15.7.14

Mundial 2014: considerações finais

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O campeão e a final
Não creio que se pudesse esperar um campeão mais indiscutível, sobretudo se considerarmos o equilíbrio de forças que inicialmente perspectivava entre os favoritos. Arrisco, aliás, que a sensação de superioridade germânica na prova se venha a acentuar, à medida que o tempo vá colocando este Mundial na prateleira que a memória lhe terá destinado. A Alemanha já partiu entre o pelotão dos favoritos, quase unanimemente restringido a 4 selecções, e se uma caiu precoce e inesperadamente (Espanha), as outras duas foram combinando o seu trajecto com uma mediocridade exibicional indisfarçável (Brasil e Argentina). Entre os que corriam por fora, houve surpresas agradáveis, sem dúvida, mas a essas faltou-lhes sempre o potencial individual das principais forças, o que faz da Alemanha a única equipa que verdadeiramente combinou um elenco individual de topo com uma ideia de jogo bem conseguida.

Ainda assim, note-se, a final poderia ter perfeitamente conhecido outro desfecho. Porque, e como venho escrevendo desde o início, um Mundial é apenas para ver quem ganha, e não necessariamente para distinguir a melhor equipa. E a Argentina teve boas condições para ser chamar a si a vitória, mesmo sem ter sido no cômputo geral da prova, a melhor equipa. Há um ponto que me parece interessante analisar na final, e que tem a ver com o contraste entre as exibições de Brasil e Argentina. É claro que um jogo é apenas um conjunto singular de acontecimentos e por isso muito pouco conclusivo, mas há uma distinção essencial na abordagem táctica de brasileiros e argentinos, que me parece marcar toda a diferença. Ambas enfatizaram a exploração do momento de transição, mas enquanto a Argentina, e de forma absolutamente previsível (aliás, já tinha antecipado o mesmo cenário para a meia final frente à Holanda, que se confirmou), privilegiou sempre a protecção dos espaços essenciais, não tendo relutância em baixar muito bloco, o Brasil, e de forma para mim mais surpreendente, partiu para uma postura muito mais ambiciosa na sua presença pressionante. Ora, como não há ambição sem risco, a falta de qualidade do comportamento posicional brasileiro determinou esta se transformasse em mero aventureirismo táctico, com os custos que todos presenciamos. Várias vezes escrevo sobre a importância do ajuste estratégico à realidade e potencial das equipas, e aqui temos um bom exemplo disso mesmo, porque não creio que Sabella, tal como Scolari, fosse capaz de trabalhar com grande qualidade uma abordagem táctica mais arrojada, mas ao contrário do seu homólogo brasileiro, o ‘Pachorra’ foi humilde perante as suas limitações, escolheu uma estratégia realista e arriscou-se a vencer um adversário que lhe era muito superior em termos de dinâmica colectiva.

O melhor Mundial, para uns, o pior, para outros
No que respeita à opinião sobre o torneio em geral, tenho assistido a uma curiosa radicalização das opiniões sobre este Mundial. Alguns – a maioria – tendem a salientar a vertente emocional, os golos, as surpresas, e até a riqueza cultural que a prova nos ofereceu, para a classificar como uma das melhores de sempre. Outros, mais centrados nos detalhes tácticos e na realidade do futebol europeu de clubes, parecem-se sentir-se defraudados pelo sucesso pontual de abordagens tácticas, totalmente anacrónicas segundo esta perspectiva, sendo que as condições climáticas são aqui entendidas como inapropriadas para a prática do futebol. Quanto aos primeiros, não posso rebater argumentos sustentados pela emoção, já que não me cabe contestar a forma como cada um sente o jogo. Já no que respeita ao segundo caso, e por motivos que já expliquei noutras ocasiões, sou mais critico. Ou seja, é verdade que neste Mundial vimos selecções a ter sucesso com abordagens tácticas completamente ultrapassadas no futebol europeu, e outras a sentir muitas dificuldades em impor as suas ideias de jogo, apesar de estas nos parecerem bem mais evoluídas do que as dos seus adversários. Estou de acordo também que as condições em que se jogaram alguns jogos podem ter um alcance explicativo assinalável, relativamente a alguns fenómenos estranhos que observamos nesta prova. O meu ponto de discórdia, porém, reside no pressuposto de que não estavam reunidas as condições para se jogar futebol. O futebol é um jogo global, não pertence apenas à meia-estação europeia, e por esse mundo fora há várias equipas que jogam nas condições encontradas em certos estádios deste Mundial. Pessoalmente, este Mundial fez-me perceber melhor o porquê da diversidade táctica que vamos observando de continente para continente, ou de país para país, fazendo eu uma associação forte entre o sucesso dos sistemas tácticos com mais protecção posicional dos espaços vitais e menos exigência física, ao nível do pressing (nomeadamente, aqui, o caso dos sistemas com 5 defesas). Nesse aspecto, este Mundial não poderia ter sido mais enriquecedor. Quanto ao resto, à emoção, cada um a sentirá à sua maneira…

