3.11.08

Rio Ave - Sporting: Consistência

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Solidez – Não se explica apenas pelos aspectos defensivos, obviamente, esta vitória do Sporting, mas parece-me ser o aspecto em que a equipa se encontra mais consolidada nesta altura. Em todo o jogo, creio que apenas no inicio da segunda parte não esteve tão bem como seria desejável, devido a alguns erros na saída em transição que resultavam em perdas e numa posse de bola contínua do Rio Ave. De resto, o Sporting nunca foi apanhado em contra ataque – bem na transição defensiva – e foi capaz de gerir o jogo pela posse de bola, sendo em alguns momento, mesmo, muito forte neste ponto.
Na história de Paulo Bento no Sporting, os melhores momentos foram sempre caracterizados por uma grande solidez defensiva. Se ofensivamente ainda há aspectos por melhorar, 4 jogos sem sofrer são, sem dúvida, um excelente indicio.

Ofensivamente – Se defensivamente o Sporting esteve muito bem, ofensivamente sentiu mais dificuldades. Aqui destaco alguma incapacidade para criar as jogadas de envolvimento no segundo momento ofensivo que, no passado, foram característica do jogo leonino e que tinham Romagnoli como referência principal. Alguns explicam esta carência com um hipotético mau momento do argentino que se eclipsa no jogo. Eu penso o contrário. Ou seja, Romagnoli eclipsa-se porque a equipa não procura esses movimentos e não o oposto. Curiosamente o Sporting, no primeiro tempo, acabou por fazer do seu pressing e capacidade de recuperação a sua principal arma, que teve no lance do golo um efeito decisivo, com trabalho conjunto de Derlei (é também por isto porque joga em vez de Postiga) e Liedson a provocar o erro e a resultar no isolamento do 31.

Meio campo – É impossível não falar do que aconteceu após a entrada de Veloso. O Sporting partiu para um período de grande qualidade onde não só geriu o resultado como passou a estar muito próximo de o dilatar. Aqui destaco o papel de Rochemback que, a partir daí, fez uma grande exibição, na posição onde estou convicto que rende mais. Está por provar o rendimento de Veloso e Rochemback em simultâneo perante adversários mais fechados mas, para já, no meio campo do Sporting só há uma condição que me parece obrigatória: numa das alas tem de jogar um jogador que dê profundidade (Izmailov, Pereirinha ou... Vukcevic). De resto, o problema da melhoria do capítulo ofensivo (em organização ofensiva) deve ser resolvido em paralelo com estas questões sobre a composição do meio campo. Este é um aspecto essencial (e o que falta) para que o nível de jogo do Sporting atinja o seu potencial e tenho algumas dúvidas se a rotatividade do meio campo (inevitável nesta fase) não pode ser prejudicial à consolidação de processos.

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