o Chelsea poderia parecer a busca de um último cheque para um jogador que já levava 30 anos no bilhete de identidade, mas foi nesse período que o nível desportivo de Makelele mais foi apreciado. Particularmente após a chegada de Mourinho, em 2004, o papel táctico de Makelele foi uma pequena revolução num futebol britânico para quem, durante décadas, a zona central do meio campo se preenchia com 2 médios que, lado a lado, faziam do pulmão um instrumento fundamental do seu desempenho. Com os sucessos do Chelsea de Mourinho, havia que perceber que aquele trabalho discreto mas eficaz era crucial para o equilíbrio táctico da equipa. Não é surpresa se ouvirem um analista britânico referir-se naturalmente à posição 6 como a “posição Makelele”.
Marca para além da carreira
Makelele pode não ser o mais exuberante dos jogadores, mas a sua marca fica no futebol como poucos dos mais criativos jogadores da história. Afinal, o Makelele pode estar agora no declive da carreira, mas no vocabulário dos adeptos há agora o jogador “tipo Makelele”, uma descrição que, em 2 palavras, resume um perfil.

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Sem bola... Amarelo!

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21.7.08

Sporting: o desafio táctico de integrar Rochemback

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No primeiro jogo televisionado o Sporting fez-se apresentar com um número invulgar de caras novas (entre os 18 que jogaram apenas Daniel Carriço nunca fez de um plantel principal leonino). Este aspecto poderia fazer supor uma total ausência de necessidade ao nível dos ajustamentos tácticos para a nova temporada. A partida, no entanto, confirmou que a chegada de Rochemback deverá ter um importante peso no jogo leonino, implicando a sua integração algumas alterações nas dinâmicas ofensivas da equipa.

Olhando para o meio campo que vem de 07/08, parece claro que a integração de Rochemback deverá passar essencialmente pela posição 10 (embora possa desempenhar qualquer função do sector), muito pela dificuldade que Romagnoli revelou nos últimos anos em manter um nível exibicional constante, sobretudo em fases de maior densidade de jogos.

O que acontece, porém, é que as características e zonas preferenciais de acção de Rochemback e Romagnoli são bastante diferentes. O argentino aparece numa segunda fase ofensiva, sendo particularmente forte pela imprevisibilidade com que aparece a desequilibrar nas alas. Rochemback, por seu lado, prefere ser mais participativo numa primeira fase do jogo, chamando a si a coordenação do jogo ofensivo. A verdade é que o modelo de jogo do Sporting estava adaptado para as características de Romagnoli e com a integração de Rochemback no seu lugar, há um conjunto de dinâmicas que terão de ser alteradas, sob pena da equipa se tornar redundante na sua primeira fase de construção (com 2 jogadores a desempenhar a mesma função de coordenação) e sem a mesma capacidade de desequilíbrio no seu segundo momento ofensivo.

Que segundo momento para o 4-4-2 quase clássico?
Esta característica de Rochemback parece já ter sido antecipada por Paulo Bento, quando, à partida para férias, anunciou uma possível opção por uma outra variante do modelo, que recaísse sobre um sistema mais próximo do 4-4-2 clássico (ainda que não se possa afirmar que há uma linha de 4 clara no meio campo). Para já, percebe-se que Rochemback a 10 ditará esta mudança posicional, não se percebendo ainda quais as compensações para a segunda fase ofensiva. Uma possibilidade parece-me óbvia. Com um 10 mais próximo do 6, a equipa poderá manter-se mais larga na sua fase defensiva, sendo este aspecto importante para o momento da transição porque, ao contrário do que acontece com o losango, pode haver uma mudança de flanco mais rápida no momento da conquista da bola. O problema é que essa opção obrigaria a equipa também a defender mais baixo, sendo por isso pouco viável para jogos em que se busca maior iniciativa ofensiva. É por isso que para que este modelo seja uma opção mais realista é necessário haver alterações nas rotinas dadas ao segundo momento ofensivo leonino agora sem os desequilíbrios do 10 sobre as alas.

Veloso + Rochemback: oportunidade ou ameaça?
Um dos mais curiosos aspectos a verificar será a integração de Veloso e Moutinho (caso, de facto, venham a permanecer) em paralelo com Rochemback. Moutinho tem um perfil mais versátil, mas Veloso, tal como Rochemback, gosta também ele de ser o patrão da primeira fase ofensiva do Sporting. Aqui reside o desafio de Paulo Bento. Se conseguir criar rotinas que tirem partido desta excepcional capacidade de passe dos seus jogadores, pode tornar o Sporting numa equipa muito difícil de segurar, nomeadamente na sua circulação de bola. A ameaça está numa possível redundância de funções na primeira fase de construção, com prejuízo para o que acontece, depois, em zonas mais adiantadas. Uma coisa é certa, qualidade não falta a Paulo Bento.

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Moises, de livre directo!!

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19.7.08

Porto: As notas do empate em Hannover

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Tanto do ponto de vista do entretenimento como do ponto de vista do rendimento colectivo portista, este foi um jogo que ficou aquém das expectativas. O ritmo baixo, mais próprio de um treino de conjunto, foi sempre o padrão do jogo, independentemente das suas diversas e muito diferentes fases. Este facto não deve, de forma nenhuma, preocupar os adeptos portistas que encontrarão, por exemplo, na temporada passada um inicio de época muito semelhante nesse aspecto, e que não impediu a equipa de entrar bem no campeonato.
Descontando este aspecto do ritmo de jogo, havia dois aspectos que poderiam trazer algum interesse para se desvendar em que ponto estará o caminho das opções de Jesualdo até ao inicio oficial da época. O sistema de jogo e as novas individualidades.

