3.2.09

O mercado, Veloso, Quaresma e Arshavin...

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Não que tivesse sido uma projecção visionária, mas a primeira abertura de mercado em era de crise confirma o que aqui escrevi no último dia de 2008. A escassez de capacidade de investimento parece afectar todos mas, no imediato, noto particularmente o abrandamento dos clubes de leste. Algo que também era previsível devido à dependência destes emblemas das fortunas dos magnatas, tão afectadas com o colapso bolsista. Sobre este tema mantenho alguma reticência sobre o futuro. Se a retoma tardar poderemos assistir, na minha perspectiva, a 2 cenários possíveis. O primeiro foi aquele que se assistiu agora, mas com um impacto muito maior caso aconteça no Verão. Ou seja, a redução drástica do número de aquisições de passes. A segunda poderá passar pela queda dos valores pedidos pelos jogadores. Este último cenário poderá beneficiar em particular os menos afectados pela crise e prejudicar desportivamente os clubes que acusem mais problemas de liquidez financeira (nomeadamente aqueles que estão mais habituados a viver das vendas).
3 casos merecem nota:


Veloso: Terá sido seguramente uma decisão difícil para o Sporting. Pelo que referi anteriormente, a situação é instável e o Sporting terá esse risco de ver os valores de mercado caírem no futuro, congelando a hipótese de fazer um encaixe significativo com Miguel Veloso. A isto juntam-se 2 factores. O primeiro tem a ver com o aspecto humano e com a própria vontade de Veloso rumar a uma liga mais competitiva (embora me pareça que no seu caso a Premier e o Bolton podem não ser a melhor solução). O segundo tem a ver com a própria equipa. É que Veloso ocupa uma posição que, apesar de algumas criticas que considero completamente infundadas, tem muitas alternativas de qualidade no plantel. Um encaixe financeiro agora, permitiria ao Sporting antecipar de forma mais segura o próximo mercado, não pondo muito em causa a sua qualidade colectiva. Neste caso, parece-me, pesou mais o “escaldão” de vendas passadas, hoje vistas como precipitadas pelo Universo sportinguista. O futuro dirá sobre a correcção da decisão.

Quaresma: O Inter tornou-se depressa num pesadelo. Mourinho não resolveu os problemas que se conheciam em Quaresma que, claramente, falhou na adaptação rápida a um futebol extremamente exigente e a uma equipa que não gravita em seu redor. O Chelsea também não fará de Quaresma a sua unidade mais importante, mas em Inglaterra, apesar da velocidade do jogo, há mais espaço e menos rigor defensivo dos opositores. A sua evolução no plano decisional começa a parecer cada vez mais improvável, mas talvez se torne numa daquelas lendas que não decidiram campeonatos mas ainda hoje permanecem nos álbuns de ouro da Premier League pela beleza que conseguiam colocar em algumas das suas jogadas.

Arshavin: O caso de sucesso do mercado. O Zenit vende finalmente a sua estrela à elite do futebol europeu e, para sorte dos adeptos e do próprio Arshavin permite que o destino seja o Arsenal. É um destino lógico pelas características, mas igualmente invulgar pelo mediatismo que não costumam ter os reforços de Wenger. Para que se perceba porque é que o Arsenal não compra nos grandes portugueses, apesar da qualidade técnica dos seus jogadores, basta olhar para o valor da transferência. Tal como acontecera com Nasri no Verão, não passa dos 15 milhões. Ficamos à espera!


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