29.6.07

Os melhores "Grandes" ou... a liga menos competitiva!

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O final entretido da Liga Portuguesa trouxe emoção e interesse pouco vulgares no historial da prova. O entretenimento foi tal que depressa surgiram as primeiras conclusões precipitadas em relação ao que se estava a passar. De repente, um campeonato com jogos tão desequilibrados tinha-se tornado numa prova de rara competitividade – expressão usada pelo próprio presidente da Liga.

Do quadro que acompanha o texto pode concluir-se que os nossos 3 grandes foram, de facto, aqueles que maior superioridade conseguiram nas respectivas ligas, ou – se quisermos ver a coisa pelo prisma oposto – aqueles que menor oposição tiveram. Outro dado curioso (e, talvez mesmo, sintomático) é o facto de as ligas mais bem cotadas no ranking da Uefa dominarem a parte inferior desta tabela. A excepção será mesmo a Inglaterra, que contou este ano com um super-duelo entre Manchester United e Chelsea, num despique em que ambos conseguiram uma superioridade rara na mais profissional das provas domésticas. Nota também para a Escócia. Os escoceses foram, até agora, os únicos fora das 5 grandes ligas europeias que enveredaram por um modelo diferente. Na minha opinião, a opção Escocesa representa um exemplo a seguir e os resultados só não são mais visíveis por dois motivos: a proximidade asfixiante do gigante inglês e a manifesta falta de qualidade das actuais gerações de futebolistas escoceses. De resto, olhem para o poder económico de Celtic e Rangers – bem maior do que qualquer um dos nossos grandes, num futebol de dimensão inferior...

De facto, o primeiro ano do campeonato a 16 teve resultados preocupantes no que respeita à qualidade apresentada pela generalidade das equipas. Cada vez são mais os jogadores de qualidade média-alta que saem, seduzidos por ligas menores, mas com mais poder económico, como o Chipre ou a Roménia. Esta semana vieram os primeiros e previsíveis sinais de inconformismo. Numa atitude quase escandalosamente conveniente, o Beira Mar advogou uma medida que tem tanto de básica como de vazia em termos estratégicos – o regresso do campeonato a 18. Naturalmente, se o Beira Mar não tivesse sido despromovido, seria outro qualquer. Os anos passam, e a gestão nos clubes portugueses mantém-se assim, centrada no imediatismo, sem visão nem preocupação global e totalmente egocêntrica.

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