Túneis – Para não fugir completamente ao tema, apenas um breve comentário sobre mais esta rábula do futebol português. Que a evolução dos acontecimentos e consequentes reacções espelham, de novo, que não há ninguém interessado na evolução real do futebol português, não é novidade. O que gostaria de acrescentar, como nota pessoal, é que considero isto tudo um enorme insulto à capacidade intelectual de quem assiste. Como há muito que perdi a esperança que algo mudasse, e como não gosto de me sentir insultado, vou continuar a concentrar-me na única coisa que é intelectualmente séria no futebol português: a bola.
Rio Ave – Porto – Sem extremos, uma interessante experiência para Jesualdo. Merecedora, mesmo, de continuidade. Um futebol muito apoiado, com grande proximidade entre os jogadores e a pedir a estes desdobramentos sucessivos. Com alguma qualidade nos processos, tudo isto resultou em grandes dificuldades para o pressing do Rio Ave e, por consequência, em vários desequilíbrios mais atrás. Nota especial para o lado esquerdo e para o excelente entendimento entre Meireles e Micael, os grandes dinamizadores do futebol colectivo e, provavelmente, os 2 melhores em campo.
Do lado do Rio Ave, nota para as dificuldades da equipa em controlar o futebol rendilhado do adversário, mas também para uma boa percentagem de aproveitamento ofensivo, conseguindo chegar rapidamente à área do Porto. O golo resultou, aliás, do movimento que mais dificuldades criou ao Porto: o aproveitamento das segundas bolas na frente da área. Apesar desse mérito, foi uma oposição que ficou curta para o Porto que apareceu em Vila do Conde. O resultado acabou por ser um espelho fiel disso mesmo.