As surpresas, as desilusões e as influências para o futuro
Começando pelas melhores equipas deste Mundial (em termos relativos, claro) destacaria 5 casos, e por esta ordem: Costa Rica, Holanda, França, México e Argélia. A Costa Rica porque se conseguiu apurar com todo o mérito num grupo muito difícil e ainda ser apenas eliminada nos penáltis0. A grande nota de destaque, e para surpresa minha em face do que foram os jogos de preparação, vai para o comportamento da sua linha defensiva, terrivelmente eficaz no condicionamento através do fora de jogo. A Holanda, porque conseguiu retirar grande eficácia de uma estratégia inesperada. No entanto, não tenho dúvidas, com um pouco menos de sorte, e Van Gaal teria sido dos treinadores mais penalizados mediaticamente, neste Mundial, já que foi em sentido inverso daquela que é hoje a filosofia convencionalmente defendida por quem faz opinião. A França, porque parece-me ter sido a principal boa notícia entre os mais fortes, tendo sido a selecção que mais perspectivas deixou de se aproximar do potencial dos 4 favoritos. Aliás, sendo honesto, creio que apresentou mais argumentos do que Argentina, Holanda ou Brasil, mas quis a sorte que se cruzasse primeiro com a Alemanha. O México, porque apresentou grande qualidade dentro da sua proposta de jogo, apurando-se num grupo onde não era favorito e apenas sucumbiu perante o desespero final holandês. Finalmente, a Argélia, que embora tenha tido alguma felicidade num grupo acessível (pode agradecer ao guarda redes russo!), superou largamente as expectativas e ainda fez um bom jogo frente à Alemanha, forçando os futuros campeões mundiais a um inesperado prolongamento.

Referência para os casos de equipas muito valorizadas, mas a meu ver algo excessivamente. A Colômbia, porque se limitou a vencer um grupo e uma eliminatória onde era favorita, tendo contado ainda com uma eficácia desproporcionadamente elevada das ocasiões de golo criadas. Os Estados Unidos, porque foram a meu ver a equipa com mais felicidade nesta prova, começando pelo triunfo frente ao Gana, passando pelo benefício que retiraram da goleada sofrida por Portugal, e terminando no incrível desperdício belga nos oitavos de final, que normalmente teria terminado num resultado muito desnivelado. Finalmente, a Nigéria, porque se apurou num grupo onde a Bósnia e até o Irão mostraram mais qualidade colectiva.

Do lado das desilusões, a maior de todas será a Espanha, claro. Depois, os casos de Itália, Portugal e Bósnia, que com os espanhóis me pareceram as equipas que mais sentiram as condições climatéricas, crendo eu que teriam outras hipóteses se tivessem jogado debaixo de outras condições. Noutro plano, colocaria selecções como a Croácia, Bélgica, Brasil e Argentina, que mesmo em alguns casos com trajectórias de aparente sucesso, me parecem ter feito muito menos do que aquilo que o seu potencial técnico lhes permitia, muito devido a modelos tácticos que na minha leitura tiravam muito pouco partido do seu potencial individual. Falar, finalmente, das influências que este Mundial poderá ter, em particular relativamente à vertente táctica. Aqui, separaria dois casos, o do futebol europeu e o do Brasil. Na Europa, é possível que venhamos a ter algumas experiências com sistemas de 3 centrais, mas não creio que venham a conhecer grande sucesso, já que me parece que no futebol europeu o contexto não é especialmente favorável, e que o sucesso desta opção no Mundial tem muito a ver com o contexto. No Brasil, há a esperança que o choque dos 1-7 possa vir a mudar qualquer coisa. Só o tempo trará essa resposta, mas no caso de um gigante como é o futebol brasileiro, qualquer pequena melhoria pode ter efeitos tremendamente positivos. Como último ponto, referenciar o mistério que é para mim a opção de Van Gaal por uma marcação muito individualizada. Não sou capaz de perceber os motivos, mas como não parto do princípio (absurdo) de que saberei menos do que o experimentado treinador holandês, gostaria que lhe perguntassem o seu raciocínio. Ainda por cima, e goste-se ou não da ideia, o facto é que teve sucesso!

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9.7.14

A caminho do Maracanã #19 (Sobre o 1-7!)

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Arrisco afirmar que esta partida tem tudo para se tornar no jogo mais célebre da história dos campeonatos do mundo. Na minha opinião, um jogo com estas características, sobretudo a celeridade com que o vencedor ficou definido, acaba por ter menos interesse do ponto de vista da análise, já que grande parte dos 90 minutos são disputados num contexto competitivo singular e dificilmente replicável. Por outro lado, o resultado adquire um simbolismo tal, que nos arrasta intuitivamente outras discussões, de âmbito mais lato. Como o momento actual do futebol dos dois países, no caso as duas maiores potências históricas do futebol mundial. Assim, aproveito este jogo e este resultado para dar também a minha opinião, breve, sobre esses temas, começando naturalmente por algumas notas sobre o jogo, propriamente dito.

