28.7.11

Reforços 2011/12: Danilo (Porto)

ver comentários...
Perfil evolutivo - Danilo revelou-se no América Mineiro em 2009, jogando na Série B de 2010, onde deu nas vistas e se transferiu para o Santos. Este, talvez seja o primeiro ponto a reflectir sobre a evolução do jogador: este mesmo jogador (sublinho "mesmo") foi contratado há cerca de 1 ano por um valor cerca de 10x inferior ao que agora ditou a sua viagem para Portugal. A partir da sua chegada ao Santos, nada de estranhar em relação ao estatuto que entretanto assumiu. Não só o Santos é um dos "grandes" do futebol brasileiro, como fez coincidir com a passagem de Danilo uma das mais bem sucedidas páginas da sua História (sobretudo pós-Pelé). Danilo, sendo jovem e assumindo um papel, não só preponderante, mas decisivo, tornou-se num alvo evidente para meio mundo. Sem surpresa, portanto.

Perfil táctico/técnico - Trata-se de um jogador alto e longilíneo, de passada larga, que apenas analisei como médio interior direito, mas que pode também actuar como lateral. Tacticamente, é um jogador que pensa o jogo primariamente pelo lado defensivo. Isto é, no critério em posse privilegia a segurança, e mantém sempre uma grande concentração táctica, quer no que respeita aos equilíbrios, quer no que respeita às compensações. Depois, ofensivamente, a sua maior virtude passa pelos movimentos de rotura, especialmente sem bola, aparecendo bem de trás em zona de finalização. Fez alguns golos decisivos na Libertadores, através de remates exteriores, mas essa não é uma situação que pareça ser-lhe muito habitual.

Em termos de capacidade em posse, já foi feito o destaque em relação ao critério. De resto, e apesar de revelar boa qualidade de definição em diversos detalhes, não pareceu muito vocacionado para uma abordagem criativa ao jogo, nem, tão pouco, pareceu imune ao erro em posse, apesar da tal segurança no critério, já referenciada.

Por fim, sublinhar o potencial que representa um jogador deste tipo para os momentos de transição. Pela velocidade de recuperação e pela facilidade com que integra os movimentos ofensivos, mesmo a partir de posições mais recuadas.

Futuro no Porto - Antes de mais, convém lembrar que estamos a tratar de um jogador de apenas 20 anos. Ou seja, tem muito tempo para evoluir, e Danilo, sendo já um óptimo valor, tem condições para chegar ainda mais longe. O segundo ponto vai para realçar a importância de se clarificar em que posição jogará preferencialmente. Pessoalmente, e olhando para o 4-3-3 actual, parece-me que a posição de "pivot" lhe pode assentar bem. Porque não parece ter vocação criativa para uma posição mais ofensiva, e porque, de facto, tem um perfil de decisão mais próximo do que se espera de um "pivot", quer ao nível do critério, quer ao nível dos comportamentos defensivos. Dentro desta hipótese, Danilo poderá, aliás, garantir uma característica apresentada por Fernando e que não é muito comum nos jogadores desta posição: a reactividade/velocidade de recuperação.

Por outro lado, e olhando para as soluções de hoje no plantel portista (Danilo só deverá chegar em Janeiro, pelo que algo poderá mudar), não parece nada fácil entrar nas contas principais do treinador, sobretudo como médio mais ofensivo. Não está muito claro quando e onde, mas Danilo parece estar destinado a um papel relevante no futuro.

Ler tudo»

ler tudo >>

26.7.11

Reforços 2011/12: Alex Sandro (Porto) (Parte II - Vídeo)

ver comentários...
Como complemento da análise, deixo o vídeo com o detalhe das acções de Alex Sandro no jogo que o Santos venceu o Avai por 2-1, no Brasileirão 2010.

ler tudo >>

Reforços 2011/12: Alex Sandro (Porto) (Parte I)

ver comentários...
Perfil evolutivo - Apesar de jovem, Alex Sandro não é originário do clube de onde chega para o Porto. A sua aparição no plano principal aconteceu no Brasileirão de 2009, incluído numa série de jovens que emergiram na equipa principal do Atlético Paranaense, seu clube de formação e uma das mais reputadas escolas do futebol brasileiro (o seu centro de treino foi considerado o melhor do país num estudo recente). A sua transferência para o Santos deu-se em 2010, passando a ser figura presente mas sem conseguir nunca o estatuto de "titular", numa corrida que foi travando com o ex-benfiquista (e muito mais experiente) Léo. Neste sentido, e mesmo reconhecendo-se o potencial do jogador, uma transferência deste nível (e por estes valores) não pode deixar de constituir alguma surpresa. Seja como for, Alex Sandro tem ainda um último palco para se valorizar, antes de encarar o desafio do Dragão: o mundial sub 20.

Perfil táctico/técnico - Começando pelo motivo que justifica tanto interesse pelo jogador: Alex Sandro tem uma notável capacidade para se impor ao longo do seu corredor. Agressividade, potência, velocidade e antecipação. Tudo características que estão pouco na moda na generalidade das prosas sobre o jogo mas que, goste-se ou não, constituem o grande dominador comum dos principais laterais, tanto no futebol português, como no futebol mundial na actualidade. E quem quiser realmente olhar para o que fazem os laterais de hoje perceberá facilmente porquê. Não só estas características ajudam a garantir explosão e profundidade no corredor, como, mais importante ainda, auxiliam num papel decisivo dos laterais modernos: a transição ataque-defesa. Mais do que travar duelos de 1x1 perante os extremos contrários, os laterais de hoje têm, defensivamente, o papel de matar ou congelar a transição adversária, sempre que esta ameaça libertar-se no seu corredor. Coentrão, Fucile, Alvaro Pereira, Maxi e João Pereira foram, no passado recente, os laterais mais fortes do futebol português (alguns deles do mundo), e todos eles partilham de uma grande capacidade interventiva, sobretudo em transição, sobretudo em antecipação. Alex Sandro tem esta facilidade, e é bom que a tenha, porque dificilmente alguma vez poderia sonhar em justificar o dinheiro que nele foi investido, se não a tivesse.

