6.7.07

Será ainda o trauma do desperdício?

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A preparação dos planteis para a próxima temporada tem primado pelas diferenças entre a postura no mercado de cada um dos três grandes. Neste aspecto, sem dúvida, o Benfica merece todo o destaque, sendo, simultâneamente, o que menos vende e aquele que mais investe. No futebol, no entanto, a capacidade de investimento por si só pode não ser suficiente para ganhar vantagem em relação aos rivais e, na história, não faltam exemplos que comprovam esta máxima. É, precisamente, sobre a política de contratações encarnada que tenho algumas reservas...

Parto para a reflexão recordando que, no meu ponto de vista, o capítulo defensivo foi aquele em que o Benfica mais deixou a desejar em 06/07. Fernando Santos é um treinador com princípios de jogo eminentemente ofensivos, fazendo com que a equipa incorra muitas vezes em algum desequilíbrio no momento da perda de bola. Neste aspecto não é, de resto, preciso ter grande memória para recordar golos sofridos através de ataques rápidos que aproveitavam maus posicionamentos da defensiva encarnada. Ora, os milhões de que o Benfica dispunha para investir no plantel 07/08 parecem ter sido todos direccionados para o derradeiro sector do terreno. Neste plano, Fernando Santos parece apostado em trocar a mobilidade e imprevisibilidade ofensivas (ponto forte em 06/07) pela presença física – Cardozo passa a ser uma mais valia na área mas não se espere que ofereça a mesma dinâmica e imprevisibilidade de Miccoli. Entre Miccoli e Cardozo há, aliás, uma outra diferença que importa realçar: o italiano custava afinal menos de metade do Paraguaio!
Voltando à defesa, Zoro e Sretenovic podem até vir a revelar-se opções interessantes, mas não deixam de representar um “investimento zero” num sector que me parece voltar a ser desequilibrado e altamente dependente de Luisão. Com Fernando Santos a pedir mais um avançado (estará, no limite, a garantir que um dos reforços será suplente, uma vez que já contratou Cardozo e Bergessio para um esquema que permite apenas duas vagas no ataque), eu pergunto: Será que o Engenheiro ficou traumatizado com os falhanços à boca da baliza em 06/07?

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