O jogo: surpresas, para além do resultado
Começo por deixar claro que não retiro grandes conclusões a partir deste jogo, e que não me revejo nesse tipo de leitura. Um jogo tem sempre uma história própria e grande parte do que nele acontece é específico e único. Ou seja, os números da derrocada brasileira são, não tenho dúvidas, situacionais e quase impossíveis de vermos repetidos no futuro, seja qual for o destino destas duas selecções. Daí, precisamente, o carácter histórico do resultado a que assistimos. No mesmo sentido, os problemas do Brasil e as virtudes da Alemanha não decorrem do que se passou neste jogo. O Brasil, e conforme venho escrevendo, apresenta problemas claros do ponto de vista da sua qualidade organizacional, e não é por ter sido goleado que passa ser pior equipa do que era, nem tão pouco seria a melhor selecção do mundo caso vencesse o Mundial, como perfeitamente poderia ter acontecido. O mesmo se poderá dizer, já agora, de Holanda e Argentina, cujo destino ainda não conhecemos, mas que poderão bem sagrar-se campeãs mundiais com colectivos repletos de fragilidades facilmente identificáveis. Em sentido inverso, a qualidade da Alemanha também não é maior por este feito histórico, assim como não deixaria de ter melhores processos colectivos do que o Brasil, caso tivesse uma noite menos feliz em Belo Horizonte. Um jogo pode definir um campeão, distinguir entre vencedores e vencidos, mas não é minimamente suficiente para determinar a qualidade de uma equipa!

Relativamente ao jogo, e situando-me mais no que aconteceu na primeira parte, confesso-me surpreendido por algo mais do que o resultado. É que se esperava uma Alemanha a assumir o jogo mais em organização, e um Brasil com maior foco no que poderia conseguir após a recuperação da bola. Em boa verdade, porém, tivemos mais o cenário inverso, se atentarmos com rigor às incidências do primeiro tempo. A Alemanha, e perante o pressing alto brasileiro, optou por construir várias vezes de forma longa, aproveitando a vantagem de estatura de Muller face a Marcelo e a extensão do bloco brasileiro para poder ganhar vantagem na conquista pela segunda bola, nas costas do duplo-pivot canarinho. O Brasil, por seu lado, foi quem teve mais vezes a iniciativa de jogo a partir de trás, verificando-se facilmente a estratégia de solicitar, de forma larga, o extremo do lado oposto - o que explica claramente a aposta em Bernard, em detrimento de uma opção mais interior. Na minha leitura, porém, onde os germânicos retiraram mais vantagem estratégica no jogo foi na liberdade defensiva dada aos extremos, Muller e Ozil, no sentido de aproveitar as costas dos laterais, após a recuperação da bola. Como a partida acabou por ter muitos duelos na zona média, a Alemanha ganhou claramente vantagem com esta opção, porque conseguiu sucessivamente ultrapassar a reacção à perda do Brasil, muito ineficaz apesar da agressividade dos seus jogadores. Mas, se estas opções estratégicas de Low surtiram efeito e contribuíram para a afirmação da sua equipa no jogo, elas estão muito longe de explicar a goleada a que assistimos. Para tal, temos de recorrer, em primeiro lugar e de forma clara, à eficácia. Porque assistimos a jogos neste Mundial onde equipas conseguiram um número de ocasiões até superiores ao da Alemanha e acabaram o jogo com o credo na boca (estou a lembrar-me, por exemplo, do Estados Unidos - Bélgica). Depois, a uma série de comportamentos individuais muito pouco conseguidos por parte dos jogadores brasileiros nos lances chave. Restringindo-me apenas à primeira parte, destacaria: Fernandinho e Marcelo, no segundo golo; A perda de Fernandinho, no quarto golo; David Luiz, no quinto golo. Finalmente (e porque nem a eficácia nem os erros individuais costumam marcar tanta diferença a este nível), então, destacaria o carácter explicativo dos problemas crónicos da organização brasileira, muito bem potenciados pela algo surpreendente abordagem estratégica de Low, cujos pontos principais descrevi acima. Aqui, o foco vai para a pobreza da dinâmica colectiva de apoio à saída de bola, e para a extensão do bloco brasileiro, querendo definir um inicio de pressão, a meu ver, demasiado alto para uma linha defensiva tão relutante em subir posicionalmente no terreno, o que isolava de forma gritante os dois médios. Debilidades amplamente conhecidas e identificáveis antes do jogo, que contribuíram para o cocktail explosivo que desfez o 'escrete', sem dúvida, mas que estão muito longe de o poder explicar como um todo.

