17.2.11

Liga Europa (Breves)

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- Como explicar a bipolaridade do jogo e, em particular, da exibição encarnada? Talvez seja uma boa forma de, em 90 minutos, resumir a identidade da própria equipa. Já aqui referi várias vezes: as equipas alemãs não têm comparação com o campeonato português e o sua valia em termos de recursos apenas pode ser superada, em Portugal, pelos 3 "grandes". Isto, mesmo para um dos últimos classificados. Jesus recusou a ideia de uma diferença de atitude, mas, chame-se-lhe "atitude" ou outra coisa qualquer, o facto é que não houve da parte do Benfica uma abordagem correcta ao jogo. Isso, mesmo tendo recuperado a vantagem, custar-lhe-á pelo menos a incerteza com que entra na segunda mão. Uma incerteza e insegurança obviamente desnecessárias. Enfim, este é, também, um bom sinal de alerta e que serve para mostrar que os problemas do inicio de época poderão voltar no futuro...

- Uma pena esta fase do Braga. A neve serve de atenuante, sim, a eliminatória está em aberto, também, mas o Braga não dá grandes sinais de estabilização nesta fase da época. Perdeu muitos jogadores, tem muitas lesões e não parece capaz de recuperar os índices de confiança que fariam desta equipa, uma equipa com possibilidades de sonhar nesta prova. Pena pelo Braga, e pena pelo futebol português que tem, como poucas vezes, uma excelente condição para ficar com este troféu. Pode ser que Domingos ainda consiga reencontrar carris mais estáveis.

- Um pouco à imagem do Braga, é pena que este Sporting esteja como está. A competitividade desta prova abre caminhos amplos para sonhar e isso vê-se, por exemplo, na diferença de valores e potencial entre Sporting e Rangers. Mais bola, mais qualidade de circulação, mas raras combinações no último terço e uma enorme incapacidade para oferecer resistência às verticalizações, típicas dos britânicos. Resgatou um empate valioso, mas que garante pouco para uma equipa tão instável. Como no futebol tudo é possível, também o Sporting tem legitimidade para sonhar com esta competição.

- Finalmente, o melhor resultado. Temos sempre a tendência para desvalorizar o valor dos adversários que nos calham. Provavelmente por haver uma sobrevalorização interna das nossas competições. O Porto é melhor equipa que o Sevilha? Claro. Com valores idênticos, talvez melhores, mas seguramente com muito melhor organização e qualidade colectiva. O Sevilha era acessível? Obviamente que não. É das poucas equipas que, em Espanha, têm possibilidade de causar problemas aos 2 "gigantes" espanhóis, como não poderá ser um adversário de respeito?! Levou a melhor o Porto, pela organização e, muito, pelo aproveitamento da excessiva sede de vitória do Sevilha. A eliminatória está bem encaminhada, mas não definida. Uma equipa com o potencial ofensivo do Sevilha pode sempre estragar a festa a qualquer equipa num bom dia. Cabe ao Porto não deixar renascer esse potencial.

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