31.3.09

4 lances do jogo ou como se cozinha um nulo...

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Sem pressing, um lapso estratégico
Ontem deixei aqui algumas criticas à forma como estrategicamente Portugal abordou os minutos iniciais do jogo. Em particular, foi evidente a completa ausência de preocupação em fazer um pressing mais agressivo sobre a primeira fase de construção sueca, tentando manter o jogo em permanência mais perto da área de Isaksson e, mais importante ainda, tirar partido da menor qualidade técnica dos jogadores suecos para potenciar o erro e partir para transições que permitissem apanhar a defensiva adversária em momentos de alguma desorganização.

Era importante que Portugal conseguisse marcar cedo (até pela pressão que existia e existiu) e era importante também que Portugal aumentasse a qualidade das suas finalizações. É evidente que não seria possível manter um pressing agressivo e alto com eficácia durante todo o jogo, mas seria estrategicamente importante que tal acontecesse no inicio. Portugal não o fez, a Suécia ganhou preciosos minutos para se adaptar ao jogo e Portugal ficou limitado a ataques perante uma defesa organizada, o que condicionou, como noutros jogos, a qualidade das suas finalizações. Daí se perceba facilmente que sejam precisos tantos remates para se marcar 1 golo.

O que Queiroz não deixou ver na segunda parte
Os últimos 2 lances do vídeo abordam 2 bons momentos em que a Selecção fica perto do golo, ambos em ataque organizado. Ambos acontecem na primeira parte e ambos resultam de 2 aspectos que, posteriormente, foram desfeitos pela forma como Queiroz interveio no jogo.

A primeira jogada tem dois aspectos que acho importante destacar. O primeiro é a importância dos laterais, particularmente quando aparecem a dar sequência a mudanças de flanco, pelo motivo óbvio de beneficiarem de mais espaço para as suas iniciativas. O segundo é o movimento de Tiago a atacar a zona de finalização. Quanto ao primeiro aspecto, foi um ponto forte em algumas jogadas do primeiro tempo, mas a opção de Queiroz após a lesão de Bosingwa privou Portugal de dar continuidade a esses movimentos e na segunda parte não mais se repetiram. No que respeita aos movimentos de Tiago, foi para mim claro que essa sua vocação foi propositada como complemento da mobilidade que era pretendida para o ataque. Diria apenas que essa chegada da linha média à zona de finalização pecou apenas por escassa, tendo em Tiago exemplo praticamente único. Mais uma vez, após a saída de Tiago, Portugal deixou de ter um jogador com este tipo de vocação.

A segunda jogada ocorre sobre a zona central e é, juntamente com uma outra com as mesmas características no inicio da segunda parte, um raro exemplo de uma finalização verdadeiramente perigosa em bola corrida. O meu destaque vai para a ausência de uma referência de marcação fixa, o que dificulta muito quem defende naquela zona. Não se trata de uma embirração com Hugo Almeida, antes sim de perceber o ajuste do perfil à forma de jogar. Se Portugal fizesse um recurso mais directo a um duelo mais físico na zona central, Hugo Almeida seria o jogador ideal, mas tal não é o caso. Aliás, neste aspecto, perfis como o de Nuno Gomes e Postiga poderiam enquadrar-se na perfeição, sendo um total disparate a sua não convocatória. Queiroz voltou a não ser feliz na substituição, não só por lançar um jogador como Almeida, mas sobretudo porque retirou o elo de ligação com essa zona central. Se até aí Portugal conseguira as suas 2 melhores ocasiões pela zona central, nos 25 minutos finais, ficou limitado a um recurso permanente aos flancos como solução de penetração, o que, como era previsível, facilitou a tarefa sueca. Este é também um exemplo que ajuda a dismistificar a ideia de que é preciso um ponta de lança forte e alto que tem como função dar resposta aos cruzamentos dos extremos. Felizmente, digo eu, o futebol é um pouco mais complexo do que isso...


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O pesadelo de Boruc e outros destaques

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- Destaque para as vitórias da Holanda (categórico 3-0 à Escócia), Espanha (útil 1-0 à Turquia) e Itália (sofrido 2-0 em Montenegro).
- Na Europa, nota ainda para os golos de Ballack (Alemanha), Saganowski (Polónia) e do jovem Edin Dzeko (Bósnia).
- Na América do Sul, o Brasil sofreu muito mas conseguiu empatar no Equador (atenção ao trabalho de Edison Mendez no golo do empate), a Argentina goleou a Venezuela e o Uruguai venceu o Paraguai.
- Nota ainda para os golo de Renteria na vitória da Colombia e do prodigio Alexis Sanchez na histórica vitória conseguida no Peru.
- Na Ásia, nota para o livre de Nakamura (Japão) e para o pontapé de Pak Choi Jin (Coreia do Norte).
- Em África, Moçambique empatou com a Nigéria e Adebayor marcou na vitória do Togo sobre os Camarões.
- Finalmente uma nota para 2 jovens no Brasil. Jucilei (de um modesto J.Malucelli) parece merecer a oportunidade para dar o "salto" depois da notável exibição e golo na surpreendente vitória sobre o Atlético Paranaense. No Rio de Janeiro, o Botafogo ganhava por 1-0 e tinha mais 1 homem. Entrou o jovem Alan e numa jogada mudou o destino do jogo, com uma recepção que define um ponta de lança ganhou espaço para empatar. O Flu acabaria por ganhar surpreendentemente dadas as circunstâncias.

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30.3.09

Portugal - Suécia: Mais do mesmo... tolerância, zero

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Será só azar? – A necessidade de ganhar sentiu-se claramente. Pela barba (estilo promessa) de Queiroz, pela determinação e entrega dos jogadores, pela pressão crescente que se sentiu com o avançar do relógio e, finalmente, pela demorada e solitária reflexão (estilo “e agora o que é que eu faço?”) de Gilberto Madail imediatamente após o final do jogo. Portugal voltou a desiludir, no terceiro resultado negativo em 4 jogos realmente competitivos no apuramento. Diz-se que fez um bom jogo e é verdade que terá tido bons momentos, mas não devemos confundir um domínio normal, quer pela diferença de qualidade que existe entre os 2 conjuntos, quer pelo próprio interesse sueco em defender um empate que lhe foi benéfico, com uma “exibição fantástica” que teria tido na fortuna a única justificação para o insucesso. A sorte, precisamente, não pode ser a única justificação para quem quer, de forma inteligente e séria, corrigir problemas que surgem de forma tão recorrente. Em suma, foi um jogo em que Portugal esteve realmente bem em alguns momentos, em que teve o empenho e até a inspiração individual necessária, mas em que voltou a falhar em pormenores absolutamente decisivos que, combinados com alguma falta de sorte, explicam não apenas este empate mas a impensável situação para a qual se arrastou neste apuramento.

Opções e estratégia iniciais– Na antevisão falei da compreensão pela opção Pepe como médio defensivo e da necessidade de dar mobilidade ao ataque nacional. Por isso, percebe-se facilmente que concordo com as opções de Pepe e Danny de inicio. A estas juntou-se ainda Tiago que teve uma missão particularmente importante, dado que numa estratégia sem referência fixa na frente, é importante uma boa chegada dos médios à zona de finalização. Tiago foi lançado para uma função mais ofensiva do que Pepe e Meireles (compondo uma espécie de 4-2-3-1) e devo dizer que os seus movimentos verticais só pecaram por não ter sido mais vezes repetidos pelos seus colegas de sector. Portugal teve dificuldades no inicio. A estratégia Sueca de colocar rapidamente a bola na frente impedia Portugal de manter o jogo em permanência no meio campo ofensivo, perdendo muito tempo entre as suas acções ofensivas. Aqui, justificou-se a importância da presença de Pepe, dificultando o domínio das primeiras bolas por parte dos suecos. Portugal melhorou, passou a condicionar melhor a saída de bola sueca, a reagir melhor à perda de bola e, sobretudo, a circular melhor. Aqui, nos últimos 20 minutos da primeira parte, aconteceu o melhor período português, com a grande velocidade na circulação de bola e boa ligação de corredores, destacando-se a presença dos laterais a aparecer no espaço aberto no flanco oposto.
Neste jogo destacou-se o número de remates, mas ao elevado registo estatístico há que perguntar porque é que Portugal rematou tão poucas vezes dentro da área e sem ser em lances de bola parada. A resposta a esta pergunta leva-nos ao grande problema da estratégia nacional para o jogo. É que Portugal actuou poucas vezes em transição, e em ataque organizado é muito mais difícil conseguir espaços. A estratégia deveria ter dado prioridade a um pressing mais forte desde o inicio, potenciando mais claramente o erro sueco para depois sair em transição. Isso não aconteceu e daí tantos remates terem tido tão pouca probabilidade de sucesso.

Alterar para... piorar! – Há um momento decisivo e que dá inicio à participação contra producente de Queiroz no jogo. A lesão de Bosingwa. Primeiro, para quem tem um jogo tão decisivo pela frente, o erro de optar por Brandão em vez de Nelson é pouco justificável. Queiroz não foi bafejado pela sorte neste particular, mas a sua opção por Rolando em cima do intervalo e a 15 minutos de, previsivelmente, ter de arriscar, foi totalmente prejudicial ao jogo da Selecção que, devido a ela, na segunda parte não mais contou com a tal ligação de corredores, tendo Carvalho ido apenas 1 vez à linha em 45 minutos de ataque continuado. Depois entrou Deco, mas saiu Tiago que era provavelmente a unidade de melhor rendimento na altura em que saiu e o único médio a fazer a ligação com a zona de finalização. Finalmente, Queiroz fez aquilo que os suecos mais desejariam. Com 25 minutos por jogar, colocou Hugo Almeida que foi “encostar-se” aos defensores suecos, dando-lhes uma referência fixa. Para mais, retirou uma das unidades mais móveis, Danny, e manteve um lateral direito sem capacidade para dar profundidade e 1 médio eminentemente defensivo, numa fase em que os suecos pensavam sobretudo em defender. Dizer que, naquele que seria previsivelmente o período de maior assédio luso (25 minutos), Hugo Almeida praticamente não rematou e que Portugal só ameaçou de meia distância e de bola parada é o suficiente para que se perceba o impacto negativo das alterações de Queiroz.
Quem lê o que venho escrevendo na análise aos jogos sabe que sou totalmente contrário à sobrevalorização das substituições, mas neste caso parece-me que há um efeito evidentemente nefasto para as aspirações de Portugal no jogo que é, no fundo, o reflexo de uma péssima leitura do jogo por parte de Queiroz.