Sistema: 4-3-3, com 1 ou 2 pivots
No Porto tem-se falado, desde há algum tempo, na possibilidade de Jesulado mudar para o 4-4-2. Pessoalmente, creio muito pouco nessa opção porque essa mudança poderia afectar alguns fundamentos do jogo portista actual, obrigando a equipa a voltar em alguns aspectos a uma espécie de “estaca 0” ao nível da sistematização de processos, um esforço talvez exagerado para quem vem evoluindo positivamente no modelo que utiliza o 4-3-3 como sistema.
Por isso, creio que o Porto se apresentará em 08/09, de novo, em 4-3-3, com 1 pivot defensivo no meio campo, e tendo como alternativa o duplo-pivot que, embora aparentemente possa parecer um contrasenso, é uma opção mais ofensiva, partindo mais o jogo. Estas foram as opções já apresentadas em 07/08 e, frente ao Hannover, Jesualdo apresentou-as, uma na primeira parte e outra na segunda. Com princípios já bem definidos e que vêm de trás importa sobretudo testar o “encaixe” das novas individualidades nos perfis em aberto e esse será nesta altura o grande objectivo de Jesualdo antes de tomar opções, quer no que respeita às individualidades, quer no ajustamento de alguns processos que possam tirar melhor partido das características dos jogadores.
Reforços
Sapunaru – É cedo ainda para tirar ilações sobre a qualidade deste lateral. Uma coisa, no entanto, parece evidente. O seu perfil será forçosamente diferente do de Bosingwa e o Porto não contará com o efeito ofensivo do actual jogador do Chelsea. Esta é uma alteração que pesará nos processos colectivos, já que a equipa vinha estrategicamente assumindo comportamentos para libertar o corredor para as descidas de Bosingwa.

Rolando – Parece-me igualmente precoce fazer uma análise profunda à qualidade e integração de Rolando. A sua presença parece ser uma aposta a ter em conta para o inicio de temporada, rendendo Pedro Emanuel e dando à defensiva uma característica que vem perdendo desde a saída de Pepe: capacidade de recuperação.
Guarin – Foi curioso ver a diferença de comportamentos num meio campo com 1 pivot e com 2. Claramente Guarin não parece habituado a jogar numa função tão posicional, preferindo ter mais liberdade. Claramente, também, Jesualdo quer para ali um jogador que tenha uma amplitude de acção reduzida para manter protegida aquela zona fundamental e fazer a ligação entre a defesa e a linha média. As instruções para Guarin devem, neste sentido, ter sido claras, tão claras que o colombiano se revelou tão preso de movimentos que se tornou facilmente neutralizado pelo adversário, não criando linhas de passe na construção durante o primeiro tempo. É, obviamente, importante que Guarin evolua no desempenho desta função, já que é nele que se depositam esperanças para substituir Assunção.
Tomas Costa – Aparenta ter qualidade mas, tal como se previa, as diferenças entre o modelo portista e o do Rosário Central estão a ser o principal entrave a um maior impacto na equipa portista. Como ala, apareceu mais vezes a oferecer soluções em posse e muito pouco a dar profundidade. Por isso, no primeiro tempo, o Porto atacou sobretudo sobre a esquerda. O tempo encarregar-se-á de lhe mostrar onde e como caberá neste Porto.
Benitez – Também pouco a dizer sobre uma exibição com pouca exigência. Não pareceu ser uma solução para acrescentar muito ao plantel, mas é cedo para conclusões.

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Para quem ainda nem jogou...

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18.7.08

Sporting: as implicações da opção por Batista

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Depois do tipo de aquisições que caracterizaram a postura do Sporting no mercado, ninguém esperava por este desfecho. Investimento mais alto do que é hábito para diminuir o risco do efeito de eventuais lacunas qualitativas no plantel, foi o padrão comum em contratações como Caneira, Rochemback e Postiga, ou nas complicadas manutenções de Izmailov e Grimi. Fora deste quadro entra, claramente, a contratação de Ricardo Batista. Baixo custo, baixas expectativas e muito risco.
Esta opção – a confirmar-se que fecha o lote de guarda redes para a nova temporada – significa uma de duas coisas. Ou o Sporting acredita que Ricardo Batista tem valor para ser uma inesperada revelação do futebol português (o que eu não comento, porque não o conheço com rigor suficiente), ou Paulo Bento está seguro de que Patrício tem de facto condições para ser no imediato um valor seguro do futebol do Sporting, implicando isto um nível exibicional forçosamente diferente do que aconteceu em 07/08.

Dentro destas duas hipóteses – que me parecem as únicas, já que facilmente o Sporting contraria um guarda redes mais experiente por um baixo custo em Portugal – há outra certeza: a de uma grande convicção no sucesso da aposta feita, já que sendo este o último ano de contrato de Paulo Bento e, sobretudo, ano de eleições, certamente que a vontade de chegar ao título é maior do que nunca nos responsáveis leoninos.

Quanto a mim, sou da opinião que o defeso ainda pode causar alguma agitação à estabilidade que se vive no plantel do Sporting, e que esta aposta implica uma relevante dose de risco numa posição que se sabe ser tantas vezes decisiva. O que não está, evidentemente, em causa é a melhoria do plantel leonino em relação à época passada.

