A forma de avaliação não é nova e, desta vez, o exercício que proponho é apenas aplica-la à última década da liga portuguesa. Ou seja, a classificação dos treinadores é feita por comparação do seu rendimento pontual com a expectativa pontual inferida dos valores oferecidos pelas casas de apostas. Mesmo dentro desta abordagem, haveria algumas formas diferentes de classificação. Uma delas seria, simplesmente, fazer um somatório bruto dos pontos conquistados e compara-los com o somatório das respectivas expectativas. Aí, o vencedor seria obviamente Jesualdo Ferreira, porque beneficiaria, para além do bom desempenho, de um número muito mais elevado de jogos. Assim, a opção que escolhi passa por considerar apenas os treinadores com mais de 100 jogos e avaliar o seu aproveitamento percentual relativamente às expectativas. O motivo é simples: os 100 jogos evitam o enviesamento de uma boa/má fase e a avaliação percentual "normaliza" a comparação, não permitindo benefícios/prejuízos pelo número de jogos de cada um.
Em relação aos resultados, não há grandes dúvidas quanto ao vencedor. Leiria, Benfica e, sobretudo, Porto, marcaram a rampa de lançamento do mais bem sucedido treinador do futebol mundial e esta classificação não deixa de reconhecer a qualidade que desde cedo indicou. De resto, fora desta lista, estão alguns nomes merecedores de menção pelo desempenho positivo que tiveram, ainda que sem o número suficiente de jogos para uma avaliação mais sólida. São eles: Fernando Santos (99 jogos, +13% de aproveitamento), Camacho (77 jogos, +14%), Manuel José (58 jogos, +20%) ou Marinho Peres (89 jogos, +10%).