2.10.08

Sporting - Basiléia: Mais difícil do que parecia

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Mais difícil do que parecia – Quem se lembrasse do confronto entre estas 2 equipas há apenas alguns meses poderia esperar uma vitória bem mais fácil do Sporting. O que se assistiu durante grande parte da partida não confirmou tanta evidência na superioridade e, aqui, encontro algumas responsabilidades divididas entre Sporting e Basiléia para o sucedido. Os suíços porque fizeram um jogo bem melhor do que na época passada. Mais agressivos e pressionantes e cometendo menos erros no posicionamento defensivo (particularmente na sua última linha), os jogadores do Basiléia souberam igualmente conduzir a partida para um jogo com características que lhes eram mais favoráveis. Ou seja, forçando muitos duelos aéreos de onde ganhavam a maioria das segundas bolas. Este tipo de jogadas dominou grande parte do jogo e dificultou muito a tarefa ao Sporting.
Por seu lado o Sporting não se revelou muito assertivo nas suas decisões. Primeiro porque permitiu que o jogo entrasse nesse tal duelo aéreo constante que lhe retirava vantagem. Depois porque quando podia construir em posse nem sempre o fez da melhor maneira, não dando a bola às suas referências de construção e forçando demasiados passes precipitados que facilitavam a tarefa do pressing adversário e impediam que o jogo se estendesse às zonas pretendidas.

Segunda parte – A principal novidade para a segunda parte esteve na reacção à perda de bola. Com mais atitude o Sporting conseguiu estabelecer o seu jogo com mais frequência junto da área adversária, não permitindo que o Basiléia dali saísse tão facilmente (foi duma insistência que surgiu a primeira bola ao poste de Derlei). Não foi, no entanto, uma melhoria tão grande que permitisse um domínio permanente. O Basiléia, mesmo depois do golo, continuou a impor o tal jogo de segundas bolas e a chegar à área de Patrício mais vezes do que seria de desejar. O tempo, porém, depressa levaria os suíços a fazer sentir essa sua propensão para o risco ofensivo, adiantando muita gente e expondo-se a um segundo golo que, a bom da verdade, até pecou por tardio.

Justo mas não mais – Costumo concordar com as análises de Paulo Bento, mas desta vez não posso deixar de notar algum exagero nas suas considerações sobre a partida. O Sporting venceu bem, é verdade, mas o resultado não peca por ser escasso – ainda que o Sporting tenha tido várias ocasiões claras para além dos golos. O Basiléia causou problemas ao Sporting e, mesmo não tendo conseguido muitas ocasiões claras, acercou-se com demasiada frequência à área de Patrício, sabendo-se como são perigosos os suíços a jogar dentro da área. Justo parece-me bem, escasso é demais.

Predisposição para o assobio – Ontem falei aqui da tendência dos adeptos (no geral, embora o caso fosse o do Porto) para em situações de resultados adversos separarem o “nós” do “ele”, caindo no facilitismo responsabilizar cegamente o treinador pelos males da sua equipa. No Sporting, creio, passa-se algo ainda mais estranho. Paulo Bento leva um trabalho bastante bom e em condições difíceis num clube que, num passado recente, tem sido tudo menos regular. Em Alvalade assiste-se a uma estranha predisposição para contestar o treinador e a sua equipa, que faz com que se ouçam assobios ainda nem meio jogo está cumprido. Se pensarmos que o Sporting vai à frente dos seus rivais e que tem condições reais para pensar num apuramento histórico para os oitavos de final da Champions, tudo isto parece um pouco surreal...
Golos

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