(resumo)
A única surpresa nas opções dos treinadores foi a presença de Benayoun sobre a esquerda do meio campo, no lugar que vinha sendo ocupado por Babel. De resto, o 4-4-1-1 do Liverpool, frente ao 4-3-3 dos “Blues”, esperando-se uma atitude semelhante e cautelosa de ambas as formações, apesar do Liverpool entrar em desvantagem na eliminatória.
O jogo confirmou essas mesmas intenções cautelosas de ambas as formações, arriscando pouco em posse e definindo zonas de pressão apenas à entrada do meio campo respectivo. Ainda assim, os primeiros minutos mostraram uma diferença importante na forma como as equipas encaravam as suas jogadas ofensivas. Enquanto que o Liverpool garantia que o Chelsea não pudesse actuar em transição, recorrendo ao jogo directo que buscava, ora Gerrard, ora Kuyt, o Chelsea variava a sua abordagem, entre o recurso directo a Drogba e um jogo que tentava a troca de bola dinâmica entre os seus jogadores. Esta última opção, acabou por revelar dois aspectos que determinaram uma melhor primeira parte do Chelsea. Primeiro, a clarividência com que trocava a bola, virando muitas vezes o flanco e fazendo uso de Essien para criar alguma superioridade no “miolo”. Estas viragens de flanco revelaram o outro aspecto a realçar, a menor capacidade de ajustamento posicional do bloco do Liverpool. Este foi um pormenor particularmente em evidência numa ocasião que Drogba conseguiu, após vir ao espaço entre linhas, aproveitando o espaço libertado, precisamente, por uma viragem de flanco. Resta, finalmente, referir que apesar desta ousadia do Chelsea para tentar penetrar no bloco do Liverpool em posse de bola, foram raros os momentos de transição dos “Reds” no primeiro tempo. A excepção foi o primeiro lance de perigo do jogo, numa finalização de Torres após uma jogada em que Gerrard foi sempre a referência na zona central.
O golo chegou aos 32’, para o Chelsea e em transição. Não se pense no entanto que havia algum desequilíbrio posicional do Liverpool na jogada. Pelo contrário, quando Lampard recebe a bola após a recuperação de Carvalho, há 6 jogadores do Liverpool atrás da linha da bola. O problema é que, tal como referi, esta não foi uma grande noite em termos posicionais para a formação de Benitez. Não só Lampard não teve a pressão de um dos médios centro do Liverpool (Mascherano e Alonso), como ainda Arbeloa permitiu que se criasse uma linha de passe na zona interior que é sempre o lado que os defensores devem esconder. Não marcou Kalou, mas fê-lo Drogba na recarga e o Chelsea chegava à vantagem, não havendo grandes alterações no jogo até ao intervalo.
No segundo tempo, mudou a abordagem do Liverpool e o posicionamento do Chelsea, que baixou as suas linhas. O Liverpool passou a apostar mais num jogo apoiado que tinha em Xabi Alonso a grande referência para a construção. A qualidade de passe do espanhol fez estragos e a primeira ameaça surgiu logo aos 48’, quando Kuyt falhou a conclusão após uma jogada aérea que teve em Alonso e Gerrard os outros protagonistas. O grande problema do Chelsea neste período foi a incapacidade para sair em transição, com o pressing a provocar poucos erros ao Liverpool. Ainda assim as coisas pareciam estar a melhorar para os “blues” que passaram a impedir Alonso de jogar tão livremente. Foi nesse período que surgiu o golo do Liverpool, numa rara troca de flancos entre Kuyt e Benayoun, aproveitada pelo Israelita para “inventar” um golo que Torres concluiu.
O jogo voltou rapidamente às coordenadas iniciais, destacando-se a subida das linhas do Chelsea que forçaram e, mais uma vez, a um recurso exagerado a um jogo mais directo por parte do Liverpool. Essien foi o protagonista do lance mais perigoso deste ascendente do Chelsea que, depressa, de esfumou perante as cautelas que se apoderaram do jogo com o aproximar do prolongamento.
