4.3.10

Porque há um seleccionador em cada um de nós...

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Diz-se, e com algum sentido, que há um seleccionador em cada um de nós. Pois bem, aproveito o ‘timing’ para dar, também, liberdade à minha costela de seleccionador, reforçando a ideia de uma impossibilidade de concorrência entre os pensamentos de cada um dos adeptos e os actos de quem realmente tem a responsabilidade de decidir. No meio de tudo isto, no entanto, mais importante do que a filosofia base é a forma como ela é aplicada, e é isso que mais se exige a Queiroz.

Sistema: 4-4-2
Queiroz parece dividido, provavelmente apostado em trabalhar 2 sistemas, mas creio que, pelas indicações recolhidas, irá manter a preferência pelo 4-3-3. Pessoalmente, acredito que ser-lhe-ia mais fácil atingir patamares de qualidade mais elevada no 4-4-2. Não é por aí, no entanto. Queiroz pode conseguir qualidade em qualquer estrutura, desde que a trabalhe bem. Sobre a alternância de sistemas, sou também pouco crente no sucesso da aposta. Já nutro algum cepticismo por esta via ao nível de clubes, e, no que respeita a Selecções, adquirir competência num só modelo já parece difícil, em 2 parece-me pouco menos do que impossível...

Laterais: profundidade
O modelo de Queiroz poderá ter sucesso com qualquer tipologia de laterais. Claro. No entanto, na minha interpretação, torna-se mais fácil e lógico se estes tiverem capacidade de dar profundidade ao flanco Isto, sobretudo, se tivermos em conta o tipo de médio defensivo que Queiroz vem preconizando. Isto é, de carácter mais posicional e com fortes limitações tácticas. Para mim, claramente, à esquerda levaria Coentrão e Duda e, à direita, juntaria a Bosingwa alguém de características idênticas. Lembro-me do que aconteceu no Portugal-Suécia ou, um pouco mais atrás, na final do Euro2004, quando laterais ofensivos se lesionaram e Portugal perdeu, a partir daí, grande capacidade ofensiva. Não foi por acaso. O principal candidato é Miguel, mas a sua evolução tem sido tão decepcionante que me parece mais segura a opção por João Pereira. Paulo Ferreira, para mim, seria carta fora do baralho, mesmo contabilizando toda a experiência e polivalência que garante.

Extremos: Ronaldo, Simão, Nani e Danny... só!

Como já disse, orientar-me-ia para o 4-4-2. Ainda assim, obviamente, haveria lugar para desequilibradores que, habitualmente, jogam como extremos num 4-3-3. Daqueles que habitualmente são chamados, optaria por Ronaldo, Simão, Nani e, eventualmente, Danny. O primeiro para jogar na frente, os 2 segundos para a posição de ala interior e Danny, caso recupere o nível de há 1 ano, como solução útil para várias funções. Aliás, a polivalência creio que deve ser um dos aspectos a ter em conta na formação das escolhas e, aqui, Coentrão também encaixaria como uma dupla solução.

Ataque: Aposta em... Liedson
Queiroz dá ideia de estar a hesitar entre Hugo Almeida e Liedson, talvez pesando na escolha o sistema em que jogar. Pessoalmente, e como já aqui várias vezes referi, vejo em Liedson um jogador especialmente forte nos grandes momentos e creio que deveria, muito por esta razão, merecer uma aposta forte de Queiroz para o Mundial. Aliás, quando idealizo um modelo para a selecção não evito recuperar aquilo que Portugal fez na Dinamarca, ainda que com Liedson apenas na segunda parte. Um ataque móvel, com Liedson e Ronaldo na frente de um meio campo criativo e com os jogadores próximos entre si, é a ideia que me parece fazer mais sentido. Como alternativa, Hugo Almeida, claro, mas também Nuno Gomes que, aliás, me parece até melhor solução do que o próprio Hugo Almeida, embora isso possa depender muito do momento de ambos quando Junho chegar.



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