A má notícia sobre Alex Sandro, é que não há muitos mais elogios a fazer-lhe para além da dinâmica e capacidade interventiva que consegue manter no seu corredor. Em posse residirá o seu principal problema, errando demasiado e, sobretudo, denotando pouco rigor no critério que escolhe em muitas intervenções. É um "isco" facilmente identificável para atrair um erro na saída de bola, e isso facilmente se verá se não houver uma evolução clara do jogador neste plano. Depois, em termos posicionais, Alex Sandro tem natural apetência para defender alto e de forma pouco criteriosa ao longo do corredor, procurando sempre a oportunidade de antecipar, e privilegiando em demasia a referência "homem" e muito pouco a manutenção do espaço e equilíbrio posicional com o central mais próximo. Finalmente, dentro da área também não parece ser muito confortável na resposta a cruzamentos, quando se junta aos centrais (este é um dado que, no entanto, não tenho completamente confirmado).

Futuro no Porto - A minha avaliação vai, claramente, para uma necessidade de evolução e maturação do jogador em diversos aspectos. Mas, como expliquei, Alex Sandro tem as características necessárias para poder partir para uma evolução positiva. Por outro lado, no Porto terá tudo para poder fazer este trajecto, pelo que muito dependerá da capacidade de aprendizagem do próprio jogador. A questão do critério em posse será o aspecto mais difícil de trabalhar e fazer evoluir, já que o posicionamento táctico é menos intrínseco e mais facilmente corrigido através do treino. Uma vantagem que Alex Sandro poderá contar tem a ver com o perfil, já que, mantendo-se Álvaro Pereira, é previsível que o modelo da equipa se prepare para um lateral mais interventivo e dinâmico ao longo do corredor, ajustando-se precisamente ás suas características. Este problema, da discrepância entre os perfis de Alvaro Pereira e as restantes alternativas para o lugar (Rafa e, sobretudo, Sereno) foi notório no ano anterior, aquando da indisponibilidade do uruguaio. Se, pelo contrário, Alvaro sair, então poderá estar colocada maior pressão sobre os ombros do jovem brasileiro, ficando a sua afirmação muito mais dependente de uma adaptação rápida às novas exigências. O ideal seria uma integração progressiva, sem o fardo de ter assumir a titularidade no imediato.

Ler tudo»

ler tudo >>

25.7.11

Reforços 2011/12: Iturbe (Porto)

ver comentários...
Iturbe acusa o habitual conflito da euforia anónima, e prudência assumida. Ou seja, um dia alguém, não se sabe nunca exactamente "quem", lhe colocou o pesado fardo de "novo Messi". Todos o comparam com Messi, mas sempre que alguém com mais responsabilidade é confrontado publicamente com a comparação, rejeita-a imediatamente. Um contra senso ou, simplesmente, o receio público de alguém se "atravessar" com certo tipo de considerações.

Não há que ter medo de o dizer: o rótulo "novo Messi" cabe-lhe, e cabe-lhe muito bem. Não quer isto dizer que Iturbe vá contar com duas bolas de ouro aos 23 anos, mas quer dizer que tem, realmente, um perfil semelhante ao astro do Barcelona. Repare-se: é baixo, mesmo pequeno, e tem na condução em velocidade a sua principal arma, progredindo com rápidos e sucessivos toques curtos, quase sempre com o seu pé esquerdo, que tornam a sua direcção continuamente imprevisível para quem defende. A esta capacidade de drible, junta uma boa definição, sempre com o pé esquerdo, seja para finalizar ou cruzar.

Ora digam, se este não pode ser apelidado de "novo Messi", quem poderá?


Se, em termos morfológicos, Iturbe "é" Messi, arriscaria que, em termos de desenvolvimento, Iturbe seria mais fielmente catalogado de "Neymar argentino". Porque partilha com o prodígio brasileiro o estatuto de maior promessa do seu país e porque, tal como Neymar, tem ainda um percurso a percorrer. Neymar talvez tenha algumas vantagens sobre Iturbe, mas o paraguaio-argentino tem, pelo menos, duas mais valias para quem o acabou de contratar: não lhe puseram o "rei na barriga", fazendo-o crer que é, já, um dos melhores do mundo, e não custou a exorbitância que custará Neymar a quem o conseguir levar.

Realmente, Iturbe tem mais valias raras que poderão ser transformadas em vantagens enormes para a equipa que o incluir. Para já, e assim que chegar ao Porto, é fundamental que percorra um caminho de adaptação futebolística que tem sobretudo a ver com a forma deve encarar o jogo e o seu papel no mesmo. Fundamentalmente, um novo paradigma. Até aqui, a poesia do futebol sul americano tinha como única expectativa os seus desequilíbrios, exigindo-os a cada posse de bola. Agora, na Europa, os desequilíbrios serão apenas uma parte do todo, um truque que todos sabem que tem na manga, mas que lhe passam a exigir que o saiba utilizar apenas nos momentos certos e não a toda a hora.

Iturbe, tudo indica, passará por um processo de integração semelhante ao de James na última época. Porém, e mesmo se a velocidade de afirmação de James será difícil de repetir, o potencial de Iturbe é, se considerarmos os cenários mais optimistas, substancialmente superior. A concorrência dificilmente poderia ser mais apertada e há alguns riscos neste processo, mas não é de todo improvável que Iturbe possa começar a deixar a sua marca já este ano. É essa a minha aposta...