Os últimos 30 minutos do jogo foram de uma intensidade louca. Primeiro ameaçou o Liverpool, depois o Chelsea, que marcou mesmo, levando meio mundo a pensar que Essien tinha dado nova vantagem aos “Blues”. Não passou de um engano, mas se o lance não teve efeitos no marcador, teve-o no balanceamento do jogo que caiu totalmente para o lado de Chelsea. Hyypia cometeu logo a seguir um duplo erro imperdoável. Primeiro dominando mal a bola numa zona proibida e, depois, arriscando um corte numa jogada que não o justificava. De penalti o Chelsea chegou-se à dianteira, sabendo pouco depois aproveitar o momento de desorientação do Liverpool para dobrar a vantagem. Para que não se perdesse a emoção, Babel ainda tirou partido da desconcentração de Cech, mas havia pouco tempo para que o Liverpool voltasse a garantir uma final da Champions.
O jogo confirmou essas mesmas intenções cautelosas de ambas as formações, arriscando pouco em posse e definindo zonas de pressão apenas à entrada do meio campo respectivo. Ainda assim, os primeiros minutos mostraram uma diferença importante na forma como as equipas encaravam as suas jogadas ofensivas. Enquanto que o Liverpool garantia que o Chelsea não pudesse actuar em transição, recorrendo ao jogo directo que buscava, ora Gerrard, ora Kuyt, o Chelsea variava a sua abordagem, entre o recurso directo a Drogba e um jogo que tentava a troca de bola dinâmica entre os seus jogadores. Esta última opção, acabou por revelar dois aspectos que determinaram uma melhor primeira parte do Chelsea. Primeiro, a clarividência com que trocava a bola, virando muitas vezes o flanco e fazendo uso de Essien para criar alguma superioridade no “miolo”. Estas viragens de flanco revelaram o outro aspecto a realçar, a menor capacidade de ajustamento posicional do bloco do Liverpool. Este foi um pormenor particularmente em evidência numa ocasião que Drogba conseguiu, após vir ao espaço entre linhas, aproveitando o espaço libertado, precisamente, por uma viragem de flanco. Resta, finalmente, referir que apesar desta ousadia do Chelsea para tentar penetrar no bloco do Liverpool em posse de bola, foram raros os momentos de transição dos “Reds” no primeiro tempo. A excepção foi o primeiro lance de perigo do jogo, numa finalização de Torres após uma jogada em que Gerrard foi sempre a referência na zona central.
O golo chegou aos 32’, para o Chelsea e em transição. Não se pense no entanto que havia algum desequilíbrio posicional do Liverpool na jogada. Pelo contrário, quando Lampard recebe a bola após a recuperação de Carvalho, há 6 jogadores do Liverpool atrás da linha da bola. O problema é que, tal como referi, esta não foi uma grande noite em termos posicionais para a formação de Benitez. Não só Lampard não teve a pressão de um dos médios centro do Liverpool (Mascherano e Alonso), como ainda Arbeloa permitiu que se criasse uma linha de passe na zona interior que é sempre o lado que os defensores devem esconder. Não marcou Kalou, mas fê-lo Drogba na recarga e o Chelsea chegava à vantagem, não havendo grandes alterações no jogo até ao intervalo.
No segundo tempo, mudou a abordagem do Liverpool e o posicionamento do Chelsea, que baixou as suas linhas. O Liverpool passou a apostar mais num jogo apoiado que tinha em Xabi Alonso a grande referência para a construção. A qualidade de passe do espanhol fez estragos e a primeira ameaça surgiu logo aos 48’, quando Kuyt falhou a conclusão após uma jogada aérea que teve em Alonso e Gerrard os outros protagonistas. O grande problema do Chelsea neste período foi a incapacidade para sair em transição, com o pressing a provocar poucos erros ao Liverpool. Ainda assim as coisas pareciam estar a melhorar para os “blues” que passaram a impedir Alonso de jogar tão livremente. Foi nesse período que surgiu o golo do Liverpool, numa rara troca de flancos entre Kuyt e Benayoun, aproveitada pelo Israelita para “inventar” um golo que Torres concluiu.
O jogo voltou rapidamente às coordenadas iniciais, destacando-se a subida das linhas do Chelsea que forçaram e, mais uma vez, a um recurso exagerado a um jogo mais directo por parte do Liverpool. Essien foi o protagonista do lance mais perigoso deste ascendente do Chelsea que, depressa, de esfumou perante as cautelas que se apoderaram do jogo com o aproximar do prolongamento.