Situação e responsabilidades – No lançamento do jogo referi que Portugal não estava numa situação tão difícil como se pintava mas também fiz questão de realçar a importância deste jogo. O empate não retira, ainda, Portugal em definitivo do Mundial mas simplifica muito as contas para o que resta jogar. Agora sim, não há margem de erro. Tudo o que seja não ganhar todos os jogos (restam 4, se descontarmos o “passeio” com Malta) é colocar praticamente de parte toda e qualquer hipótese de apuramento. Abordarei a Selecção e Queiroz em maior detalhe nesta semana, mas avanço já que esta vem sendo uma prestação para pior de má da Selecção, que o não apuramento é uma pequena catástrofe (numa perspectiva relativa, obviamente) para o futebol português e que as responsabilidades, até pela forma vincada como fez questão de fazer um corte com o passado, devem ser prioritariamente endereçadas ao Seleccionador nacional, caso o pior mas agora provável cenário se confirmar.


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Como fazer, por Ribery

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27.3.09

Portugal-Suécia: A óbvia importância de ganhar

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Contas: Joga-se muito, mesmo faltando tanto
Começo por falar das contas do apuramento. Para mim, estes cálculos são feitos a 4 no que respeita às possibilidades de qualificação, surgindo a Albânia como o ‘joker’ que, tal como antecipou Queiroz antes do empate em Braga, não tendo hipóteses de se apurar, será importante nas contas do apuramento, pelos pontos que venha a tirar aos outros 4. Basicamente, portanto, não creio que os jogos de Malta contem para o que quer que seja em termos de contas finais. A isto há que juntar ainda a hipótese real do segundo lugar servir para um playoff de acesso à África do Sul. Pesando bem as contas, percebe-se que o caminho de Portugal é, agora, bem mais estreito do que aquilo que seria desejável, mas está longe – pelo menos para já – de estar tão fechado como vejo pintar por aí.
Olhando para a classificação e calendário (“extra-Malta”) percebe-se que a importância enorme deste jogo. Uma vitória coloca Portugal em melhor posição do que a Suécia e pode, em termos psicológicos, ser um momento muito importante para inverter o “clima” actual. A pressão ficará, claramente, sobre os suecos nesse cenário, mas a situação será completamente inversa em caso de uma não-vitória portuguesa. Uma eventual derrota, então, lançará, aí sim, Portugal para um cenário catastrófico podendo não chegar, sequer, ganhar todos os restantes jogos para chegar a um segundo lugar. Em resumo diria que, sendo os cenários ainda muito amplos nesta fase, o jogo com a Suécia tem uma importância enorme, diria mesmo próxima de uma decisão, tal a diferença entre as possíveis situações resultantes deste jogo.


Opções tácticas: Ainda à espera da mobilidade ofensiva
Há 2 formas de se olhar para as opções de Queiroz. A primeira é partir de uma compreensão das opções, a segunda é tentar elaborar cenários de opinião descontextualizados com aquilo que preconiza o seleccionador. Sobre as opções de médio-longo prazo já tenho falado mas, como antevisão para este jogo em concreto, parece-me mais útil uma análise a partir das ideias de Queiroz.
A colocação de Pepe a 6 tem a ver com 2 aspectos no meu entender. O primeiro é tipo de jogo dos suecos (que será o mesmo dos Dinamarqueses quando com eles jogarmos) e o segundo é a característica dos nossos laterais. Quer Duda, quer Bosingwa, são laterais muito ofensivos, capazes de dar profundidade ao seu flanco. Pepe pode servir de compensação a esta característica, sendo paralelamente um bom recurso para garantir um equilíbrio de forças no jogo aéreo. Sobre esta estratégia tenho, no entanto, algumas reservas.
Num 4-3-3 como o de Portugal, o “motor” deve ser a zona central do meio campo. A criatividade dos jogadores e a dinâmica dos seus movimentos devem ser elementos muito relevantes do jogo, que não pode recorrentemente entrar nos extremos quando o adversário está zonalmente preparado para bloquear essas zonas. Se pensarmos nos melhores momentos de Portugal nos últimos anos encontramos sempre a criatividade de Deco ou a dinâmica e inteligência das acções de Maniche como pilares mais importantes e nunca um recorrente apelo ao 1x1 dos extremos. Aqui surge outra preocupação. É que Deco está num momento mau em termos de intensidade de jogo (apesar de ser único actualmente na Selecção) e Maniche também não tem jogado com regularidade, não tendo a utilização de Pepe o objectivo de ajudar na dinâmica ofensiva do sector.
Depois, há o trio da frente que vem, desde há muito (antes de Queiroz), padecendo do mesmo mal. A falta de mobilidade. Várias vezes tenho referido esta como uma das características fundamentais para o sucesso de um futebol que cada vez mais é um jogo de espaços. Quando o tal “motor” do meio campo não funciona, Portugal fica limitado à previsibilidade posicional do seu trio ofensivo. O 9 dá uma referência de marcação fixa aos centrais e os extremos passam a ser o elemento previsível e não surpresa do jogo nacional, não lhes sendo criadas condições para que o 1x1 possa funcionar (esta é a razão pela qual Ronaldo ou Simão não rendem o mesmo na Selecção). Os laterais ofensivos podem ser uma boa solução ofensiva mas só se for para aparecerem no espaço criado pela mobilidade dos extremos. Se estes permanecerem fixos, o apoio dos laterais não será grande solução porque aparecerão em zonas povoadas, o que favorece sempre a acção de quem defende.
Por tudo isto, considero que, mesmo não discutindo o sistema ou mesmo as individualidades escolhidas, os problemas da Selecção em termos de dinâmica colectiva se mantêm, não passando pela inclusão de Pepe ou a utilização de Duda a sua solução. Esperemos, ainda assim, por uma exibição inspirada que possa, talvez com um golo que abra o jogo, esconder estes problemas, garantindo aquilo que afinal é o mais importante nesta altura. A vitória.


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Showboat!

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26.3.09

Suécia: O poder do colectivismo democrático

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Aproxima-se um embate potencialmente decisivo frente a Suécia. Esta é, também, uma oportunidade para olhar com um pouco mais de atenção para este país e para a história do seu futebol.
É hábito dizer-se que os nórdicos são grandes e toscos. Para começar, desvalorizar uma cultura, ou neste caso, um estilo de jogo sem antes o tentar compreender é, sobretudo, uma manifestação de falta de inteligência. Mas não é esse o ponto que pretendo abordar. O que ressalta de um olhar pela história do futebol é uma presença altamente surpreendente dos suecos nos principais palcos do futebol mundial, desde os primeiros tempos até aos mais recentes. Aliás são poucas as selecções que se poderão gabar de um melhor historial. A maioria recordará o terceiro lugar no Mundial de 1994, ou mesmo a meia final 2 anos antes, no Euro 92 jogado em sua própria casa. A verdade, porém, é que o futebol sueco terá tido um período não menos fulgurante nos anos 30, 40 e 50, com grandes resultados nas fases finais dos mundiais e, também, nos jogos Olímpicos da altura. Entre estes períodos realça-se ainda os 2 títulos do Gotemburgo na Taça Uefa nos anos oitenta e a final do Malmo na Taça dos campeões Europeus em 1979.
Tudo isto para destacar a extraordinária competência de um país que, no futebol não foge ao registo de outras áreas, onde consegue níveis de performance verdadeiramente espantosos para uma nação de apenas 9 milhões de habitantes. Aliás, os suecos, apesar de serem um país relativamente pequeno, são analisados e distinguidos pelo seu perfil de gestão e liderança, realçando-se a forma invulgarmente democrática e aberta como se relacionam em praticamente todas as áreas (no futebol um exemplo evidente desta característica foi a co-existência de 2 treinadores à frente da selecção entre 2000 e 2004). Este é um aspecto que pode ser particularmente relevante para o futebol em particular. É que a mentalidade sueca, ao contrário da britânica ou americana que fazem escola na maior parte do mundo, é baseada no colectivismo e não no individualismo. Esta opção poderá justificar o sucesso de tantas equipas suecas sem que, paralelamente, se reconheça nos suecos individualidades de particular destaque (na Ballon d’Or, nunca nenhum sueco conseguiu, sequer, um terceiro lugar!).
Esta análise serve também de aviso e alerta para o momento actual da selecção sueca e, em particular, para o jogo de Sábado. Com uma selecção longe de ter o talento individual de outros tempos e privada da sua principal individualidade por castigo, os suecos podem parecer um adversário bem mais fácil do que realmente serão. A sua força, como facilmente se percebe, nunca teve como pilar principal as individualidades mas sim a capacidade de organização colectiva. Para Portugal deve sobrar a certeza de que no Sábado a surpresa acontecerá se a vitória for fácil e não o contrário.

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O método usbeque

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25.3.09

Porque gosto do Barcelona...

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O lema é “Mais do que um clube” mas aos meus olhos, ou seja de alguém que apenas vê o lado futebolístico da causa “culé”, o lema deveria ser “Mais do que ganhar”. Não quer isto dizer que eu seja partidário de filosofias de jogo utópicas ou que não tenham na vitória o seu propósito principal. Como já aqui muitas vezes defendi, para que o futebol seja respeitado cada equipa deve dar prioridade àquele que é o seu principal propósito enquanto jogo, ganhar. Tem, antes, a ver com princípios mais abrangentes e que encerram numa filosofia de clube.
O Barcelona tem pouco mais de metade dos títulos do Real Madrid e entre 1960 e 1990 ganhou apenas 2 ligas. Também a nível Europeu fica muito aquém dos títulos do seu maior rival. Quanto a mim, no entanto, a sua História é incomparavelmente mais valiosa e daí o ajuste do “Mais do que ganhar”. Tem a ver com a aposta na formação, nos talentos emergentes, e numa fórmula que tem como pilar a base do clube e não os milhões que é capaz de gerar. Por estes princípios e pela capacidade que tem para, ciclicamente, nos deliciar como provavelmente mais nenhum clube consegue, gosto do Barcelona.
Tudo isto a propósito da exibição deste fim de semana e da marca dos 3 golos por jogo. Guardiola é uma aposta que desde a primeira hora elogiei, por ser de futuro e não de passado, por ser de formação e qualidade e não de currículo e estatuto. Fico feliz por ter vingado e por ter posto a funcionar esta autêntica máquina de futebol que, à luz dos seus princípios, tem a sua base construída na formação e não em milionárias contratações.
O melhor é mesmo ver porque se o futebol é uma arte, Camp Nou é nesta altura o melhor museu do mundo...

