A rivalidade entre alemães e ingleses já havia sofrido um marco histórico 2 anos antes. Pela primeira vez na história, em 1968 a Alemanha vencera os então campeões do mundo. 1 golo de Beckenbauer bastou, então, para fazer história. O que os ingleses não sonhavam era que a partir daí a tendência destes confrontos se virasse claramente para o lado do inimigo. Muito menos, claro, quando Peters fez o 2-0 aos 49’.
Entre todos os duelos em jogo, havia um especial. Beckenbauer – Bobby Charlton. O tempo era dominado por marcações estritamente individuais e o planeamento dos jogos era, em grande parte, centrado nelas. Neste particular, Beckenbauer vigiava Charlton e esta era, como defensor, a sua principal missão. No entanto, claro, o “Kaiser” era bem mais do que isso. Depressa foi aparecendo no jogo, partindo de trás mas não deixando de ser, sempre, a principal ameaça de um ataque desinspirado. A Ingleterra tomou a dianteira no jogo, e duplicou-a mesmo na segunda parte, mas nunca Charlton, o herói de 66, fez muito mais do que a sua sombra. Ou seja, quase nada.
Quando Beckenbauer marcou aos 69’, tirando partido da inexperiência de Bonetti, o substituto do indisposto Gordon Banks, Charlton foi imediatamente substituído. O mal estava feito. A atitude de Beckenbauer havia conseguido o ponto de viragem no jogo e, embora a sua influência ofensiva fosse decrescendo com o tempo, o seu impacto teria efeito decisivo no que se seguiria.
O mérito da exibição de Beckenbauer, porém, não se fica pelo grito de revolta. A partida jogava-se em condições impróprias para tanto esforço. Junho, altitude, no México... ao meio dia! Pior, não podia ser. A influência do desgaste era tanto que o papel dos substitutos, mais “frescos”, parecia ser o mais importante no decurso do jogo. Em particular, Grabowski foi decisivo nos desequilíbrios do lado alemão, enquanto que Colin Bell se tornou no agitador sobre a direita do ataque inglês. Ora, Bell foi quem substituiu Charlton aos 70’. Quem é que Schoen, o seleccionador alemão, escolheu para parar este rápido e enérgico jogador? Franz Beckenbauer. Uma decisão que só o próprio poderá compreender e que teve o condão, não só de destinar Beckenbauer para um confronto desigual, como ainda de limitar a acção do seu principal jogador em campo.
Beckenbauer manteve-se influente, mas sempre em perda e com cada vez mais dificuldade para sair da esquerda, para onde vinha com Bell. Acabou completamente esgotado, numa altura em que a Alemanha já havia virado por completo o marcador e procurava resistir ao desespero inglês.
A felicidade pela vitória sobre o campeão mundial não afastou o peso do desgaste e talvez isso tenha pesado na meia final, 3 dias depois. A Itália levou a melhor num prolongamento épico, que culminou num 4-3 final. Talvez os próprios italianos tenham sido vítimas do mesmo mal, já que o seu rendimento na segunda parte da final foi claramente inferior ao da primeira, ditando a sua derrota aos pés do Brasil.
Beckenbauer tinha nesta altura 24 anos e comandava uma geração ascendente de jogadores como Muller, Maier, Netzer ou Vogts, e que conheceria a glória total nos anos seguintes. Quanto à Inglaterra, o fim de ciclo de uma geração campeã do mundo culminou numa queda vertiginosa. Os esforços de recuperação, pode dizer-se, duram até hoje...
Entre todos os duelos em jogo, havia um especial. Beckenbauer – Bobby Charlton. O tempo era dominado por marcações estritamente individuais e o planeamento dos jogos era, em grande parte, centrado nelas. Neste particular, Beckenbauer vigiava Charlton e esta era, como defensor, a sua principal missão. No entanto, claro, o “Kaiser” era bem mais do que isso. Depressa foi aparecendo no jogo, partindo de trás mas não deixando de ser, sempre, a principal ameaça de um ataque desinspirado. A Ingleterra tomou a dianteira no jogo, e duplicou-a mesmo na segunda parte, mas nunca Charlton, o herói de 66, fez muito mais do que a sua sombra. Ou seja, quase nada.
Quando Beckenbauer marcou aos 69’, tirando partido da inexperiência de Bonetti, o substituto do indisposto Gordon Banks, Charlton foi imediatamente substituído. O mal estava feito. A atitude de Beckenbauer havia conseguido o ponto de viragem no jogo e, embora a sua influência ofensiva fosse decrescendo com o tempo, o seu impacto teria efeito decisivo no que se seguiria.
O mérito da exibição de Beckenbauer, porém, não se fica pelo grito de revolta. A partida jogava-se em condições impróprias para tanto esforço. Junho, altitude, no México... ao meio dia! Pior, não podia ser. A influência do desgaste era tanto que o papel dos substitutos, mais “frescos”, parecia ser o mais importante no decurso do jogo. Em particular, Grabowski foi decisivo nos desequilíbrios do lado alemão, enquanto que Colin Bell se tornou no agitador sobre a direita do ataque inglês. Ora, Bell foi quem substituiu Charlton aos 70’. Quem é que Schoen, o seleccionador alemão, escolheu para parar este rápido e enérgico jogador? Franz Beckenbauer. Uma decisão que só o próprio poderá compreender e que teve o condão, não só de destinar Beckenbauer para um confronto desigual, como ainda de limitar a acção do seu principal jogador em campo.
Beckenbauer manteve-se influente, mas sempre em perda e com cada vez mais dificuldade para sair da esquerda, para onde vinha com Bell. Acabou completamente esgotado, numa altura em que a Alemanha já havia virado por completo o marcador e procurava resistir ao desespero inglês.
A felicidade pela vitória sobre o campeão mundial não afastou o peso do desgaste e talvez isso tenha pesado na meia final, 3 dias depois. A Itália levou a melhor num prolongamento épico, que culminou num 4-3 final. Talvez os próprios italianos tenham sido vítimas do mesmo mal, já que o seu rendimento na segunda parte da final foi claramente inferior ao da primeira, ditando a sua derrota aos pés do Brasil.
Beckenbauer tinha nesta altura 24 anos e comandava uma geração ascendente de jogadores como Muller, Maier, Netzer ou Vogts, e que conheceria a glória total nos anos seguintes. Quanto à Inglaterra, o fim de ciclo de uma geração campeã do mundo culminou numa queda vertiginosa. Os esforços de recuperação, pode dizer-se, duram até hoje...