Brasil e o problema da qualidade táctica
Em qualquer discussão sobre o futebol brasileiro, sobretudo se esta for feita a partir de quem o olha da outra margem do Atlântico, o mais provável é que se acabe por sublinhar o contraste entre a riqueza de recursos individuais e as debilidades tácticas. Neste sentido, a selecção brasileira não podia ser um melhor reflexo do futebol do seu país. A meu ver, o problema da qualidade táctica do futebol brasileiro deriva de dois pontos fundamentais. O primeiro tem a ver com a forma paradoxal como são vistos os treinadores, que por um lado são a primeira explicação para tudo o que acontece, mas que por outro não vêem o seu trabalho ser devidamente valorizado nas decisões e planeamento da gestão desportiva. Está longe de ser uma exclusividade brasileira, bem o sabemos, mas naquele cenário este é um fenómeno especialmente exacerbado, chegando por vezes a parecer que os treinadores são meros amuletos da sorte, tal a facilidade com que se trocam uns por outros, na esperança de finalmente acertar naquele que vai trazer o milagre do sucesso. O outro ponto é o facto de ser um futebol muito virado para dentro e com uma receptividade reduzida (para não dizer nula) para treinadores e ideias vindas de fora. Este também não é um mal exclusivo do Brasil e é até bastante mais comum do que possa parecer. Na Europa, por exemplo, destacaria os casos de França e Holanda, que na minha óptica têm perdido muito por algum autismo do seu futebol.

Até aqui, parece-me que o tema é relativamente pacífico e dúvido que muitos discordem da leitura que deixei acima. Menos unânime, calculo, deve ser a minha forma de ver a solução para este problema. Particularmente, não concordo que o que o futebol brasileiro precisa é de uma mera importação das melhores ideias do futebol europeu. Ganharia com essa abertura, sem dúvida, e provavelmente seria mesmo esse o primeiro passo a ser dado, mas a ideia de um recolonização do Brasil, agora de natureza futebolística, parece-me um potencial equívoco. Se há coisa que este Mundial mostrou aos europeus é que as suas ideias, para serem idealmente implementadas, pressupõem um determinado contexto, facilmente desencontrado fora das fronteiras do velho continente. Refiro-me às condições climatéricas, claro! O futebol brasileiro precisa de se abrir a novas e melhores ideias, indiscutivelmente, mas precisará de fazer também a sua própria evolução, de acordo com a sua própria realidade. E nesta diversidade específica reside mais uma das riquezas do futebol. Já agora, da mesma forma que os europeus duvidarão que os brasileiros tenham aprendido alguma coisa com a lição dos 1-7, eu também tenho dúvidas que na Europa se tenha aprendido grande coisa com o que se passou em vários jogos deste Mundial.

Alemanha, a palavra é formação, não Guardiola!
Já fiz alusão a isto em textos recentes, mas parece-me que mais uma vez se está a ceder à tentação de confundir correlação com causalidade, no futebol. Vimos a Espanha dominar as grandes competições nos últimos 6 anos, e vemos agora a Alemanha a impressionar o Mundo, na copa brasileira. Ponto comum aparente: Guardiola. Não digo que o fantástico treinador catalão não tenha influência em tudo isto. Se é ele quem treina durante o ano boa parte dos jogadores que depois evoluem numa competição de curta duração, naturalmente que a sua importância não pode ser desprezada. No caso da Alemanha, evidenciaria os casos de Neuer, Lahm e Muller. Neuer, com muito mais qualidade para ser uma espécie de líbero e complemento importante para a ideia de jogo da selecção. Lahm, que nunca seria solução interior caso não se tivesse cruzado com Guardiola. Muller, que passa a poder ser também uma solução como falso 9, oferecendo à equipa uma maior vocação para explorar o jogo interior e o espaço entrelinhas. Mas, a Alemanha já vem impressionando pela qualidade do seu futebol há vários anos a esta parte, vivendo na sombra de uma equipa espanhola que se revelou sempre mais forte nos duelos directos com os germânicos. Da mesma forma, também a Espanha já havia imposto o seu estilo ainda antes de Guardiola ter chegado ao comando técnico do Barcelona, ainda que seja também inegável a sua influência positiva nas versões da Roja em 2010 e 2012.

Assim, o verdadeiro ponto em comum entre Espanha e Alemanha está, sim, na formação. E, aqui, mais do que os resultados ao nível dos escalões mais jovens (onde a Espanha vem sendo demolidora), talvez seja mais importante abordar a forma como as novas gerações são integradas nas principais ligas dos respectivos países, sendo que no caso alemão todos os anos surgem novos valores a ter oportunidade de iniciar o seu trajecto nas principais equipas da Bundesliga. Claro que esta é apenas uma visão simplista e que haverá sempre uma dependência importante da qualidade das novas gerações. Seja como for, e mesmo havendo outros factores importantes a ter em conta, parece-me claro que é na geração e desenvolvimento de talento que reside o grande impulsionador da equação de sucesso destas duas selecções.