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Aliev e Conca

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O primeiro confirma que é uma dos melhores "atiradores" da actualidade. O segundo que já mereceria uma experiência europeia. Provavelmente não irá a tempo...


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24.3.09

3 lances do derbi...

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Foi um jogo particularmente pobre em ocasiões e, vendo bem, poucas mais existiram em jogo corrido para além das 3 que constam neste vídeo. Ainda assim, aconteceram estes 3 lances de grande desequilíbrio junto das balizas, sendo que apenas o último acabou por ter como consequência o golo. Do ponto de vista de quem defende, estes são também espelhos daquelas que foram os factores que mais puseram em causa o controlo que cada uma das equipas tentava ter do adversário. Do lado do Sporting, os erros individuais e do lado do Benfica a relação intersectorial quase inexistente entre defesa e meio campo.

O primeiro lance de golo
Foi logo a abrir o jogo e, até, apareceu algo desenquadrado com alguma tentativa de domínio de jogo por parte do Sporting nos minutos iniciais. O Benfica acabou por tirar partido de um erro de comunicação entre Polga e Rochemback, depois do primeiro ter feito valer um dos seus pontos fortes em termos defensivos, a capacidade de antecipação. O problema óbvio é que a saída de Polga da sua zona acabou por desequilibrar numericamente a defensiva leonina, exigindo-se por isso grande certeza na continuidade da acção do central brasileiro. Como isso não aconteceu, aquilo que seria uma jogada de insistência ofensiva do Sporting terminou numa ocasião de golo para Nuno Gomes. Na jogada, nota para a rápida saída do Benfica, não permitindo que o Sporting se pudesse recompor. O mérito vai para as acções dos intervenientes directos, Aimar e Nuno Gomes, muito rápidos a sair em transição, mas também para o movimento (ainda que não concluído) de Suazo. A diagonal do hondurenho é o movimento correcto numa situação de superioridade numérica, abrindo um espaço onde Nuno Gomes acabou por aparecer.


A táctica dos matraquilhos?
Por vezes, ao ver algumas jogadas deste Benfica, lembro-me dos jogos de matraquilhos. A equipa parece jogar em 3 linhas e quando a distância entre essas linhas aumenta, não há qualquer solidariedade entre sectores, estando cada um entregue a si mesmo. Na linha lateral, o gesto de Quique é quase sempre o mesmo todos os jogos, com as mãos alinhadas de forma paralela indicando a necessidade de encurtar os espaços entre sectores. É óbvio que as linhas jogando juntas, a proximidade entre sectores será muito grande, diluindo este problema característico de um jogo de matraquilhos, mas também parece evidente que nem sempre é possível que os sectores estejam juntos e que seria muito mais aconselhável desfazer pontualmente cada uma das linhas, garantindo uma melhor cobertura dos espaços, em profundidade. Esta é, no entanto, uma conversa que vem da pré época...
Nos lances em causa, destaco, no primeiro, a excelente reacção da dupla Liedson-Derlei à situação criada. O ataque da zona atrás dos centrais, em diagonal, passando para a frente do lateral é o movimento correcto para este tipo de lances onde os centrais (1 deles e nunca os 2) têm de bloquear o homem da bola, ganhando assim vantagem sobre os laterais. Valeu a rapidez de reacção do tantas vezes criticado David Luiz. No segundo lance – o do golo – a jogada começa, de novo, com a bola a aparecer no espaço entre linhas, mas a jogada acaba por expor outros problemas. Poder-se-á começar por apontar a displicência de Reyes no acompanhamento que não faz à subida de Caneira. Numa perspectiva zonal, no entanto, esse não é o problema mais grave. Com Luisão atraído para fora da sua zona e Maxi batido, restam Miguel Vitor e David Luiz no meio. Aqui deveria haver uma compensação imediata de um dos médios sobre a zona central da defesa. O que se verifica, no entanto, é que não existe da parte dos médios qualquer preocupação com essa compensação, acabando por permanecer sempre distantes dessa zona fundamental onde se criou uma situação de desvantagem numérica inconcebível e que se prolongou até à abordagem do ressalto do primeiro remate de Liedson. Aqui devo fazer uma nota para Katsouranis, pelo facto de noutras alturas ter destacado a sua inteligência na reacção ao preenchimento dos espaços. Normalmente essa característica do grego compensa as lacunas colectivas, mas neste caso isso não aconteceu.

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O velho Nedved e outros destaques do fim de semana

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- Em Inglaterra, um mais um jogo infeliz do Manchester, relançou a luta pela título. Gera marcou o segundo do Fulham.
- Em Anfield, o Liverpool aproveitou com uma goleada. Riera marcou o melhor golo, num lance que confirma a importância estratégica do pontapé de Reina. Quem não aproveitou foi o Chelsea, que perdeu em White Hart Lane, com golo de Modric.
- Nota ainda para o chapéu improvisado do Ben Watson (Wigan)
- Em Espanha, Barcelona e Real não deram sinais de fraqueza. Destaque para mais um golo "à Messi" e uma fantástica assistência de Xavi para Dani Alves na goleada ao Malaga, e, em Madrid, para o tiro de Marcelo.
- Em França, o Lyon sofreu mas voltou às vitórias e, na ressaca de Braga, o PSG voltou a perder terreno no seu sonho do título.
- Ainda em França, nota para os trabalhos de Jelen (Auxerre) e Gourcuff (Bordéus).
- Na Alemanha, vitória magra mas importante do Bayern, destacando-se a jogada de Ribery na origem do golo de Sosa.
- Nota para a surpreendente derrota caseira do Galatasaray na ressaca da eliminação da Uefa (o Fenerbahce também perdeu) e para o bom golo de Tello, na Turquia.
- Finalmente, referência para o grande golo de Aganovic (Westerlo), para o livre de Srna (Shakhtar) e para a fantástica exibição de Matias Defederico (20 anos do Huracan).

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23.3.09

Benfica - Sporting: equilibrio e polémica no clássico final

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Podia ser pior? – Começo por me referir ao carácter desastroso com que termina esta competição. Os esforços por cativar patrocinadores e clubes para esta ideia foram evidentes por parte dos responsáveis da Liga. Pessoalmente, como já defendi, louvo a intenção de criar e tentar dinamizar a competição, por motivos vários que não vou repetir. O problema, no entanto, é que das boas intenções às boas práticas vai uma distância enorme e tudo correu mal nesta edição da prova, culminando numa final que ficará na memória por polémicas que são precisamente a antítese de qualquer promoção à competição. Regulamentos dúbios, arbitragens polémicas e um modelo competitivo que não agradou à maioria dos intervenientes foram os ingredientes principais. Junto ainda, nesta final, o mau estado do relvado que condicionou a qualidade do jogo e o facto de se insistir num recurso rápido às grandes penalidades como método de decisão, o que não é nada próprio para uma competição que pretende ter alguma importância. Depois do primeiro ano ter visto Benfica e Porto saírem precocemente da competição, a segunda edição expôs uma série de trapalhadas que são, no fundo, apenas uma curta imagem do que é realmente o amadorismo que envolve cada jogo de futebol em Portugal. Tudo isto somado, pergunto-me como será encarada por jogadores e adeptos a terceira edição desta prova...

Jogo - Passando ao jogo, a sua história não é muito complexa. Tudo isto pelo pouco tempo útil que houve na partida, com muitas faltas e muitas paragens, que foram o resultado de uma grande entrega e agressividade por parte dos jogadores e, também, de um relvado que não facilitava a definição rápida dos lances.
Comparativamente ao último derbi, este foi diferente por vários motivos, começando pelas surpresas de Quique no preenchimento do seu 4-4-2 e por uma maior disposição do Benfica para dividir o jogo, não se limitando apenas a refugiar-se num bloco baixo antes de lançar Suazo em profundidade. Ainda assim, foi o Sporting quem começou melhor no jogo, sendo essa tendência mais global escondida por alguns erros individuais que permitiram ao Benfica ser a equipa com a primeira grande ocasião da partida. Esse lance, de resto, terá condicionado o período inaugural do jogo que foi invulgarmente aberto, tendo o Sporting depressa igualado o “feito” de Nuno Gomes, com Liedson a falhar o 1-0 já sem Quim na baliza. O jogo caminhou depois para uma fase mais dividida, com o Benfica a mostrar-se também em organização ofensiva e não apenas em transição, mas com o jogo a fechar-se mais, não havendo grandes desequilíbrios até ao intervalo.
A segunda parte começou, tal como em Alvalade, com o golo do Sporting. Uma jogada bem elaborada, mas que evidencia mais uma vez a falta de solidariedade entre os sectores encarnados, com o meio campo a não compensar minimamente uma zona central pontualmente exposta pelo desenrolar do lance. A reacção ao golo não deu vantagem a nenhum conjunto, numa toada de controlo mutuo e marcada por muitas bolas paradas, quase sempre longe da baliza. Derlei primeiro e Miguel Vitor depois tiveram boas situações para marcar neste tipo de lances, mas essas foram excepções de uma regra que parecia beneficiar o Sporting, pela vantagem que já havia conseguido. O penalti acabou por desfazer essa tendência e o seu efeito acabou por tornar os penaltis quase uma inevitabilidade. Isto porque, se o Sporting ficou condicionado pela inferioridade numérica, o Benfica não alterou muito a sua capacidade de ser perturbador, mesmo com 1 jogador a mais. Destaque, nesta fase, para mais uma prova da pouca ousadia táctica de Quique, compreendendo-se dificilmente as suas alterações.
O jogo terminou num empate e forçou a mais um desempate por penaltis. Se o jogo é fértil em matéria de sorte e azar, os penaltis são pouco mais do que isso. Ainda assim, foi irónico ver Quique estranhamente tirar um dos seus principais marcadores de penaltis (Reyes) a 2 minutos do fim e Paulo Bento guardar 2 substituições para essa decisão e, no fim, ser o Benfica a levar a melhor. Valeu a inspiração de Quim.

