26.2.09

Sporting - Bayern: como não reagir à adversidade...

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Da ameaça à desgraça - Sem nunca colocar em causa a óbvia superioridade do Bayern, pensei desde a primeira hora que o Sporting pudesse ser um adversário incomodativo para os bávaros. A primeira parte do jogo confirmou grande parte das minhas expectativas e a segunda, claro, desmentiu-me totalmente. A história da derrocada frente ao Bayern não se conta simplesmente pela diferença de qualidade entre as duas equipas. Foi um jogo que teve uma história curiosa, começando por revelar equilíbrio e até algum ascendente em certas fases do Sporting mas que teve nos golos momentos que funcionaram negativamente para o Sporting não só no resultado mas sobretudo na atitude mental dos jogadores. O Sporting começou a ameaçar ser um duro osso de roer para o Bayern e terminou a desejar que o jogo terminasse o quanto antes, porque mais minutos tivesse a partida, mais golos o Sporting teria sofrido.

Mexidas no 11 – Paulo Bento promoveu alterações que, na minha perspectiva, eram totalmente expectáveis. Pela sobrecarga de jogos de elevada importância (o desgaste aqui é sobretudo mental) e, também, pelas características do adversário. Tonel, Caneira e Abel, por rotatividade mas sobretudo por experiência e estatura. Romagnoli pelo ajuste do seu futebol às características do jogo alemão. Arrisco que se Adrien ou Veloso tivessem disponíveis um deles também entraria, estranhando apenas a ausência de Pereirinha do 11. São alterações totalmente compreensíveis e que indiciam uma prioridade dada à liga e, se se pode dizer que algumas ausências condicionaram as hipóteses de vitória do Sporting, é totalmente demagógico querer-se explicar a goleada a partir daqui.

Primeira parte – Para uma análise honesta àquilo que foi o jogo, importa descontextualizar a primeira parte da expressividade do resultado. O Sporting entrou de facto bem, pressionando, sendo agressivo e conseguindo também levar o seu jogo com alguma facilidade até à área alemã. Não foi um domínio completo porque o Bayern conseguiu sempre causar muitas dificuldades à organização defensiva do Sporting, intervalando os períodos de maior domínio leonino com fases de presença muito regular perto da área do Sporting. Nota aqui para o flanco esquerdo com Zé Roberto e Ribery a imporem uma dinâmica notável e que causou muitas dificuldades ao Sporting. Ainda assim, o Sporting não merecia de todo sofrer o 0-1 pois tinha dividido o jogo e usufruído das únicas oportunidades reais de golo. A verdade porém é que o sucedido é apenas uma consequência da exigência deste nível. É que um erro é simplesmente imperdoável quando do outro lado está alguém que pode fazer o que fez Ribery a Tonel e Polga – sobre este lance destaco, para além do erro de Derlei, o soberbo trabalho de Ribery (com uma exibição absolutamente fantástica a provar que está entre a elite das individualidades do momento) e também um erro na abordagem de Polga que se aproxima por antecipar (muito bem) que Tonel seria batido, mas que não tem o tempo certo de abordagem ao desarme.

Mentalidade – O Sporting não feliz num jogo que até estava a ser bem conseguido mas o que aconteceu depois do 0-2 é difícil de explicar. Os jogadores simplesmente “desapareceram” do campo, numa quebra psicológica difícil de igualar. Aqui, talvez o tal desgaste mental de ter 2 jogos tão intensos num curto espaço de tempo ajude a explicar tamanha incapacidade de reacção psicológica. É um motivo possível mas que, obviamente, não pode servir para que se tolere o intolerável.

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