No Dragão deu-se, seguramente, a maior surpresa do fim de semana. A pergunta que faço, porém, é se esta é uma surpresa tão grande assim? Ou melhor... se neste momento a surpresa era bem mais provável do que há umas semanas atrás? Para mim, e como fica fácil de perceber por tudo o que já escrevi sobre o assunto, a resposta é convictamente afirmativa. O discurso dos protagonistas pode não convergir para a ideia mas, na minha leitura, o Porto atirou a toalha do campeonato, mental e inconscientemente, quando Djaló abriu o marcador em Alvalade. Foi aí que, realmente, o objectivo “campeonato” passou a ser percepcionado como algo que estava para além das próprias possibilidades da equipa. Um KO motivacional. Tudo quando, paradoxalmente, a equipa vinha crescendo do ponto de vista técnico-táctico.
Por tudo isto, creio que o que se passou no Dragão, mais do que uma surpresa, foi a evidência da importância do lado mental do jogo. Algo que, por não sermos capazes de explicar, muitas vezes desprezamos, num acto de profunda ignorância. Uma lição, portanto...