Benfica – Sobre as alterações de Quique, parece-me que não serão apenas circunstanciais e que as veremos repetidas em próximos jogos. A grande alteração passa pela readaptação de Aimar que, apesar de colocado sobre a ala, consegue aparecer em situações bem mais favoráveis às suas características. De resto, esta colocação teve também o condão de atrair o meio campo do Sporting para zonas mais interiores, abrindo espaço às progressões de David Luiz, a solução para a saída de bola, particularmente no final da primeira parte. No Benfica, realçar que a exibição, apesar de não ter sido má, foi ainda muito intermitente, acabando por se colocar num caminho que tinha tudo para conduzir a mais uma derrota, depois de um erro defensivo ter comprometido a equipa, antes desta evidenciar grande incapacidade para chegar à área adversária por outra via que não fossem as bolas paradas. É bom que se diga, no entanto, que este foi um Benfica sem grande tempo de rotina, merecendo novas oportunidade para mais conclusões. Até porque o Sporting será um adversário mais complicado do que qualquer outro dos que restam até final da temporada.

Sporting – O Sporting pareceu ser capaz de entrar mais forte no jogo, mas alguns erros individuais, com Polga em particular destaque, foram essenciais para que tal tendência depressa se esbatesse no jogo. Sem ter feito um jogo brilhante, sobretudo pelo efeito de algumas exibições aquém do habitual, o Sporting parecia ter tudo para vencer o jogo. Nova entrada forte no jogo na segunda parte valeu a vantagem e, se é verdade que a equipa não arrancou (longe disso) para a mesma exibição do último derbi, também se deve dizer que a reacção do Benfica foi em grande parte controlada. O penalti, de resto, apareceu numa altura fundamental, já que as condições para surpreender o Benfica aumentariam seguramente com o aproximar do final do jogo. Entre as exibições menos conseguidas destaco os lapsos de Polga, a ineficácia invulgar de Liedson e a discrição atípica de Vukcevic, 3 figuras que normalmente têm um peso diferente no jogo.


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Um alívio para Queiroz...

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20.3.09

Taça Uefa e o último capítulo da aventura bracarense

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O fim do sonho
Não teria forçosamente que acabar, mas era uma franca probabilidade e o sonho europeu do Braga acabou por não chegar à meta histórica dos quartos de final. A Taça Uefa pode parecer uma segunda divisão da Europa quando olhamos para o nível dos ‘tubarões’ da Champions e a verdade é que o nível é mesmo absolutamente incomparável, hoje mais do que nunca, mas para o Braga este é já um nível demasiado elevado para uma candidatura real à vitória na competição.
O Braga não foi inferior ao PSG e arrisco até dizer que dificilmente seria inferior na discussão da eliminatória com qualquer uma das 8 equipas nos quartos de final. Ou pelo menos em 80% do campo. Este último ponto leva-me à primeira fragilidade do Braga, a diferença de qualidade individual, particularmente na diferença que se consegue fazer no último terço do campo. Em Braga, mais do que em Paris sentiu-se isso, que faltava uma capacidade de definição que desse outra objectividade aos momentos de domínio que a equipa consegue. A outra fragilidade tem a ver com o desgaste físico. Apesar de Jesus ter feito uma gestão de esforço que deu prioridade a esta prova (ao contrário do PSG), a verdade é que se percebeu que o passar do tempo prejudicaria o futebol do Braga, cada vez com mais dificuldade em impor um ritmo de jogo que é também a sua principal arma colectiva. Aqui, destaco aquillo que já anteriormente referi sobre esta equipa e este modelo. Ou seja, que este tipo de jogo alto e pressionante é muito desgastante e sobretudo do ponto de vista mental, exigindo um elevado nível de concentração de todos os jogadores. Diria, por isso, que o Braga levou o KO numa altura em que se sentia a sua incapacidade de vencer aos pontos o seu adversário.


E agora...
A Taça Uefa confirma o seu equilíbrio e a sua enorme imprevisibilidade. Ao contrário da Champions League, onde 5 ou 6 das 8 equipas finais seriam mais do que esperadas nesta fase, na Taça Uefa tanto não surpreendem estes 8 nomes finais como facilmente se encontram entre os eliminados 8 equipas que facilmente poderiam estar nesta fase.
Ainda assim, confesso alguma surpresa pela presença de várias equipas que não dando tanta importância à competição conseguiram chegar até aqui. Será o caso dos 2 representantes franceses e do Man City. Aliás, para o futuro, e à medida que o equilíbrio vai sendo ainda maior, creio que esta componente da prioridade que se dá à Taça Uefa, ganhará mais importância. Por isso, parece-me bem provável que uma das equipas ucranianas possa tornar-se na sensação da prova, já que todas as outras equipas estão envolvidas em ligas bem mais competitivas e desgastantes. Já agora, a este propósito, destaco a eliminação do Galatasaray que acalentava uma enorme esperança de jogar a final em casa, bem como do CSKA, uma das equipas que via com probabilidades crescentes de sucesso, caso se tivesse mantido em prova.

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A noite em que Guerrero tirou Istambul aos turcos...

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19.3.09

Keirrison, até quando resistirão a tantos golos?

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Já venho fazendo algumas referências pontuais a este nome há algum tempo, mas creio que chegou a hora de um destaque mais declarado. O nome é Keirrison e é um ponta de lança que se vem continuamente afirmando no futebol brasileiro, coleccionando já diversos destaques individuais na sua carreira apesar de ter recentemente completado... 20 anos.

Sinceramente, estranho a permanência deste jogador no campeonato brasileiro em 2009. Afinal, este foi só o melhor marcador do Brasileirão 2008 quando ainda tinha 19 anos! Keirrison apareceu muito novo no Coritiba, um clube grande do estado do Paraná, mas não um gigante do futebol brasileiro, e desde logo deixou clara a sua afinidade pelo golo. Melhor marcador do clube nos estaduais ainda com 16 e 17 anos, na Serie B com 18 anos, e melhor marcador do estadual de 2008 e Brasileirão 2008, Keirrison acabou por rumar ao Palmeiras numa parceria com a empresa desportiva Traffic (o Palmeiras terá 20% do passe). Hoje, ainda no inicio da sua passagem pelo clube, Keirrison é já o melhor marcador do Paulistão 2009. Vanderley Luxemburgo – treinador do Palmeiras – agradecerá certamente este esquecimento do futebol europeu e faz deste jovem o principal reforço de uma equipa remodelada para o ataque ao título em 2009.


Talvez o motivo pelo qual Keirrison tem conseguido a “proeza” de ser tão consistente e, simultaneamente, não ter ainda saído do Brasil seja o seu perfil. É que Keirrison tem um perfil algo raro no avançado brasileiro. Não é particularmente rápido, não é temível no 1x1 e não é particularmente forte fisicamente. Keirrison lembra muito mais o perfil holandês de avançado. Fino, inteligente, com um faro felino pelo golo e uma notável capacidade de definição, que fazem dele um goleador espantosamente regular. Keirrison tem outro atributo que lhe deve garantir uma carreira de sucesso. A cabeça. Ao contrário de outros jovens talentos, Keirrison parece ser imune a estados de euforia e vem seguindo serenamente a sua carreira aparentemente apenas concentrado em fazer aquilo em que é bom.


E pronto, está apresentado Keirrison, ou K-9. Para quem pode acompanhar o futebol brasileiro não será novidade. Para quem não pode, é uma questão de esperar, porque ele vai aparecer...

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A rotação de Luis Suarez

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18.3.09

A entrevista de Queiroz e os naturalizados

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Recupero uma longa entrevista que Carlos Queirós deu à RTP no inicio do mês. Há vários temas que são abordados e muitos mereceriam destaque. Em particular, ficou evidente, nesta como noutras entrevistas, alguma desculpabilização implícita dos resultados até agora conseguidos, algo que neste caso se tornou mais fácil dada a simpatia que reconhecidamente existia pelo seleccionador entre o painel de comentadores. Mas o tema que quero abordar é dos jogadores naturalizados (a discussão sobre este assunto começa no minuto 69:12 do vídeo).

É um tema complicado e que, creio eu, deixa dúvidas em quase todos. O surgimento desta questão tem a ver sobretudo com a evolução do mundo em que vivemos e, em particular, do futebol. Isto é, hoje há muito mais casos de pessoas e jogadores que não têm apenas uma “pátria”. Quer por motivos de ordem genética, quer por aspectos culturais. Sou, antes de mais, um apreciador do futebol de Selecções que considero ser hoje, e salvo algumas excepções ao nível de clubes, o que resta da “pureza” da identificação cultural entre adeptos e jogadores.

Reflectindo bem sobre a matéria, só posso chegar a uma conclusão. Se um país reconhece uma pessoa como seu cidadão não pode de forma nenhuma ser o futebol a discriminar esse cidadão que tem os mesmos direitos que os outros. Aqui, o que me parece importante é não inverter a ordem lógica das coisas. Ou seja, um jogador deve ser seleccionável porque é (e quer ser) cidadão desse país e não, ser cidadão do país porque quer ser seleccionável. Aqui há 3 eixos importantes a ter em conta: genes, cultura e vontade. A vontade é o único que deve ser omnipresente em todos os casos, já que só faz sentido uma pessoa ser cidadã de um país, ou representante de uma Selecção se o quiser ser. Depois tem de haver pelo menos um ligação forte em termos culturais ou genéticos. Aqui, normalmente coloca-se a questão apenas em relação aos casos em que não há ascendência genética da mesma nacionalidade, mas eu coloco a pergunta ao contrário. Então e nos casos em que não há qualquer ligação cultural? Por exemplo, em Portugal temos os casos de Pepe, Deco e em breve Liedson. Mas também temos os casos de Amaury Bischoff ou Manuel da Costa que são descendentes de portugueses, mas têm uma ligação cultural praticamente nula ao país, não dominando sequer o português. Quem é “mais português”, uma pessoa que fala a lingua do país e que nele vive há 5 ou mais anos, ou alguém que tem ascendência portuguesa mas que não fala português, nem nunca viveu no país?

