Uma vitória feliz é o que se pode dizer do triunfo caseiro do Benfica frente ao Paços. Feliz, porque realmente o Benfica produziu muito pouco até ao 1-0, denotando enormes dificuldades em superar a estratégia pacense. Um jogo que foi durante 70 minutos perfeitamente monocórdico e que teve apenas 3 excepções a esta toada. A primeira no lance de bola parada que só por acaso não colocou o Benfica na frente. A segunda na ocasião falhada, sem guarda redes, pelo Paços. A terceira excepção, por ter sido a que deu golo, foi aquela que levou o jogo para 20 minutos completamente distintos dos anteriores, num lance igual a tantos outros anteriores, mas com essa ligeira diferença do guarda redes ter verdadeiramente oferecido o golo a Cardozo.
O bloqueio do Paços – Já aqui referi que o Paços é das equipas que pior defende na Liga. Na Luz, no entanto, o nulo até esteve perto, com 70 minutos de autêntico bloqueio ao jogo encarnado. A estratégia foi colocar os jogadores num espaço curto de campo, mantendo-os próximos para que houvesse entreajuda. Outro aspecto fundamental foi a largura táctica. O Benfica tenta sempre sair pela alas e o Paços impediu estrategicamente que os corredores pudessem ser sinónimo de profundidade para o ataque encarnado. A partir daqui, e porque também não tinha oportunidades para sair em transição, o Benfica simplesmente bloqueou. A bola entrava nos corredores e não eram criados apoios que criassem condições para que a bola saísse de lá jogável. Aqui, não ajuda a qualidade dos laterais (sobretudo Jorge Ribeiro, já que o David Luiz é mais uma questão de perfil) e não ajudou também o papel dos médios e de Aimar (Cardozo, sabe-se que tem outro perfil) que poucas movimentações criaram para gerar os tais apoios. Valeu o erro de Cássio...
Loucura Final – 5 golos é demais, mas depois do 1-0 era previsível que o jogo “enlouquecesse”. É que este Paços não tem só por natureza defender mal e sofrer muitos golos. É também uma equipa que ataca com muita gente e que normalmente marca golos. Por isso seria muito importante que o Benfica não só estivesse bem defensivamente como, depois, aproveitasse as oportunidades que o balanceamento ofensivo do Paços oferecesse. Isso aconteceu com 2 remates muito inspirados que se provaram decisivos . Às aspirações do Paços terá feito muita falta Cristiano. Aliás, visto o jogo, pode dizer-se que a lesão do extremo foi um momento muito importante no destino do jogo. Deixo uma outra nota individual para Rui Miguel que fez um excelente jogo, provando ser um médio a ter em conta para os próximos anos no futebol português.