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Mourinho no primeiro dia de trabalho

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17.7.08

Aimar: talento e risco

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Está finalmente terminada a novela Pablo Aimar! O Benfica garante o concurso de um jogador que, há algumas épocas a esta parte, seria impossível ter em Portugal, trazendo um acréscimo de interesse ao inicio do campeonato e, seguramente, uma nova onda de optimismo à sua massa adepta. É um negócio e uma contratação que, como explico à frente, creio dever ser olhada com mais cautelas do que euforias, mas não posso deixar de começar por dizer que Aimar é, de facto, um jogador tecnicamente extraordinário, capaz de comandar qualquer equipa da Europa nos seus melhores dias.

Aimar como Martins
A questão em torno de Aimar é, parece-me, parecida com a de Carlos Martins, mas de potencial e risco superior ao do português. Um olhar pelos números de Aimar nos últimos anos em Espanha confirma a escassa utilização e rendimento do jogador, mesmo depois de ter “descido um degrau” e rumado ao Saragoça. As suas temporadas foram pautadas por um misto de jogos empolgantes e uma série de outros em que as suas fragilidades físicas vieram ao de cima, sendo quase sempre substituído. Um caso muito semelhante à outra aposta, mais jovem e menos cara dos encarnados para a sua fase criativa, Carlos Martins. Pode, por isto, dizer-se que o sucesso do Benfica em 07/08 estará altamente dependente da sua capacidade para “ressuscitar” o rendimento destes dois talentosos jogadores.

Investimento financeiro em busca de um retorno exclusivamente desportivo
Ao contratar Aimar por 6,5 milhões de Euros e 4 épocas, o Benfica está a investir num jogador talentoso mas de risco. Aliás, o próprio Quique Flores saberá desta vertente menos positiva do jogador, já que foi precisamente Flores o treinador que permitiu a saída de Aimar para o Valência. Para além deste ter sido, provavelmente, o investimento mais avultado de um clube Português por um jogador de 28 anos, sabe-se que Aimar auferia 1,6 milhões de Euros por época no Saragoça, pelo que não deverá ser um jogador barato nas contas mensais do clube. Face à idade do jogador o Benfica sabe que este investimento considerável apenas poderá ter retorno no campo desportivo, algo que seguramente não acontecerá se Aimar repetir os escassos 53 minutos por jogo que apresentou no Saragoça.

Pubalgia um calvário já terminado
Uma nota importante em relação a Aimar tem a ver com as lesões. O jogador foi afectado por uma lesão no joelho na sua primeira época no Saragoça, mas esta não foi a mazela que mais afectou a carreira de Aimar. Durante vários anos o jogador foi acompanhado por uma pubalgia – lesão não forçosamente impeditiva, mas limitadora – o que motivou uma intervenção cirúrgica no inicio deste ano para tentar pôr fim ao calvário. O Benfica poderá esperar, por isso, que esta operação possa dar nova vida ao jogador, isto apesar de nos 8 jogos que Aimar realizou depois do regresso, em Abril, ter apenas feito 1 jogo completo, precisamente o último que ditou a despromoção da equipa.





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O mais recente chapéu de Larsson

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16.7.08

Ronaldinho no Milan: Quero mais!

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É uma boa notícia para todos os que temem que o apocalipse de um génio tenha chegado mais cedo do que deveria.

Depois de um ano “fora de combate”, Ronaldinho abraça um novo desafio num grande clube Europeu e o mundo tem a esperança de ainda voltar a ver o jogador que encantou o Mundo nos seus primeiros anos de Barcelona. A sua transferência deverá custar ao Milan 25 milhões de Euros, mais 6.5 por cada um dos 3 anos de contrato do craque brasileiro. Em termos financeiros os custos da presença de Ronaldinho em Milão são já palpáveis – 44,5 milhões de Euros – restando agora saber qual o retorno deste investimento.

Curioso é o facto do Milan, e particularmente Ancelotti, terem agora a oportunidade de conseguir aquilo que Parreira e o Brasil não fizeram em 2006: encontrar um modelo de jogo que enquadre, ao mesmo tempo, as características e o potencial de Kaka e Ronaldinho dentro dos princípios colectivos. Outro aspecto de relevo é o facto do Milan, depois do famoso trio holandês do inicio dos anos 90, ter agora novo trio de luxo formado por jogadores da mesma nacionalidade, juntando-se Ronaldinho a Kaka e Alex Pato.

É com satisfação, como se percebe, que vejo nova oportunidade ser concedida a um dos maiores génios do futebol actual e um dos poucos que conseguiu surpreender e inovar nos últimos tempos. Espero, por isso, que Ronaldinho possa aproveitar esta nova oportunidade para voltar a encantar ao mais alto nível, numa altura em que a sua curva descendente se torna verdadeiramente ameaçadora.


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O que tantas vezes já me apeteceu fazer...

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Talvez falte no título o verbo "tentar"...
De qualquer modo, e para quem não conhece, deixo a sugestão para irem ao link que aparece no final do vídeo e conhecerem o trabalho deste artista francês...

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15.7.08

Grimi: Mais importante do que consensual

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É uma opção que, talvez mais do que o próprio Izmailov, parece não ter total consenso entre os sportinguistas. A verdade, porém, é que a manutenção do argentino me parece bem mais importante para o Sporting 08/09 do que a do próprio médio russo.
Grimi era o alvo dos leões já desde o inicio da temporada e mal se deu a saída de Tello. A impossibilidade do jogador rumar a Alvalade e a contenção financeira – algo que desta vez não aconteceu em Alvalade – impediram que o Sporting tivesse uma alternativa cabal para a esquerda, com Had a revelar-se pouco capaz e Ronny a acumular uma série de erros que o transformaram no principal ponto fraco da equipa. Grimi foi, neste aspecto, um jogador importante na melhoria do Sporting na fase terminal da época.