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7.7.14

A caminho do Maracanã #18 (antevisão 1/2 Final)

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Brasil – Alemanha 
Começando pelo que se passou nos quartos-de-final, e relativamente ao Brasil, diria que o jogo acabou por ser um espelho muito fiel da antevisão que havia feito. Dir-se-á que o Brasil realizou a sua melhor exibição neste Mundial, mas a verdade é que já também frente ao Chile os brasileiros haviam tido uma entrada muito mais forte no jogo, ganhando igualmente vantagem num lance de bola parada. A diferença, e por muito que isto seja contra-intuitivo, reside essencialmente na evolução do marcador e no golo que os brasileiros ofereceram ao Chile, e não à Colômbia. Porque se a Colômbia também tivesse logrado o empate, certamente que não seria fácil aos brasileiros recuperar a intensidade que serviu de alicerce à importante vantagem inicial. Seja como for, é esta a mais do que previsível matriz do jogo brasileiro, assente num forte pressing defensivo que serve igualmente de base para as suas iniciativas ofensivas, que se pretendem tão rápidas e verticais quanto possível, e mesmo que Scolari venha a mudar de intérpretes ou mesmo de estrutura, será sempre esta a sua primeira fórmula para chegar ao sucesso.

Quanto à Alemanha, a eliminatória frente à França também não fugiu muito do que se esperava. Mais posse alemã, mais verticalidade francesa. Aqui, e tal como já havia sucedido frente a Portugal, a eficácia voltou a favorecer as aspirações germânicas, oferecendo-lhes uma vantagem precoce num jogo até aí equilibrado. Que jogo e que resposta alemã teríamos se o cenário tivesse sido inverso? Isso, nunca saberemos. Seja como for, há um aspecto que me parece interessante explorar na abordagem de Low, não tanto relativamente ao mais óbvio ganho com a presença de Lahm como lateral, mas mais no que respeita à inclusão de Klose. Pessoalmente, parece-me que a Alemanha ganha em ter o seu veterano como referência ofensiva, especialmente perante linhas defensivas menos agressivas no encurtamento do espaço à sua frente, como foi o caso da França e será também do Brasil. Explicando melhor, uma linha defensiva com algum receio de expor o espaço na profundidade terá tendência a ser arrastada pela presença de um jogador mais profundo, mesmo que muito posicional, como é o caso de Klose. Assim, e mesmo sem intervir muito no jogo, a presença de Klose parece-me poder ser muito útil pelo espaço que tende a abrir na frente da linha defensiva, o que para uma equipa que aposta tanto no jogo interior, como é o caso da Alemanha, pode ser obviamente um detalhe muito importante. Se a linha defensiva tivesse outro comportamento, naturalmente mais destemida relativamente ao espaço oferecido nas suas costas (como foi o caso de Portugal ou será da Holanda, caso a final de 74 se repita), aí talvez não faça tanto sentido a presença deste tipo de jogador para este tipo de efeito.

Enfim, sobre o duelo propriamente dito, não consigo deixar de atribuir maior favoritismo à Alemanha, basicamente pelos mesmos motivos que expliquei na antevisão do jogo com a França. Ou seja, é a Alemanha quem tem mais qualidade para ter bola, e sendo assim será também a equipa com mais possibilidade de controlar os destinos do jogo. Não desfazendo, porém, convém realçar que o Brasil tem nos alemães o adversário perfeito para o estilo de jogo que preconiza, e que isso não pode ser menosprezado. Os alemães são mais fortes em posse, é verdade, mas para o Brasil essa é uma batalha com peso quase irrelevante na sua estratégia de jogo. Resta saber, pois, quem conseguirá maior eficácia na afirmação destes dois estilos contrastantes. Sobre quem levará a melhor, lamento, não consigo ter opiniões muito vincadas, apenas diria que ambos terão pela frente, à partida, o teste mais complicado desta prova até aqui. Para finalizar, é-me impossível não referenciar a importância da perda de Neymar para o Brasil, que representa um abalo significativo nas aspirações canarinhas. No quadro apresentado com o texto, Neymar aparece com 56% de intervenção nas ocasiões da equipa, e isso resume basicamente tudo aquilo que há para dizer sobre o assunto.

