2.6.09

Um plantel de "pequenos-grandes"

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É um exercício que tem a ver com o tempo em que estamos. Ou seja, transitando do final da época desportiva para o período mais fervoroso do mercado. Um plantel teórico de 23 jogadores que não tenham vinculo contratual a nenhum grande e que tenham alinhado pelos outros 13 clubes da liga 08/09. Outro factor importante, numa perspectiva de mercado, é obviamente a idade, o que explica também alguns excluídos desta lista. Seja como for, é um exercício discutível mas seguramente interessante de ser feito nesta fase da época.


Rafael Bracalli (Guarda Redes, 28 anos, Nacional) – Um dos melhores guarda redes da liga, impos-se quando se temia que pudesse ser vitima do fantasma de Diego Benaglio. Não é muito alto, mas destaca-se pela agilidade e reflexos.

Julio César (Guarda Redes, 22 anos, Belenenses) – Pode ter sido o mais batido da Liga, mas haverá poucos com o seu potencial. Alto e seguro, tem experiência de grande no Brasil, onde alinhou pelo Botafogo. Com 22 anos merece claramente um investimento de um clube de maior dimensão. O facto do Belenenses ter descido de divisão pode torná-lo ainda mais acessível. Esperemos que não siga os caminhos de Fernando (ex-Leiria) que hoje brilha no Vasco da Gama.

Eduardo (Guarda Redes, 26 anos, Braga) – Sendo o mais recente titular da Selecção, o destaque torna-se quase obrigatório. É um bom guarda redes e sem dúvida um dos melhores portugueses da actualidade.

João Pereira (Defesa direito, 25 anos, Braga) – Se fosse defesa esquerdo, claramente, seria titular da Selecção. Não é alto, mas é extremamente competitivo e agressivo, às vezes exagerando mesmo neste aspecto. É, sem dúvida, um valor seguro que poderia jogar em qualquer grande. O preço será o problema.

Ney (Defesa direito, 28 anos, E.Amadora) – Uma das revelações da segunda metade do campeonato. Rápido, determinado e forte fisicamente, tem ainda a particularidade de, não só jogar nos 2 flancos, como executar com os 2 pés. Não será o mais forte dos defensores em termos tácticos, mas o facto de ser um jogador livre torna-o especialmente apetecível.

Evaldo (Defesa esquerdo, 27 anos, Braga) – Já tinha se tinha revelado no Marítimo, mas Jesus mostrou que este é um lateral altamente competitivo, capaz de ser forte a atacar e a defender e tendo uma disponibilidade física absolutamente notável, algo essencial num plantel. O facto de estar no Braga e a sua idade, no entanto, tornam um salto mais alto como algo pouco provável

Alonso (Defesa esquerdo, 28 anos, Nacional) – Pode ter 28 anos mas é sem dúvida um jogador que merece ser equacionado por um grande, estando em final de contrato. Mais forte a atacar do que a defender, Alonso consegue ser muito mais do que um defesa, tendo sido um dos responsáveis pelo número de golos conseguidos, quer por Nené, quer pelo próprio Nacional.

Felipe Lopes (Defesa Central, 21 anos, Nacional) – Um defesa jovem e imponente fisicamente. Jogar no Nacional não é, nesta altura, o melhor para um defesa central e Felipe Lopes sentiu algumas dificuldades em algumas situações durante a época. A sua idade e potencial merecem um acompanhamento.

Diego Angelo (Defesa Central, 23 anos, Naval) – Defesa forte e alto, mas algo lento. É também um destaque pela qualidade com que executa com o seu pé esquerdo, sendo inclusive um marcador de livres. Fala-se do seu regresso ao Brasil, o que será uma oportunidade perdida para clubes de maior dimensão em Portugal, já que é bastante acessível.

Maicon (Defesa Central, 20 anos, Nacional) – Um dos jogadores que destaquei ao longo da época. Das escolas de um grande brasileiro (Cruzeiro) tem um potencial enorme em várias características, nomeadamente no aspecto físico. Aos 20 anos não é um jogador feito, mas se for trabalhado e evoluir bem pode chegar muito longe. O Porto, claro, não o deverá deixar fugir.

João Guilherme (Defesa Central, 23 anos, Marítimo) – Será um dos nomes mais discutíveis desta lista. Jogar no Marítimo não tem sido fácil para um central, mas João Guilherme teve um época que merece ser revista. Jogou todos os minutos da Liga e destacou-se ainda pela rapidez e ainda pelo seu forte pontapé. Com escola de equipa grande (Inter de Porto Alegre), merece um olhar atento.