É certo que, como já referi, o Sporting não deveria ter muitas alternativas credíveis em carteira ao jogador e é também um facto que o preço pago pelo jogador não foi baixo. Ainda assim, parece-me que (e não tendo aqui em consideração os valores salariais) que 2,5 milhões de euros (por 60%) são um esforço que merece a pena no caso do Sporting. Nestas coisas de laterais, há a tendência para se valorizar sobretudo as qualidades ofensivas e Grimi não é um jogador explosivo nesse aspecto, pelo que não entusiasmará muito as bancadas de Alvalade. No entanto, é um jogador com bom timing de subida e, sobretudo, muito completo em matéria defensiva. Se acrescentarmos a isto a margem de progressão do jogador e o facto de ser um valor absolutamente seguro para Paulo Bento, pode dizer-se que o Sporting, mais do que encontrar um lateral esquerdo para a próxima época, resolve um problema que recorrentemente tinha desde as últimas épocas de Rui Jorge.
Investimento invulgar para ser recuperado?
Finalmente, com a aquisição de Grimi, o Sporting fica com o plantel praticamente definido, ficando por resolver aquela que será, provavelmente a mais importante de todas as questões: o guarda redes. De qualquer maneira, caso não saiam Moutinho e Veloso – o que ainda não é certo – o Sporting proporciona a Paulo Bento o melhor plantel desde que este chegou ao comando técnico do clube. Para o futuro, há uma outra coisa que me parece adquirida. Com um investimento bem acima do que vem sendo prática, o balanceamento deverá ser feito nos próximos anos, onde Veloso e Moutinho serão candidatos sérios a sair, nem que seja por valores abaixo dos que agora são pedidos.

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Higuita: O escorpião, parte II

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14.7.08

Contratações: Lá diz o ditado, "Olha para o que eu digo..."

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Se perguntarmos a qualquer responsável de um clube de futebol profissional, minimamente competente, como se devem definir as aquisições para uma dada temporada ele responderia, seguramente, referindo a importância de ser feita uma definição antecipada do perfil e dos alvos a contratar. Não surpreende a resposta. O que devia surpreender, caso não se repetisse todos os anos, é o facto de, na hora de contratar, raros serem os exemplos em que esta teoria é realmente aplicada na prática. No que respeita a esta temporada vejamos a postura dos 3 grandes:

Porto
O Porto tem-se revelado um exemplo de grandes contrastes no que respeita à política de aquisições. No que respeita ao mercado estrangeiro há uma dicotomia enorme entre a tipologia de apostas. As contratações feitas por antecipação e em nomes de grande potencial (Lucho, Lisandro e Anderson são os exemplos) contrastam com alguns casos estranhos de contratações de jogadores sem qualidade para se afirmarem nos próprios clubes de onde são contratados (casos de Mareque, Renteria ou Nelson Benitez). No mercado nacional, igualmente, uma postura dividida. Por um lado, há jogadores evidentemente contratados “a dedo”, normalmente definidos antes da época terminar (Rolando entra nesta categoria). Por outro, há os que são, simplesmente, o resultado de uma obsessão portista pelo controlo do mercado, nomeadamente impedindo os seus adversários de se reforçarem (Rodriguez entra aqui, mas o seu enquadramento é bem mais aplicável do que casos passados como Edgar, Kaz ou Rossato).
Neste defeso já tivemos um pouco de tudo e poderemos vir a ter ainda mais. No caso do Porto parece haver alguma estratégia e capacidade para identificar cirurgicamente reforços, mas também bastante dependência do que propõem determinados empresários.

Sporting
Com Carlos Freitas, goste-se ou não, o Sporting tinha uma capacidade de aquisição bastante diversificada, adquirindo jogadores em mercados nem sempre conhecidos e quase sempre acessíveis financeiramente. Esta era, no entanto, a carteira de Carlos Freitas e não do Sporting. Com a saída do ex-admnistrador, o Sporting voltou-se para o mercado mais evidente e que, por isso, é muitas vezes mais inacessível por ser mais concorrido. Ainda assim, o Sporting teve o mérito da antecipação, contratando cedo nomes de inegável qualidade como Rochemback ou Caneira. No caso de Grimi (um jogador também ele referenciado por Freitas), no entanto, percebeu-se como os leões não tinham muitas alternativas para contornar uma eventual impossibilidade do jogador permanecer.
Sem contratações brilhantes, o Sporting foi inteligente no seu posicionamento no mercado apostando desde cedo em nomes seguros, mas poderá ainda sentir alguns problemas no caso de ter de substituir nomes como Veloso ou Moutinho.

Benfica
Quando o Benfica contratou Quique Flores, já se sabia que não seria pelo treinador que o clube iria encontrar “achados” neste mercado. Em Espanha e no Valência, o dinheiro é suficiente para que se possa contratar nos melhores campeonatos do mundo. Se numa primeira fase o Benfica pareceu ter alguns nomes previamente “estudados” em carteira, nas últimas semanas essa ideia desvaneceu-se. Tentar reforçar-se no principal mercado espanhol não me parece ser a melhor das estratégias numa perspectiva de se conseguir uma boa relação preço-qualidade e, seguramente, não me parece nada aconselhável para um clube português.
A pergunta que me fica é se o resultado das prospecções do futebol encarnado ao longo do ano apontou para nomes como Carlos Martins, Aimar, Pongolle e Luis Garcia? Não está em causa a qualidade dos jogadores, apenas o valor acrescentado do trabalho realizado, dada a projecção e custo que estes já têm. Talvez a principal conclusão de Rui Costa, após tantas novelas em torno dos reforços pretendidos, seja precisamente a necessidade de melhorar a prospecção de jogadores para a próxima época...

