10.6.07

Artigo partilhado por Diogo Laranjeira

ver comentários...
Deixo aqui o primeira escolha entre os artigos enviados por email.
Convém esclarecer que os pontos expostos e defendidos no artigo são da total responsabilidade do autor, a quem agradeço ter partilhado os seus pontos de vista.
Sporting - Um caso de alteração (significativa) no modelo de jogo no decorrer da época 06/07
O Sporting no inicio da época começou por apresentar um bloco baixo, onde as transições defensivas constituíam um momento muito importante, existindo um primeiro momento de pressão forte, que mais do que pretender roubar a bola em zonas adiantadas do terreno, tinha como objectivo a temporização do ataque adversário para que ao mesmo tempo se desse a reorganização colectiva do bloco, tentando efectivamente recuperar a bola em espaços mais próximos da sua baliza. A estes princípios juntava-se uma transição ofensiva, onde preferencialmente um jogador (mais vezes do meio-campo, Nani, Carlos Martins, Romagnoli) conduzia a bola em progressão numa primeira fase, sendo que quem dava largura ao ataque (talvez vezes demais directo ou rápido, sem consequências) eram os dois avançados.
Esta situação levantava problemas, nomeadamente, no processo ofensivo: se os avançados muitas vezes recuavam no terreno ou conferiam largura ao ataque, e nenhum dos médios tem uma capacidade assinalável de penetração e finalização na área adversária, existia um desequilíbrio nas zonas de conclusão, pois ninguém (ou quase) aparecia aí. Para mim, aqui residia um dos pontos fracos do Sporting, outro era quando em bloco baixo, as duas linhas de 4 homens que se criavam, não serem muito pressionantes, em no corredor central) deixando espaço para pontapés à entrada da área, resultantes até de uma segunda bola, e de meia distância (ver golo contra Bayern
http://www.youtube.com/watch?v=tLy10nGRgWk)
Depois da pausa natalícia a situação foi-se alterando.
O Sporting passou a ter um bloco mais adiantado e fundamentalmente os avançados ficavam em terrenos mais centrais ainda que recuados, deixando a tarefa de preenchimento das alas mais a cargo dos laterais, de Nani e até João Moutinho que contaram com o precioso apoio de Romagnoli no último terço da temporada. Assim, a equipa leonina passou a ter mais gente nas imediações e mesmo na área, mais soluções ofensivas.
Ao adiantamento do bloco leonino, não foi nada indiferente a inclusão de Miguel Veloso a trinco! Com a sua presença em campo, e sendo ele uma referência no "jogar" da equipa, conseguiu muitas vezes "empurrar" a equipa para zonas mais próximas da baliza adversária, mantendo o equilíbrio colectivo.
Em conclusão, o Sporting, mais explicitamente Paulo Bento, provou que é possível as equipas evoluírem (para melhor!) ao longo da temporada.

AddThis