22.7.07

Cluj - Benfica: Mais na frente e menos a tras

ver comentários...

Como qualquer jogo de pré época, o encontro frente ao Cluj foi mais importante pelas indicações dadas do que propriamente pelo resultado. Ainda assim, o score final não deixa de espelhar com alguma fidelidade os aspectos positivos e negativos do Benfica neste primeiro teste.

Fernando Santos não surpreendeu e apresentou o mesmo sistema que marcou a equipa em 06/07. O losango, de resto, foi o motor da equipa no primeiro tempo, com Manuel Fernandes e Rui Costa a serem os responsáveis pela condução ofensiva do jogo, procurando depois Simão numa fase mais adiantada, onde o 20 aparecia descaído sobre uma das alas (de inicio mais vezes sobre a esquerda, depois sobre a direita). O miolo, tal como equipa, esteve melhor a atacar do que a defender. Sem bola o Benfica sentiu algumas dificuldades, tanto no acompanhamento dos médios (Katsouranis fez um jogo abaixo das expectativas), como na sincronia do posicionamento do quarteto mais recuado. Este não foi, no entanto, um teste negativo, ofensivamente, e exceptuando os laterais pouco participativos, o Benfica esteve forte, desequilibrador e com diversos elementos que prometem ser uma mais valia para a época que agora se inicia.

No segundo tempo, o jogo perdeu-se um pouco com as substituições e por aí se explica também o facto de terem existido mais espaços. Fernando Santos deixou Zoro, Quim e Simão nos balneareos e fez entrar Srtenovic, Butt e Coentrão, alterando o esquema para um 4-3-3 que visava, essencialmente testar Coentrão. Foi, então, um jogo que, colectivamente, mostrou um bom Benfica mas a precisar de alguns reparos. Individualmente, ficou, nesta primeira amostra, a ideia que ofensivamente 07/08 poderá ser um ano prometedor, mas mantêm-se as suspeitas no que respeita à retaguarda...

Zoro – Não foi uma grande estreia deste central adaptado a lateral. Mostrou-se com pouca apetência para atacar (teve apenas uma descida perigosa) e nem sempre muito confortável com a bola nos pés. Defensivamente não comprometeu mas também não teve grande oposição.

Manuel Fernandes – A sua qualidade é um facto inegável. Forte nos momentos com bola é também um recuperador nato pela forma agressiva como se bate por cada lance. Dois reparos: não deve ser tão propenso aos conflitos a cada falta que sofre, e, em posse, ainda arrisca um pouco em demasia para a posição que ocupa.

Rui Costa – Se o Benfica puder contar com este Rui Costa em 85% dos jogos, então tem aqui o seu mais importante jogador. Não foi apenas pelo fantástico golo que marcou, mas sobretudo pela qualidade que emprestou ao jogo ofensivo encarnado durante... 90 minutos.

Cardozo – Só não foi o melhor em campo, porque esteve presente também um Rui Costa ao seu melhor nível. De resto, os benfiquistas podem estar optimistas em relação a esta dispendiosa aquisição. Não é muito móvel, mas funciona de forma exímia como “pivot”, soltando a um, dois toques, ou rodando rapidamente para soltar o seu precioso pé esquerdo. É já a referência de todos os pontapés longos da equipa, mostrando-se também forte na disputa das bolas aéreas. Finalmente uma nota para a sua grande arma: Tacuara pode ser alto, mas a sua verdadeira ameaça vem daquele pé esquerdo.

Bergessio – Apresentou dificuldades em encontrar-se no jogo ofensivo da equipa. No primeiro tempo nunca foi uma referência principal para Rui Costa e, também no 4-3-3 do segundo tempo, raramente foi solicitado.Nota-se que gosta do contacto, mas precisa de se encontrar no modelo de Santos para não ser um desilusão.

AddThis