Percebe-se qual a posição para a qual Queiroz está mais inclinado, lamentando-se que não a clarifique de forma mais objectiva. O que se lamenta também é que ainda exista tanto preconceito em torno de um tema que, por dizer respeito ao futebol, não deixa de ser uma questão social muito sensível. Havendo vontade e enquadramento legal para ser cidadão de um país e jogador de uma Selecção, não pode ser o futebol a dar um exemplo de discriminação entre pessoas com os mesmos direitos.


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Michel Bastos (Lille), com o golo do dia...

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17.3.09

Aimar, o golo de Roberto e o Porto-Naval

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Um raro Aimar
Desde o inicio da temporada que se falado muito do posicionamento de Aimar. De facto, quem pensa nos pontos fortes do argentino, dificilmente poderá imaginar que o seu rendimento possa ser potenciado a jogar de costas para a baliza, apertado por jogadores fisicamente muito mais poderosos e que facilmente condicionam as suas aparições no jogo.
Frente ao Guimarães houve uma jogada que, aparecendo totalmente descontextualizada daquilo que é norma nas rotinas ofensivas do Benfica, teve o condão de dar uma breve ideia de como poderia Aimar ser bem mais útil. Participando na primeira fase de construção e actuando de frente para os adversários e com a bola controlada, Aimar conseguiu rapidamente fazer levar a bola até à área contrária, numa jogada simples mas bem mais eficaz do ponto de vista da construção do que a maioria das jogadas que vemos no Benfica. Ao Aimar actual pode ainda apontar-se o aspecto de limitar a sua acção ao corredor central, oferecendo pouco auxilio à saída de bola pelos corredores. Mais uma vez, claro, fica a dúvida se tal tem a ver apenas com o comportamento do argentino, ou se há indicações para que tal aconteça.


O golo do Vitória
No golo que fez a diferença na Luz houve, mais uma vez, várias criticas feitas a David Luiz. Francamente, não consigo partilhar dessa responsabilização do jovem jogador encarnado. O motivo é simples. A razão pela qual David Luiz não impede Roberto de marcar tem a ver com o ponto de partida dos 2 jogadores na jogada. Enquanto que Roberto está ao lado de Luisão, David Luiz está uns bons metros à frente. A questão é que este adiantamento é correcto. Num lance que é disputado do seu flanco, o lateral deve aproximar-se da zona da bola, sendo o lateral oposto o responsável por fechar na zona central. Só se pode responsabilizar David Luiz se se discordar do seu posicionamento inicial no lance, já que não é possível pedir-se que o lateral recuperasse de forma tão rápida ao ponto de conseguir “apanhar” Roberto.
O problema do golo surge, por isso e na minha opinião, de 2 aspectos. O primeiro tem a ver com o erro de abordagem de Miguel Vitor que tenta erradamente jogar em antecipação, arriscando, e comprometendo o equilíbrio defensivo que existia. O outro aspecto tem a ver com a distância da linha média. Desmarrets é fundamental no lance, apesar de não participar. Isto porque cria uma linha de passe que impede Maxi de abordar mais directamente Marquinhos e obrigando Luisão a dividir as suas atenções entre o extremo e Roberto. Aqui, a distância da linha média dos defesas e a não existência de um jogador mais posicional, tem toda a importância. Primeiro porque não permite a existência de um 2x1 sobre Marquinhos no momento em que este roda sobre Miguel Vitor, depois porque não tem capacidade para acompanhar Desmarrets no tempo de chegada à zona ofensiva.

A má Naval e o bom Porto
Frente à Naval repetiram-se as jogadas elaboradas, com várias trocas de passe a servir de preparação para tantas ocasiões portistas no jogo. Como já havia referido no rescaldo do jogo, há 2 aspectos que contribuem para este tipo de jogo e que ficam bem evidentes nas 2 jogadas que recuperei sobre este jogo. A primeira é a inspiração e mobilidade dos jogadores portistas. A segunda é a fraca oposição que a Naval protagonizou no Dragão.
Em relação ao segundo aspecto, destaco vários erros de posicionamento, quer na linha média (no vídeo, realço a saída de 2 jogadores a pressionar Raul Meireles no lance do segundo golo), quer na zona mais recuada (as chegadas tardias de jogadores portistas às zonas de finalização nunca tiveram o acompanhamento devido e as saídas dos centrais não foram devidamente compensadas pelos laterais, como se vê no segundo golo). No Porto, pego no lance do segundo golo para chamar atenção para 2 jogadores. Lisandro, cuja movimentação foi uma fonte de desequilíbrios, arrastando os centrais para fora da zona central que ficava livre para as diagonais de Mariano para os movimentos verticais de Lucho. Depois, um “filme” muito visto mas que nunca é demais rever. A inteligência de Lucho. “El Comandante” tem essa particularidade em que parece esperar que toda a gente ponha os olhos na bola para atacar um espaço livre no último terço. Como os defesas continuam (e continuarão!) a fixar-se exclusivamente na bola e a esquecer-se dele, ele continua (e continuará!) a marcar golos.


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A bomba de Ibrahimovic entre outros destaques...

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- Feito histórico do Liverpool em Old Trafford, no grande jogo da semana.
- O Arsenal goleou, com Arshavin a corresponder às melhores expectativas.
- Goleada do Real na capital basca e o prodígio de Bojan mantiveram a luta pelo título na mesma em Espanha.
- Grande jogo entre Atlético e Villareal e grandes golos de Pablo Hernandez (Valencia), De la Peña (Espanyol).
- Em Itália, goleadas de Milan e Juventus. De resto, nota para mais um golo sensacional de Mascara (Catania).
- Na Alemanha, muitos golos e emoção. Destaque para Frei (Dortmund), Diego (Bremen), Pizarro (Bremen) e Westermann (Schalke)
- Em França destaque para 2 jogos. A derrota caseira do Lyon e a importante vitória do Marselha em Paris (1-3).
- Golos de Gervinho, Morel e Kembo.
- Na Holanda, o Feyenoord esqueceu a crise e bateu o PSV (1-0). Na frente vai o imparável AZ, com mais uma vitória e um grande golo de Martens.
- Na Rússia começou o campeonato, com destaque para o tiro de Pogrebnyak e a vitória do CSKA (0-3 ao Saturn), uma equipa num momento de forma impressionante, catapultada pelo talento de Dzagoev.
- Na Escócia, o Celtic venceu o Rangers na final da Taça da Liga.
- Nota ainda para os golos de Victor Agali (Xanthi), Alanzinho (Trabzonspor) e Roberto Carlos (Fenerbahce) e para os golos no empate a 1 entre River e Velez.
- Finalmente, por cá, André Pinto e Zé Pedro merecem destaque.

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16.3.09

Porto – Naval: Poupada a goleada

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Superioridade – A ideia que fica depois deste jogo é que havia no Porto uma grande vontade de colocar finalmente um ponto final na malapata do Dragão. O resultado foi uma exibição muito bem conseguida, revelando uma superioridade tão evidente como natural, e que só não teve mais expressividade no marcador por alguns casos de ineficácia quase gritante na finalização.
Na minha apreciação, a superioridade do Porto tem de ser partilhada com um jogo menos conseguido por parte da Naval. A mobilidade dos jogadores portistas foi excelente e a reacção à perda de bola condicionou muito a capacidade figueirense para dar alguma expressão à sua posse de bola. A verdade, no entanto, é que o Porto contou com uma oposição muito “mole” em termos de agressividade e com manifestas dificuldades em controlar as chegadas portistas às zonas de finalização. Por isso se viram tantas jogadas vistosas, com 10 e mais passes consecutivos e com jogadores a sair facilmente de situações em que tinham inferioridade numérica. Com esta atitude perante um adversário como o Porto, pode dizer-se que a Naval se pode dar por muito satisfeita de não ter saído do Dragão com uma das mais pesadas derrotas da temporada.

Sem Hulk – Um dos aspectos mais curiosos da exibição do Porto foram os efeitos da ausência de Hulk. Lisandro (apesar de não ter marcado), Mariano e Lucho tiveram mais margem para a fazer da mobilidade uma fonte de problemas para os adversários e cada um destes argentinos terá realizado mesmo uma das melhores exibições da época a título individual, recuperando muitas das características que se viram no Porto em 07/08. Não quer isto dizer, obviamente, que um elemento com a capacidade individual de Hulk retire qualidade ao Porto, mas serve de exemplo para o brasileiro sobre o caminho que deve dar à sua evolução como jogador.


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Benfica – Guimarães: à quinta vez deu... Vitória

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Esperado mas não assim – Praticamente desde os primeiros jogos caseiros que vinha alertando para a perigosidade das exibições do Benfica. O problema seria a reacção a um jogo que não corresse bem e o Benfica vinha-se expondo muito, raramente resolvendo as suas partidas cedo e normalmente passando por alguns apuros em termos defensivos. Não deixa de haver alguma ironia no jogo em que este desfecho acabou por acontecer. É que, desta vez, o Benfica concedeu muito poucas oportunidades ao adversário que só por um golpe de inspiração e eficácia terá conseguido marcar na Luz. Esta ideia, no entanto, não concorre para a opinião deixada por Quique, de que o Benfica terá feito um bom jogo. Foi-o em alguns aspectos, é verdade, mas voltou a ser manifestamente fraco noutros.
O Vitória não foi o adversário acessível dos encontros no Afonso Henriques mas, é bom dizer-se, até havia feito um melhor jogo na Taça da Liga. O Benfica tentou ser dinâmico lesto a organizar, não dando tempo ao Vitória para se posicionar e isso, associado a alguma inspiração de Reyes e Di Maria, ajudou a levar a bola com muita frequência até às imediações da área de Nilson. O problema foi a definição no último terço. Poucas vezes o último de passe encontrou o destino ideal e nem sempre houve uma movimentação correcta para que tal pudesse acontecer. Por isso a escassez de oportunidades até ao 0-1. O Vitória foi, dito isto, essencialmente uma equipa que soube sofrer e aproveitar depois um lance em que expôs o tal problema do espaço entre linhas, obrigando os centrais encarnados a sair da sua zona. É importante que se diga, porém, que houve mais oportunidades para o fazer, sendo que várias vezes a opção de passe não terá sido a melhor.

