6.11.08

Dínamo - Porto: Afinal ainda sabem como se faz!

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Sorte ou azar? – Se todos os momentos são bons para se ganhar, este é-o particularmente pelo facto da vitória ter relançado o Porto numa competição onde tem currículo e responsabilidade. Foi um triunfo difícil de classificar pela oscilação de fortunas que as 2 equipas experimentaram durante a partida. Diria que o Porto começou a perder quando menos merecia – o golo resulta de um erro posicional de Sapunaru – e acabou por carimbar a vitória numa segunda parte em que o seu futebol teve mais alma mas menos cabeça. De todo o modo, esta é também uma vitória contra uma boa equipa e que, por isso, merece especial mérito.

Reviravolta emocional – Após um período em que o Porto demonstrou que há qualidade por trás da crise de resultados, o golo de Milevsky parecia ser o inicio de um novo pesadelo. Isto porque o Dínamo é uma equipa que se organiza bem no seu meio campo, cedendo a iniciativa de jogo ao adversário mas dando muito pouco espaço para jogar. Estando em vantagem, previa-se uma tarefa hercúlea para os portistas, ideia reforçada por um evidente acréscimo de ansiedade após o primeiro golo.
A segunda parte mudou todo este cariz de jogo, mas, curiosamente, creio até ter sido um período de menor qualidade dos portistas. O que aconteceu foi que o jogo mais com a alma e menos com a cabeça retirou alguma qualidade ao jogo portista mas, estranhamente, afectou também a postura do Dínamo que passou a permitir um jogo mais veloz, com mais espaços e transições e, mais importante que tudo, com menos controlo. A bem da verdade foi o Dínamo quem usufruiu das melhores ocasiões no segundo tempo – em 2 lances criados pela classe de Milevsky – mas foi o Porto quem foi mais feliz, acabando por tirar proveito de uma postura imprudente do Dínamo no final do jogo. É que, para uma equipa a quem o empate servia, o que aconteceu no último minuto terá sido a consequência de uma postura, no mínimo, pouco inteligente. Se a sorte protege os audazes, quem é que o azar punirá?

Hulk e Pelé – Entre as opções iniciais de Jesualdo destaco, pela positiva, a inclusão de Tarik e a manutenção de o modelo (isto nem deveria ser mencionável, tão óbvia que me parece a opção). Por outro lado, a opção por Pedro Emanuel terá sido francamente imprudente, beneficiando o Porto do desaproveitamento que o Dínamo fez dessa situação. De resto há dois nomes que, por terem entrado na segunda parte, vão ser elogiados por imprensa e adeptos mas que, na minha opinião, justificam alguma prudência. Pelé e Hulk são casos semelhantes de jogadores de posições diferentes. Isto porque, tanto um como outro, têm potencial físico e técnico mas, em ambos os casos, faltará o mais importante: a qualidade de decisão (Hulk terá tido o seu melhor momento neste aspecto na jogada do segundo golo). Por isso, espere-se que os 2 possam evoluir com o tempo, mas não se espere que se tornem em soluções para algum mal do presente. Neste aspecto reforço o que referi após o jogo com a Naval. Se o Porto mantiver a aposta no seu modelo – que tem muita qualidade – e tentar suavizar o processo de adaptação colectiva com a integração mais progressiva e menos repentina dos novos jogadores, então rapidamente a crise será passado e o Porto se confirmará como aquilo que é: um forte candidato ao título.

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