Os últimos 30 minutos do jogo foram de uma intensidade louca. Primeiro ameaçou o Liverpool, depois o Chelsea, que marcou mesmo, levando meio mundo a pensar que Essien tinha dado nova vantagem aos “Blues”. Não passou de um engano, mas se o lance não teve efeitos no marcador, teve-o no balanceamento do jogo que caiu totalmente para o lado de Chelsea. Hyypia cometeu logo a seguir um duplo erro imperdoável. Primeiro dominando mal a bola numa zona proibida e, depois, arriscando um corte numa jogada que não o justificava. De penalti o Chelsea chegou-se à dianteira, sabendo pouco depois aproveitar o momento de desorientação do Liverpool para dobrar a vantagem. Para que não se perdesse a emoção, Babel ainda tirou partido da desconcentração de Cech, mas havia pouco tempo para que o Liverpool voltasse a garantir uma final da Champions.
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Devo confessar que esperava uma exibição mais capaz do ponto de vista colectivo do Liverpool, particularmente nos momentos em que o jogo esteve empatado. Neste sentido, provou-se a importância da energia de Anfield para os momentos decisivos, funcionando Stamford Bridge, desta vez, em sentido contrário. No Liverpool fica a incógnita de qual poderá ser o futuro e, nesse aspecto, não posso deixar de notar a dificuldade que teve Benitez para trazer outra capacidade desde o banco (à excepção de Babel que é normalmente titular), apesar dos largos milhões despendidos.
Uma pergunta que muitos se puseram foi sobre qual seria o adversário mais desejado por Ferguson. Se a resposta Liverpool é aquela que mais sentido faz, tendo em conta o passado recente dos confrontos entre Ferguson e Benitez, creio que o contexto da temporada dará a Ferguson e ao Manchester a sensação de uma maior igualdade de circunstancias, dividindo as duas equipas energias entre o plano interno e a Champions. De qualquer forma, este Chelsea que se viu nos últimos 2 jogos é uma equipa temível, aparecendo com vários jogadores em grande momento de forma (Essien, Ballack, Drogba...).
Uma questão que muitos se colocam é como poderá Avram Grant conseguir o que Mourinho não conseguiu em 06/07. Sem retirar mérito ao Israelita, recordo que nessa comparação deverá constar o importante facto de Grant não ter tido uma época tão fustigada por lesões como havia tido Mourinho (para não falar da decisiva “prenda” de Riise) e que o Chelsea teve mais jogos em 06/07, fruto da melhor prestação nas competições a eliminar no plano interno.
Devo confessar que esperava uma exibição mais capaz do ponto de vista colectivo do Liverpool, particularmente nos momentos em que o jogo esteve empatado. Neste sentido, provou-se a importância da energia de Anfield para os momentos decisivos, funcionando Stamford Bridge, desta vez, em sentido contrário. No Liverpool fica a incógnita de qual poderá ser o futuro e, nesse aspecto, não posso deixar de notar a dificuldade que teve Benitez para trazer outra capacidade desde o banco (à excepção de Babel que é normalmente titular), apesar dos largos milhões despendidos.
Uma pergunta que muitos se puseram foi sobre qual seria o adversário mais desejado por Ferguson. Se a resposta Liverpool é aquela que mais sentido faz, tendo em conta o passado recente dos confrontos entre Ferguson e Benitez, creio que o contexto da temporada dará a Ferguson e ao Manchester a sensação de uma maior igualdade de circunstancias, dividindo as duas equipas energias entre o plano interno e a Champions. De qualquer forma, este Chelsea que se viu nos últimos 2 jogos é uma equipa temível, aparecendo com vários jogadores em grande momento de forma (Essien, Ballack, Drogba...).
Uma questão que muitos se colocam é como poderá Avram Grant conseguir o que Mourinho não conseguiu em 06/07. Sem retirar mérito ao Israelita, recordo que nessa comparação deverá constar o importante facto de Grant não ter tido uma época tão fustigada por lesões como havia tido Mourinho (para não falar da decisiva “prenda” de Riise) e que o Chelsea teve mais jogos em 06/07, fruto da melhor prestação nas competições a eliminar no plano interno.