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Pablo Piatti: Mais um "pibe" em Espanha

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Na Argentina parecem que nascem nas árvores! Jogadores pequenos, rápidos e talentosos têm sido o principal "produto" da formação albiceleste e quase todos eles parecem rumar à Liga Espanhola.

Desta vez, o nome é Pablo Piatti, "pibe" de 19 anos que se destacou no Estudiantes de La Plata - segundo classificado do Clausura 2008. Piatti é um avançado móvel, um pouco ao jeito do sensacional "Kun" Aguero e agora chega a Espanha para jogar no modesto Almeria. Leram bem, Almeria! Este (dir-se-ia modesto) clube com 14.000 sócios deu 7 milhões de Euros por uma promessa Argentina.


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12.7.08

Queirós: reticências e boa sorte!

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Cerca de um mês depois de ter sido conhecida a decisão de Scolari não continuar à frente dos destinos da principal Selecção portuguesa, a Federação anunciou aquilo que todos já desconfiavam: o sucessor será Carlos Queirós.

Confesso que a escolha de Queirós, só por si, não me provoca grande entusiasmo. Por dois motivos:
(1) Primeiro porque a sugestão de Queirós como candidato ideal em muitos espaços de opinião aparece sustentada com o recurso à memória do trabalho feito há cerca de 20 anos atrás. Não acredito em regressos ao passado no futebol, simplesmente porque o passado é mesmo isso, passado, e as condições não se reproduzem. De resto, há vários exemplos de treinadores que, noutros tempos vitoriosos, foram recuperados ao bom estilo sebastianista tendo, em pouco tempo, se transformado na mais profunda desilusão. Ainda neste aspecto convém referir que, passados todos estes anos, a memória parece não ser total no que respeita a alguns detalhes. É que o sucesso de Queirós na Federação aconteceu apenas como Seleccionador das camadas jovens, falhando o apuramento para o Mundial de 94 na Selecção A, batido por uma Suíça que, embora competente, não era nenhum tubarão.

(2) O segundo motivo será o mais relevante e prende-se com uma aparente distância entre o perfil que a “ideia Queirós” tem, e a sua missão concreta na Federação. A Federação fez questão de esclarecer que não havia qualquer outra empresa envolvida no processo de negociação da contratação de Queirós, mas ter-se-á esquecido de esclarecer aquilo que, para mim, era mais importante (talvez, espero, o faça na apresentação oficial): quais os reais objectivos do Seleccionador contratado para os próximos 4 anos? E aqui entra a encruzilhada: Se for para reformular o futebol nacional a partir das bases, não se estará a subvalorizar a importância e exigência dos resultados ao nível dos AA? Não merece uma selecção como Portugal um Seleccionador que seja avaliado apenas pela prestação da equipa principal? Por outro lado, se o objectivo principal são os AA, porque é que se contratou Queirós por 4 anos? Afinal, em que perfil encaixa Queirós?

Com tudo isto não quero pôr em causa a experiência de Queirós, nem, muito menos, os méritos do seu passado. Acontece que a Selecção é hoje outra e com exigências bem para além da formação. Por isso, creio que as reformulações a fazer nas bases justificariam um responsável que pudesse realizar um trabalho de médio-longo prazo sem a pressão dos resultados que uma Selecção como a de Portugal tem que ter.

Para tudo isto há, claro, uma solução. Se Queirós tiver autonomia para traçar e implementar um plano – forçosamente a prazo – para a formação e, paralelamente, tiver bons resultados nos AA, então, terá a estabilidade para trabalhar durante os 4 anos do seu contrato. Este é um desafio grande para um treinador que se revelou sempre melhor em trabalhos com ausência de pressão do que com ela. Foi assim quando teve o tempo e as condições para trabalhar uma formação portuguesa até então sem currículo, e foi assim como numero 2 do United. O revés da medalha está, claro, na tal qualificação falhada para o EUA94, na incapacidade para ser campeão com o Sporting mais talentoso das últimas décadas e, finalmente, no "galáctico" Real Madrid. Para Queirós o barómetro da pressão tem um nível claro e de forma nenhuma modesto: não fazer pior do que Scolari.

A melhor das sortes é tudo o que lhe desejo!


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Nasri no Arsenal: o que é preciso para ser um 'Gunner'?

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Aos meus olhos é uma boa notícia para quem gosta de conjugar futebol e entretenimento (não lhe chamo “bom” futebol porque o termo tem sempre uma subjetividade adjacente). Nasri no Arsenal.

Há muito visto como o herdeiro natural da camisola 10 da Selecção gaulesa, Nasri tem agora, aos 21 anos, o primeiro desafio que pode, ou não, confirmar o as projecções feitas sobre o alcance do seu talento. Numa equipa que já perdeu o nuclear Flamini e se prepara para juntar a esta baixa a saída do polivalente e competente Hleb, a contratação de Nasri pode não ser suficiente para garantir, pelo menos, a manutenção da qualidade até aqui revelada. De toda a maneira é indiscutível que os ‘Gunners’ juntam, agora, dois dos mais promissores médios do futebol mundial: Nasri e Fabregas. Enquanto que noutras paragens se contam centímetros e quilos, para Wenger o critério de recrutamento tem sempre quase como primeira prioridade a qualidade técnica e isso não pode deixar de ser um factor de realce numa equipa que se propõe disputar os mais ambicionados troféus do futebol mundial.

Por fim, uma nota: com 21 anos, Nasri foi vendido por cerca de 15 milhões de Euros. Pergunto-me quanto pediria um grande português por um jogador com a idade, qualidade e reputação de Nasri?...