Cardozo e Aimar – No Benfica, não posso deixar de referenciar 2 exibições pela negativa. Cardozo esteve francamente desinspirado, perdendo demasiadas bolas e dando pouca mobilidade ao ataque. A saída do paraguaio, apesar de tudo, não me pareceu muito acertada, dado o tipo de jogo que se previa acontecer, mesmo com 0-0, na última meia hora. O outro nome é Aimar. A sua utilização a receber bolas de costas para a marcação é um contra senso com o seu ponto forte. Aimar poderá render mais noutra função, mas no actual enquadramento não tem uma produção que represente uma mais valia regular para o futebol do Benfica, sendo até questionável até que ponto Nuno Gomes não seria uma melhor solução.

Quique – Esta derrota, naturalmente, retira grande parte das esperanças encarnadas na recuperação do título. Embora falte ainda muito tempo para que tal seja uma fatalidade, esse é o sentimento normal de quem precisa de recuperar terreno e acaba por ver mais do que duplicar a diferença para o Porto. Quique começa agora a ser uma figura mais amplamente questionada. Desde a pré época que venho apontando problemas tácticos no modelo do treinador espanhol. Da mesma forma que o faço, digo que nem a qualidade de uma equipa técnica se esgota na sua visão táctica, nem Quique é um treinador incompetente ou incapaz. Provavelmente não havia consciência deste perfil quando se escolheu o treinador, mas o futuro terá de ser encarado olhando para os pontos fortes e fracos do treinador e equipa técnica, tal como eles são e não ao ritmo das emoções de imprensa e adeptos que fizeram dele mais um exemplo do espaço curto que existe entre ser-se bestial e besta.


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Sporting – Rio Ave – Vencer e pouco mais

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Resolveu-se – Os jogos não se resolvem por si só. Há, obviamente, sempre mérito de uns e demérito de outros para que tal aconteça, mas no caso deste jogo pode dizer-se que o Sporting não teve de fazer muito para que os 3 pontos fossem garantidos. Esta é, aliás, uma dádiva que nem sempre aparece mas que para o caso terá surgido no tempo certo para as aspirações sportinguistas. Isto, como é óbvio, pela pressão existente em torno da equipa após a derrocada de Munique. Dificilmente o Sporting poderia fazer um jogo de grande inspiração e criatividade sob um clima de tamanha tensão e, por isso, era fundamental que a eficácia invertesse o efeito do cronómetro, tornando-o num aliado, em vez de inimigo.

Pouco a dizer – A ideia de um jogo pouco interessante, não muito bem jogado e resolvido em 45 minutos foi partilhada pelos 2 treinadores. Estas características, naturalmente, implicam algum desinteresse na análise ao jogo mas, ainda assim, há algumas coisas para referir. O primeiro ponto tem a ver com a forma como o Sporting conseguiu fazer um jogo praticamente livre de sustos, apesar de um começo difícil e de um jogo em que raramente conseguiu impor um grande domínio. Destaque ainda para a tendência “direitista” do jogo leonino, influenciado sobretudo pelas diferenças entre os laterais. Individualmente, a nota de realce vai para a estrutura central do meio campo, com Moutinho e Rochemback a serem mais valias que foram bem para além dos golos marcados.

Situação – O efeito psicológico da goleada de Munique é ainda uma incógnita. No que diz respeito aos objectivos de temporada, esta é uma situação curiosa visto resultar da única (exceptuando a Supertaça) competição onde o Sporting tem a certeza que chegou à meta inicialmente estabelecida. Para o Sporting segue-se uma fase tranquila no que respeita à frequência de jogos, exigindo-se uma subida de forma e rendimento na Liga que, na minha opinião, até é provável que aconteça. O campeonato, porém, não é um contra relógio individual e, nesta altura, pode até imaginar-se que não chegue uma hipotética caminhada perfeita no que falta jogar.


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Showboat!

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13.3.09

PSG - Braga - Tudo adiado

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Gestão diferente – Para as equipas, especialmente aquelas que estão na Taça Uefa, esta é uma altura difícil. O número de jogos é muito elevado e, ao contrário do que muitas vezes se quer fazer crer, não é possível manter o mesmo nível de rendimento a jogar 2 vezes por semana. Isto não acontece por motivos físicos (apesar da onda lesões do Braga), mas por motivos mentais. Aqui, há 2 abordagens diferentes. Jesus assume o risco na Liga, como tantas vezes já o referiu, Le Guen parece dar prioridade aos jogos da Ligue1 onde está numa posição inédita nos últimos anos.

Justo – As poupança do PSG estarão na base das diferenças de atitude entre a primeira e segundas partes dos parisienses. Em ambos os períodos o Braga deu boa conta de si, sendo fiel aos seus princípios e conseguindo sempre dividir o domínio do jogo, através da sua estratégia de pressing o mais alto possível e de uma grande reactividade nos diversos momentos do jogo. A diferença esteve na entrega que o PSG revelou no segundo tempo, sendo mais agressivo e incisivo, acabando por definir melhor alguns lances de detalhe que lhe poderiam ter dado a vantagem. Aqui, diga-se, convém referir que essas hipóteses de desfazer o empate surgiram apenas de bola parada. O Braga também teve as suas oportunidades, mas tem de se destacar alguma falta de capacidade no último terço de campo. É uma lacuna que não é nova e que não tem a ver com o modelo de jogo, mas sim com a característica dos médios bracarenses, mais fortes a construir do que a definir em zonas mais próximas da baliza. Este aspecto parece particularmente potenciado pela ausência de Meyong da equipa base. Ainda assim, o empate foi, sem dúvida, o resultado mais correcto e esta foi mais uma demonstração de qualidade colectiva do Braga que, nesta altura, só deve surpreender quem anda muito distraído.


Sessegnon – Não tive a oportunidade de fazer uma análise mais rigorosa ao PSG na antevisão desta eliminatória. É uma equipa bem organizada e que vai ser difícil de superar pelos desequilíbrios tácticos. Tem depois várias unidades de destaque. Makelele continua fantástico e parece ler os lances uns bons segundos antes dos outros, na frente há vários elementos talentos mas destaco o extremo do Benin, Sessegnon. Tem uma qualidade técnica invulgar e, aos 24 anos, tem ainda potencial para poder aparecer num grande da Europa, saiba evoluir bem. Fica um vídeo para dar alguns exemplos da excepcional relação que tem com a bola.


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Wright-Phillips e Niang, os destaques da jornada de Taça Uefa

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12.3.09

Porto - Atlético: Controlado

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Foi um jogo atípico aquele que se viu no Dragão. Essa característica teve origem numa antecipação errada de ambos os treinadores daquela que seria a postura do adversário, acabando por conduzir a partida para um longo período de jogo mais fechado do que aquilo que inicialmente se poderia supor. Ambos os treinadores pensaram o mesmo. Ou seja, que seria o adversário a tentar ter a iniciativa do jogo. Jesualdo, porque o Atlético era quem partia atrás na eliminatória. Abel, provavelmente, pelo factor casa portista. A qualidade com que o fizeram não foi a mesma, mas ambos apostaram em dar prioridade aos equilíbrios defensivos, reservando as ofensivas para momentos de transição. O resultado foi, obviamente, um deserto de desequilíbrios durante grande parte do jogo. Como era o Porto quem tinha vantagem, acabou por ser Abel a alterar e, a partir daí sim, vimos um jogo mais aberto com várias ocasiões de golo, mas todas para o mesmo lado, com o Porto a ter algum infortúnio em não ter conseguido a vantagem no período que antecedeu a recta final do jogo.

Atlético – Abel pareceu depois da primeira mão ter percebido as suas debilidades. Mudou o sistema para equilibrar o meio campo e encolheu-se tacticamente. A qualidade individual do Atlético permitiu-lhe equilibrar o jogo durante muito tempo, mas a fraca qualidade dos seus processos colectivos não passou em claro. Mesmo perante um Porto mais preocupado em equilibrar-se do que em pressionar, a posse de bola não foi totalmente segura na sua saída. Depois, para além de não ligar bem o jogo em organização ofensiva, foi sempre lento a fazer desdobramentos ofensivos em transição, identificando-se várias situações em que a bola entrava no bloco portista mas ficava sem linhas de passe para continuar a progredir. Defensivamente conseguiu neutralizar o Porto durante 1 hora, mas fê-lo à custa de uma estratégia que não adiantava laterais e mantinha sempre muitos jogadores atrás da linha da bola. Quando procurou adiantar-se foi completamente subjugada pelo ataque portista que não teve dificuldades em criar situações de golo. A qualidade individual ajuda a contornar muitos destes problemas e a verdade é que, ao fim de 180 minutos muito fracos do ponto de vista colectivo, faltou apenas 1 golo para o Atlético se apurar!

Porto – Apesar do Atlético ter surpreendido, o Porto fez uma excelente partida. O meu destaque vai para o controlo que o Porto conseguiu fazer em todos os momentos do jogo, contando apenas uma transição perigosa do Atlético em 90 minutos. Neste aspecto, parece-me relevante a reacção que a equipa teve quando, finalmente, o Atlético se abriu. Mostrar-se lúcido e organizado no inicio é uma coisa, ter de responder da mesma forma quando o jogo já leva mais de 1 hora, é outra. O facto do jogo ter mudado o seu cariz no segundo tempo poderia ser uma ameaça para o Porto, mas a reacção foi fantástica, não dando hipóteses ao Atlético de surpreender e tirando, finalmente, partido do espaço que existiu. O empate serviu, mas foi ingrato.
Jesualdo lembrou-o e eu faço o mesmo. Alguém se recorda do que se disse em dado momento menos positivo da época? O futebol é mesmo assim, cheio de bons prognósticos no final dos jogos, mas a qualidade de quem comanda o Porto está lá e estaria também se a sorte tivesse sido outra. Atingido o objectivo, resta agora desafiar o destino. Nesse sentido, parece-me que o Villareal seria o caminho com mais probabilidade de sucesso. A evitar destaco 3 nomes: Liverpool, Manchester e Barcelona. Creio que o título não escapará a 1 destes emblemas e penso mesmo ser muito provável uma final entre 2 deles. Para o Porto conviria manter-se fora da sua rota, esperando, quem sabe, por um progresso feliz da prova.


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Messi, pois claro!

