Era um nome já de há muito apontado como possível reforço do Sporting. A contratação de Rochemback é uma espécie de aperitivo de luxo para um defeso que o Sporting pretende que, em termos de mudanças, não tenha muitos pratos principais.
De facto, e embora não seja consensual a contratação do jogador entre a massa adepta sportinguista, parece-me tratar-se de uma óptima notícia para Paulo Bento. Rochemback é um jogador que o treinador conhece bem, e cujas características se inserem perfeitamente no jogo apoiado que escolheu para o “seu” Sporting. Mais, Rochemback tem capacidade para fazer, no actual modelo de jogo leonino, qualquer uma das posições do meio campo, acrescentando-lhe na meia distância e nas bolas paradas, uma capacidade que não existiu em 07/08 . Por tudo isto, no capítulo técnico, não tenho dúvidas que Rochemback se apresenta como uma mais valia. Aliás, só por falta de memória não se chegará a essa conclusão, tendo em conta a sua influência, quer com Fernando Santos, quer com Peseiro.
Sobre Rochemback, e para além do aspecto técnico-táctico sobram duas questões frequentemente apontadas ao jogador. Disciplina e apetência para lesões. No que diz respeito ao primeiro ponto, não vou tecer grandes comentários por obviamente, não conhecer o jogador. Apenas acrescentar que o próprio Paulo Bento conhecerá bem essa vertente do jogador. Sobre o segundo, parece-me realmente poder ser o ponto fraco de Rochemback, de quem se esperam sempre alguns períodos de ausência durante a época.
Reforço ou substituto?
Mas esta aquisição abre uma dúvida: será Rochemback um reforço, ou a preparação de uma eventual saída de Veloso e/ou Moutinho? Se se tratar da primeira hipótese, então o meio campo leonino ficará realmente mais forte – sobretudo nas opções para a posição 10, onde Romagnoli revela dificuldades em períodos de sobrecarga competitiva. Se for a segunda, no entanto, pode estar aqui o indicio de um problema grave para a preparação da nova época. É que Rochemback não será um jogador para ser hipótese permanente na posição 6, no caso de saída de Veloso, e, se for Moutinho, então Paulo Bento terá de contar com algo muito diferente de um jogador que interpreta 50 jogos sem interrupção...
Nesta questão de saídas de jogadores influentes reside, de resto, um dos potenciais riscos para a composição do plantel leonino de 08/09. É que o departamento de futebol do clube apresenta-se em fase de reestruturação, tendo saído Carlos Freitas que, se tivermos em conta o que aconteceu em 05/06, não deverá ter deixado muitos dossiers de jogadores nos gabinetes da SAD. Aqui, recuo, precisamente, à substituição do próprio Rochemback nessa altura. O Sporting ficou “amarrado” ao mercado nacional, acabando por ver limitado o seu leque de opções e pagando uma pequena fortuna por João Alves, cujo rendimento se conhece. Se a história se repetir, então as saídas de Veloso e Moutinho poderão ser um verdadeiro bico de obra para a SAD leonina.