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11.7.08

Mancini no Inter. Ainda há lugar para Quaresma?

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Com a confirmação de Mourinho como treinador do Inter para a próxima temporada, surgiram de imediato, e quase inevitavelmente, uma série de nomes na imprensa como potenciais alvos do técnico português para dar corpo ao “novo Inter” de José Mourinho. Deco, Lampard, Terry, Ricardo Carvalho e Quaresma foram algumas das apostas da generalidade da imprensa. Pois bem, o primeiro nome de peso a reforçar o Inter surge de uma proveniência algo surpreendente. Mancini assina vindo da Roma, uma das rivais dos “nerazzurri” na luta pelo schudetto. Aqui ficam também evidentes as diferenças na postura dos clubes italianos no que respeita ao mercado interno, nomeadamente comparando com ligas como a espanhola ou inglesa.

Já se sabia que Mourinho estava à procura de soluções de qualidade para as alas do seu ataque, nomeadamente para dar maior qualidade ao 4-3-3, uma das opções tácticas que o treinador português gosta de ter como alternativa. A questão, no que respeita ao mercado português, é até que ponto o Inter continuará interessado em Ricardo Quaresma. Se, por um lado, o apreço pelas qualidades do 7 portista não terá desvanecido pela simples aquisição de Mancini, por outro, há já um número relevante de soluções para a posição de extremo dentro do 4-3-3 que, aliás, pode até não ser a principal das opções de Mourinho, tendo em conta a qualidade de avançados e médios interiores que existe no plantel do Inter.

Esta poderá, portanto, ser uma péssima noticia, quer para Quaresma, quer para o próprio Porto. É que, se Quaresma pretendia sair do Porto esta temporada, também o clube começa a ter mais dificuldades em fazer um encaixe assinalável com o jogador, devido à evolução da sua idade. De resto, se olharmos ao preço desta transacção – entre 12 e 15 milhões de euros – fica claro como o mercado português parece estar inflaccionado, com o Porto a pedir mais do dobro por Quaresma. Mesmo tendo em conta o custo não tão elevado dos salários do jogador e o seu inegável talento, 40 milhões são uma verba completamente fora do que se passa no resto do mercado para um jogador de quase 25 anos. Ainda assim, tendo em conta outros negócios já realizados num passado, pode dizer-se com que, com o Porto, tudo é possível!


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10.7.08

Uma lesão... alcoólica!

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À partida pode parecer que este árbitro está a passar por alguns problemas físicos eventualmente associados a uma lesão. A verdade, porém, é que esse terá sido o engodo com que Shmolik, o bielorrusso em questão, terá tentado enganar toda a gente.
O jogo era o Naftan contra o Vitebsk - se é que esta informação interessa para alguma coisa, o resultado foi um empate a 1 - a contar para o campeonato bielorrusso. Estranhamente, na volta do intervalo, deu-se este fenómeno comportamental, associado a alguns apitos de frequência um pouco mais repetitiva do que o habitual. O que terá acontecido na cabina ao intervalo não se sabe, mas o relatório do hospital foi claro: não havia nenhum problema físico, antes sim, uma exagerada taxa de alcoolémia!
Para que conste, Sergej Shmolik, árbitro internacional - pelo menos até aqui - foi suspenso por tempo indeterminado.

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André Santos: um lateral revelado na... segunda divisão

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Fazer referência a um jogador que actua no segundo escalão do futebol brasileiro pode parecer estranho. Se acrescentarmos o nome do clube no qual actua este jogador, aí, tudo fica mais claro. O actual momento por que passa o Corinthians, depois de ter sido surpreendentemente relegado para a Serie B do campeonato brasileiro, é profundamente atípico. Apesar de jogar num escalão inferior o Timão mantém-se com um elenco de primeira linha e, por isso não espanta que, num campeonato altamente disputado, lidere já a tabela e demonstre um nível bem acima da concorrência.
De facto, no elenco do Corinthians encontram-se alguns dos nomes de maior destaque do futebol brasileiro. Uma olhada rápida pelo plantel faz ressaltar o nome de Lulinha, jovem recentemente ligado a vários gigantes do futebol europeu. A verdade, porém, é que os dois nomes em particular destaque têm sido Dentinho, a outra promessa do ataque do Timão e André Santos. Este lateral esquerdo de 25 anos ameaça, de resto, poder transferir-se no imediato para o futebol europeu, tendo-se falado com alguma insistência no Werder Bremen como destino possível.
André Santos é um produto das escolas do Figueirense e ainda há pouco tempo estava disponível por um valor bem mais acessível do que os vários milhões com que é cotado actualmente. Chegado ao Pacaembu no inicio do ano, André Santos tem-se revelado como um lateral de grande qualidade técnica e vocação ofensiva. Numa altura em que a vaga deixada em aberto por Roberto Carlos no lado esquerdo da defesa canarinha não parece ainda ter dono absoluto, André Santos ameaça tornar-se mais um sério candidato a um lugar actualmente disputado por Gilberto, Kleber ou Marcelo.


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A primeira vez de Big Phil

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9.7.08

Liga 08/09: menos competitividade... provavelmente!

