- O jogo, enquanto tal, serviu apenas para agudizar o estado doentio do futebol do Sporting. Mas dificilmente algum adepto terá dado por mal empregue o seu tempo. Liedson sempre teve o condão de se superar nos grandes momentos, mas talvez seja difícil encontrar paralelismo para aquilo que conseguiu no seu último jogo. Um estádio em pré-revolta, de repente, inverteu o seu estado emocional e... desatou a chorar! De resto, parece que a margem de manobra de Paulo Sérgio é cada vez menor. O treinador diz que não se demite, e é pouco provável que haja qualquer intenção directiva em forçar a sua saída. Nada disto garante, porém, que não tenha de sair antes do dia das eleições...
- Ainda sobre Liedson, o avançado deixa o Sporting como um jogador histórico. Todos falarão dos golos que marcava e da importância de muitos deles. Mas poucos conseguirão explicar bem porque o fazia tantas vezes e em momentos tão importantes. Não é um jogador forte em nenhum dos parâmetros tradicionalmente considerados e, por isso, enquanto uns se limitavam a aceitar os números sem questionar, outros duvidavam sempre do seu valor e utilidade (acontecia sempre que a eficácia baixava). Acontece que, ao fim de 350 jogos, não se é "bom porque se marca", mas "marca-se porque se é bom". Ou seja, não é por as suas virtudes serem mais invulgares que alguma vez deixaram de lá estar. Sempre estiveram.