Luis Alberto (Médio defensivo, 25 anos, Nacional) – Jogador seguro ao nível do passe e com boa capacidade de luta foi um dos bons valores do meio campo do Nacional. Um salto para um nível mais alto será difícil de acontecer, mas fica a nota para a regularidade do jogador.

Roberto Sousa (Médio defensivo, 24 anos, Leixões) – Depois de se ter destacado na viragem para profissional, não teve sucesso em Espanha. O Leixões mostrou que este é um valor com potencial. Se o Celta confirmar disponibilidade para fazer um negócio a preços acessíveis, merece ser equacionado praticamente por qualquer clube nacional.

Rui Miguel (Médio ofensivo, 25 anos, Paços Ferreira) – Um dos destaques do campeonato. Tecnicamente muito dotado, conseguiu destacar-se num clube de menor expressão, não sendo um jogador de contra ataque. O preço que se fala (menos de meio milhão de euros) pode ser uma pechincha...

Ruben Micael (Médio ofensivo, 22 anos, Nacional) – Altamente destacado, o seu destaque não é surpresa. Jogou como médio centro, mas destacou-se pela forma como fez a ligação com os avançados. Tecnicamente é dotado, mas onde mais se destaca é na inteligência com que se movimenta e antecipa os espaços. Não é certo que tenha futebol para um grande, mas se o enquadramento for o melhor, isso pode perfeitamente suceder...

Marcinho (Médio ofensivo, 28 anos, Marítimo) – Tem 28 anos e há várias épocas que é um destaque do campeonato. É um dos médios mais dotados tecnicamente do futebol português e fez parte do Santos de Robinho e Diego. Talvez seja fraco fisicamente, talvez não tenha o que é preciso para vingar num grande, talvez... tenha sido uma oportunidade perdida não se ter apostado.

Marquinho (Extremo, 22 anos, Guimarães) – Outro discutível. Não é muito forte no 1x1, mas revelou-se bastante útil num tipo de movimentos de rotura que lhe valeram golos e jogadas de muito perigo em termos de finalização. Foi, sem ser exuberante, um jogador importante em vários jogos do Vitória e, com 22 anos, merece ser acompanhado, apesar de não se perceber grande potencial para muito mais altos vôos.

Djalma (Extremo, 22 anos, Marítimo) – Será dos extremos mais difíceis de segurar na Liga. Aos 22 anos é uma espécie de diamante por lapidar, com grande capacidade de 1x1, boa explosão e ainda boa capacidade de definição. Não é, no entanto, uma aposta evidente para um clube grande.

Mateus (Extremo, 24 anos, Nacional) – No meio de tantos destaques do Nacional, ficou um pouco para segundo plano, mas tal não é justo. É um dos jogadores mais velozes da liga e dos mais fortes em situação de contra ataque. Não se percebe bem até que ponto Mateus pode ir, mas este ano ficou claro que, no mínimo, terá qualidade para ser um dos destaques de um clube europeu.

Nené (Avançado, 25 anos, Nacional) – O mais óbvio dos destaques. Grande época, com muitos e bons golos. Não é muito rápido, nem muito forte no 1x1, mas é inteligente e sabe movimentar-se na zona de finalização. Depois, claro, tem um remate fácil e temível. Para seu bem, deve (se puder) escolher bem para onde vai, enquadrando as suas características no tipo de futebol da equipa.

Yazalde (Avançado, 20 anos, Rio Ave) – Ainda não jogou pelo Braga, mas terá já sido uma das grandes aquisições dos minhotos. Avançado móvel e rápido, revelou-se também dotado para jogar dentro da área, prometendo uma carreira de golos. Com 20 anos...

Douglas (Avançado, 23 anos, Guimarães) – É daqueles avançados que cria muitas dificuldades aos centrais, por ser tão forte quanto a maioria em termos físicos e movimentar-se bastante bem dentro de área. Obviamente que as suas especificidades obrigam a um tipo de enquadramento em termos de jogo, mas revelou-se, no pouco tempo em que jogou, num jogador eficaz. Será interessante segui-lo.

Baba Diawara (Avançado, 21 anos, Marítimo) – Tem, física e tecnicamente, excelentes qualidades. Isso valeu-lhe muitos golos e um destaque evidente. Com 21 anos, no entanto, há muito para caminhar até atingir todo o potencial que tem. Depende dele e de quem o trabalhar.


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