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11.3.09

Notas de Champions

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Bayern – Sporting
Tinha previsto não falar deste jogo, pelo desinteresse competitivo que a goleada da primeira mão havia implicado. Não me equivoquei quanto ao desinteresse competitivo, mas o que o se passou torna este jogo simplesmente incontornável. Aquilo que aconteceu em Munique foi simplesmente a continuação da segunda parte da primeira mão. É absurdo falar-se de aspectos colectivos, tácticos ou técnicos quando a nível individual e mental se verifica um tamanho descalabro. Para um psicólogo estes serão 2 jogos que, não tenho dúvida, poderão constituir um “case study”. Destaco, em particular, a reacção diferente de vários jogadores e o facto dessas diferenças não terem tanto a ver com experiência mas sobretudo com tipologias de carácter.
É uma derrocada que fica na história do Sporting de forma bem mais saliente do que o inédito apuramento para os oitavos e que tem essa particularidade curiosa e aparentemente paradoxal de ter sido intervalada por jogos em que a equipa demonstra qualidade e força mental. Aqui, destaco particularmente os jogos com o Benfica e Porto, onde a pressão esteve sempre do lado do Sporting e a resposta foi em ambos os casos francamente positiva. Será este um exemplo exacerbado de um ponto que venho focando. O lado emocional é o mais importante no futebol. Ele condiciona, negativamente ou positivamente, a resposta que se dá no campo aquilo que se treina durante a semana e pode, no limite, tornar todo esse trabalho totalmente irrelevante.


Primeiros desfechos, primeiras ilações
Metade destes empolgantes oitavos de final estão terminados. Há, para mim, 2 conclusões que se podem tirar, independentemente do que venha a acontecer mais logo.
A primeira tem a ver com o tipo de futebol que se pratica nos jogos de elite na Europa. São jogos de rigor, de detalhe e de pormenor. É assim porque a organização e a qualidade é enorme e estas são as formas das equipas se diferenciarem. A verdade é que quem não for capaz de jogar este jogo sairá, mais do que provavelmente, derrotado.
A segunda decorre da primeira e tem a ver com o poderio dos ingleses. São as equipas mais fortes da prova, não porque tenham melhores jogadores (pelo menos não será assim em todos os casos), mas porque há mais organização e qualidade colectiva. Não é pelo domínio que vencem, mas pela forma como gerem os jogos como equipa e como, depois, decidem nos detalhes. Esta superioridade é também uma vitória da política de maior estabilidade que se vive em Inglaterra e essa é uma leitura que deveria ser feita noutras paragens. Das outras 2 ligas fortes da Europa caíram os segundos classificados. Sobram Inter e Barcelona.

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Iquinta-Trezeguet!

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10.3.09

Compensar a pressão e a solução Reyes

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Pressionar alto não é para todos
Todos os anos temos equipas sensação, não só em Portugal, mas em qualquer campeonato. O que é bem mais raro é termos equipas capazes de se manterem organizadas, jogando no campo todo. As 2 primeiras jogadas do vídeo são muito semelhantes e explicam o porquê dessa dificuldade. Subir unidades para pressionar zonas mais adiantadas pressupõe, não só uma grande capacidade de ser eficaz na zona que se quer pressionar como, depois, ser capaz de manter um bom equilibrio nas zonas mais recuadas, sendo para isso necessário que haja um comportamento colectivo que compensa as zonas mais vitais. Para o caso, Paços e Leixões podem-se queixar da qualidade do adversário, mas terão também de reflectir sobre a forma como reagem colectivamente. Em particular, este é o motivo pelo qual o crédito que dou ao Leixões não é o mesmo que atribuo ao Braga. A qualidade individual é menor, mas há também diferenças no comportamento colectivo que importa não ignorar.
Sobre estas jogadas, destaco ainda outro aspecto comum. O papel do avançado. A zona central fica, nos 2 casos desguarnecida, sendo que tal acontece pela forma como, Derlei num caso e Farias noutro, atraem a marcação para zonas interiores. No caso do “Ninja”, a jogada permite ainda perder a marcação, finalizando a jogada. No caso do Porto, não há sequência mas mais uma vez fica evidente a percepção de Lucho, iniciando a jogada e atacando depois o espaço aberto pelo “Tecla”.


Reyes, a solução individual
Terá sido a única ocasião do Benfica em jogo corrido e com a participação de mais do que 1 jogador. No caso 2. O enquadramento do lance no jogo, leva a um destaque que se torna evidente no Benfica de Quique. Ou seja, são evidentes as dificuldades da equipa em encontrar soluções de construcção ofensiva, acabando a equipa por protagonizar movimentos pouco naturais, ao apelar à participação de Reyes em momentos bem mais atrasados do que seria suposto. O motivo é simples e o lance explica-o bem. Reyes, apesar de ser um extremo, é o jogador que melhor consegue valorizar a posse de bola, quer pela forma como a protege quer pela qualidade e inteligência com que a entrega.

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"Caño y tiro" do "Rolfi" Montenegro, e outros jogos

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- Em Inglaterra, a jornada de Taça não teve grandes motivos de interesse mas foi capaz de proporcionar alguns belos golos. Casos de Tevez, Eduardo e Carlos Vela.
- Em Espanha, o derbi de Madrid acabou por travar a recuperação do Real, que perdeu terreno para o Barcelona.
- Jornada de muitos golos, com o Corunha 5-3 Santander a ser o principal contribuinte neste aspecto. Destaque para o golo de Castro (Sporting Gijon).
- Em Italia, o Inter venceu fora, mas o o derbi de Turim não permitiu vantagens na classificação. Destaque ainda para o golo de Maccarone (Siena).
- Em França, o Lyon perdeu e o PSG é agora uma ameaça após a vitória conseguida com um notável golo de Giuly. Destaque ainda para um inevitável golão do St.Etienne, com Ilan a ser desta vez o protagonista.
- Destaque para a supertaça da Russia, ganha pelo CSKA no prolongamento. A forma da equipa justifica uma atenção séria, nomeadamente no que respeita à Taça Uefa.
- Na Argentina, para além da derrota do Boca, destaque para o triunfo do River, com um grande golo de Gallardo.
- No Brasil, o destaque vai, claro, para o regresso de Ronaldo aos golos, ainda por cima num clássico frente ao Palmeiras
- Nota final para o golão de Jongsma (RKC) e, por cá, Djalma.

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9.3.09

Naval - Benfica: Bolas paradas e pouco mais

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Não se pode dissociar o decurso do jogo do timing dos golos. Se o Benfica não tivesse marcado tão cedo, teria havido seguramente outra postura e o mesmo se pode dizer dos outros 2 golos. Serve esta introdução como atenuante para a exibição francamente modesta dos encarnados na Figueira da Foz, apesar da vitória. O golo madrugador ditou uma postura de expectativa que seria até inteligente não fosse a incapacidade para dar alguma sequência às transições. É certo que a Naval não conseguiu ser ameaçadora perante o bloco encarnado, mas quem permite tanto volume de jogo dificilmente pode pensar que não irá sofrer algum golo, por muito boa que seja a sua organização defensiva. É tudo uma questão de probabilidade. Mas a minha má apreciação ao jogo do Benfica estende-se também à reacção ao empate. É verdade que o Benfica subiu no terreno – como não? – e que criou 2 excelentes ocasiões, mas a sua organização ofensiva foi sempre um deserto de ideias, mantendo-se pouco ligada. Ao Benfica valeu o aspecto em que realmente é forte, as bolas paradas.

Bloco baixo – Percebe-se porque é que Quique gosta tanto de Suazo. Sem a sua profundidade, a estratégia que o espanhol prefere adoptar fora de casa ameaça tornar-se numa espécie de exercício de treino defensivo contínuo. A Naval teve o mérito de ter bastante certeza na sua construção ofensiva, evitando que o pressing do Benfica funcionasse na sua primeira fase e garantindo que o jogo se estabeleceria no meio campo contrário porque, depois, o Benfica mais não fazia do que tentar lançar Cardozo em condições muito difíceis para dar sequência às jogadas. O resultado foi o domínio territorial que se assistiu e, porque nem tudo é negativo, importa elogiar a forma como o bloco defensivo encarnado conseguiu poupar Moreira de qualquer situação de perigo.

Organização quase nula – Com o golo madrugador, a estratégia conservadora condicionou as possibilidades de assistirmos a um Benfica com maior responsabilidade de assumir o jogo. O golo de Marcelinho trouxe esse novo dado e o Benfica, de facto, subiu no terreno. A verdade, porém, é que a qualidade foi muito baixa. Raras foram as jogadas que tiveram sequência e se o Benfica teve 2 excelentes ocasiões antes do 1-2, importa dizer que uma foi na sequência de uma iniciativa individual de Cardozo e outra na única solução que parece funcionar no Benfica em organização ofensiva: Reyes. O espanhol andou por terrenos bem mais recuados do que é hábito mas foi a mesma garantia para a posse de bola, ora na forma como a segurava, ora na forma como lançou Di Maria em profundidade. Repetindo-me, exceptuando algumas soluções individuais com Reyes em evidente destaque, este Benfica tem o seu verdadeiro ponto forte em termos ofensivos nas bolas paradas.


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Leixões - Porto: Não era preciso acentuar as diferenças

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Mais do que os erros – Volto ao que tantas vezes faço questão de destacar. O impacto emocional que certos momentos têm nos jogos. Assim se explica que, no mesmo jogo, possamos ter tido tamanho contraste entre o que se viu nos primeiros 15 minutos e na segunda parte. Para que o cenário se tenha invertido de tal forma contribuiu de sobremaneira a tendência suicida dos jogadores matosinhenses (com erros daqueles não há estratégia que resista), mas a diferença qualitativa entre as equipas esteve bem para além desses deslizes individuais. O Porto foi e é uma equipa melhor, não só pelas individualidades, mas pela qualidade colectiva. A vontade do Leixões foi notória mas para repetir os brilharetes da primeira volta não basta querer.

Leixões – Já se suspeitava que o Leixões fosse sofrer bastante com a perda de Wesley. Para além da qualidade individual o ex-Paços tinha também um efeito relevante em termos tácticos. Mas o Leixões revelou também outros problemas que a confiança do passado havia escondido. Foi uma equipa com muita vontade, que rematou muito e ganhou muitas bolas divididas nos primeiros 15 minutos mas que depressa indicou as dificuldades que iria ter ao tentar discutir o jogo sem resumir as suas iniciativas a saídas em transição. A equipa mostrou vulnerabilidade no posicionamento defensivo quando teve de responder às saídas rápidas portistas, destacando-se alguns erros posicionais e a dificuldade para retirar o espaço para as explosões de Hulk. A goleada tem de ser explicada pela forma como foram oferecidos os 2 primeiros golos, mas pode também dizer-se que o Leixões errou estrategicamente ao não se preocupar em esconder as suas debilidades colectivas.


