A época termina e é tempo de balaços, destaques e prémios. Em Portugal – e no futebol em geral – não existe jogo “All Star”. Aliás, o futebol enquanto desporto, não se compadece muito com equipas formadas “à la minute”. São demasiados metros quadrados e demasiados intervenientes para que exista qualidade sem ensaios prévios – é por isso que a componente táctica e organizacional é tão relevante no “Desporto-Rei”.
Ainda que não seja grande adepto deste tipo de escolhas, deixo aqui os meus destaques. A táctica não é um acaso – o “losango” é cada vez mais o sistema “por defeito” do futebol português, substituindo o 4-3-3 que vingou no inicio da década. Sei que corro riscos de cometer algumas injustiças e, por isso, acrescento algumas explicações.
- Entre os melhores,
Ricardo foi o mais regular e menos batido dos guarda-redes. Na defesa ficam de fora, por exemplo,
Caneira, Tello e Polga, jogadores que, no Sporting, estiveram em excelente plano, ajudando a compôr uma defesa tremendamente eficaz – este é, no entanto, um exercício individual.
Luisão entra porque, conforme foi dizendo, me pareceu uma peça basilar da defesa encarnada e o elemento que era o garante de alguma qualidade posicional que se perdeu com a sua saída. No meio-campo, ficam de fora
Nani e Katsouranis, mas é
Petit quem mais se terá aproximado de um lugar no onze.
Veloso encantou-me e, só por isso, bateu o médio encarnado que fez também uma temporada de excelente nível. No ataque não surgem, creio eu, grandes dúvidas, com
Adriano a poder lamentar-se do aparecimento tardio.
- Entre as revelações, nota para o guarda-redes
Fernando. Numa liga sem grandes revelações a este nível, o brasileiro “encostou”
Bruno Vale e esteve em bom nível com um óptimo registo de golos sofridos. De resto nota para as possíveis injustiças feitas a
Lino e Miguel Pedro (Académica),
Edgar (Beira Mar),
Rodrigo Alvim e Nivaldo (Belenenses),
Grzelak e Kaz (Boavista),
Mbesuma (Maritimo),
Rodriguez (Braga),
Faria (Leiria) e
Amuneke (Setúbal).
- Reservei também lugar a um “best of “ de decepções. Os eleitos estão à vista, mas também merecem nota: Jardel (Beira Mar), Fábio Januário (Belenenses), Zairi e Peter Jehle (Boavista), Bruno Basto e Zé Rui (Nacional), Ivanildo (Leiria) e Ibson e Mareque (Porto).
