17.2.09

Erros defensivos recorrentes

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Afinal o que é prioritário?
É um problema recorrente do Benfica e, desta vez, nem foi preciso alongar o bloco para que ele se notasse. Na situação em concreto percebe-se claramente que o comportamento instituido para o posicionamento zonal da linha média dá prioridade à manutenção da linha de jogadores e não à protecção de espaços essenciais, como é o caso do espaço entre linhas. Este é, na minha perspectiva, um comportamento zonal errado porque a sua orientação não tem em conta os espaços mais importantes mas sim a manutenção de uma relação posicional entre os jogadores que, como se vê, não traz qualquer utilidade defensiva em muitos lances.
Esta foi uma situação que poderia muito facilmente ter ditado outro destino ao jogo, mas que surgiu de uma forma mais espontânea do que propositada. Isto porque, na realidade, a maioria das equipas falha redondamente em fazer um melhor aproveitamento deste deficiente preenchimento do espaço à frente dos centrais. Frequentemente vemos equipas a tentar explorar os corredores para tentar bater a defesa encarnada quando, claramente, o uso de um ponto de apoio à frente dos centrais pode ser muito mais útil nesse propósito.

O golo do Belenenses
Ontem falei nos problemas defensivos dos laterais que Paulo Bento escolheu para o jogo do Restelo. A superioridade do Sporting foi de tal forma evidente durante grande parte do jogo que essas lacunas tinham tudo para não ter grande impacto na partida. A verdade, porém, é que o lance que resultou no primeiro golo da partida encontra muita responsabilidade na acção de Miguel Veloso, tendo Pedro Silva tido também um lapso que, no entanto, acabou por não ter consequências no lance.
A primeira nota tem a ver com a forma como a jogada é construída. Ou seja, com um ataque rápido que começa no guarda redes do Belenenses após uma jogada de ataque do Sporting. O que se torna pouco compreensível é como é que o Sporting é apanhado numa situação de 2x2 momentânea após a abertura de Zé Pedro para Saulo , quando nenhum defensor tinha participado no ataque anterior. Aqui, mais uma vez Miguel Veloso é pouco lesto a perceber a importância do seu espaço defensivo, obrigando Polga a uma situação de 1 contra 1 com Saulo. A responsabilidade de Veloso ganha nova relevância quando, depois de recuperar, não consegue auxiliar Polga no duelo com o extremo azul. O seu posicionamento não fecha a zona central, permitindo que Saulo ameace atacar esse espaço antes de cortar para a linha. De resto, não consigo ser muito penalizador para a acção de Polga que tem uma situação difícil em que o adversário tem muito espaço e, para mais, dentro da área, o que impede qualquer tentativa de desarme mais arriscado. Nota ainda no lance para a forma como Pedro Silva perde o controlo sobre o movimento de Silas, permitindo que este criasse uma linha de passe na zona central da área, e para a importância da recuperação de Adrien que troca correctamente a marcação com Carriço, permitindo que este ficasse livre para uma dobra a Polga no caso de Saulo fugir para a baliza. A utilidade dos 2 jovens no lance acabou por ser nula, mas a sua acção foi totalmente correcta.

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