12.3.10

Benfica - Marselha: É melhor repensar...

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Dificilmente alguém esperaria tantas dificuldades. Eu próprio, confesso, saio algo surpreendido com os problemas que o Benfica teve para se impor. Uma prova de qualidade do Marselha, é certo, mas também a evidência de um jogo pouco conseguido por parte do Benfica e, parece-me também, mal preparado. É a conclusão que retiro de alguns pormenores do jogo. Uma coisa é certa, no entanto: com o desfecho – cruel mas absolutamente justo – da primeira mão, só um Benfica para melhor resgatará do Velodrome a qualificação. Tem a palavra Jesus no planeamento da próxima semana, ficando para mim muito claro que seria um desperdício que este Benfica, com tanta qualidade, saísse tão cedo desta competição.

O pormenor de Brandão
Provavelmente não será referido nas crónicas da partida, mas foi um detalhe importante e que marcou, pelo menos, o inicio do jogo. Os pontapés longos do Marselha, com que se iniciaram várias jogadas do jogo, tiveram sistematicamente como destino o versátil avançado brasileiro, que invariavelmente ganhava o duelo aéreo com Maxi. O resultado foi que o Marselha conseguiu sair a jogar repetidamente destas situações, já no meio campo encarnado, dificultando assim o trabalho do pressing do Benfica. Jesus corrigiu este detalhe com cerca de 25 minutos de jogo, encostando Ramires a Brandão nestas situações, mas foi um detalhe que ajudou a encaminhar o Marselha para o bom jogo que fez.

Por outro lado, claro, sendo esta uma rotina da equipa do Marselha (como era do Shakhtar, aliás), denota também uma má preparação do Benfica para a especificidade do adversário.

O mérito do Marselha e o mau jogo encarnado
O pormenor da utilização de Brandão para as primeiras bolas, ajudou a pintar o jogo de azul celeste. Mas não é apenas por aí que se explicam as dificuldades encarnadas em ser tão autoritário como é hábito. Primeiro, há que referenciar a qualidade do Marselha. Boa equipa colectivamente e com óptimas individualidades, competentes a executar e com personalidade e confiança suficiente para não serem facilmente condicionados pelo pressing. E sabe-se como o pressing é importante para o jogo do Benfica.

Mas, se o Marselha esteve bem, o Benfica podia ter feito muito melhor. Não teve capacidade no pressing, errou bastante mais do que é hábito em termos técnicos e, com isto, foi perdendo também confiança táctica. Ou seja, deixou de se posicionar tão alto, de tentar ser autoritário tacticamente, resguardando-se mais e, consequentemente, dando espaço ao Marselha para ter bola.

Isto não quer dizer que o Benfica tenha estado por baixo no jogo. Ou, pelo menos, não sempre. Teve períodos bons, mais coincidentes com o seu potencial, mas foram escassos para aquilo que se exigia.

Individualidades: de David Luiz a Aimar...
Começando pelo 10. Já várias vezes me referi à sua importância no jogo do Benfica. De facto, o Benfica precisava de um Aimar em pleno, presente e competente em todos os momentos do jogo. Provavelmente pelas limitações físicas, isso não foi possível e, claro, o jogo do Benfica ressentiu-se... em todos os momentos.

Do outro lado, em termos de qualidade exibicional, 2 nomes. Saviola, que não fez uma exibição especialmente exuberante, mas que esteve em muito bom plano, dentro da valia que se lhe reconhece. E, claro, David Luiz. Não vale a pena falar muito, porque a sua qualidade já dispensa elogios. Basta ver...

França
Uma nota final para o futebol francês. É comum desvalorizar-se o futebol que se pratica naquele país, o que é chocante vindo de Portugal. O futebol francês é um mar de talentos e joga-se sob uma grande intensidade física e técnica, num nível absolutamente incomparável com aquele que se pratica em Portugal. Em breve falarei de algumas individualidades desse interessante campeonato...



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