(Destoando das análises que anteriormente elaborei, não posso sustentar a minha opinião sobre Iturbe numa base que considere minimamente sólida para avançar com projecções muito exactas. Seja como for, foi-me possível observar Iturbe em mais de uma centena de minutos, que serviram de base para estas projecções e considerações pessoais...)
Ler tudo»

ler tudo >>

22.7.11

Reforços 2011/12: Bojinov (Sporting) (Parte II - Vídeo)

ver comentários...
Deixo um vídeo com o detalhe da exibição de Bojinov frente ao Brescia, num jogo que o Parma venceu por 2-0. Este jogo não foi incluído na observação em que me baseei para a projecção ontem deixada, mas as indicações são exactamente as mesmas, pelo que resolvi escolhe-lo como exemplo, já que tem maior participação do jogador do que aquilo que foi normal.
Três notas finais. A primeira para reforçar a ideia da simplicidade das suas acções/decisões, quase sempre a 1-2 toques. A segunda para destacar um pormenor característico do jogador e que tem a ver com a facilidade e eficácia (invulgares) com que baixa a bola após domínio de peito. A terceira, finalmente, para realçar a possibilidade de vir a ser uma mais valia nas bolas paradas, fazendo uso da precisão do seu pé esquerdo. Algo que faz sentido até em situações de marcação indirecta, já que não é uma mais valia no espaço aéreo. Esse recurso foi muitas vezes preterido nas equipas por onde passou devido à qualidade da concorrência, com o exemplo mais próximo a dar pelo nome de Giovinco, precisamente na pretérita temporada.

ler tudo >>

20.7.11

Reforços 2011/12: Bojinov (Sporting) (Parte I)

ver comentários...
Perfil evolutivo - Bojinov foi uma das mais promissoras figuras da Serie A, quando apareceu no Lecce, muito jovem. O seu potencial justificou a transferência para a Fiorentina, onde iniciou uma série de experiências com poucos minutos de utilização. Depois de Florença, esteve em Turim, onde foi figura secundária no purgatório percorrido pela Juventus na Serie B, e no Man City, onde foi vitima de 2 lesões graves, que impossibilitaram qualquer tipo de sucesso. Regressou depois a Itália e ao Parma, para recuperar um estatuto entretanto perdido, impondo-se na primeira época como melhor marcador da equipa. Falharia, porém, a repetição desse feito em 2011, deixando de ser uma prioridade para o clube neste defeso. Qualquer trajecto não deve ser analisado de forma "bruta", e, nesse sentido, assinalo 2 pormenores relevantes na análise. O primeiro tem a ver com a concorrência com que sempre teve de rivalizar: Chevanton e Vucinic no Lecce; Miccoli, Pazzini e Toni na Fiorentina; Del Piero e Trezeguet na Juventus; Crespo, Amauri e Giovinco no Parma. Não seria fácil para ninguém. O segundo tem a ver com o aproveitamento (refiro-me a golos marcados) em face dos minutos utilizados, que foi quase sempre bastante bom, em meu entender.

Perfil táctico/técnico - É curioso que, no caso de Wolfswinkel foi apontado como um avançado fixo quando as observações que fiz indicaram o contrário, e, agora, Bojinov era perfilado como um jogador móvel, podendo actuar até em posições exteriores, e os vários jogos que lhe vi indicam precisamente o contrário. Não posso garantir que o tenha sempre sido mas, no Parma, Bojinov mostrou, de facto, ser um jogador estritamente posicional. Diria, um jogador de nervos de aço, não se parecendo importar com a pouca participação no jogo, para apostar tudo no que acontece quando a bola chega à zona de área. Aqui, convém salientar alguns detalhes sobre o jogador. Primeiro, no jogo exterior, é um jogador que participa pouco, mas sempre de forma muito simples e com elevado grau de certeza para um avançado (ao contrário do que acontece com Postiga, por exemplo, que intervém muito mas frequentemente com aproveitamento pouco elevado ao nível de certeza em posse). Depois, um dos seus principais pontos fracos será a capacidade de trabalho defensivo, revelando pouca intensidade/agressividade na pressão. Aqui, fica a perder para qualquer dos elementos concorrentes. Quando a bola se aproxima da área, aí sim, Bojinov torna-se perigoso. É um excelente executante (especialmente com o pé esquerdo), mas, mais do que essa capacidade, tem a particularidade de ter um perfil de decisão muito talhado para as zonas mais próximas da baliza. Ou seja, raramente dá mais do que dois toques na bola, quer seja para combinar, quer seja para finalizar. Há, aqui, um pormenor que é importante referir dado o perfil que acabo de descrever: a estatura. Para um avançado posicional e de área, espera-se sempre uma estatura que permita discutir directamente os lances no jogo aéreo. Bojinov tem boa capacidade de choque (melhor do que Wolfswinkel e Postiga), mas não procura situações de jogo aéreo. Os seus movimentos vão sempre no sentido de conquistar espaços onde os centrais não estejam e não de os disputar directamente com estes. Assim, quando a linha defensiva está mais alta, Bojinov trabalha normalmente sobre o limite do fora de jogo. Quando, pelo contrário, esta baixa, o búlgaro faz movimentos contrários, solicitando passes atrasados onde tenha a oportunidade de finalizar de primeira.

Futuro no Sporting - Dada a especificidade do perfil do jogador, há vários aspectos que podem definir de forma antagónica o seu destino de verde e branco. Creio que Bojinov garantirá, com boa probabilidade, uma melhor produção goleadora (penaltis à parte) do que Postiga ou Wolfswinkel, se considerarmos o tempo de utilização, e se este for suficientemente dilatado para ser representativo. Resta saber, porém, se a equipa estará disposta a integrar um jogador como Bojinov ou como este reagirá se lhe for pedida uma função mais móvel. Outro aspecto importante a considerar é a forma como será percepcionado de forma mediática, especialmente se os golos não aparecerem rapidamente. Não só porque vive realmente para o golo, mas porque, tendo este perfil, tem também uma estatura pouco consentânea com aquilo que os adeptos habitualmente esperam para este tipo de jogadores. Esta especificidade de Bojinov pode ser uma ameaça porque não será fácil a equipa desenvolver rotinas para jogadores como Wolfswinkel ou Postiga e depois esperar um grande entrosamento com um jogador de características diferentes. Bojinov teria como cenário ideal uma estrutura de apenas 1 avançado e com a equipa a reconhecer e integrar no modelo os seus movimentos preferenciais, potenciando-os. Ora, até pelo seu atraso em termos de integração, isso pode não ser muito fácil de acontecer. Ainda assim, convém não subestimar este jogador, até porque o Sporting lhe deverá garantir muito mais condições para brilhar do que aconteceu na generalidade da sua carreira.
Ler tudo»

ler tudo >>

19.7.11

Reforços 2011/12: Rinaudo (Sporting) (Parte II - Vídeo)

ver comentários...