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Ainda é cedo para grandes análises ou mesmo pré análises a cada uma das equipas. No entanto, mesmo sendo certo que há um conjunto importante de definições ao nível dos planteis da generalidade das equipas que ainda estão por fazer, há uma ideia que me assalta desde o final da Liga 2007/2008: o nível qualitativo médio das equipas só muito dificilmente não descerá em 08/09.
07/08 melhor do que 06/07
07/08 melhor do que 06/07
Neste aspecto, aliás, creio que 07/08, terá sido um ano excepcional numa tendência que promete continuar a ditar leis na evolução do futebol português. Não entrando com uma análise aos grandes porque estes, queira-se ou não, estão sempre num patamar elevado em relação aos demais, creio que 07/08 teve alguns fenómenos que contribuíram para uma subida do nível médio das equipas em relação ao ano anterior. As prestações surpreendentes dos 2 Vitórias e a manutenção de Jorge Jesus no Belenenses terão sido os factores mais decisivos para este nivelamento um pouco mais por cima, onde há ainda que contar com os investimentos sempre elevados dos madeirenses Nacional e Marítimo e com o claro estatuto de quarta potência ao nível de recursos que é o Sp.Braga. Aliás, só um ano atípico pode explicar um Benfica em 4º e um Sp.Braga em 8ª (se contarmos apenas com a prestação desportiva), tal é o desnível no que respeita a orçamentos e qualidade de planteis. Quanto ao fundo da tabela, o destaque vai obviamente para o péssimo campeonato de uma equipa com tão bons recursos quanto a União de Leiria. Não desfazendo o paupérrimo campeonato feito no Lis, porém, acredito que nunca teria descido se em 07/08 estivessem equipas tão más como o Aves, Beira Mar ou V.Setúbal de 06/07.
Tendência negativa
Na transição para 08/09, a revisão de alguns planteis e a saída de alguns treinadores importantes deverão, no meu ponto de vista, fazer regressar um campeonato dominado pelos 3 grandes, apenas “beliscados” pelo Sp.Braga, este ano mais claramente um candidato ao quarto lugar. De resto, esta ideia é confirmada pela quantidade reduzida de equipas que declaram como objectivo prioritário chegar à Europa? Mas vamos a alguns casos que destaco como mais evidentes (excluo aqui o Boavista, que não se sabe se participará):

V.Guimarães: Para já as saídas de Geromel e Alan (pelo menos para já) são os pontos de realce na equipa de Cajuda. Se é muito provável que possam chegar reforços importantes no que resta do defeso, dificilmente o Vitória terá uma equipa muito mais forte do que em 07/08, sendo a aposta voltada para um crescimento sustentado. Esta é uma visão correcta e realista, assim como a ideia de que em 07/08 será muito difícil repetir o campeonato do ano anterior. A provável quebra do Vitória face a 07/08 resulta, portanto, não de uma quebra qualitativa, mas de um indesmentível aumento de exigência e jogos, que deverá dificultar uma repetição da consistência revelada ao nível do campeonato.

V.Setúbal: Faquirá pode ser uma boa aposta, mas só por milagre repetirá o que fez Carvalhal, ainda mais com saídas de jogadores como Eduardo, Bruno Gama e Pitbull. Mateus, Saleiro e Laionel são, para já, reforços importantes, mas o destino do Vitória deverá ser um lugar bem mais modesto do que o 6º de 07/08. Afinal, isso nem quer dizer que faça um mau campeonato, tendo em conta os objectivos.

Belenenses: Outra equipa que disputou nos últimos anos os primeiros lugares e que, em 08/09, deverá cair de qualidade. Como se não bastasse a saída do treinador que comandou o Belém a 2 excelentes épocas, houve ainda um número considerável de saídas da equipa base do último ano. Na defesa, 3 em 4: Hugo Alcantara, Rolando e Rodrigo Alvim. No meio campo, Ruben Amorim e, na frente, o goleador Weldon. Repetir o mesmo nível das duas últimas épocas é, na minha opinião, um objectivo muito complicado de atingir para o Belém.

Estrela da Amadora: É daquelas equipas que, ano após ano, aparece como candidata à despromoção. A estabilidade que a direcção dá aos treinadores – nomeadamente no inicio da era Faquirá – tem sido muito importante, mas este ano, salvo reforços de peso ou uma surpresa de Vidigal, as coisas serão ainda mais difíceis (é bom não esquecer as recentes dificuldades financeiras). Da equipa base saíram: Rui Duarte, Wagnão, Maurício, Hélder Cabral, Fernando, Tiago Gomes e Mateus. Só!
As melhorias prováveis...
Como excepções a esta tendência, destaco 2 equipas que, na minha perspectiva, poderão fazer um carreira mais positiva em 08/09.

Braga: Uma das vantagens de se fazer uma época aquém das expectativas é que não há grande assédio aos jogadores. Com o Braga ocorreu esta vantagem desportiva, juntando-se uma aposta que me parece totalmente acertada em Jorge Jesus. Como se não bastasse, os bracarenses ainda têm o privilegio de ver reforçada a sua equipa com alguns jogadores que poderão ser importantes, casos de Moises, Paulo Cesar ou Luis Aguiar.

Académica: Há muito que se espera uma época verdadeiramente tranquila da Briosa. A aposta em Manuel Machado foi um fracasso e agora é Domingos quem tem a oportunidade e o desafio de colocar, finalmente, a Briosa longe dos lugares de despromoção. Tenho Domingos como um dos melhores técnicos desta primeira divisão nacional e, apesar da saída de nomes importantes como Kaka e Luis Aguiar, o ex-avançado portista possa atingir o seu objectivo. Sougou e Hélder Barbosa prometem fazer uma dupla de respeito no aproveitamento das transições.
Mais um ano, mais uma debandada de qualidade
Debandada de qualidade... mais uma vez!
A qualidade dos reforços vindos de fora está por confirmar mas, este ano, mais uma vez, teremos uma série de nomes, que davam alguma qualidade às segundas linhas do campeonato, a dar o salto, mas para lá para fora. Esta é uma tendência que tem surgido nos últimos anos com o mercado de leste a ser muitas vezes o destino de jogadores que se destacam por cá. A saber: Marcelão, Zé Kalanga, Rodrigo Alvim, Hugo Alcantara, Weldon, Juliano Spadacio, Marcio Mossoró, Patacas, Fellype Gabriel, Kaká, Paulo Machado, Vieirinha, Mario Sérgio, Geromel, Maurício ou Tiago Gomes seriam nomes titulares na maioria das equipas da Liga mas que saem para destinos muitas vezes questionáveis do ponto de vista desportivo. O factor financeiro está a moer, claramente, a qualidade do futebol português, e por isso continuo a bater com mais insistência nesta tecla: se queremos 16 ou mais equipas no campeonato, temos de estar preparados para continuar a ver o nosso campeonato cair em qualidade. Se não, refaçam-se, finalmente, os modelos competitivos!

