22.2.11

Sporting - Benfica: Análise e números (Benfica)

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Notas colectivas
Um pouco à imagem do que escrevi sobre o Sporting, creio que o resultado e a natureza do jogo conduzem a mais elogios do que aqueles que a equipa realmente merece. Isto, note-se, numa perspectiva relativa, ou seja, tendo em conta as expectativas e aquilo que já conhecíamos das equipas.

O Benfica venceu e confirmou, desde o primeiro minuto, a sua maior qualidade. Mas não foi um jogo especialmente bem conseguido ou de grande inspiração. Pelo contrário. Colectivamente, e sendo melhor como é, o Benfica permitiu que o Sporting encontrasse o caminho para recuperar alguma esperança, mesmo já estando em vantagem. Individualmente, e no plano ofensivo, poucos foram os jogadores realmente inspirados na equipa de Jorge Jesus. Salvou-se Gaitan e pouco mais.


A vitória foi construída um pouco à semelhança do que acontecera no Dragão. Ou seja, o pressing alto provocou dificuldades ao adversário e permitiu ao Benfica jogar a partir de recuperações rápidas na linha média. O domínio inicial garantiu-se assim, e o primeiro golo também.

Confesso, porém, que esperava mais do Benfica a partir do 0-1. Não imediatamente, porque a equipa começou por manter a mesma toada, mas, mais perto do intervalo, quando a equipa permitiu ao Sporting um jogo de mais espaços e de maior dependência da inspiração individual. Se uma equipa é mais forte colectivamente e está em vantagem, tem tudo a ganhar com relegar o jogo (e o adversário) para os momentos de organização, evitando os de transição. Porque é nos momentos de transição que há menos organização e, por consequência, mais incerteza no destino das jogadas. O Benfica permitiu-o e colocou-se a jeito de um volte face no jogo. Sem necessidade.

Importa também comentar a situação de inferioridade numérica. Em relação à substituição e à opção por Saviola, nada de surpresas. Parece-me lógico que se abdique de um avançado, mas discutível que seja Saviola em vez de Cardozo. Essa é, porém, sempre a opção de Jesus. Resta saber exactamente porquê: Cardozo não garante maior capacidade defensiva, nem melhor aproveitamento da profundidade. Pelo contrário, a equipa perde nessas 2 componentes. Garante, sim, maior capacidade de choque perante a marcação e maior presença nas bolas paradas, mas entre as duas hipóteses parece-me discutível que se privilegia esta última.

De resto, o Benfica beneficiou – do mal o menos – de ter tido a expulsão à beira do intervalo. O descanso serviu para evitar o risco de um descontrolo emocional e a equipa regressou consciente do seu papel em termos tácticos. Regressou, até, mais lúcida do que quando jogou com 11. Não é uma surpresa, porque se há coisa onde este Benfica é forte é na sua capacidade posicional. É, porém, importante salientar também a relevância da eficácia ofensiva para o controlo do jogo. O Benfica controlou sempre bem o adversário, mas poderia ter sofrido bem mais não fosse o golo de Gaitan (na única oportunidade clara da equipa depois do 0-1, diga-se). Uma coisa seria encarar a recta final com 1 golo de desvantagem, outra foi, como aconteceu, fazê-lo tendo pela frente um adversário emocionalmente derrotado. Assim, tudo pareceu muito mais fácil.

Notas individuais
Maxi – Continua a confirmar a sua subida de forma. É, aliás, um dos jogadores em melhor momento.

Luisão – Outro que continua num rendimento elevadíssimo. Impecável.

Javi Garcia – Um dos melhores jogos da temporada. Muita presença sem bola, quer no meio campo, quer no apoio aos centrais. Não foi forçado a construir com muita frequência e isso é um alívio porque costuma ser nesse capítulo que mais compromete.

Carlos Martins – Um exemplo de como, apesar da vitória, o Benfica não esteve especialmente inspirado.

Salvio – Marcou e foi útil defensivamente. Mas esteve longe de fazer um grande jogo.

Gaitan – O melhor em campo, sem qualquer dúvida. Cumprindo defensivamente, como é hábito, e sendo a grande fonte de inspiração da equipa em termos ofensivos. Quer nas combinações e iniciativas sobre o seu flanco, quer nos cruzamentos que foi tirando.

Cardozo – Teve poucas ou nenhumas oportunidades, mas trabalhou sempre bem sem bola, confirmando a tendência de ser mais útil nos grandes jogos.



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