A exibição que escolhi detalhar diz respeito ao último jogo de Rinaudo no Gimnasia. Um jogo de grande tensão, já que se tratava da segunda mão do playoff que definiria, ou não, a despromoção do clube. O Gimnasia teria de ganhar para corrigir o resultado da primeira mão, mas esse objectivo foi desde logo muito condicionado por um golo precoce do San Juan, que haveria de se tornar decisivo no desfecho final (1-1).

Foi um jogo intenso, mas muito mal jogado, com blocos pouco juntos e um futebol demasiado vertical, pouco apoiado e pouco pensado. Rinaudo teve uma prestação avassaladora no meio campo, quer pela intervenção em posse (muito mais seguro do que a globalidade dos seus companheiros), quer pela capacidade de recuperação. Um tipo de protagonismo positivo que não foi único, já que lhe vi outro jogo de características semelhantes nos 3 jogos analisados. Uma nota sobre Rinaudo que não abordei ontem, para referir que faltam indicações positivas sobre a sua capacidade no jogo aéreo. Quer nas primeiras bolas, no meio campo, quer nas bolas paradas, sendo que nem sequer integra a zona de finalização, nos esquemas ofensivos.

A sua exibição está detalhada em 2 vídeos (1ª e 2ª parte), optando por esta divisão devido à invulgar quantidade de acções em que interveio, bem como por motivos de limitação técnica.

ler tudo >>

Reforços 2011/12: Rinaudo (Sporting) (Parte I)

ver comentários...
Perfil evolutivo - Não há muito a dizer... O Sporting é a primeira aventura de Rinaudo, não só fora da Argentina, mas também fora do seu clube de sempre, o Gimnasia de La Plata. Para enquadrar este percurso, convém referir que o Gimnasia é uma equipa de fundo da tabela na Liga Argentina, lutando normalmente para não descer, coisa que não conseguiu este ano, precisamente na última temporada de Rinaudo no clube. Esta modéstia do seu clube, não impediu Rinaudo de ser considerado um dos melhores médios defensivos da liga, chegando mesmo a merecer chamadas para a Selecção.

Perfil táctico/técnico - Rinaudo é um jogador de equilíbrios e que pensa sempre o jogo com a segurança como principal prioridade. Isto faz dele, e ainda que tenha jogado normalmente numa estrutura de 2 médios, um jogador com todas as características para jogar sozinho à frente da defesa. Não é um jogador de extraordinária capacidade reactiva, mas tem uma entrega e atitude fantásticas, sendo também ágil e forte nas intervenções defensivas. Ofensivamente, é um jogador que assume o jogo sem receios, pedindo a bola e distribuindo-a no inicio de construção. Mas pensa sempre com grande rigor ao nível da segurança, notando-se não ser também muito forte no passe de maior distância. Quando "convidado" toma a iniciativa de ser ele a transportar a bola verticalmente, mas não é algo para que se sinta especialmente vocacionado.
Um dado relevante, vai para o peso relativo de Rinaudo no jogo do Gimnasia. Não espanta, dado o contexto, que seja o jogador mais influente, mas espanta (pelo menos nos jogos observados) o nível de preponderância que assumia. Quer ao nível defensivo, quer ao nível da presença em posse. São dados avassaladores e que ilustram o carácter deste jogador em campo.

Futuro no Sporting - Em relação à concorrência (e mesmo tendo em conta os médios do ano anterior), Rinaudo será uma mais valia no campo defensivo. Arriscaria vir a tratar-se de um caso de sucesso muito claro e, tendo em conta os valores anunciados na sua transferência, o melhor negócio do clube neste ano (talvez só superado por Rubio, confirmando-se as suspeitas que os números iniciais do jogador já indicavam). O maior risco para Rinaudo, não havendo surpresas na minha análise, está no enquadramento táctico. É um jogador sem grande vocação ofensiva, e o Sporting deverá ter de contar com algum arrojo na sua posição, caso actue com uma dupla de médios. A natureza das dinâmicas do modelo, porém, ainda estão por aferir...
Ler tudo»

ler tudo >>

17.7.11

Reforços 2011/12: Axel Witsel (Benfica)

ver comentários...
Perfil evolutivo - Apesar de ainda jovem, Witsel é já um nome há muito conhecido no futebol europeu, e belga em particular. Foi um caso de revelação precoce, assumindo um papel importante num dos históricos do seu país, logo a partir dos 18 anos. O Benfica surge, 5 épocas mais tarde, como a primeira experiência do jogador fora do seu país e do Standard. Witsel desempenhou vários papeis como médio, quer no Standard, quer na Selecção, sendo impossível atribuir-lhe uma posição especifica, como sendo a "sua" posição. Ainda assim, neste trajecto, é importante relevar o cruzamento com Jorge Jesus na época 2008/09. O Braga eliminou uma excelente equipa do Standard, que na altura analisei. É provável (arrisco especular...) que Witsel tenha ficado na retina do treinador encarnado desde esse confronto.

Perfil táctico/técnico - Se juntarmos 2 constatações do seu trajecto - revelação precoce desde os 18 anos e polivalência em várias funções na linha média - começamos a convergir para as mais valias que Witsel pode (e seguramente irá) acrescentar. De facto, trata-se de um jogador, não só forte no capítulo físico (ágil e rápido), como sobretudo invulgarmente culto, quer pelo seu comportamento sem bola, quer pela maturidade que revela no critério em posse. No que respeita à posse, é um jogador extremamente fiável, não apenas pela qualidade técnica que tem, mas pelo critério que denota - mesmo em zonas ofensivas, não é fácil vê-lo perder uma bola. A esta virtude, já de si muito valiosa, acrescenta capacidade de trabalho, reactividade, e inteligência nos movimentos sem bola, aparecendo muitas vezes em zona de finalização e fazendo bastantes golos. É um jogador capaz de desequilibrar no 1x1, mas não tem grande propensão para recorrer a essa solução (comparativamente com a generalidade dos médios do plantel encarnado).

