24.11.08

Naval - Sporting: Resistir

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Estranho – Se frente ao Leixões o Sporting havia perdido, mais do que 3 pontos, muito do seu fulgor anímico, 1 semana volvida e conseguiu arrancar da Figueira da Foz uma vitória que, pelas incidências do jogo, pareceu valer mais do que os simples 3 pontos conquistados.
De facto, o Sporting teve de sofrer muito num jogo atípico, onde começou por chegar à vantagem sem que o tivesse propriamente merecido, mas onde a segurança do seu futebol, a partir desse momento, em nada justificava tanto sofrimento para garantir uma vantagem que, até, podia ter sido ampliada logo no primeiro tempo. Podem-se queixar os sportinguistas, mais uma vez, de um momento de descontrolo emocional de um jogador que, pela idade e experiência que tem, deveria ser o último a protagonizá-lo.
Na exibição do Sporting, destaque para alguma dificuldade ofensiva no primeiro tempo que resulta, fundamentalmente, de 2 factores. Primeiro, a postura da Naval, bem organizada e concentrada em reduzir os espaços no seu meio terreno. Segundo pela própria equipa apresentada por Paulo Bento, com dificuldade em contar com o apoio dos laterais e perdendo mobilidade com a presença de Postiga na posição 10. De resto, defensivamente o Sporting controlou sempre as transições da Naval, sempre canalizadas para as alas, mas terminando invariavelmente em cruzamentos condenados ao insucesso. A excepção foi aquele que deu origem à grande penalidade. Afinal, a única real oportunidade de empate nos 90 minutos.

Naval – Curioso o que sucedeu à Naval. A estratégia de Ulisses passava por fazer do relógio um aliado, colocando um bloco denso e agressivo sobre o seu próprio meio campo, retirando espaço de ataque ao Sporting. Em transição a bola era conduzida invariavelmente para as alas, colocando também em sentido os laterais contrários. Esta estratégia deveria ter como efeito um retardamento do golo leonino, potenciando a ansiedade nos jogadores contrários que, com o tempo, teriam tendência a errar mais. Acontece que o futebol é mesmo imprevisível e a Naval, depois de ter concedido um golo inaceitável na sequência de um canto a seu favor, acabou por ter de inverter totalmente a postura conservadora que trouxe para o jogo. Pode dizer-se que, no final, a Naval provou do próprio veneno, com o tempo a servir de catalizador para a ansiedade e pouco esclarecimento dos seus jogadores.

0-1! – Em 8 deslocações esta temporada o Sporting teve 5 resultados idênticos. Não é por acaso. Abordar os motivos desta repetição de resultados faz-me recuar até ao que havia dito após o jogo de Vila do Conde. O que de lá para cá se passou acabou por colocar o Sporting numa situação francamente menos favorável, fora da Taça e sob pressão no campeonato onde se sente que o fardo da diferença pontual se poderá tornar demasiado pesado em caso de mais perdas. A conclusão é simples. Se o Sporting poderá alicerçar a sua época na segurança defensiva, também é claro que, para o fazer, terá de deixar, rapidamente, de passar por momentos de alguma esquizofrenia defensiva, intervalando a segurança defensiva com erros totalmente evitáveis em certos jogos.

Patrício – Se há uma semana referi a sua responsabilidade no golo que ditou a derrota caseira com o Leixões, agora devo fazer justiça e salientar a importância da sua exibição. Claramente tem vindo a crescer este ano, mas não me desvio da ideia inicial. Para um candidato ao título todos os pormenores são “pormaiores”.

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