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Renato Augusto "farmaceutico" por 15 milhões

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É seguramente uma das principais promessas do futebol brasileiro na actualidade. Renato Augusto estava a dar nas vistas no Flamengo, campeão estadual do Rio de Janeiro e actual líder do Brasileirão e, inevitavelmente, começaram a chover os interessados. O destino será o futebol alemão que, mais uma vez, revela a sua capacidade financeira para importar talentos. 15 milhões de Euros é o valor pelo qual o Bayer Leverkusen contratou este camisola 10 que promete agora liderar os "farmaceuticos" nas próximas temporadas. Forte fisicamente e com grande capacidade de explosão a partir da zona central, Renato Augusto promete ser mesmo uma aposta segura num futebol onde a sua qualidade individual fará, certamente, a diferença.
É verdade! Com este encaixe financeiro, o Flamengo deve garantir mais um ano de empréstimo do Ibson, satisfazendo as elevadas exigências portistas. Este terá sido, por isso, também um bom negócio para o Porto.

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8.7.08

Roberto Dinamite: Goleador, Político e Presidente

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Agora parece estar na moda dizer-se que o futebol precisa de colocar a “sua gente” nos lugares de decisão. Esta ideia da necessidade de pôr ex-jogadores à frente dos destinos do futebol não é algo que me entusiasme assim tanto, preferindo, como em tudo, defender um conceito mais voltado para a qualidade e competência para as funções. Talvez seja mais provável que estes requisitos surjam com mais facilidade em ex-jogadores, mas daí até fazer disso uma regra vai uma grande distância. Há, no entanto, casos em que a chegada de ex-craques a cargos directivos parece fazer todo o sentido. Um deles estreou-se no passado Domingo na tribuna, como Presidente, a assistir ao jogo do seu clube de sempre, o Vasco da Gama. Falo de Roberto Dinamite, ex-goleador vascaíno e recentemente eleito líder do clube.

Goleador
Dinamite, conhecido assim devido a uma manchete que o apelidou de “garoto dinamite” após o seu primeiro golo como profissional, foi um notável goleador dos anos 70 e 80 que faz parte das melhores memórias do futebol carioca (é o maior marcador de sempre em campeonatos brasileiros e cariocas) e, seguramente, do próprio Vasco, onde mantém estatuto de maior idolo de apesar da recente “febre” por Romário (Dinamite é, de longe, o jogador com mais jogos e golos pelo clube). Na sua carreira, Dinamite teve ainda presença nos mundiais de 78 e 82 – ainda que jogasse apenas em 78 – e uma experiência falhada no Barcelona, onde esteve apenas alguns meses em 1980, quando tinha 26 anos. Aí, surgiu um momento chave na relação de Dinamite com a torcida vascaína. É que, perante a incapacidade de se afirmar no Barça, ficou claro que o seu regresso ao Brasil seria rápido. Foi então que apareceu o rumor de uma eventual transferência para o Flamengo, rival do Vasco, imaginando-se uma hipotética dupla mortífera formada com Zico. A reacção do Vasco não se fez esperar, garantindo que o destino do jogador seria para a sua providência inicial, ou seja, São Januário. Dinamite foi recebido com estádio cheio e passou mais 9 anos a marcar pelo clube antes de, no final da sua carreira ter tido algumas experiências em clubes como a Portuguesa (curiosamente outro clube de “ascendência” lusitana) e o modesto Campo Grande, regressando depois ao Vasco para terminar a carreira em 1993.

Político e Presidente
Mas Carlos Roberto Oliveira cedo se revelou como uma personalidade de capacidades que iam para além das prestações nos gramados. Nos anos 90 e já nesta década foi diversas vezes eleito como deputado estadual do Rio de Janeiro. O seu destino, porém, parecia há muito ser a liderança do Vasco e, sobretudo, a derrota do anterior Presidente Eurico Miranda. Por comparação com Miranda, Dinamite é sem dúvida uma injecção de boa energia. Miranda é um dirigente de longa data do Vasco que depressa se tornou mediático aparecendo ligado a transferências importantes como a do próprio Dinamite do Barcelona para o Vasco, a de Romário para o PSV e ainda na muito polémica mudança de Bebeto do Flamengo para São Januário em 1989. A verdade porém é que Miranda – eleito Presidente em 2001 – havia sido ligado a uma sucessão de casos menos claros, muitos deles implicando em prejuízo do próprio clube. Num estilo populista que não é novo no futebol, Miranda foi conseguindo manter-se à frente do clube derrotando Dinamite em 2006 numas eleições muito contestadas por ter sido adulterado pelo próprio Eurico Miranda. O Vasco perdeu na estreia de Dinamite, 2-1 em Florianópolis frente ao Figueirense, mas vistas bem as coisas, Domingo até pode ter sido um dia positivo na história do clube.


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