Futuro no Benfica - Completando a especulação que iniciei acima, com a referência ao cruzamento de Jesus com este jogador, em 2009, arrisco que o treinador verá nele as características para render o papel de Ramires no Benfica 2009/10. Nesta perspectiva, projecto uma aposta muito forte no jovem belga nesta temporada, maior do que em qualquer outro dos muitos reforços já apresentados para o sector. E, de facto, creio que se justifica, porque Witsel é um excelente jogador, daqueles que garantem qualidade e fiabilidade em todos os momentos do jogo. Jesus, a meu ver, utiliza-lo-á quer como ala (devolvendo alguma assimetria à equipa, como acontecia com Ramires-Gaitan) ou como segundo pivot, ao lado de Javi Garcia, e numa função semelhante à que desempenhou no Standard. Com Witsel, aliás, é possível que vejamos mais vezes uma estrutura de dois médios na zona central, uma solução característica dos jogos de maior grau de dificuldade, nas equipas de Jesus. Aproveitando a referência a Ramires, completo o paralelismo entre os dois, para deixar a opinião de que o brasileiro é mais forte na reactividade e agressividade defensiva, mas que o belga me parece mais capaz com bola, quer pela sua qualidade quando em posse, quer pela maior protagonismo que assume no jogo da equipa. Em resumo, não é de excluir a hipótese de um grande impacto deste jogador na época da equipa.

Ler tudo»

ler tudo >>

16.7.11

Reforços 2011/12: Kléber (Porto) (Parte II - Vídeo)

ver comentários...
O vídeo reúne as acções de Kléber no jogo frente ao Nacional (mesmo já utilizado na análise de Djalma). Importa referir que houve um posicionamento táctico diferente do jogador, nas duas partes do jogo. Na primeira parte, actuou no centro, na segunda, sobre a esquerda, trocando com Babá. O destaque, claro, vai para o seu invulgar desempenho nas acções de pivot ofensivo, quer pela forma recorrente como apareceu nessa função, quer pelo desempenho que conseguiu emprestar à equipa.

ler tudo >>

15.7.11

Reforços 2011/12: Kléber (Porto) (Parte I)

ver comentários...
Perfil evolutivo - Kléber ascendeu a profissional nos quadros do Atlético Mineiro. Com pouco espaço no "Galo" (um dos "grandes" do futebol brasileiro, note-se), acabou por vir para Portugal e para o Marítimo, onde aproveitou da melhor maneira a oportunidade. Apesar do clube madeirense não ter propriamente um problema no que respeita à posição (Babá vem, há muito, garantindo bom rendimento continuado como finalizador), Kléber fez valer o seu potencial e conquistou um espaço tão inquestionável que poucos meses após a sua chegada a Portugal, o "salto" para um clube maior era já visto como inevitável.


Perfil táctico/técnico - Kléber é um jogador que combina de forma invulgar a capacidade física com a habilidade técnica. Isto permite-lhe ser um jogador invulgarmente forte a jogar de costas para a marcação. O papel de pivot ofensivo, particularmente em situações de transição é extremamente difícil de interpretar, mas pode, também, acrescentar muito a esse momento do jogo, sendo por isso, e na minha opinião, um dos aspectos que mais diferencia os avançados. Kléber é, neste ponto, fortíssimo, tendo sido essa sua aptidão explorada (até exageradamente, diria) pelo Marítimo na passada temporada. A potência física do jogador não lhe permite apenas fazer uma boa protecção da sua posição, mas também se revela útil na exploração do espaço, pela velocidade que tem. Mais uma vez, esta aptidão foi muito explorada no Marítimo 2011.
As suas características permitem a Kléber participar em várias situações de golo. A sua capacidade de finalização não é particularmente forte, não se notando, por exemplo, um tipo de movimento ou execução característica, em que se destaque. Kléber tem, porém, um desempenho sólido na finalização, conseguindo dar uma complementaridade razoável às inúmeras ocasiões em que intervém.
Para um jogador de zona de finalização, os golos marcados (ou assistidos) são uma métrica incontornável, sendo pouco inteligente centrarmo-nos demasiado em questões de gosto e estilo quando o que conta, no final, é apenas a eficácia. No que respeita a Kléber, e ressalvando que não tem um período que considere muito extenso para esta análise, os números são claros: relativizando por tempo de utilização e enquadramento colectivo, a sua capacidade goleadora foi elevada e consistente.

Futuro no Porto - A aposta deverá estar dependente, como é óbvio, da continuidade de Falcao, mas tudo indica que Kléber possa merecer vários minutos de utilização, seja qual for a concorrência que venha a ter. Mais do que Walter no ano anterior, por exemplo. Há, parece-me, algum caminho a percorrer relativamente à evolução do jogador. Primeiro, na calibragem dos seus movimentos para fora da zona de finalização, já que habitualmente se afasta muito mais das zonas de finalização do que acontece com os outros avançados do plantel. Depois, porque pode tornar-se mais forte nos movimentos dentro da área, em relação ao que até agora apresentou. Seja como for, as suas características podem dar à equipa um potencial maior no que respeita ao jogo exterior, sendo, e como escrevi antes, os seus indicadores de concretização igualmente bons, pelo que, tudo indica, Kléber terá sido mesmo uma grande aposta do Porto para os próximos anos.

Ler tudo»

ler tudo >>

14.7.11

Reforços 2011/12: Djalma (Porto) (Parte II - vídeo)

ver comentários...
Todas as acções de Djalma no último Marítimo - Nacional (1-1).

ler tudo >>

13.7.11

Reforços 2011/12: Djalma (Porto) (Parte I)

ver comentários...
Perfil evolutivo - O percurso de Djalma não é mistério para qualquer adepto atento ao futebol português. Fez-se todo no Marítimo, com ascendente rápido e estabilização dentro de um estilo e de um nível de rendimento muito constantes. Há, aqui, que fazer uma nota - para mim, importante - para a contextualização do jogador: o futebol do Marítimo na última época. Poucas equipas terão praticado um futebol tão pouco trabalhado como a equipa de Pedro Martins. Muita verticalização, pouco ou nenhum apoio ao portador da bola e um apelo constante à capacidade que os 3 da frente (Djalma, Kléber e Babá) tivessem para resolver os problemas ofensivos da equipa.

