18.3.10

1962: O dia em que Garrincha deu show e... adoptou um cão!

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4 anos volvidos, e a quase meio mundo de distância... o mesmo resultado. O Brasil confirmava no Chile ser a força dominadora do futebol mundial, repetindo, em 1962, o título conquistado na Suécia. O poderio “canarinho” foi de tal forma evidente que ninguém pareceu dar conta da perda do “Rei”, logo ao 2º jogo, frente à Checoslováquia. Sem Pelé o espaço mediático estava aberto para outra figura: Garrincha. De todas as suas exibições, provavelmente a mais memorável terá sido esta, frente à Inglaterra, nos quartos de final.

A equipa brasileira era basicamente a mesma da Suécia. Sem Pelé, abriu-se espaço para que o também jovem e talentoso Amarildo se juntasse à frente de ataque, dando mais peso à representatividade do Botafogo. Nos 4 da frente, para além de Amarildo, também os extremos Garrincha e Zagallo faziam parte da equipa carioca, assim como os experientes Nilton Santos e Didi, que alinhavam mais atrás. Sobre Didi, aliás, vale a pena falar um pouco mais. Depois de ter sido a força da equipa em 1958, apareceu igualmente importante no Chile, enchendo o campo a partir da zona central. Didi estava agora com 32 anos e a seguir à prova iria deixar a Selecção.

O jogo não começou fácil para o Brasil. A Inglaterra tinha algumas figuras emergentes como Bobby Charlton, Bobby Moore ou Jimmy Greaves, e deu boa réplica aos campeões mundiais. A força das individualidades brasileiras viria, no entanto, a provar-se demasiado forte para os ingleses e uma figura em particular deu nas vistas: Garrincha.

Se havia jogador que o mundo inteiro conhecia, era ele. As suas fintas eram temidas e, por isso, as equipas preparavam-se para elas. Garrincha, por seu lado, parecia obcecado pelo seu próprio potencial. Invariavelmente optava pela iniciativa individual e pelo seu arranque estonteante. A verdade, porém, é que várias vezes se tornava inconsequente. Garrincha podia ter um drible fabuloso mas, digo eu, a sua fama só pode ficar para a eternidade devido a outros predicados. De facto, o extremo do Botafogo apareceu em 1962 bem mais versátil do que 4 anos antes. A sua capacidade goleadora veio ao de cima e, para além dos dribles, Garrincha fez golos de cabeça e de fora da área. Frente à Inglaterra abriu o activo de canto e, depois, fechou-o com um espantoso remate ao ângulo. Pelo meio, claro, muitos dribles...

Depois do 3-1 à Inglaterra, o Brasil seguiu para o palco principal. Santiago e o estádio Nacional. O adversário foi o Chile e no estádio não cabia, seguramente, mais 1 pessoa que fosse. Garrincha, para a desgraça local, aplicou a mesma fórmula. 1 golo de canto e outro, fantástico, de fora da área. O resultado, desta vez, foi de 4-2 e importa dizer que o 7 foi expulso já na etapa final. Os tempos eram outros e o vermelho não o impediu de alinhar na final frente à Checoslováquia.

Para terminar, uma referência a um acontecimento destes quartos de final. Ainda na primeira parte, um pequeno cão invadiu o terreno e ninguém o conseguia agarrar. Garricha tentou primeiro, mas foi Greaves que, de joelhos, conseguiu parar o pequeno animal. Acontece que o sucesso do jogador inglês teve "recompensa". O cão urinou em cima de Greaves e, segundo consta, caiu nas graças do próprio Garrincha que o terá adoptado no final do jogo.




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