12.3.10

Atl.Madrid - Sporting: Muito bom, mas... falta o mais importante!

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Em termos relativos, dir-se-ia, o Sporting arrancou um excelente e improvável resultado do Calderon. Ideia que ganha especial força pela inatacável justiça do mesmo. A má notícia é que, para a eliminatória, não conta a relatividade das apreciações e, antes sim, factos absolutos. Aí, o nulo não é mais do que um razoável resultado, que não retira responsabilidade ao Sporting na segunda mão, mas que lhe dá legitimas esperanças de conseguir bater uma equipa que, ao contrário do que tanto se diz por aí, é bastante forte e merecedora da maior das cautelas.

Sporting: O melhor momento da época
Um raciocínio errado e linear levará à conclusão de que, com 11 durante 90 minutos, o Sporting teria trazido um resultado ainda melhor do Calderon. Não é assim. O jogo seria diferente e é impossível prever o que aconteceria. Ainda assim, e este é o ponto que importa sublinhar, o Sporting fez em Madrid uma clara demonstração de que atravessa um período radicalmente diferente daquilo que foi a sua marca em grande parte da época.

Com algum tempo de treino – pouco, ainda assim – Carvalhal conseguiu devolver à equipa a familiaridade com alguns processos que haviam perdido consistência ao longo da série negra que ditou o afastamento leonino das competições internas que lhe restavam. A esta recomposição táctica, seguiu-se também o regresso da confiança, trazida pelos bons resultados e exibições recentes. O culminar de tudo isto é uma melhoria quase radical em muitos aspectos e que me motiva a ideia de que, neste registo, tudo será possível na actual caminhada europeia do Sporting.

No que respeita o jogo, destaco a excelente entrada do Sporting. Muito bem na pressão e nas movimentações colectivas, dificultando desde a primeira hora a vida ao Atlético. Depois da expulsão, obviamente, as circunstâncias alteraram-se e o Sporting teve de se contentar com um jogo bem mais modesto. No que aconteceu daí para a frente destaco, para além da organização, a resposta psicológica dos jogadores à adversidade. Neste plano, creio, a entrada de Pedro Mendes pode ter de facto ajudado muito a equipa a crescer mentalmente.

Atlético: mau jogo, é certo, mas...
Que o Atlético esteve abaixo do que se lhe era exigível, estamos de acordo. Que não é, colectivamente, uma equipa muito bem trabalhada, também. Agora, não convém fazer desta equipa aquilo que ela não é. Ou melhor... que já não é. Com a chegada de Quique, por muito que o treinador espanhol não seja uma fonte de entusiasmo, o Atlético melhorou imenso e é hoje bastante mais forte do que no inicio de época. Aliás, os resultados falam por si. O Atlético está na final da Taça do Rei e, nas últimas 10 jornadas, leva o 4 melhor registo da liga espanhola, tendo, aliás, batido o Barcelona e goleado o Valência nas últimas 2 jornadas caseiras na Liga. Não é para todos...

Ainda assim, e mesmo considerando o mérito da organização leonina, é inequívoco que foi um Atlético desinspirado aquele que defrontou o Sporting. É bom, no entanto, que não haja ilusões sobre o que esta equipa realmente vale. Se não for por mais nada, devem servir de alerta as respostas que o Atlético tem dado nas segundas mãos das eliminatórias que já disputou, quer internamente, quer na Europa.

Reyes, para quem não percebeu...
Finalmente, falar dele: Reyes! É um jogador que pessoalmente aprecio imenso e que acho que não saiu de Portugal com o devido crédito. É verdade que por vezes lhe falta intensidade, mas não é fácil encontrar um jogador tão forte com a bola nos pés. Não apenas pela forma como executa, mas sobretudo pela capacidade que tem para esconder a bola dos adversários. Por isso ganha tantas faltas e por isso se torna um pesadelo para os defesas que optam pela impetuosidade para tentar o desarme. Grimi que o diga...



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