Holanda – Argentina
 A Argentina aparece neste Mundial com um perfil bastante semelhante ao dos brasileiros, num registo táctico muito característico dos sul americanos, tal como já diversas vezes escrevi. Diria que os argentinos serão, apesar de tudo, colectivamente inferiores aos seus rivais continentais, mas que são sem dúvida bem mais candidatos ao título do que há 4 anos, quando com Maradona apresentaram um registo quase diametralmente oposto ao actual. Um exemplo do porquê desta minha última afirmação está no jogo dos quartos de final, frente à Bélgica. Os argentinos, note-se, não fizeram mais do que o seu adversário para merecer a qualificação, mas foram presentados com um golo fortuito e descontextualizado com a forma como as duas equipas se iam conseguindo anular mutuamente, conseguindo depois bloquear o jogo e o resultado, através de um equilíbrio posicional quase obcessivo, essencialmente assente na densidade numérica. Há 4 anos, parece-me, o 1-0 que Higuain conseguiu teria sido uma vantagem bem menos decisiva para a Argentina de então. Uma nota sobre o jogo argentino, relativamente à falta de coerência colectiva na forma como Messi é chamado a intervir no jogo. O 10 tende a baixar para assumir a posse em linhas mais baixas, mas a Argentina parece ser uma equipa demasiado estática para esse tipo de movimento, mantendo 2 médios posicionais e nem sequer projectando muito os laterais. O resultado óbvio é que quando Messi recua, à sua frente ficam normalmente não mais do que 2 jogadores, em franca inferioridade numérica, o que dificulta muito a criação de linhas de passe que possam permitir à equipa progredir a partir desta situação de jogo. A meu ver, está aqui um bom exemplo de como todo o potencial de um bom movimento individual pode ser esgotado se não houver o correspondente contexto colectivo.

Quanto à Holanda, surpreende mais que tenha de ter passado pelos penáltis do que propriamente que tenha chegado às meias finais. Nem sempre foi assim neste Mundial, mas no caso dos quartos de final, grande parte do que se passou foi ao encontro daquilo que escrevi e que me parecia ser mais previsível. Também por essa previsibilidade, não há muito a acrescentar ao que já escrevi sobre a equipa holandesa, que no meio de tantos defeitos que lhe podem ser identificáveis, é sem dúvida a equipa que mais superou as expectativas entre as que marcam presença nas meias finais. Como disse Van Gaal, revelando mais uma vez uma enorme consciência do contexto que tinha pela frente, a Holanda não poderá rivalizar com a qualidade e competência de outros, mas será uma equipa certamente complicada de bater, e o perfil de jogo idealizado pelo seu treinador, goste-se ou não do estilo, será já um dos casos de sucesso desta prova.

Relativamente a esta segunda meia final, não posso antever outra coisa que não seja um jogo fechado e de muito pouco risco, de parte a parte. E será assim pelo menos até que o resultado se desbloqueie e o tempo comece a escassear. É possível que a Holanda consiga afirmar-se no jogo com bola, apesar da sua vocação para jogar no momento de transição. Isto, porque não vislumbro como provável que os argentinos tenham presença pressionante suficiente para condicionar a circulação baixa holandesa, nomeadamente a largura da sua linha de 3. Isto, porém, não deverá conduzir a mais do que uma posse estéril, já que nem a Holanda tem revelado qualidade para criar muito em organização, nem a Argentina se tem desposicionado 1 milímetro que seja na sua zona mais recuada. Aliás, nesta hipótese dos holandeses terem mais tempo em posse, vejo mais risco (perda e transição) do que potencial. A melhor hipótese dos holandeses, por isso, parece-me residir no momento de transição, e no pressing efectuado no corredor central, onde a posse argentina também não se tem revelado especialmente fluída. Se a Holanda conseguir alguma eficácia na sua zona de pressão, então Robben e Van Persie poderão voltar a ser letais. Do lado argentino, o grande potencial está no comportamento da linha defensiva contrária. Se Messi não for controlado nas suas aparições entrelinhas e houver movimentos de rotura na profundidade, como complemento, então não é difícil de adivinhar dificuldades para os holandeses. A Argentina, claro, tem mais do que recursos para conseguir explorar esta fragilidade do seu opositor, mas o problema surge naquilo que descrevi acima. Ou seja, os movimentos individuais de Messi são normalmente adinâmicos e, por isso, relativamente fáceis de antecipar por quem defende. Estou curioso para verificar a resposta de ambas as equipas neste detalhe específico, até porque penso que muito do que será o jogo poderá passar por aqui. Finalmente, referência para a ausência de Di Maria, que será sem dúvida uma perda importante para a Argentina. Ainda assim, não creio que tenha nem de perto o peso específico de Messi na própria Argentina ou, noutras selecções ainda em prova, de Robben na Holanda e Neymar no Brasil.



