9.2.09

Porto - Benfica: Jogo equilibrado, jogo empatado

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certo, apesar de... – Sem nuances tácticas dos treinadores para a partida (diria, à excepção de uma marcação individual a Bruno Alves nas bolas paradas), o jogo seguiu o seu rumo esperado. Ou seja, um Porto a não deixar de assumir o jogo perante o Benfica que agradeceu o facto de poder jogar como mais lhe convinha. Ou seja, com linhas próximas e baixas e evitando o mais possível todo e qualquer momento de desequilíbrio táctico. Esta diferença de posturas estratégicas explica, na minha opinião, o facto do Benfica ter sido quase sempre uma equipa melhor no jogo. Quando digo “melhor” não me refiro ao domínio ou à capacidade de criar oportunidades, mas à qualidade como que se interpretou a proposta de jogo. Enquanto que o Porto sentiu sempre falta do espaço para fazer aparecer as suas individualidades, o Benfica manteve-se altamente concentrado e confortável na forma como jogou. As incidências do jogo ditaram depois 2 golos de bola parada, premiando as duas equipas em momentos diferentes, mas sem que nenhuma delas tivesse justificado realmente o golo. Apesar do tal jogo “melhor” do Benfica, diria, por isso, que o resultado se acaba por ajustar.

Porto – Jesualdo falou da necessidade de ser mais inteligente que o adversário, mas isso foi tudo menos o que a equipa conseguiu ser. O Porto deixou que o Benfica conduzisse o jogo da forma que mais lhe convinha, não o convidando para subir mais as suas linhas e se expor mais no jogo. Ao contrário revelou-se sempre ansiosa em ser dominadora, sem conseguir nunca encontrar os melhores caminhos para embaraçar o bloco encarnado. Aqui, destaque para 2 aspectos que havia previsto antes do jogo. O bloqueio da zona de Fernando (feito quase sempre por Aimar) e as dificuldades em progredir pelas alas, perante as zonas pressing criadas (bem) pelo Benfica. Em desvantagem, a equipa teve o mérito de empurrar o Benfica para trás, recorrendo a um 4-4-2 clássico que, apesar de dominador, criou pouco perigo. Tal como o Benfica fora feliz na eficácia de um lance de bola parada, o Porto empatou sem grande justificação e foi isso que acabou por salvar uma noite pouco inteligente e em que mais uma vez se confirmaram as dificuldades perante blocos mais densos e baixos.
Benfica – A estratégia de Quique não foi particularmente brilhante. O Benfica jogou exactamente como se viu noutras deslocações. O treinador e a equipa têm no entanto o mérito de se terem apresentado extremamente bem preparados para o que iriam fazer no Dragão. Notou-se, por exemplo, a intenção de nunca assumir a organização desde trás, iniciando as jogadas com pontapés longos de Moreira (normalmente para Reyes), com o Benfica a sair a jogar a partir de segundas bolas (venceu a maioria). Isto implicava retirar ao adversário a possibilidade de pressionar e aproveitar possíveis erros para apanhar o Benfica desorganizado. Por isso é que se viu apenas 1 transição em condições de causar um 1x1 com possibilidades de finalização (na circunstância Hulk a finalizar por cima, após evitar Luisão). Conseguida a vantagem, ao Benfica pode-se apontar algum encolhimento excessivo no segundo tempo, bem como uma perda de qualidade nas transições, precisamente quando o Porto mais se expunha. Aqui há um aspecto fundamental. Di Maria. A sua entrada retirou qualidade e lucidez ao ataque e, depois de ver, diria que seguramente Nuno Gomes poderia ter sido mais útil.
Finalmente, duas notas. Primeiro para destacar a enorme capacidade da equipa nas bolas paradas, quer ofensiva, quer defensivamente. Depois, para referir que individualmente há muito pouco a destacar numa equipa, globalmente solidária e concentrada. Ainda assim realço 3 nomes. Reyes, pela qualidade que dá à posse de bola e aos cruzamentos. Aimar pela importância táctica do seu papel e pela forma segura como abordou as suas intervenções no jogo. Katsouranis, para mim o melhor, pela importância que teve na leitura dos espaços ao longo da zona central.

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