13.6.07

Porto 07/08: Campeão em Reestruturação

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Com o defeso ainda em fase de desenvolvimento, são várias as dúvidas em torno da composição dos planteis para a próxima época. No Porto, e neste aspecto, o campeão não é excepção. Com a festa do título, anunciou-se a continuidade de Jesualdo, resolvendo-se assim, e desde logo, uma questão que, nem por isso, dá garantia de continuidade a boa parte do plantel. No Porto, são várias as variáveis que tornam a temporada 07/08, uma equação complicada de decifrar...

Os “anéis”:
Um já foi vendido, Anderson. Como recentemente aqui expus, a venda do prodígio, por muito rentável que tenha sido, não é garante de estabilidade nas contas da SAD. A mudança que se precisa é mais abrangente e, embora possa não passar, necessariamente, pela venda dos melhores, a verdade é que não deixa os adeptos a salvo de mais baixas. Desde logo, porque, quer Pepe, quer Quaresma, são duas “trutas” apetecíveis para os grandes pescadores e, como se sabe, a vontade conta muito nestas coisas. Uma coisa, no entanto, me parece clara: Pinto da Costa dificilmente permitirá grandes “razias” na qualidade do plantel, até porque se percebe que sem mais saídas de vulto e alguns ajustamentos, o Porto garante, novamente, uma fortíssima candidatura ao título.

A questão táctica: 4-3-3 ou 4-4-2?
Jesualdo deu indícios, no final da época, de que a equipa poderia migrar para o 4-4-2. A venda de Anderson e, agora mais provável, continuidade de Quaresma deverão fazer inverter a tendência do treinador. Salvo aconteça a saída do “cigano”, o plantel deverá ser estruturado em torno do 4-3-3. Dois motivos: (1) Quaresma é, claramente, um jogador de ala, tendo sido o mais determinante na conquista do título. (2) Os próprios princípios de Jesualdo parecem encaixar melhor no 4-3-3, com a liberdade a ser dada a um extremo (normalmente Quaresma), para desequilibrar nos momentos de transição.

As individualidades
Aqui são muitas as incógnitas. Entre o plantel portista há uma série de potenciais dispensas e dúvidas em torno de aquisições, regressos ou promoções de júniores. O que parece claro é que será do meio-campo para a frente que se farão os maiores ajustamentos.
Na zona central há os casos de Paulo Assunção e Ibson. O rumorado incidente de Paços de Ferreira parece ultrapassado, mas será que não trará consequências ao ex-Nacional? O caso de Ibson é diferente. Há muito que o seu rendimento justifica uma medida e Jesualdo terá, na minha opinião, toda a legitimidade do seu lado – afinal, de que serve a técnica para quem não sabe decidir? Entre reforços, a hipótese Bolatti é aquela que mais legitima as esperanças de um “upgrade” de qualidade. Nos extremos, nota para as dificuldades de encontrar alternativas a Quaresma e Lisandro. Foi nas ausências destes dois extremos que o Porto mais se ressentiu em 06/07– deverá ser motivo de reflexão.
Nota, finalmente, para dois aspectos. (1) O fiasco que se constata – 6 meses depois – nas aquisições de Mareque e Renteria (só por piedade não serão dispensados). (2) Há ainda que contar com o “bónus Manchester United”, uma espécie de Joker que deverá ser utilizado com cuidado e, sobretudo, enquadrado na estrutura que se pretende definir.

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