10.2.09

4 jogadas do Clássico...

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A ameaça de Lucho
Tinha falado aqui antes do jogo da possibilidade de Lucho ser um elemento preponderante no jogo, dada a sua capacidade e inteligência na identificação e aproveitamento dos espaços criados. A verdade é que o bom jogo táctico do Benfica acabou por não dar muitas oportunidades para que “El Comandante” pudesse tirar o melhor partido desta sua característica. Ainda assim, uma das melhores ocasiões do jogo teve a sua assinatura.
Nota nesse lance para a rapidez com que foi feito o lançamento lateral, acabando por apanhar Yebda muito longe de Meireles, permitindo o tempo e espaço para a leitura da jogada. Depois a sintonia entre a visão do médio luso e a movimentação de Lucho tiraram partido de um movimento algo desnecessário da defesa encarnada. A subida da linha mais recuada foi um risco que não merecia a pena ser corrido, já que o espaço entre linhas não era significativo. O espaço entre os jogadores também é relevante, mas é esse movimento de subida que expõe o espaço na cara de Moreira.


A inteligência de Katsouranis
Destaquei-o como o melhor do clássico e estes 3 lances explicam o porquê deste meu realce. Já não é primeira vez que faço este elogio ao jogador, mas volto a referir que a grande vantagem em jogar com Katsouranis está na leitura que este faz dos espaços sobre o corredor central. A diferenciação tem, por isso, mais a ver com as acções sem bola do que propriamente com os momentos em que esta passa pelos seus pés (ainda que seja também inteligente neste plano). As 3 jogadas do vídeo em que intervém mostram essa sua qualidade e revelam também como ela é útil, quer defensiva, quer ofensivamente. Para além do que está referido no vídeo, destaco o facto de, no lance em que combina com Reyes, ficar solto na cabeça de área. Uma oportunidade de passe que escapou a Ruben Amorim...
Ainda nestes 3 lances, algumas notas para alguns jogadores intervenientes:
Primeiro, as dificuldades de Luisão quando tem de sair da zona central. Não sou tão critico como a maioria em relação ao central brasileiro, reconhecendo-lhe muita importância em vários aspectos do jogo encarnado, mas é inequivoco que sente muitas dificuldades sempre que tem de sair da zona central. Neste lance é quase primariamente surpreendido por Rodriguez, numa zona em que o Benfica tinha superioridade.
Depois, Reyes. Destaque para a excelência com que domina e protege a bola, atraindo adversários para depois libertar a bola no espaço que estes deixam. É uma imagem já muito vista e o facto de Moreira bater os pontapés longos (importantes na estratégia do do jogo) para o espanhol, não é coincidência.
Finalmente, Aimar. No primeiro lance tira partido da acção de Reyes e Katsouranis para se libertar de Fernando e lançar Ruben Amorim. No segundo, começou por decidir bem, guardando a bola e esperando pela subida da equipa (apesar do passe para trás não ser normalmente muito favorável à transição), mas depois mostrou-se pouco prestável para procurar uma linha de passe, precisamente quando o jogo se encaminhou para a sua zona. Aí, mais uma vez, Katsouranis deu o exemplo. Ainda assim, Aimar fez claramente um bom jogo (importante em vários aspectos) no Dragão.

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