Perfil táctico/técnico - Como todos reconhecem, Djalma é um jogador forte no 1x1, fundamentalmente pela capacidade de explosão que possui. Essa será a característica mais reconhecida do jogador, mas eu acrescentaria mais duas: a qualidade de remate/finalização do seu pé direito e a capacidade de trabalho, tendo uma boa capacidade de recuperação, pela rapidez, mas também uma assinalável reactividade defensiva.

Futuro no Porto - Durante a época, não fui muito generoso nas apreciações que lhe fiz. Para tal contribui a sua propensão para verticalizar o jogo e uma aparente incapacidade para fazer uma melhor gestão da posse. Hoje, porém, tenho de me questionar sobre a justiça dessa avaliação, não estando completamente certo da origem da limitação. Ou seja, essa constatação indicia uma dependência de um jogo com mais espaços, próprio dos momentos de transição, que, por norma, as equipas "grandes" não encontram com facilidade.

Fazendo uma contextualização de Djalma no colectivo do Marítimo, porém, vemos que a sua certeza em posse é substancialmente superior à média da equipa. Se tivesse de arriscar, diria que a capacidade técnica de Djalma lhe poderá permitir uma transição sem problemas de maior para este novo cenário, ao contrário do que inicialmente pensei. Haverá sempre um importante processo de adaptação ao critério de decisão colectivo, faltando saber a capacidade de resposta de Djalma a este nível. Pessoalmente, e mesmo percebendo-se a minha incerteza, arriscaria num desfecho positivo, acrescentando ainda o meu especial interesse no acompanhamento deste "caso".

À margem da questão da posse (decisão), Djalma tem tudo para ser um jogador determinante em termos ofensivos. Para fazer golos e assistências, aproveitando a sua capacidade, não só no 1x1, mas também na finalização. Aliás, tenho poucas dúvidas que terá um impacto relevante a esse nível, face ao tempo de utilização que lhe for dado. De acordo com as potencialidades descritas, creio que poderá ser também um jogador que acrescente algo em termos de agressividade defensiva, em relação a outras soluções. Como ponto negativo terá, talvez, a capacidade e propensão para o cruzamento a partir de zonas mais largas.

Mais do que o seu sucesso na próxima época, a questão que me coloco nesta avaliação é sobretudo se Djalma tem capacidade para jogar a um nível mais elevado, e numa equipa a quem se exige uma incidência maior nos momentos de organização e não tanto em termos de transição. Isto porque, seja qual for a resposta a essa questão, a missão de Djalma será sempre muito complicada no que respeita à afirmação entre os titulares. Se continuar Hulk, uma vaga estará inevitavelmente ocupada, restando um lugar. Varela foi a escolha mais comum na época anterior, mas o problema principal para Djalma não será o extremo habitualmente convocado por Paulo Bento, com quem, creio, poderia realmente discutir o lugar. É que na corrida aparecem ainda James Rodriguez, que surge numa trajectória ascendente, Cristian Rodriguez, também um sério candidato se tiver um ano com menores problemas físicos, e ainda Iturbe, um prodígio emergente. Não será fácil, seja qual for a resposta do extremo angolano.

Ler tudo»

ler tudo >>

11.7.11

Reforços 2011/12: Enzo Perez (Benfica) (Parte II - Vídeo)

ver comentários...
Aqui fica uma exibição do jogador, no caso frente ao Boca Juniors. Nota para o facto de Enzo Perez não ter jogado na posição que presumivelmente lhe está destinada no Benfica e, também, aquela em que jogou na maior parte do tempo, durante a sua passagem pelo Estudiantes, médio ala direito. Neste jogo, Perez jogou mais adiantado, do lado esquerdo de um triângulo ofensivo com características pouco comuns na Europa. Ou seja, com uma referência ofensiva ao centro, e dois jogadores sobre as alas, mas não como extremos tradicionais, mas com um posicionamento mais interior. Outra nota, vai para o tipo de jogos que muitas vezes se disputa na Argentina, com um jogo muito batalhado e onde o risco em posse é controlado por uma abordagem muito vertical e directa ao jogo, tornando-o muitas vezes muito confuso. Importa, porém, não confundir esta abordagem colectiva, com uma menor qualidade dos intérpretes.

ler tudo >>

10.7.11

Reforços 2011/12: Enzo Perez (Benfica) (Parte I)

ver comentários...
Perfil evolutivo - Desde que chegou ao Estudiantes, em 2007, o seu perfil tem sido ascendente, ganhando reconhecimento e protagonismo naquela que terá sido, nesse período, a mais bem sucedida equipa do futebol argentino. Perez jogou muito tempo do lado direito de uma linha de quatro médios que, salvo melhor opinião, foi a grande base do sucesso da equipa de La Plata nos últimos anos, conseguindo manter, para além de Perez, os esteios Braña e Veron.Recentemente, porém, o papel criativo de Perez vinha sido aproveitado em funções mais ofensivas e livres de tarefas defensivas.

Perfil táctico/técnico - Em relação à generalidade dos alas que o Benfica tem contratado, Perez destaca-se por ser o único com real capacidade para jogar em posições mais interiores do meio campo (ao contrário de Gaitan, Salvio ou mesmo Bruno César). Por outro lado, não é um jogador tão forte como estes jogadores na relação estreita que mantêm com o golo, seja através das assistências, seja através dos movimentos/capacidade de finalização. Ou seja, é um jogador mais completo, mais habituado a tarefas defensivas e mais vocacionado para a posse e movimentos interiores, e menos para as situações de 1x1 no último terço (ainda que recorra bastante às situações de transporte de bola). Usando uma terminologia simplificada, diria que é mais um médio ala (próprio de 4-4-2 clássico) do que um extremo (próprio do 4-3-3). Convém referir que, apesar da boa capacidade de trabalho, Perez não é um jogador de intensidade constante, perdendo por vezes alguma concentração quando os jogos se tornam mais fáceis. Um caso, talvez não tão flagrante, mas algo semelhante ao que os benfiquistas reconhecem em Gaitan.

