22.6.07

Portugal - Itália: Frustração de um grande geração

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- Pela primeira vez, Couceiro manteve o esquema de jogo em relação à partida anterior e para esse facto terá, em muito, contribuído o facto de Portugal vir de uma vitória. Esqueleto em 4-3-3, com o tal “duplo-pivot” formado por Manuel Fernandes e Veloso e com um ataque muito móvel, onde apareceram Varela à direita e Vaz Té ao meio. Foi evidente o ascende luso na partida e para o justificar estão, na minha opinião, fundamentalmente dois aspectos. O primeiro tem que ver com as melhorias do meio campo ofensivo Português. Moutinho e Nani apareceram mais móveis e inspirados, contando com as contribuições positivas de Varela e, sobretudo, de Vaz Té (deu grande mobilidade e imprevisibilidade ao ataque enquanto esteve em campo). O segundo tem a ver com a selecção italiana. A formação transalpina apresentou, à semelhança do que aconteceu em todo o Europeu, uma equipa muito estendida no campo, tentando incomodar a primeira fase de construção de jogo do adversário. A verdade, porém, é que o faz mal, pressionando gratuitamente e não identificando os momentos ideais para o fazer. Com isto, a Itália abria mais espaço à entrada do terceiro quarto de campo, o que, perante a qualidade técnica dos portugueses, representava um forte “handicap”. Apesar do domínio, Portugal nunca conseguiu ser verdadeiramente perigoso, raramente finalizando na área adversária. É que apesar das deficiências colectivas, os italianos mantêm a qualidade genética de outras gerações, sendo, individualmente, muito difíceis de bater, e só largos minutos após a expulsão de Rossi (e a tardia entrada de Djaló) é que os italianos se viram em verdadeiros apuros...

- Frente à Itália tivemos o melhor do trio do meio-campo leonino em 06/07. Veloso, Moutinho e Nani terão – na minha opinião – realizado o melhor jogo do Euro, com os dois primeiros em principal destaque. De resto, mantenho que esta é uma geração fantástica e forte candidata a servir de “espinha dorsal” dos ‘A’ dentro de pouco tempo. Neste aspecto e para além do trio já citado, Manuel da Costa, Manuel Fernandes e Vaz Té parecem-me os principais candidatos a altos voos, embora existam outros nomes que abrem excelentes perspectivas para o futuro.

- Na Itália, a qualidade reside, sobretudo, ao longo do eixo central. Chielini é uma figura que promete, Aquiani um dos nomes da prova e Pazzini um avançado muito completo e com muita qualidade, apesar de algum apagamento frente a Portugal.

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