Resposta – Jesualdo, por necessidade, voltou a mexer num jogo de algum risco antes de uma decisiva partida européia. A resposta, diga-se, foi muito boa, mesmo tendo em conta que o jogo correu de forma positiva para os portistas. Podia destacar-se várias exibições bem conseguidas, mas penso que o maior realce deve ir para aqueles que não são figuras habituais. Tomás Costa deu a ideia de ter sido uma oportunidade desperdiçada contra o Sporting, Mariano foi importante no inicio do jogo, aparecendo móvel e dinâmico e, finalmente, Farias deve ter feito o seu melhor jogo pelo Porto. São destaques individuais mas surgem na sequência de uma boa resposta colectiva e esse é o indicador mais relevante antes da Champions.

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Sporting - Paços: Facilitar ajuda

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Atitude – Para o Sporting foi um jogo fácil. Porque marcou cedo, porque o adversário nunca conseguiu ser grande oposição mas, sobretudo, porque houve uma atitude perante o jogo que, desde cedo, deu o domínio ao Sporting. Esse é o grande mérito do Sporting no jogo. A forma como manteve níveis de intensidade (concentração e agressividade) elevados desde o primeiro minuto proporcionaram uma grande eficácia ao seu pressing que impediu o Paços de jogar e manteve sempre a bola do lado do Sporting que, mesmo sem um elevado número de ocasiões no primeiro tempo, teve várias recuperações que, pela zona em que foram conseguidas, muito facilmente podiam ter tido o mesmo destino daquela que deu a vantagem antes dos 10 minutos.

Paços – Em futebol, medir onde acaba o mérito de uma equipa e começa o mérito da outra, dada a natureza do próprio jogo é um exercício meramente especulativo. Neste caso, estas duas contribuições confundem-se bastante. O Paços tentou criar um bloco curto para defender bem em largura e retirar espaços ao Sporting. O problema, no entanto, foi a forma como a posse de bola acabou por ser asfixiada pelo pressing do Sporting. O Paços procura jogar sempre no pé, o que sendo filosoficamente correcto é, em certos casos, um erro prático. Aqui esteve grande parte do demérito de uma equipa que, depois de se ter apanhado em desvantagem, também nunca foi capaz de esboçar sequer um sinal ameaçador.

Pedro Silva – Na exibição do Sporting, destacou-se muito a ala direita. De facto a ligação entre Pereirinha e Pedro Silva foi muito boa, com a racionalidade e inteligência táctica do português a ajudar a colmatar os contra efeitos da maior impulsividade do brasileiro. Sobre Pedro Silva recaem grande parte dos elogios do momento na equipa do Sporting. Pedro Silva tem os pontos fortes que a platéia aprecia e os pontos fracos que esta não consegue ver (é curioso mas faz-me lembrar, em sentido oposto, o caso de Rochemback). É um jogador enérgico que parece jogar primeiro com a alma e só depois com a cabeça. Isto faz com que seja um jogador dinâmico e com capacidade de desequilíbrio, mas também um constante risco defensivo. Já o disse, o futebol é um jogo mais emocional do que racional e, tendo em conta a concorrência, o tipo de adversários da Liga e a boa organização colectiva do Sporting, entre virtudes e defeitos, Pedro Silva é claramente a melhor opção para o lugar.

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El Gordo!

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6.3.09

Viagem a 1977

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Aproveito os vídeos do fantástico programa espanhol “Fiebre Maldini” para fazer uma pequena viagem no tempo até à temporada 76-77 e, mais precisamente, até à Taça dos Campeões Europeus (como este nome soa a velho hoje em dia!), a primeira de 5 conquistadas pelo Liverpool.
O futebol europeu vivia uma fase que, a esta distância, me atrevo a classificar de transição. Transição entre uma era revolucionária, dominada pelo futebol total, pela duelo entre as irreverências holandesa e germânica, com destaque para Ajax e Bayern e, claro, para as figuras mais importantes de cada uma dessas escolas tão marcantes, Cruyff e Beckenbauer. 1977 foi, aliás, o primeiro ano em que esta Taça não ficou nas mãos de uma equipa destes dois países, dando inicio a uma outra era, dominada pelos ingleses, com o Liverpool em particular destaque, já que venceria 4 Taças em 8 anos. Este foi o tempo de Keegan, Souness e Dalglish (apenas Keegan jogava em 77 no Liverpool), excelentes jogadores, sem dúvida, mas, arrisco eu, longe do impacto que tinham tido Beckenbauer e Cruyff ou que viriam a ter Platini ou Maradona nos anos 80.
Esta equipa do Liverpool era comandada por Bob Paisley e havia conquistado a Taça Uefa no anterior. Importa referir que a ascensão do Liverpool tem contornos surpreendentes, tendo começado nos anos 60, quando Bill Shankly conseguiu trazer uma equipa da segunda divisão inglesa até à elite da Europa. Esse é o motivo pelo qual Shankly é por muitos visto como o mais importante treinador do clube, apesar de não ter ganho nenhuma das Taças dos Campeões (ganhou uma Taça Uefa). Note-se, no vídeo do jogo contra o Saint Etienne a loucura da famosa “The Kop”, a bancada superior que, dizem, era um dos segredos do sucesso do Liverpool, particularmente quando os “Reds” atacavam para aquela baliza.
Já agora, uma nota para as outras 2 equipas presentes neste vídeo. O Monchengladbach era orientado por Udo Lattek, primeiro treinador campeão europeu pelo Bayern e de forma algo polémica dispensado, acabando por provar a sua competência no grande rival da altura. O Monchengladbach era um gigante do futebol germânico e, por consequência, europeu. Nesta altura já não figurava Gunther Netzer, provavelmente a maior figura de sempre do clube, mas havia nomes como Berti Vogts, Bonhof, Wimmer, Heynckes e o dinamarquês Simonsen, que marcou o golo do Borussia nesta final e seria nomeado como melhor jogador europeu desse ano. No Saint Etienne não há figuras que mereçam relevo a esta distância, mas não deixo de notar que esta equipa havia sido finalista vencida da edição de 76 e que, ao contrário da ideia que se tem, os grandes tempos do clube (ou seja, estes) não aconteceram sob a “batuta” de Platini, que apareceria mais tarde, conquistando apenas 1 campeonato em 81 antes de sair para a Juventus.
Nota, finalmente, para o futebol português. Embora seja realmente raro ouvirmos alguma referência negativa sobre tempos passados, importa dizer que estes não eram tempos famosos no que aos resultados do futebol português diz respeito. Para ser preciso, em 76-77, apenas o Boavista passou uma eliminatória nas competições européias.

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5.3.09

E o próximo clube de Jesus é...

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Benfica – 9% (14 votos)
Porto – 31% (47 votos)
Sporting – 32% (48 votos)
Nenhum destes – 26% (40 votos
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Foi esta a distribuição das 149 respostas à pergunta “qual o próximo clube de Jorge Jesus?”. A única coisa que parece clara pelos resultados é que pouca gente acredita que o Benfica será o destino do treinador do Braga. De resto, todas as outras possibilidades estão muito equitativamente votadas, sendo abusivo tirar grandes conclusões com tão pequena diferença. O facto mais curioso desta votação é, na minha opinião, a expressiva votação da opção “Nenhum destes”, sobretudo tendo em conta a forma expressiva como Jesus havia sido o mais votado na última votação sobre qual seria o treinador mais apto a treinar um grande.


Percebe-se claramente que o Benfica é um destino improvável. Primeiro porque Quique tem um contrato de mais anos e que só muito dificilmente será interrompido, até pelos valores envolvidos. Depois, claro, porque no Benfica não a tradição de apostas consistentes em treinadores portugueses. Porto e Sporting afiguram-se, por isso, como destinos bem mais prováveis, tanto mais que ambos têm treinadores em final de contrato. A minha leitura, no entanto, é simples e pende claramente para o lado do Porto como destino provável. O perfil encaixa perfeitamente no tipo de treinadores que Pinto da Costa tem preferido desde que se tornou presidente. Aliás, na minha opinião saber escolher treinadores é um dos grandes méritos do percurso do presidente portista, ganhando claramente à concorrência. Depois, há o indicio de que Jesualdo não continuará. Não é um tema muito abordado pela imprensa, mas o facto de Jesualdo não ter ainda renovado é um sinal claro de que o mais provável será a mudança de ciclo. Isto porque, no Porto, as renovações acontecem sempre por antecipação e não no final da época desportiva. Finalmente, o não pouco relevante detalhe das boas relações entre Braga e Porto e os rumores de que já terão existido contactos para que a mudança fosse uma realidade. Mais uma vez, estas coisas são normalmente resolvidas por antecipação e esse deverá ser o caso.

O Sporting poderia ter uma palavra a dizer, mas os “leões” estão mergulhados num processo eleitoral que condicionará claramente o inicio de época, não estando qualquer candidato (ainda inexistente) na condição de negociar neste momento com quer que seja. Assim sendo, para Jesus um adiamento de resposta a um eventual convite portista seria colocar em risco a oportunidade que qualquer treinador português deseja um dia ter e, por tudo o que expliquei, o destino de Jesus parece-me mais do que certo.

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Bilica, para Roberto Carlos ver, no dia das Taças...

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- Em Inglaterra, não houve taças, mas Premier League. Confirma-se, o Manchester vai mesmo ser novamente campeão!
- Em Espanha, um golão de Gonzalo Castro foi anulado por Messi e o Barcelona está na final da Taça do Rei onde vai protagonizar um curioso duelo entre catalães e bascos com o Atl.Bilbao.
- 3-0 levou o Inter em Génova. A Sampdoria leva uma vantagem folgada para a segunda mão, graças a uma estupenda exibição de Castellazzi.
- Em França, o PSG foi surpreendentemente eliminado pelo modesto Rodez. Vale a pena ver a bomba de Choplin.
- Na Taça da Alemanha 2 goleadas. 4-2 do Bayer ao Bayern e 2-5 do Bremen em casa do Wolfsburg.
- Nota, finalmente para o chapéu de Arnautovic (Twente) e o soberbo trabalho individual de McDonald (Celtic).

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