Futuro no Benfica - Já em Janeiro, me havia referido a ele como uma boa solução (ao contrário de Fernandez, entretanto contratado). De facto, comparativamente com Nolito ou Bruno César, creio ser um jogador de adaptação muito mais fácil ao modelo de Jesus, precisamente por ter jogado muito tempo como ala em 4-4-2 clássico, que tem o mesmo tipo de papel que os alas do modelo que Jesus preconiza. Perez tem ainda a vantagem de oferecer características diferentes das dos alas habitualmente utilizados, com maior vocação para movimentos interiores, dando maior apoio à posse, e não estando tão dependente dos desequilíbrios ao longo do corredor. Entendo, por isso, que a sua adaptação possa ser muito rápida, mas também que a sua margem de evolução possa não ser tão grande como noutros casos. Noutro contexto, apostaria facilmente na sua afirmação. Neste caso, e devido à qualidade da concorrência que tem pela frente, pode estar um pouco dependente da aposta que nele for feita e do impacto que tiverem as suas primeiras aparições. Perez tem, aqui, outro dado a favor, tendo-se revelado ao longo dos anos um jogadores de enorme fiabilidade em termos de disponibilidade ao longo das épocas.
Ler tudo»

ler tudo >>

8.7.11

Reforços 2011/12: Van Wolfswinkel (Sporting) (Parte II - Vídeo)

ver comentários...
O vídeo tem a mesma intenção dos que foram apresentados em análises anteriores. Neste caso, está retratada a exibição de Van Wolfswinkel num jogo para o campeonato, fora, frente ao Heerenveen. Não foi um jogo fácil para toda a equipa do Utrecht, porque o jogo cedo ficou fora do controlo. No entanto, essa desvantagem forçou um cenário de mais posse de bola e domínio territorial para a equipa do novo avançado do Sporting, potenciando um cenário de maior participação.

A generalidade do conteúdo do vídeo, parece-me, dá para perceber o perfil descrito e, em particular, o equívoco que entendo ser encarar este jogador como um avançado mais fixo e com grande apetência para esperar pelo aproveitamento na zona de finalização. Ainda assim, essa mobilidade é especialmente potenciada na segunda parte, já que nesse período Van Wolfswinkel jogou deliberadamente como unidade mais móvel, nas costas de um avançado mais fixo.

Uma nota final, para referir que, apesar de ter esta apetência natural para sair da zona dos centrais, Van Wolfswinkel tem também formação marcadamente de avançado e não de extremo ou médio ofensivo. Isto nota-se nos movimentos e soluções que instintivamente procura, e poderá ser o grande obstáculo a uma eventual adaptação a outras funções, que não a de avançado (Postiga, curiosamente, revela a mesma especificidade).

ler tudo >>

7.7.11

Reforços 2011/12: Van Wolfswinkel (Sporting) (Parte I)

ver comentários...
Perfil competitivo - Van Wolfswinkel encaixa num perfil que, em termos mediáticos, lhe credita um protagonismo instantâneo: número 9 holandês, elegante e tecnicamente forte. Nomes como Van Basten, Bergkamp, Nistelrooy ou Huntelaar emergem rapidamente, e Van Wolfswinkel, correspondendo a este perfil morfológico e jogando nas selecções jovens da Holanda, rapidamente atraiu muitas atracções. De uma perspectiva mais objectiva, porém, o trajecto do jogador está ainda longe de poder aproximar-se dos nomes com quem foi comparado. 3 épocas, 1 no Vitesse e 2 no Utrecht. O ponto principal a reter neste trajecto é alguma modéstia concretizadora. Se nos abstrairmos das grandes penalidades, Van Wolfswinkel não foi sequer o melhor marcador da sua equipa nas últimas 2 temporada. Este dado puramente estatístico, quando enquadrado com o contexto de utilização e tipo de competição, é, na minha leitura, muito relevante.

Perfil táctico/técnico - Começo por sublinhar que não encontrei ainda qualquer descrição do jogador que concorra para as conclusões das minhas observações, e, parece-me, há uma ideia errada sobre as características do jogador. Para além de não ter feito muitos golos (penaltis, à parte), como quase sempre é referido, Van Wolfswinkel não é, também, um jogador muito fixo ou que tenha uma apetência especial para jogar na área, no duelo com os centrais. Para sintetizar, o seu perfil é muito próximo ao de Postiga. Aliás, é um jogador que apela ainda mais à mobilidade, parecendo até impaciente perante o habitual jogo posicional desempenhado pelos jogadores da "posição 9". Esta característica foi, até, aproveitada para utilizar pontualmente o jogador em posições mais recuadas, nas costas de um jogador mais fixo. Tecnicamente, Van Wolfswinkel é muito dotado, destacando-se a facilidade com que executa com ambos os pés, o que é uma virtude relevante. Tem boa atitude nos momentos defensivos, e é, fisicamente, um jogador mais veloz do que forte. Aliás, tem algumas dificuldades em situações de maior confronto físico. Em termos de finalização, não tem no seu historial muitos golos como resposta a cruzamentos ou de cabeça. Faz um bom aproveitamento da linha do fora de jogo, aproveitando a sua constante movimentação para perder referências de marcação e solicitar o passe entre os centrais, no limite da linha defensiva. A sua eficácia é, apesar de boa técnica de remate com os dois pés, inconstante.

Futuro no Sporting - De facto, diria que é muito improvável que Van Wolfswinkel venha a conseguir grande eficácia na relação golos/utilização (mais uma vez, grandes penalidades à parte). O Sporting acaba por garantir um jogador de características muito próximas às de Postiga, não parecendo para mim certo que venha a garantir a titularidade se a discussão entre os dois for pela posição 9. Van Wolfswinkel tem a seu favor o facto de ter uma boa perspectiva inicial e uma intenção do clube em justificar o investimento, e poderá capitalizar esses aspectos se conseguir uma boa entrada de temporada, nomeadamente que o ajude em termos de confiança. Outra possibilidade, é dar-se uma adaptação do jogador a outras posições, dado que é jovem e parece ter apetência para uma postura de maior presença no jogo da equipa. Vistas bem as coisas, este último cenário pode até ser bem provável...
Ler tudo»

ler tudo >>

6.7.11

Para haver um Coentrão, é preciso um Shaffer (e outras notas...)

ver comentários...
1- Há ano e meio, ainda a realidade de Coentrão como lateral era uma mera hipótese. Na altura, e quando se projectava a possibilidade de se dar uma aposta mais continuada na sua adaptação como defesa, escrevi aqui que a transição poderia ser a melhor notícia na carreira do jogador. O mundial teve um impacto mediático tão forte, que poucos se recordarão, hoje, da rapidez deste processo de ascensão meteórica, ou das enormes dúvidas que na altura se colocavam sobre esta adaptação.