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3.7.14

A caminho do Maracanã #17 (antevisão 1/4 Final)

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França - Alemanha
Se este embate tivesse acontecido antes do Mundial e em solo europeu, seria bastante mais evidente o favoritismo alemão. Acontece, porém, que a França tem vindo a conquistar algum crédito num Mundial que, ainda por cima, tem sido fortemente marcado pelos efeitos das condições atmosféricas. E podemos começar por aqui, pela meterologia, porque ao que tudo indica a partida vai-se jogar debaixo de quase 30ºC, sol a pino e uma humidade considerável, o que deverá perfazer uma sensação térmica, digamos eufemisticamente, não muito favorável para os praticantes. Este será, não tenho dúvidas, um primeiro factor condicionante do jogo e das aspirações das equipas, mas haverá outros...
No futebol é sempre complicado distinguir um momento do jogo como o mais importante, mas olhando para as características das equipas não é muito difícil antever a relevância do que vier a acontecer na fase de organização alemã. A equipa de Low será, depois da eliminação precoce da Espanha, a equipa que mais capacidade tem para se socorrer da posse de bola, como forma de imposição no jogo. E é esta capacidade, fundamentalmente, que lhe oferece uma boa dose de favoritismo à partida, porque quem tem mais bola e mais domínio, terá tendencialmente mais hipóteses de controlar também os destinos do jogo. As dúvidas, porém, começam aqui. Ou seja, a Alemanha, e apesar da qualidade que indiscutivelmente se lhe reconhece, assume um jogo muito exigente a vários níveis, nomeadamente na capacidade de criar espaços em blocos densos, e na resiliência da sua circulação. Ora, é especialmente neste último ponto que os alemães têm deixado muitas reticências relativamente à sua capacidade de cumprir as elevadas exigências da sua proposta de jogo. Em praticamente todos os jogos - mesmo naqueles em que foram mais bem sucedidos, como frente a Portugal - os alemães têm-se revelado vulneráveis na sua presença em posse, acumulando algumas perdas comprometedoras, e nem sempre revelando a paciência e critério exigiveis para quem assume este estilo. Isto, claro, para além das dúvidas que ainda me persistem, não só sobre a evidente falta de largura do jogo germânico, mas também relativamente à ausência de um jogador com características mais clássicas na posição 9. A capacidade física francesa e as condições climatéricas afiguram-se, por tudo isto, como um assinalável obstáculo à maior qualidade técnica que indiscutivelmente o jogo alemão apresenta. Será interessante, a este nível, verificar o contraste entre dois candidatos com estilos bastante diferentes. Até que ponto a posse elaborada vai ser capaz de atrair e desorganizar o impulsivo pressing francês? Ou, noutro sentido, como lidará a Alemanha com a verticalidade do seu adversário, tanto em organização como em transição?

Brasil - Colômbia
Mais um jogo entre equipas sul americanas e, de acordo com o que venho escrevendo em relação à abordagem táctica característica daquele continente, isso deverá determinar que venhamos a ter duas formações relativamente prudentes relativamente ao posicionamento das suas unidades mais recuadas.
O Brasil, goste-se ou não do estilo, justifica um favoritismo, a meu ver, assinalável. Isto não quer dizer, porém, que venhamos a ter uma equipa bastante mais dominadora do que a outra, aliás, até se poderá dar o caso de ser a própria Colômbia a assumir grande parte do tempo de jogo, em organização ofensiva. O que, diga-se, até pode ser bom para o Brasil, dadas as características dos seus jogadores e da sua identidade colectiva. A este respeito, se o Brasil conseguir fazer um jogo semelhante ao que fez na primeira parte frente ao Chile, onde fundamentalmente tirou partido da zona defensiva que criou, como ponto de partida para as suas saídas em transição, estou em crer que terá boas hipóteses de ganhar uma vantagem importante no jogo. Resta saber de que forma reagirá a Colômbia a esta matreirice do seu adversário, porque se a equipa conseguir um bom jogo posicional e bom controlo dos momentos de transição (que se fará, essencialmente na gestão da sua posse), então terá de facto muito boas hipóteses de acabar definitivamente com as unhas dos brasileiros, já muito roídas, depois do jogo com o Chile. Mas não estou nada seguro relativamente à resposta colombiana.
Há um ponto que me parece interessante explorar, e que tem a ver com os equilíbrios nos corredores laterais. Tanto o Brasil como a Colômbia apresentam extremos muito ofensivos e, sobretudo, laterais de grande projecção. Ora, isto pode provocar desequilíbrios, porque tanto nos momentos de organização como transição, são as características ofensivas a parecer ter mais condições para prevalecer. Veremos se será por aqui que algum cântaro se parte...

Argentina - Bélgica
Mais um jogo a ser disputado na hora de maior calor, mas o facto de ser em Brasília, onde tanto a temperatura como a humidade são bem mais generosas para os jogadores nesta altura do ano, retira grande parte dos problemas que os factores climatéricos têm provocado neste Mundial. Para quem é que isso será menos mau? Sem ter a certeza, por não ser seguro que tipo de jogo teremos, diria que para a Argentina.
A Bélgica é, incomparavelmente, mais forte do que qualquer dos adversários que os argentinos tiveram até aqui. Isto pode até fazer com que a Argentina possa encontrar condições para ter um desempenho relativo melhor (ou seja, comparativamente com as expectativas). Isto, porque estou convencido de que esta equipa argentina se sentirá mais confortável quando também puder fazer uso do momento de transição com mais frequência, o que não sucedeu até aqui. A questão, aqui, é se a Bélgica irá ou não assumir uma postura muito diferente do que fez a Suíça, por exemplo. Pessoalmente, estou inclinado para pensar que não será muito distinta, e que os belgas provavelmente tentarão, primeiro, assumir pouco risco posicional para tentar depois aproveitar muito o momento de transição para fazer estragos. Se isso acontecer, o mais provável é que voltaremos a ter um jogo complicado para os argentinos, mesmo tendo mais bola e presença territorial, porque de facto a resposta dada até aqui dentro desse registo tem sido muito modesta e, claro, o adversário será assinalavelmente mais forte. Não é de excluir, dentro deste cenário, a possibilidade de assistirmos ao paradoxo de termos várias unidades de grande capacidade ofensiva em campo, e no entanto sermos presentados com um jogo de poucas ocasiões de golo. Isto, claro, caso o resultado persista no nulo, porque o risco e o espaço aparecerá seguramente, assim que a bola entre numa das balizas.
Uma nota para a Bélgica, que tal como a Argentina fez uma fase de grupos aquém do esperado, apesar das vitórias conseguidas. Os oitavos de final, porém, foram bem diferentes e o número de ocasiões criadas frente aos Estados Unidos foi dos mais expressivos da prova, até agora. Aqui, ter-se-á de considerar também alguma fragilidade do adversário, que como fui escrevendo foi das equipas mais felizes no apuramento conquistado, nomeadamente na forma como bateu o Gana e contou ainda com a externalidade da derrocada portuguesa no jogo de abertura. Ainda assim, foi sem dúvida um bom sinal de vitalidade por parte da Bélgica.

Holanda - Costa Rica
Mesmo considerando a boa prestação da Costa Rica, este não deixa de ser o embate, à partida, mais desequilibrado destes quartos de final. Estou em crer que qualquer das equipas apostará na mesma disposição táctica, o que a acontecer determinará novo confronto entre duas equipas a utilizar 3 centrais.
Relativamente às características do jogo, penso que as hipóteses ofensivas da Costa Rica passarão muito pela sua capacidade de expor as fragilidades comportamentais dos defesas holandeses, nomeadamente a sua última linha. Para tal, será decisivo tanto conseguir boas movimentações de rotura, como libertar os criativos da pressão que certamente os holandeses tentarão fazer no corredor central. Na minha leitura, porém, isto não será fácil, porque a Costa Rica depende muito de 3 jogadores, sendo que se não envolver outros elementos dificilmente se conseguirá soltar de uma defensiva holandesa que, apesar de não ser muito competente, é certamente bastante numerosa. Por outro lado, Campbell parece-me mais vocacionado para receber no pé do que para fazer movimentos no espaço, e se for esse o caso, será difícil ter sucesso.
Do outro lado, e mesmo se sofreu bastante frente à Grécia, a Costa Rica tem-se dado inesperadamente bem com as características da sua linha defensiva, neste Mundial. Em particular, com o uso do fora-de-jogo. Ainda assim, parece-me que há alguma fragilidade nesse comportamento, que não tem sido bem explorado pelos seus adversários até aqui. Se Sneijder baixar - num movimento que parece pouco coerente, mas que neste contexto até poderá criar estragos - e se libertar da pressão do meio campo costarriquenho, então poderá haver condições para que as costas da linha defensiva sejam exploradas, sendo Van Persie forte nesse tipo de movimento. Por outro lado, caso a Holanda opte por assumir mais risco no jogo, e olhando para as dificuldades que a Costa Rica sentiu frente à Grécia, também não consigo imaginar muito conforto perante um Robben até aqui intratável, ou mesmo perante o jogo interior de Van Persie ou Huntelaar. Ou seja, parece-me que a hipótese de novo milagre costarriquenho terá de voltar a passar em grande medida pela inspiração de Keylor Navas.

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2.7.14

A caminho do Maracanã #16

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Deixo, a título de curiosidade, um exercício que compara as ocasiões de golo de cada selecção (a favor e contra) com o que delas era esperado à luz das expectativas que foram criadas em cada jogo. Das 8 equipas ainda em prova, nota para o mau registo de Argentina e Brasil, o que confirma sobretudo o elevado potencial que se reconhece a cada um destes conjuntos. Destaque ainda para o facto das equipas que aparecem melhor classificadas nesta análise serem Grécia e Irão, ambas orientadas por treinadores portugueses. Saliência ainda para o caso da Bélgica, que depois de uma fase de grupos bastante discreta conseguiu um jogo muito expressivo no que respeita a ocasiões de golo criadas, nos oitavos de final.

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