O ponto que em que quero nesta altura tocar, é o mesmo que já realçara no texto acima referido. Ou seja, a constatação inequívoca do enorme sucesso que têm tido as adaptações nas posições de defesas laterais. Adaptar um lateral deve ser, nos últimos anos, o tipo de acto de gestão que mais rentabilidade trouxe ao futebol português e, no entanto, continua a não ser detectada qualquer intencionalidade estratégica neste processo. Para haver um Coentrão, continua a ter de haver um Shaffer.

2- Do ponto de vista desportivo, a saída de Coentrão terá um peso significativo no Benfica. É inevitável, estamos a falar de um jogador de grande capacidade interventiva e com enorme influência positiva no jogo da equipa. Estatisticamente, por exemplo, foi só o segundo jogador da Liga que mais contributo ofereceu à sua equipa, apenas superado por Hulk. O problema agrava-se quando se percebe que a descoberta de Coentrão foi mais um acidente (apesar do mérito de Jesus no processo), do que algo que se possa repetir facilmente.

3- Importa também abordar a importância financeira do negócio. O mercado (não só em Portugal) tem dado sinais de uma atrofia com repercussões difíceis de prever - escrevi algo sobre isso, aqui. Por muito que o negue, é bem provável que o Benfica sinta algum alívio por este encaixe.

4- Finalmente, do lado do Real Madrid, e apesar do valor de Coentrão, esta aquisição soa a luxo. Marcelo vinha sendo uma aposta com resultados (também uma adaptação), mas que deverá ver a sua afirmação descontinuada com a chegada de Coentrão. Sendo uma solução do mesmo tipo, dificilmente alguém adivinharia que este fosse um investimento prioritário para o Real Madrid.

ler tudo >>

5.7.11

Reforços 2011/12: Stijn Schaars (Sporting) (Parte II - vídeo)

ver comentários...
Como complemento da opinião e dados deixados ontem, acrescento um vídeo que segue o mesmo critério de outros. Ou seja, mostra todas (neste caso, realmente, não todas, mas quase todas) as intervenções directas do jogador num jogo, sejam elas bem, ou mal sucedidas. O jogo que escolhi foi do AZ frente ao NAC Breda, por ter características idênticas a muitos jogos que Schaars disputará no campeonato. Foi um jogo de muitas intervenções, mas que não correu especialmente bem ao jogador, fundamentalmente em jogadas potencialmente mais decisivas. De todo o modo, creio que fica evidente os traços gerais do seu perfil.

ler tudo >>

4.7.11

Reforços 2011/12: Stijn Schaars (Sporting) (Parte I)

ver comentários...

Perfil evolutivo - O seu trajecto é bastante monótono, conhecendo apenas 2 clubes ao longo da carreira profissional, e um deles (Vitesse) apenas nos primeiros anos de carreira. Em termos de estatuto e reconhecimento, teve também um trajecto sem grandes sobressaltos, sendo uma promessa das selecções jovens e mantendo um estatuto de elegível para a principal equipa nacional holandesa, ainda que nunca conseguindo verdadeiramente um lugar entre as principais figuras. Um dado importante no seu trajecto, é a fiabilidade, jogando quase sempre muitos jogos e minutos durante a temporada.


Perfil táctico/técnico - Para ser claro, e apesar de ser um médio, Schaars tem um perfil bastante especifico. Começando pela parte em que é mais forte, trata-se de um jogador muito dedicado à primeira fase de construção, garantindo à equipa presença e grande qualidade e passe e critério. Vê-lo errar um passe em posse, pode não ser tarefa fácil. Mantendo-me no campo ofensivo, a sua utilidade perde relevância à medida que o jogo avança no campo. Schaars, prefere manter-se como apoio recuado, arriscando muito pouco a aproximação à área contrária. Nos lances bola parada, é um protagonista óbvio, mas, apesar da boa capacidade de execução do seu pé esquerdo, a produtividade objectiva não merece grande destaque.
Sem bola, talvez venha o grande problema de Schaars, dada a posição em que actua. Tal como com bola, mantém-se sempre concentrado nos equilíbrios colectivos, mas, apesar da sua atenção aos aspectos posicionais, revela grandes dificuldades no que respeita à agressividade/reactividade no espaço, o que lhe limita muito a produtividade em termos defensivos. Raramente se vê Schaars a pressionar em linhas mais avançadas, ou a ganhar um duelo aéreo, por exemplo.

Futuro no Sporting - Dando como certas as dispensas de Maniche e Pedro Mendes, Schaars fica sem grande concorrência ao nível da resposta em posse. Juntando esse dado à aposta que declaradamente parece ser feita no jogador, dificilmente não fará parte das opções iniciais de Domingos, no arranque de época. Se assim for, poderá ser bom, quer para ele, quer para a equipa, já que permite uma evolução em especificidade. De todo modo, as lacunas identificadas em Schaars deverão observar-se também de leão ao peito (é possível, mas pouco provável que tivesse a ver com a natureza do jogo do AZ), tendo o médio de se adaptar a uma forma mais pressionante de jogar e que lhe deverá exigir muito maior amplitude de acção. Isso, e algumas diferenças em relação a referências de marcação (a referência homem tinha um peso maior no AZ do que terá no Sporting). Apesar de antecipar dificuldades na resposta do jogador em algumas dificuldades, também me parece que tem inteligência e cultura suficientes para pelo menos atenuar o problema. Finalmente, dizer que Schaars deverá contar com um ambiente favorável, o que é importante na afirmação percepcionada de jogadores que, como é o caso, não têm uma relação estreita com o golo. É que, como não têm métricas facilmente percepcionáveis (golos, assistências e intervenções decisivas), a reputação deste tipo de jogadores fica muitas vezes dependente da mera ideia que previamente é estabelecida.

Ler tudo»

ler tudo >>

AddThis